DESCRICAO DE GENEROS, DIDATICA DE LINGUAS E FORMACAO DE PROFESSORES

June 3, 2017 | Autor: M. Magalhães | Categoria: Gender Discourse, Teacher Development, Sociodiscoursive Interacionism
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DESCRICAO DE GENEROS, DIDATICA DE LINGUAS E FORMACAO DE PROFESSORES

Anna Rachel MACHADO (pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo)Coordenadora Maria Cecilia Camargo MAGALHAES (pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo) - Coordenadora Emanuel Messias Cardoso da SILVA (USM - sao Paulo) Fernanda Moreno CARDOSO (pontificia Universidade Catolica de Sao Paulo) Glaucimara Baraldi LUCA (Pontificia Universidade Catolica de saoPaulo) Lusinete Vasconcelos de SOUZA (Universidade Federal de Goias) Margot de Toledo Hares FONGARO (Pontificia Universidade Catolica de sao Paulo) Vera Lucia Lopes CRISTOVAO (Universidade Estadual de Londrina)

ABSTRACT: Following the socio-interactionisme, this group discussed results of researches related to literacy, to classroom material of the teaching of English, and to description of genders: the ones that are used in the teaching of History, the ones of juridical area, the "Sciences classes" and the reports of teachers.

KEY WORDS: gender, teacher development, learning-teaching, social-discursive interactionisme.

Esse gropo de trabalho e constituido por pesquisadores (professores e alunos doutorandos e mestrandos) envolvidos em projetos de pesquisa no campo do ensinoaprendizagem e no da formacao continua de professores, sob a perspectiva do interacionismo s6cio-discursivo. Em todos eles, a nocio de genero, assim como a descricao dos diferentes generos em uso na sociedade, aparecem como questoes centrais. A proposta de caracterizacao dos generos segue 0 modelo proposto por Bronckart (1996), que propoe urn estudo da linguagem em suas dimensOes discursivas e textuais, visando MO sO elaborar urn modelo geral das condi~ de producao do texto e de sua organizacao interna, mas principalmente compreender a acao humana, e dentro disso, a acao de linguagem e as interactOessubjacentes a essas actOes,numa perspectiva de psicologia da linguagem, em que associa 0 estudo do desenvolvimento na perspectiva vygotskyana a teoria bakhtiniana de generos, propondo-se urn interacionismo de natureza s6cio-discursiva. Ao propor esse interacionismo s6cio-

discursivo, 0 autor considera necessario focalizar a rela~o existente entre atividade social e linguagem. E a linguagem que Wi a atividade humana seu caICitersocia e ela que seria 0 instrumento de a~o sobre 0 meio no qual essa atividade social se realiza. Oai seu carater essencialmente comunicativo. Como parte da atividade social, Bronckart destaca 0 conceito de "~o de linguagem", definida como "a unidade psico16gicaque se materializa na unidade lingtiistica constituida pelo texto empirico e que atraves dele se expressa" (Machado, 1996). Para Bronckart (1996), assim, a a~o de linguagem se materializa em urn texto empirico, que e definido como "toda a unidade de produ~o verbal situada, acabada e auto-suficiente do ponto de vista da a~o ou comunica~o". 0 texto deve ser compreendido dentro de urn conjunto maior de textos ou generos, que, de acordo com Bakhtin (1992) seriam ''tipos relativamente estaveis de enunciados, produzidos nas diferentes esferas da utiliza~o da lingua". Por outro lado, os textos sao constituidos por varios tipos de discurso, caracterizados por diferentes unidades lingiiisticas e organizados em forma de seqiiencias ou seqiiencia1idades. A escolha de urn determinado genero se processa na confronta~o que 0 agente efetua entre os valores atribuidos aos parfunetros de sua situa~o de comuni~o (contexto de produ~o) e os valores de uso atribuidos aos generos disponiveis no intertexto. 0 contexte de produ~, visto como representa¢es do agente produtor, deve ser analisado a partir de dois conjuntos de fatores agrupados, 0 do mundo fisico e 0 do mundo s6cio-subjetivo. No plano do mundo fisico, quatro sao os parametros essenciais a serem analisados: 0 lugar fisico e 0 momento de produ~o, 0 emissor, considerado como a pessoa fisica que produz 0 texto, e 0 receptor, considerado como a pessoa ou conjunto de pessoas a quem se destina 0 texto. No plano s6ciosubjetivo, tambem se destacam quatro parfunetros: 0 lugar social, ou 0 quadro das institui¢es e da forma~o social em que se Wi a produ~o do texto; 0 papel social desempenhado pelo agente, 0 papel social atribuido ao receptor pelo agente; e 0 objetivo ou efeitos que 0 texto pode causar sobre 0 destinatario. Para uma arullise mais refinada dos textos e para a caracteriza~o dos diferentes generos, diferentes niveis dos mesmos sao analisados. Em primeiro lugar, a infraestrutura textual, constituida pelo plano geral do texto, pelos tipos de discurso e suas rela¢es, e pelos tipos de seqiiencia. Em segundo lugar, os mecanismos de textualiza~o (conexao, coesao nominal e coesao verbal). Finalmente, os mecanismos enunciativos, compreendendo-se ai a aruilise das vozes presentes no texto e a das modaliza¢es Assim, com essa perspectiva, os participantes do grupo de trabalho discutiram os resultados de suas pesquisas em rela~o a alfabe~o, a elabora~o de material diWitico para 0 ensino de lingua estrangeira, a descri~o de generos utilizados no ensino de Hist6ria, a descri~o de generos da area juridica, a descri~o do genero "aula de Ciencias" e a descri~o de relat6rios de professores.

