Democratização do Acesso à Cultura

September 22, 2017 | Autor: Sérgio Laviann | Categoria: Gestão Cultural
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SENAC



















Democratização do Acesso à Cultura.



















Sérgio Bretas Lage Viana

Belo Horizonte

2013



Sérgio Bretas Lage Viana



















Democratização do Acesso à Cultura.























Belo Horizonte

2013

A princípio me defrontei com muitas dificuldades, visto que procurar
estratégias de democratização em projetos exige conhecimento acerca desses
projetos, o que pode ser muito fácil para quem vive em grandes centros como
Belo Horizonte, mas não o é para quem vive em uma cidade com poucas opções
culturais, como Conselheiro Lafaiete.

Pensei então em fazer uma busca na internet e me deparei com muitas ações
de democratização que fazem parte de programas de empresas tais como o
Instituto Votorantim. Como resolver esse impasse? A maioria dos projetos
não se dá a conhecer pela internet e, os que o fazem não parecem ter uma
clara proposta de democratização. Minha estratégia estava errada, pensei
então em buscar quem premiasse projetos pela democratização do acesso à
cultura e então encontrei o premio "Meu evento tem acesso" [1] do Instituto
Votorantim. É desta fonte que tirarei as estratégias que passo a elencar
agora.

O Circuito Cultural da Borborema Potiguar é um evento que tem como objetivo
o intercâmbio cultural entre os jovens da região da Borborema Potiguar, no
Rio Grande do Norte, por meio de apresentações folclóricas, palestras
educativas, gincana e evento literário. O Circuito Cultural da Borborema
Potiguar é uma iniciativa que busca enfatizar o protagonismo juvenil no
semiárido nordestino, nas áreas social, cultural, ambiental e de cidadania.
No projeto busca-se favorecer expressões culturais mais populares.

Também selecionei Festival de Danças Poéticas Negras. O festival tem por
objetivo levará para Goiânia produções da dança brasileira que dialogam com
a experiência negra da diáspora africana no Brasil, com a contemporaneidade
de suas tradições e com sua força de expressão cênica. O festival busca
promover ações voltadas para a democratização das produções da dança negra
brasileira, para a qualificação de jovens artistas e para a formação de
público, além de promover o seminário Corpo Negro: entre saberes poderes e
ancestralidades.

E, for fim, O I Festival Nacional de Arte Inclusiva que foi realizado em
Belo Horizonte e, por meio de apresentações de teatro e de dança e de
oficinas promovidas por profissionais e grupos artísticos de todo o Brasil,
aborda a arte como forma de inclusão das pessoas com deficiência. O
objetivo do evento é promover o intercâmbio cultural entre profissionais e
grupos artísticos que atuam em favor da arte inclusiva no Brasil e a
acessibilidade para o público de Belo Horizonte e região metropolitana.

Com base nas pesquisas feitas e no texto lido passei à tarefa de
desenvolver estratégias para o meu projeto. Como mencionei nos trabalhos
passados, meu projeto se trata de um centro cultural em uma cidade carente
de equipamentos culturais e de ações e produções artístico-culturais de
qualidade. Não se trata de mensurar qualidade por meio de aspectos de gosto
e sim por apuro técnico. Na acepção do projeto já se encontra o viés da
democratização do acesso à cultura, pois serão dadas oportunidades de
fruição e criação artísticas a toda a comunidade, a preços populares.

"É necessário pensar cultura 'como um campo
específico de criação: criação da imaginação, da
sensibilidade e da inteligência que se exprime em
obras de arte e obras de pensamento, quando buscam
ultrapassar criticamente o estabelecido. Esse campo
cultural não pode ser definido pelo prisma do
mercado..." (Chauí, 1989).

Além disso, o projeto já traz em seu bojo aquelas tradicionais formas de
democratização prefiguradas nas bolsas de estudos para pessoas de baixa
renda. Porém acredito que uma boa estratégia seria trabalhar esses alunos
de baixa renda para se tronarem multiplicadores de conhecimento em suas
comunidades. Como se trata de um centro uma associação culturais o próprio
espaço fornecerá a estes alunos todo o arcabouço para aprenderem a gerir
seus próprios projetos polarizando a ação do centro cultural nas
associações de bairros.

"Incorporar esse tipo de experiência na formação dos
indivíduos é, provavelmente, o passo mais efetivo
para disseminar essas linguagens e seus códigos, de
maneira que provoque uma real alteração na relação
das pessoas com a cultura e a arte."

Outra estratégia será as interferências urbanas com apresentações gratuitas
de produções dos alunos e professores do centro cultural. Tais
apresentações levarão às ruas do entorno do centro cultural um novo "folego
de vida", tratamos dessa forma, pois essa região, no passado, foi de grande
efervescência cultural e, há muitos anos tem sido delegada ao esquecimento
pela população que até mesmo evita passar por ali durante a noite. É um dos
objetivos do projeto iniciar uma ocupação sadia desse entorno devolvendo a
ele a agitação cultural que marcou sua história. A posteriori far-se-á o
mesmo em diversos pontos da cidade e bairro da periferia.

"Desta forma, faz-se necessária uma revisão que
considere o equilíbrio entre a oferta de bens
culturais e a demanda da população, atenta ainda para
a chegada de novas tecnologias e que invista em forma
de mediação cultural."

A biblioteca, especializada em arte e cultura, e aberta ao público de toda
a cidade é mais uma estratégia de democratização. Pois as bibliotecas do
município são carentes de título mais específicos dessas áreas.

Os artistas que se apresentarão em nosso espaço deverão se comprometer a
trazer também cursos de curta duração, palestras e workshops para que
nossos multiplicadores de conhecimentos se tornem cada vez mais aptos a
fazê-lo. E no futuro se tornem também professores, artistas, produtores e
gestores culturais.

Muito mais do que um espaço para formação o centro cultural deverá ser um
espaço de encontro e manifestação das linguagens artísticas e culturais dos
grupos que já trabalhão, precariamente na cidade. Será também um espaço
para capacitação de seus agentes culturais, mas principalmente um espaço
para suas apresentações.

"Assim, fala-se em uma democracia cultural que
favoreça expressões culturais mais populares 'tem por
princípio favorecer a expressão de subculturas
particulares e fornecer aos excluídos da cultura
tradicional os meios de desenvolvimento para eles
mesmos se cultivarem, segundo suas próprias
necessidades e exigências'". (Botelho, 2001).













































Referencial Bibliográfico:


SENAC. Tipos de espaços culturais. In: http://senac.eduead.
com.br/ead2012/file.php/
187/moddata/scorm/912/html/m0u0.html Acesso em: 20-04-2013.

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[1] http://www.institutovotorantim.org.br/pt-
br/fiqueDentro/noticias/Paginas/120702
conhecaFinalistasConcursoMeuEventoAcesso.aspx


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Trabalho de pesquisa apresentado à Profa. Daniela Giovana Siqueira para
obtenção de créditos no Curso de Pós-Graduação em Gestão Cultural do SENAC.
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