DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS REGIÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS DEVELOPMENT OF PRODUCTION OF SUGAR CANE IN BRAZILIAN REGIONS GEOGRAPHICAL

August 7, 2017 | Autor: W. Martins Ribeiro | Categoria: Brazil, Sugarcane
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DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR NAS REGIÕES GEOGRÁFICAS BRASILEIRAS DEVELOPMENT OF PRODUCTION OF SUGAR CANE IN BRAZILIAN REGIONS GEOGRAPHICAL RHALTEMAN NATHAN FERNANDES DOS SANTOS; WELINGTON MARTINS RIBEIRO; WILLIAM SANTANA, YURI MENESES LINHARES, GISELE GONÇALVES DE ALMEIDA (UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB). Email: welingtonmribeiro053@hotmailcom Grupo de Pesquisa 13: TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA Resumo Esta pesquisa teve como objetivo a análise comparativa do desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar no período de 1991 a 2012 nas regiões Centro Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste brasileiras. Os dados coletados são disponibilizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e estão relacionados à área cultivada. A partir dos dados verificou se que em pouco tempo a expansão de canaviais, concentrada nas regiões Centro Oeste e Sudeste, foram intensas em comparação as demais regiões. Utilizando as séries históricas para descrição do comportamento da produção foi verificado que o desenvolvimento dessa cultura passa a assumir nova dinâmica com tempo. Palavras-chave: cana de açúcar, séries históricas, Brasil. Abstract This research aimed at the comparative analysis of the development of the sugarcane's crop in the period 1991-2012 in the regions Midwest, Northeast, Northern, Southern and Southeastern of Brazil. The collected data are made available by IBGE (Brazilian Institute of Geography and Statistics) and are related to the cultivated area. From the data found that in a short time the expansion of sugarcane plantations, concentrated in the Midwest and Southeast regions were intense compared to other regions. Using the historical series for describing the behavior of the production was verified that this development has to assume new dynamic with the time. Key words: sugarcane, historical series, Brazil. 1.INTRODUÇÃO A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil em 1532 sendo desde então uma das atividades mais importantes para a agricultura brasileira (PICOLLI, 2007). Naquele contexto esta atividade estava voltada para produção e exportação de açúcar para a Europa, sendo que até o sec. XVII essa transações internacionais eram dominadas pelo Brasil (VIEIRA, 2007). Com o tempo, o consumo mundial de açúcar aumentou e a concorrência internacional estabilizou os preços, inicialmente muito elevado. Atualmente o açúcar é uma importante commodity com preços instáveis sendo o Brasil o principal produtor e exportador (FAO, 2014). A partir de 2008, em um ambiente de crise no setor sucroalcooleiro nacional e de incentivos a fontes renováveis de energia em âmbito interno e internacional, tem se a configuração de um cenário conturbado aos produtores de cana-de-açúcar. Por um lado o mercado externo demanda mais derivados da cana com o governo nacional oferecendo incentivos à produção, porém, de outro lado à intervenção governamental tende a restringir e dar preferência ao mercado interno onde os preços estão congelados (NOVACANA, 2013). Em 2009, o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar, em análise das potenciais regiões para o desenvolvimento de sua produção em regime de sequeiro, divulgou o conjunto Goiânia - GO, 27 a 30 de julho de 2014 SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

de Estados brasileiros aptos à expansão desta cultura. Em exceção aos Estados da região Amazônica, bioma Pantanal e bacia do Alto Paraguai (áreas de preservação ambiental), foi identificado potencial produtivo nas demais Unidades da Federação. Quanto ao mercado de derivados da cana-de-açúcar, o etanol não possui grande inserção no mercado externo, sendo o consumo interno onde se tem maior demanda. Já o mercado interno e externo de açúcar está mais consolidado (TORQUATO e BINI, 2009). 2. METODOLOGIA A pesquisa realizada teve por base o método quantitativo de pesquisa e sustentou-se em da análise descritiva de séries históricas. Os dados utilizados no trabalho foram obtidos no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e referem-se à área cultivada nas regiões geográficas brasileiras nos períodos de 1991 a 2012. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Figura 1: Área plantada por região

Fonte: a partir de dados do IBGE- Produção Agrícola Municipal, 2012.

