DESENVOLVIMENTO E O MITO DA SUSTENTABILIDADE
Ciriaco Silva Pimentel
Resumo: Diariamente somos bombardeados com informações que nos direcionam para comprar desesperadamente todo o que encontramos pela frente, são tantos anúncios, tantas opções que nem mesmo temos tempo para usar o produto que compramos no verão passado e já temos a necessidade de consumir mais outro mesmo que precise. A sociedade do consumo que valoriza o TER ao invés do SER, nos coloca em uma posição onde se você nâo possui algo de valor, você indivíduo não tem valor algum. Mas... E quanto ao impacto ambiental deste consumo sem controle? Quais as consequências? Será que o discurso politicamente correto do tal “consumo sustentável” é realmente aplicado na prática ou é apenas mais uma estratégia para manter a engrenagem do lucro a qualquer custo?
Palavras Chave: Desenvolvimento - consumo - sustentável. - Every day we are bombarded with information that lead us to buy desperately whole we found the front are so many ads , so many options that do not even have time to use the product we bought last summer and we have the need to consume more other even if not is in need . The consumer society that values HAVE instead of BE, puts us in a position where if you have something of value , you individual does not have any value . But ... What about the environmental impact of consumption without control? What are the consequences ? Does the politically correct discourse about " sustainable consumption " is actually applied in practice or is it just a strategy to keep the gear of profit at any cost? DEVELOPMENT AND SUSTAINABILITY OF MYTH
Ciriaco Silva Pimentel, Estudante de Biomedicina do quinto semestre da Faculdade Mauricio de Nassau- Salvador, Bahia -
[email protected]
Em 1992 aconteceu no Brasil um dos maiores eventos do mundo com foco no meio ambiente, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco92, reuniu no país chefes de estado do mundo inteiro para debater o que naquela época já era um grave problema mundial: A preservação do meio ambiente e o consumo sustentável.
Naquele ano foi assinada a Agenda 21 Global, um documento que nortearia a forma como os próximos governos usariam os recursos naturais e o meio ambiente. O Brasil criaria e assinaria a sua agenda 21 brasileira somente cinco anos depois em 1997, formalizando assim, ainda que tarde, os compromissos da sociedade brasileira com o desenvolvimento sustentável e, com isto, promoverem padrões de consumo e produção sustentáveis (AGENDA 21 BRASILEIRA, 2004). （Ambiente） A agenda 21 destaca em seu Capítulo 4 a seguinte afirmação: “As principais causas da deterioração ininterrupta do meio ambiente mundial são os padrões de consumo e produção, especialmente nos países industrializados. Motivo de séria preocupação, tais padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e dos desequilíbrios” destacando assim um dos lados mais perversos do cosumo sem controle: a miséria daqueles que antes viviam em perfeita comunhão com o meio ambiente e que agora são quase que escravos de um sistema onde apenas um lado interessa: o Lucro a qualquer custo, mesmo que o preço seja a vida daqueles que produzem.
Desenvolvimento entra em choque com sustentabilidade e vice versa, quando observamos grandes empreendimentos, destruindo gigantescas áreas de mata fechada e nascentes para dar lugar a um novo shopping, por exemplo, tudo em nome do desenvolvimento e da geração de emprego, mas, será que plantar algumas centenas de árvores em outros locais ou pagar uma indenização para supostamente diminuir o impacto ambiental é mesmo a melhor opção? Para a sociedade educada para o “TER”, um shopping é mais importante que uma reserva florestal e será realmente difícil compreender o impacto que esta escolha terá na sua vida daqui a dez anos.
O modelo formatado para o consumo e que sustenta toda a engrenagem de mídia e governos, até mesmo quando veicula campanhas para incentivar a consciência ambiental, usa um discurso que no fim das contas vai induzir novamente ao consumo.
[...] Diante disso, precisamos pensar: o argumento mais forte em favor da sustentabilidade é mesmo o econômico? Mas, ora, economizamos com que objetivo? Comprar mais. Em que medida comprar mais realmente coopera com nossos objetivos de educação ambiental? （O DISCURSO DO CONSUMO CONSCIENTE E A PRODUÇÃO，2014）
Difundido como a solução inovadora para resolver todos os problemas ambientais, o discurso do ambientalmente correto, consumo verde, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável em muitos casos não passam de estratégia para vender mais e com maior preço.
[...] O tripé no qual deveria assentar-se o “Desenvolvimento Sustentável”:
fatores econômicos; fatores sociais; fatores ambientais, desde então, só vem privilegiando os fatores econômicos. Observamos com o passar dos anos o crescimento da tecnologia industrial, do lucro, da privatização da natureza e a continuidade de uma desigual distribuição de renda, tendo esta se agravado nos últimos anos. （O DISCURSO DA SUSTENTABILIDADE E AS PRÁTICAS DE CONSUMO NA SOCIEDADE CONTEPORÂNEA，2009）
É preciso voltar os olhos para nossas próprias atitudes e comportamentos, nossas escolhas básicas do dia a dia mantém toda a engrenagem da produção a qualquer custo, o destino do lixo domestico, o uso desenfreado dos descartáveis e dos não reciclados ou recicláveis, quase nunca nos perguntamos a origem dos produtos que consumimos e muito menos quem os produziu e em que condições, sem uma autocrítica não podemos dar o passo seguinte para questionar o modelo do descarte permanente.
Bibliografia AmbienteMinistériodo MeioMinistério do Meio Ambiente．[Online][Citado em: 08 03 2016．]http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/producao-e-consumosustentavel/conceitos/consumo-sustentavel． O DISCURSO DA SUSTENTABILIDADE E AS PRÁTICAS DE CONSUMO NA SOCIEDADE CONTEPORÂNEA． Tânia Mara BernardelliAltairReis de JesusSalvador，Faculdade de Comunicação/UFBa，2009．V ENECULT - Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura ． O DISCURSO DO CONSUMO CONSCIENTE E A PRODUÇÃO． MutzAndresaSilva da Costan.02，Belo Horizonte，s.n.，2014，Vol. v.30，pp.p.117-136．
