Der Widerspruch_A contradição em Hegel

July 25, 2017 | Autor: Henrique Assai | Categoria: Ontologia, Dialética
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HEGEL, G. W. Friedrich. Die Wesenheit oder die Reflexionsbestimmungen. In:_____. Wissenschaft der Logik II: Die Subjektive Logik. 1. Ed. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1986. 576 p.
HEGEL, G.W. Friedrich. Ciência da Lógica. Tradução de Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011. p. 131.
IBER, Christian. A Contradição: estruturação do texto. 2014 a
HEGEL, 2011, p. 156.
Id. Ibid.
IBER, 2014, O Desenvolvimento da Essência como Reflexão e a Lógica das Determinações de Reflexão (parte I e II). 2014. 31f. Manual (Doutorado em Filosofia) – PUCRS, Rio Grande do Sul, 2014 b. p.20.
BORDIGNON, Michela. Ai limiti della verità. Verità e contraddizione nella logica di Hegel. ETS: Pisa, 2014.
HEGEL, 1986, p. 65.
IBER, Christian. O Desenvolvimento da Essência como Reflexão e a Lógica das Determinações de Reflexão (parte I e II). 2014. 31f. Manual (Doutorado em Filosofia) – PUCRS, Rio Grande do Sul, 2014 b.
IBER, 2014 b.
HEGEL, 2011, p. 157.
O conceito de exclusão também ganha força nas variantes interpretativas do pensamento hegeliano como, por exemplo, no sentido da tradição da dialética "negativa" tal como a formulou Peter Ruben – que toma em consideração no qual o problema da contradição é, acima de tudo, epistêmico e que se apresenta enquanto fenômeno fundamental do conhecimento humano – onde o mesmo estabelece uma conceituação diferencial entre conflito e contradição. Nesse sentido, a exclusão do conflito é uma ação de ordenação; a exclusão da contradição é o pensamento lógico. Cf.: RUBEN, Peter. Widerstreit und Widerspruch. In:_____. Der dialektische Widerspruch. Berlin, 2006, 152 p.
HEGEL, 1986, p.65.
IBER, 2014 a.
BORDIGNON, 2014, p. 162.

O tema da 'A Contradição' (Der Widerspruch) situa-se no segundo capítulo da Ciência da Lógica que, por sua vez, tem por aspecto central As essencialidades ou as determinações de reflexão. Para tratar da essência e das determinações de reflexão, Hegel apresenta três elementos fundamentais, a saber: essência enquanto pura identidade; determinação enquanto diferença e, por fim, como contradição. Minha breve apresentação discorre precisamente deste último ponto.
Um termo importante que está no tópico A Contradição , mas que não se encerra nele, aliás, inicia-se já na apresentação que Hegel antecede ao falar da identidade – que pode ser tanto a identidade mesma quanto a identidade abstrata – é justamente o conceito de momento. O momento parece ser não só o telos de determinação última que se dá no conceito do Absoluto (Das Absolute), mas, sobretudo, a mediação necessária da relação existente entre a reflexão e a essência que, por sua vez, pode ser tanto determinada quanto pura essencialidade. Nesse sentido, Hegel afirma que "a essência como retorno infinito em si não é simplicidade imediata, mas negativa; é um movimento por meio de momentos distintos, mediação absoluta consigo; porém, ela aparece nesses seus momentos; eles são, por conseguinte, eles mesmos determinações refletidas em si" . E ele continua:

§1 A diferença em geral contém seus dois lados como momentos; na diversidade eles se separam indiferentes; na oposição como tal eles são lados da diferença, um determinado pelo outro, e assim são apenas momentos; mas são da mesma maneira determinados neles mesmos, indiferentes um diante do outro e se excluindo reciprocamente: as determinações de reflexão autônomas


No primeiro parágrafo Hegel precisamente recapitula a lógica das determinações de reflexão da diferença até a oposição. Também Hegel utiliza o termo 'momento' ao falar da contradição; porém, a contradição vincula-se com a diferença que se encontra envolta, em um sentido lógico, em dois aspectos ou 'momentos': o momento da determinidade e o momento da autorreflexividade onde ambos parecem não serem graus estanques da contradição, mas concorrem mutuamente no interior do processo reflexivo. Esses momentos (Momente) fazem parte da contradição quer seja em sua forma pura – "a diferença em geral já é a contradição em si" – quer seja a contradição dissolvida enquanto reflexão que se autoexclui. A determinidade é, por assim dizer, concomitante a autorreflexividade, pois, conforme o segundo parágrafo onde Hegel estabelece a transição da oposição do segundo grau para a contradição,
cada momento tem a autonomia indiferente para si pelo fato de que tem nele mesmo a relação com seu outro momento; assim ele é toda a oposição em si mesma fechada. – como esse todo, cada um é mediado consigo por meio de seu outro e contém o mesmo. Mas, além disso, é mediado consigo por meio do não ser de seu outro; assim é unidade para si existente e exclui o outro de si