A região Sudeste vem por longo período desenvolvendo a produção da cana-deaçúcar. De acordo com Camelini (2011) a produção de cana de açúcar chega ao Sudeste no período da Segunda Guerra Mundial devido à falta de segurança do escoamento da produção por cabotagem do Nordeste para a região Centro Sul. Assim a região Sudeste passa a desenvolver o seu próprio centro produtivo transformando-se no principal polo produtor nacional. Deste modo, possibilita a consolidação de uma infraestrutura favorável e aglomeração de usinas que permitem melhor escoamento do produto e justifica a concentração produtiva nesta região. Com o incentivo a mecanização em 1993 e a obrigatoriedade de mistura de 22% de álcool anidro em toda a gasolina observa-se um crescimento exponencial na produção. A partir de 2003 observa se novamente comportamento exponencial dos dados em decorrência do incentivo a produção dos carros flex-fuel. A partir de 2008 a taxa de crescimento começa a diminuir e se estabilizar devido à crise mundial e queda nos preços do açúcar (TORQUATO e BINI, 2009). A região Centro-Oeste, historicamente forte na pecuária e soja entra no contexto produtivo da cana-de-açúcar de forma intensa a partir de 2006 devido a grande demanda interna de álcool e os incentivos do Plano Nacional de Agroenergia (PNA), que valoriza a Goiânia - GO, 27 a 30 de julho de 2014 SOBER - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

bioenergia de fonte renovável. O zoneamento da cana de 2009 analisou que o Centro Oeste possui grande potencial de expansão dos canaviais devido às características edafoclimáticas e declividade favorável a mecanização. Na região Norte devido à restrição da produção através do ZAE cana em um único estado (Tocantins) não se observa dados representativos na região. No entanto de acordo com o estudo há potencial para expansão em 1.067.243,64 ha hoje destinados à pecuária (ZAE CANA, 2009). Na região Sul devido às condições climáticas desfavoráveis a produção da cana é modesta e relativamente estável no período analisado. Na região Nordeste entre os anos de 1990 a 1993 há uma queda significativa devido às condições climáticas e falta de regulamentação governamental. De acordo com a União dos Produtores de Bioenergia (UDOP) após quatro anos de seca, a desregulamentação do setor e o fim da tutela do governo, a produção decresceu consideravelmente. Isto provocou reflexos negativos na produção da cana-de-açúcar da região, não permitindo o desenvolvimento desta cultura nos últimos anos. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Zoneamento agroecologico da cana-de-açúcar: Expandir a produção, preservar a vida, garantir o futuro. 1ª edição. Rio de Janeiro, 2009. CAMELINI, J. H. Regiões competitivas do etanol e vulnerabilidade territorial do Brasil: o caso emblemático de Quirinópolis, GO. Dissertação (Mestrado), Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Campinas. 2011. Disponível em: < http://www.cpa.unicamp.br/alcscens/articles/dissertacao_mestrado_camelini.pdf>. Acesso em: 14/01/2014. FOOD AND AGRIGRICULTURE OF THE UNITE NATIONS- FAO. Trade and marketsSugar. Disponível em: . Acesso em: 13/01/2014. INTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA- IBGE. Produção Agrícola Municipal. Disponível em: . Acesso em: 18/01/2014. NOVA CANA.COM. Carros flex já são maioria na frota brasileira. Disponível em: .Acesso em: 20/01/2014 PICOLI, M. C.A. Estimativa da produtividade agrícola da cana-de-açúcar utilizando agregados de redes neurais artificiais: estudo de caso usina Catanduva. Dissertação (Mestrado)- Instituto Nacional de Pesquisas Nacionais (INPE), São José dos Campos. 2007. Disponível em: . Acesso em: 13/01/2014. TORQUATO, S. A.; BINI, D. L. C. Crise na cana? Análises e Indicadores do Agronegócio. Vol. 4, n. 2, Fev/2009. Disponível em: . Acesso em: 20/01/2014. UNIÃO DOS PRODUTORES DE BIOENERGIA- UDOP. A cana renasce no Nordeste. Disponível em: . Acesso em: 13/01/2014. VIEIRA, M. C. A.; LIMA, J. L.; MESQUITA, N. M. Setor Sucroalcooleiro Brasileiro: Evolução e Perpectivas. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. 2007. Disponível em: . Acesso em: 18/01/2014

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