De troncos a postes: o racismo velado na sociedade brasileira

June 7, 2017 | Autor: Bruno de Almeida | Categoria: Racismo y discriminación
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DESLOCAÇÕES HABITACIONAIS NO BRASIL DECORRENTES DE MEGAEVENTOS (COPA DO MUNDO DE 2014 E OLIMPÍADAS DE 2016).
"Políticas, leis e regulamentos podem influenciar o desenvolvimento urbano diretamente no reforço da segurança da posse ou, inversamente, aumentar a insegurança. As regras de planejamento que muitas vezes não levam em conta a cultura e confia apenas em produtos imobiliários oferecidos para as classes superiores ou grupos dominantes, combinados com marcos regulatórios rígidos e pesados para o desenvolvimento territorial e de habitação muitas vezes, que não atendem às necessidades dos pobres e marginalizados, porque eles não oferecem a possibilidade de regularizar a sua situação no alojamento."
(ROLNIK, 2013, p.20).
O Brasil hoje está no rol dos países emergentes, e por conta disto, figura entre uns dos mais fortes economicamente no cenário mundial. Assim, o país almeja mostrar ao mundo seu modo de organização e realização de megaeventos, tendo como enfoque os benefícios gerados por conta destes e o entretenimento proporcionado. Porém, passadas as conquistas do país para trazer a Copa do Mundo e as Olímpiadas, o que se vê é a deslocação de povos em alguns Estados sem que estes tenham vontade de escolha.
A Copa Do Mundo será realizada em doze capitais do país sendo elas: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Fortaleza, Salvador, Cuiabá, Natal, Manaus e Brasília.
Em São Paulo, era previsto desde de 2009 a construção do Parque Várzeas do Tiête que "beneficiará" os seguintes municípios: São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis. A obra localiza-se na Zona Leste da cidade e será feita em três fases, tendo o seu término em 2020. Ela teve início em 2010 e potencializou-se com a construção do estádio em Itaquera, que será um dos locais para a Copa do Mundo e por onde passará o Parque, e aumentando os interesses econômicos nestas áreas, que são os principais mobilizadores para à tomada de determinados locais ocupados, tendo em vista a alta especulação imobiliária. Porém, salienta-se que, com uma construção dessas, 4 (quatro) mil famílias já foram deslocadas e 6 (seis) mil famílias ainda serão deslocadas, em alguns casos, como é a dos moradores da Chácara Três Meninas, em área contígua ao Parque, de forma truculenta e sem aviso prévio.
Em Belo Horizonte, vários grupos socialmente desfavorecidos têm reportado situações de opressão ou medo por parte da Prefeitura, frente à percepção de que a cidade passa por várias intervenções de higienização, ou seja, uma "limpeza" na cidade para que esta esteja mais bonita visivelmente e possa atrair um maior número de turistas.
No Rio de Janeiro, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que serão realizadas nos anos de 2014 e 2016, respectivamente, já foram feitos vários deslocamentos, e outros estão em procedência, tendo como exemplo as tribos indígenas no bairro do Botafogo, que terão seu Museu destruído sendo este datado de 1910, doado pelo então Presidente, Marechal Rondon. Em seu local não será construído nenhum prédio, pois servirá somente para a circulação rápida de pessoas e veículos e para auxiliar o enorme fluxo que a Copa trará para o entorno do estádio. Houve manifestação a qual ocorreu em frente ao Museu, entretanto, com repressão, homens do Choque empurraram os índios para fora da propriedade. Eles também usaram spray de gás pimenta e bombas de efeito moral. Os índios que ali residiam devem passar cerca de um ano em um alojamento provisório na antiga Colônia Curupaiti, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade e depois se deslocarão para a Estrada Comandante Luis Souto, no bairro do Tanque, onde será construído um novo projeto denominado Centro de Referência da Cultura Indígena, que substituirá o Museu. Entretanto, os 22 indígenas que no museu residiam negam o projeto, sob a justificativa que este Centro de Cultura perderia as raízes históricas que o Museu do Índio carrega, mas a proposta não foi revogada e, sem direito de escolha, os indígenas foram realocados para o alojamento provisório.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1250985-defensoria-denuncia-suposto-abuso-policial-em-acao-na-aldeia-maracana.shtml. Acessado em: 05/05/2013 às 13:17h.


