DESENVOLVIMENTO NO MUNDO GLOBALIZADO

June 7, 2017 | Autor: Gisiela Klein | Categoria: Globalization, Cidadania, Estado, democracia, cidadania
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Programa de Mestrado Profissional em Administração Disciplina: Administração Pública, Estado e Sociedade Professora: Clerilei Aparecida Bier Aluna: Gisiela Hasse Klein Seminário 3 – 25/03/2015

PERGUNTAS 1 - Uma sociedade pautada pelos conceitos de sustentabilidade, na qual é preciso ser capaz de satisfazer nossas necessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas1, seria uma saída para o desequilíbrio em que vivemos hoje entre crescimento econômico e desenvolvimento humano? 2 – O círculo vicioso da sociedade da informação que gerou a info-exclusão pode ser revertido para um círculo virtuoso, com o uso das mesmas tecnologias para a promoção da inclusão? O problema seria resolvido apenas com educação?

DESENVOLVIMENTO NO MUNDO GLOBALIZADO O conceito de cidadania e de sociedade civil mudou radicalmente em um contexto de globalização 2. Inicialmente confrontado com a noção de Estado, o conceito de sociedade civil e de cidadania ganham, agora, novos contornos filosóficos. O cidadão não está mais ligado, necessariamente, a um governo ou a um território. Já se fala em cidadão do mundo na sociedade global e conectada. E as formas de organização desta sociedade também já estão sendo redesenhadas com os movimentos sociais e as organizações não governamentais, que extrapolam fronteiras, culturas e línguas.

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Brown, Lester Russe. Plano B 2.0: Resgatando um planeta sob stress e uma civilização em apuros. Copyright © 2006 by Earth Policy Institute 2 Vieira, L. (1999). Sociedade Civil: a terceira margem do rio. In: Cidadania e Globalização (pp. 44-68). Rio de Janeiro: Record.

Articulada pelas tecnologias da comunicação e pelos transportes mais rápidos e baratos, a sociedade civil globalizada ganhou força e nos levou para a chamada sociedade da informação. De um lado tem-se o desenvolvimento de uma consciência maior, plural, que escapa ao mando das grandes potências econômicas e das empresas transacionais. A informação parece adquirir força própria e se dissipar no ciberespaço, sem possibilidades de controle. Por outro lado, no entanto, tem-se o impacto negativo desta expansão, quando os países periféricos não acompanham a evolução das tecnologias da informação, mas fazem parte da sociedade globalizada. Nestes países, postos de trabalho obsoletos são fechados com a revolução digital, mas os trabalhadores não foram preparados para ocupar novas funções 3. Há um desequilíbrio entre crescimento econômico e geração de empregos e uma massa de excluídos digitais é criada. Sem um compromisso sério dos governos em repensar a nova economia ou propor novas formas de manutenção e gestão da sociedade como um todo, os inúmeros aspectos negativos ganham terreno e colocam a sociedade da informação em crise. Para Srour (2005), o desemprego tecnológico deve ser combatido com políticas públicas para qualificação e recolocação no mercado. Já Dowbor (1998) coloca que não se trata de problema de um ou outro governo, de reformas tributárias ou serviços sociais. Para o autor, é preciso repensar sistematicamente a reprodução social. As mudanças virão provavelmente de uma combinação de pressões, crises, revoltas, e de lenta conscientização das populações das necessidades de se preservar o nosso próprio futuro. (DOWBOR, 1998)

Liszt (1999) vai além, propondo que o cidadão do mundo, organizado em movimentos sociais, de caráter não governamental e não partidário, pode assumir um papel estratégico quando se transformam em sujeitos políticos autônomos, com bandeiras pela ética, cidadania, democracia e um novo padrão de desenvolvimento que não produza exclusão social e degradação ambiental. 3

Srour, H. R. (2005). Sistemas mundiais e capitalismo social. In: Poder, Cultura e Ética nas Organizações (pp. 61-88). Rio de Janeiro: Elsiever.

Mas que padrão seria este? Um cenário que se mostra possível atualmente é a chamada sociedade sustentável, em que a palavra de ordem é “equilíbrio”. Em uma sociedade sustentável, não há desenvolvimento econômico sem desenvolvimento humano e sem respeito aos limites dos recursos naturais. Nessa sociedade, é perfeitamente aceitável, por exemplo, a ideia de que uma empresa próspera não será, necessariamente, uma grande empresa, com metas ousadas a cada ano, com superação de vendas ou qualquer outro paradigma do capitalismo neoliberal. O sucesso de um empreendimento é medido por sua capacidade de se manter no mercado sem agredir o meio ambiente e promovendo o desenvolvimento e bem-estar de todos os envolvidos no negócio: proprietário, produtor, empregado, cliente, fornecedor e a comunidade em que este negócio está inserido 4. É quase que uma adaptação ocidental para o conceito de FIB (Felicidade Interna Bruta), criado na década de 1970. O conceito de FIB baseia-se nos valores espirituais budistas e afirma que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade surge quando o desenvolvimento espiritual e o desenvolvimento material são simultâneos, se complementando e reforçando mutuamente5. Trazendo e volta ao debate as ideias de Anthony Giddens6, é preciso uma visão de longo prazo e a abertura para um novo mundo. Giddens resgata o sentido de uma comunidade internacional e a possibilidade de governança global partilhada.

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Brown, L. R. (2006). Plano B 2.0: Resgatando um planeta sob stress e uma civilização em apuros. Trancoso, Portugal: Earth Policy Institute 5 Andrews, S. (s.d.). Felicidade Interna Bruta. Acesso em 24 de Março de 2015, disponível em Felicidade Interna Bruta: http://www.felicidadeinternabruta.org.br/ 6 GIDDENS, A. (2010). A política da mudança climática. Rio de Janeiro: Zahar

BIBLIOGRAFIA Andrews, S. (s.d.). Felicidade Interna Bruta. Acesso em 24 de Março de 2015, disponível em Felicidade Interna Bruta: http://www.felicidadeinternabruta.org.br/ Brown, L. R. (2006). Plano B 2.0: Resgatando um planeta sob stress e uma civilização em apuros. Trancoso, Portugal: Earth Policy Institute. DOWBOR, L. (1998). Governabilidade: o deslocamento do Poder. In: A Reprodução Social. Propostas para uma Gestão Descentralizada (pp. 79-95). Petrópolis: Vozes. GIDDENS, A. (2010). A política da mudança climática. Rio de Janeiro: Zahar. Srour, H. R. (2005). Sistemas mundiais e capitalismo social. In: Poder, Cultura e Ética nas Organizações (pp. 61-88). Rio de Janeiro: Elsiever. Vieira, L. (1999). A Invenção da Cidadania. In: Cidadania e Globalização (pp. 15-41). Rio de Janeiro: Record. Vieira, L. (1999). Sociedade Civil: a terceira margem do rio. In: Cidadania e Globalização (pp. 44-68). Rio de Janeiro: Record.

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