A mediação parece não ocorrer apenas na relação do momento entre o positivo e o negativo, mas também e precisamente na essencialidade de cada momento, pois se o momento tem sua própria determinidade autônoma e se relaciona consigo mesmo enquanto determinação autônoma de reflexão, logo o momento também acarreta para si o movimento de autoexclusão, isto é, exclui de si mesmo sua autonomia. Assim,

a determinação autônoma de reflexão [...] é autônoma, exclui a outra, assim, em sua autonomia, ela exclui de si sua própria autonomia, pois essa consiste em conter em si sua outra determinação e, desse modo, não ser unicamente relação com um exterior, – mas da mesma maneira imediatamente no fato de ser ela mesma e excluir de si sua determinação negativa. Assim ela é a contradição

A particularidade da autoexclusão – a determinação de reflexão autônoma exclui de si sua própria autonomia – portanto, "reside nisso, a saber, que ele é já, nele mesmo, o seu outro, precisamente a relação idêntica a si que ele [o negativo] exclui de si" . Esse "seu outro" estabelece-se enquanto oposto na dialética da contradição, porém "cada oposto enquanto em oposto em si, inclui em si mesmo o outro, mas enquanto oposto, o exclui de si; portanto, o oposto é tanto a unidade com a determinação oposta quanto a negação desta unidade" .
É no terceiro parágrafo – tal qual na tríade do movimento dialético – que Hegel apresenta o conceito de contradição, mas a contradição também tem seu próprio movimento, ou na linguagem hegeliana, tem sua determinação autônoma. E essa determinidade da contradição aparece tematicamente – ou em momentos diferentes – no quarto parágrafo em diante, a saber: a contradição é em si (an sich), a contradição é posta (Gesetzsein), a contradição é absoluta (absolute Widerspruch) e, por fim, a contradição é dissolvida (löst sich auf) . A contradição hegeliana é caracterizada pela "pela autoexclusão da autonomia lógica de reflexão. A determinação de reflexão autônoma é a própria contradição, na medida em que ela, na mesma consideração na qual ela contém o seu outro e por isso é autônoma, também exclui este e, assim, 'ela exclui de si sua própria autonomia'" .
No quarto parágrafo, cujo tema é a diferença como contradição em si; o positivo e o negativo como a contradição posta (explicíta) – Hegel define a contradição em si por ser "a diferença em geral [...]; pois ela é a unidade desses que apenas são na medida em que não são únicos – e a separação de tais que apenas são como separados na mesma relação" . Só que a diferença em geral estabelece-se também enquanto momento de "exclusão", pois tanto o negativo quanto o positivo – por serem momentos da reflexão autônoma – excluem cada um por si mesmo e pelo outro a fim de que possa ser distinguida sua própria determinidade ou essencialidade, pois "o excluir (das Ausschlie en) é um único distinguir e cada um dos distinguidos como o que exclui é ele mesmo o excluir inteiro, assim cada um se exclui nele mesmo" . A distinção parece ser a mediação necessária de cada um superar a si próprio enquanto momento de determinidade. E se tomarmos por referência o positivo ou o negativo, cada um em sua própria determinidade, nos deparamos que o negativo, por exemplo, é "o ser posto como refletido na igualdade consigo" e, para Hegel, esse ser posto (Gesetztsein) na medida em que é ser posto ele é excluído e superado (das Gesetztsein aufgehoben und ausgeschlossen).
Nos parágrafos quinto e sexto Hegel apresenta a contradição tanto do positivo quanto do negativo. Assim, a contradição não contém em si apenas o puramente positivo, mas contém também o negativo. Esses momentos que são "ao mesmo tempo" distintos e correlatos estabelecem-se enquanto o ser posto da autonomia. A dissolução, portanto, da contradição é exatamente esse movimento de um lado sucumbir ao outro, o que promove a própria contradição. Não obstante, por outro lado, a relação de determinidade que o positivo se ocupa na reflexão excludente faz com que a contradição também obtenha maior determinação. O negativo, por outro lado desse momento da contradição, é definida como oposição que se autorreconhece enquanto oposição, pois tem em si a determinidade que a distingue da positividade. Essa diferença entre os dois tipos de contradição – positivo e negativo – ocorre pelo fato de que "o positivo é esta contradição só em si e o negativo é a contradição posta" .


Referências

HEGEL, G. W. Friedrich. Die Wesenheit oder die Reflexionsbestimmungen. In:_____. Wissenschaft der Logik II: Die Subjektive Logik. 1. Ed. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1986. 576 p.

HEGEL, G.W. Friedrich. Ciência da Lógica. Tradução de Marco Aurélio Werle. São Paulo: Barcarolla, 2011. 285 p.

IBER, Christian. A Contradição: estruturação do texto. 2014 a.

_______. 2014. O Desenvolvimento da Essência como Reflexão e a Lógica das Determinações de Reflexão (parte I e II). 2014. 31f. Manual (Doutorado em Filosofia) – PUCRS, Rio Grande do Sul, 2014b.

BORDIGNON, Michela. Ai limiti della verità. Verità e contraddizione nella logica di Hegel. ETS: Pisa, 2014.

RUBEN, Peter. Widerstreit und Widerspruch. In:_____. Der dialektische Widerspruch. Berlin, 2006, 152 p



Seminário: INTRODUÇÃO À LÓGICA DA ESSÊNCIA DE HEGEL: C. A Contradição
PUCRS/PPG FILOSOFIA
Henrique Assai, POA 2014/1, 16/06/2014


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