Outros casos como os abordados até agora, prosseguem em andamento por todo o país. Assim, a dimensão do problema vai além da realização desses Megaeventos, chegando à esfera jurídica, onde estas apropriações indevidas fere ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS que retrata no Art.4ºda Lei n° 11.124/2005, onde é obrigação de nossos governantes legitimar a "função social da propriedade urbana visando a garantir atuação direcionada a coibir a especulação imobiliária e permitir o acesso à terra urbana e ao pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade". Deste modo, o deslocamento indevido destinado ao favorecimento econômico, principalmente imobiliário, torna-se ilegal conforme a lei.
Os gastos públicos com a Copa já ultrapassaram 28 bilhões de reais. Além deste dinheiro, foi aprovada a isenção de impostos para as construtoras dos estádios e dos campos de treinos nas outras cidades que atuarão como apoio à Copa, sob a justificativa de que isenções fiscais não podem ser consideradas gastos, porque alavancam a geração de empregos e o desenvolvimento sócio-econômico, sendo elas destinadas a diversos setores e projetos. Entretanto, os gastos estavam muito acima do previsto quando foi elaborado o projeto, em torno de 8 bilhões de reais a mais. Agora, cabe a dúvida: Qual é o verdadeiro destino deste dinheiro? Por quais motivos houve um aumento tão grande nos gastos públicos?
Diversas manifestações acontecem contra a Copa do Mundo e as Olimpíadas, principalmente no período em que a gama de protestos tem tomado efervescência no país. Esse reivindicadores, querem o fim destes Megaeventos. No presente trabalho, só fora abordado um dos problemas (habitacional), porém, há outros, como a privatização de aeroportos, transporte público, dentre outros, nos quais dão suporte para tais manifestações. Agora, cabe a todos fazerem as seguintes perguntas: Será que vale realmente à pena a realização da Copa e das Olimpíadas no Brasil? E estas famílias que foram prejudicadas, quem olhará para elas? Quais dívidas ficarão depois da realização destes Megaeventos?
Fonte: http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-das-confederacoes/grupo-faz-protesto-na-av-paulista-contra-copa-do-mundo,4f44e2762544f310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html Acessado em:01/07/2013 às16h.












REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOSSIÊ DA ARTICULAÇÃO NACIONAL DOS CÔMITES POPULARES DA COPA. Megaeventos e violações de direitos humanos no Brasil. Disponível em: http://www.apublica.org/wp-content/uploads/2012/01/DossieViolacoesCopa.pdf. Acessado em: 20 de mai. 2013.

DOSSIÊ DO COMITÊ POPULAR DA COPA E OLIMPÍADAS DO RIO DE JANEIRO. Megaeventos e violações de direitos humanos no Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.apublica.org/wp-content/uploads/2012/09/dossic3aa-megaeventos-e-violac3a7c3b5es-dos-direitos-humanos-no-rio-de-janeiro.pdf. Acessado em: 20 mai. 2013.

ROLNIK, R. Promoción y protección de todos los derechos humanos,civiles, políticos, económicos, sociales y culturales, incluido el derecho al desarrollo, Genébra, vol.1, n.1, mar. 2013. Disponível em: Acessado em: 02 jun. 2013.

Notas da revisora:
Cuidado com a crase. Crase é a contração de preposição + artigo. Todas as crases sinalizadas devem ser verificadas.
A partir daqui, falarei seguindo a ordem das marcações:
Coloque dois pontos depois de "sendo elas".
A frase está de difícil entendimento.
Sugiro que troque a frase marcada por "salienta-se que, com uma construção dessas,...".
O "que" em questão traz à tona a subordinação explicativa, ou seja, coloque uma vírgula antes dele. Ex.: "a Copa do Mundo e as Olimpíadas, que serão realizadas nos anos de 2014 e 2016, respectivamente,...".
Note que as duas palavras grifadas terminam com "mento", isso prejudica a sonoridade. Tente trocar uma delas por um sinônimo.
Sugiro tirar a vírgula após do "pois".
O pronome relativo "no qual" não está concordando com "manifestação". Troque por "a qual" ou "que".
Tire as vírgulas antes e depois de "negam o projeto". A primeira oração é subordinada adjetiva restritiva e, por isso, não leva vírgula.
Coloque uma vírgula após o "e", pois a oração a seguir tem função sintática de aposto.
Note que "então", "estão" e "dimensão" terminam com o mesmo radical e isso prejudica a sonoridade. Troque dois deles por sinônimos.
"Destes" resgata o termo anterior. Nesse caso, não há termo anterior para ser resgatado, por isso, usa-se "desses".
Não entendi a frase marcada.
Repetição do "Assim", sugiro trocar por "dessa forma" para preservar o valor semântico.
Excesso de "e".
Nesse caso, não se começa com letra maiúscula frase após os dois pontos.
"Têm" é usado quando o sujeito é composto. Nesse caso, o sujeito é "a gama" e, portanto, usa-se o "tem" sem o acento circunflexo.
Não se separa sujeito do verbo. O sujeito, nessa frase, é "Esses reivindicadores", logo sugiro que tire a vírgula antes do verbo.
Sugiro que tire o "habitacional" dos parênteses e coloque-o no plural.
Tire a vírgula após "há outros".





















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