lniciando as discussOes, Souza apresentou 0 trabalho "Alfabetiza~o e produ~ao textual", tendo por objetivo mostrar a arnilise de textos produzidos por uma crian~ alfabetizada atraves de diversos generos do discurso (carta, historias, receitas de cozinha, textos de opiniao, bem como textos informativos de Estudos Sociais e de Ciencias). Durante a exposi~o, a autora buscou focalizar 0 desenvolvimento do aluno em rela~o it p~o de textos de opiniao, de forma longitudinal. 0 estudo faz parte da investiga~o "A argumenta~o de crian~ na fase de alfabetiza~o", voltada para a sua tese de doutorado, na qual a autora busca analisar sua propria pnitica de alfabetizadora, com a arnilise de textos argumentativos elaborados por crian~ no iDicio da esco1ariza~o (Pre- Escola e 18 serie). 0 resultado de suas arnilises ja lhe permite evidenciar que 0 desenvolvimento da crian~ se faz de forma nipida e eficiente, quando esta e exposta a diferentes generos e quando urn trabalho sistematico se realiza em tomo da produ~o textual. Alem disso, a mesma arnilise the permite defender a tese de que 0 ensino da argumen~o pode e deve ser feito precocemente, sem que se espere 0 dominio de outros tipos de textos. A seguir, Cristovao apresentou 0 trabalho "Genero Textual e Elabora~o de Material Didatico", no qual discutiu sua experiencia de elabora~o de material didatico para 0 ensino de lingua estrangeira - no caso, a lingua ingiesa -, baseando-se na n~ de genero textual como instrumento. Essa experiencia esta sendo objeto de implanta~o e de pesquisa no Projeto de Co~ de Fluxo no Estado do Parana. A autora, seguindo Dolz & Schneuwly (1996), considera que urn curriculo e sua progreS530 devem buscar os seguintes objetivos: fomecer objetos de ensino e objetivos; considerar a heterogeneidade; fomecer orienta~s para professores e alunos, tornando-os capazes de lidar com os obstaculos por vir; identificar a li~o 'inter e intra' ciclos e, enfim, fomecer instrumentos e estrategias de a~o na ZPD. Para concretizar esses principios na elabora~o de material didatico, a autora tem desenvolvido a arnilise de varios generos, para os quais constr6i modelos didaticos de generos, a partir dos quais 530 construidas as sequencias didaticas adequadas ao Diveldos alunos. Segundo a autora, 0 trabalho com generos textuais se apresenta como uma alternativa possivel, visando, principalmente, desenvolver a capacidade do aluno de reconhecer e compreender diferentes tipos de textos e atuar nas diferentes atividades sociais a eles relacionadas. A seguir, Luca, por sua vez, apresentou a analise desenvolvida sobre 0 texto "Cultura e Opulencia do Brasil - por suas drogas e minas", de Andre Joao Antonil, escrita no iDicio do secuIo XVIII (momento da produ~o) e publicada no ano de 1711 em Lisboa. A obra de Antonil, muito utilizada no ensino de Historia, e uma observa~o bastante detalhada, com fortes caracteristicas instrucionais, sabre a vida brasileira na epoea colonial, destacando as riquezas mais importantes do Brasil colonia na epoea: a¢car, tabaco, OUTO e gado, a partir do olhar de urn jesuita daquela epoca. Analisando 0 contexto de produ~o, a autora destacou 0 papel social de Antonil como membro da Companhia de Jesus, ordem de extrema importancia na epoca, que se configura como 0 lugar s6cio-institucional onde 0 texto foi produzido. A respeito do

destinatario, a autora retomou Affonso Taunay (1982), que cia a entender que a obra poderia se destinar a to
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