DESIGN E INOVAÇÃO: Estudo de caso

June 28, 2017 | Autor: Naiane Biazi | Categoria: Piscinas, Design de Produto, Inovação, Design Sustentavel
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Descrição do Produto

DESIGN E INOVAÇÃO: Estudo de caso

Naiane Quirino de Biazi
UNESP
[email protected]



Profª Drª Paula da Cruz Landim
UNESP
[email protected]


Resumo: Este artigo é direcionado ao estudo dos processos de inovação
de produtos industriais focando-se no desenvolvimento de um projeto que
pode ser entendido como inovador. Pretende-se explicar, segundo autores
consagrados, o que é inovação, e em seguida mostrar o estudo do caso em
questão, que é o desenvolvimento para criação do produto inovador e
sustentável, chamado Lona Diligente.

Palavras-chave: design, inovação, lonas para piscinas.


Abstract: This article is about the study of innovation processes in
industrial products focusing on the development of a project that can
be called innovative project. It is intended to explain, according to
devoted authors, what is innovation, and then, show the case study in
question, which is the development to create an innovative and
sustainable product called "Lona Diligente" (Canvas Diligent).


Keywords: design, inovation, pool's canvas


1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que inovação significa algo novo ou renovado, reinventado, que foge
dos padrões anteriores. No campo do design, e de todas as suas áreas (tais
como gráfico, produto, moda, entre outras) inovar é de grande valor, pois
além de trazer benefícios ao inovador (reconhecimento, bom salário,
pensamento criativo) traz muitos benefícios para a sociedade, pois busca
facilitar a vida das pessoas cada vez mais, e ser sustentável.
O objetivo deste trabalho foi pesquisar o que é inovação, o processo
criativo e mostrar tal processo em um produto desenvolvido para o concurso
"Prêmio Alcoa de Alumínio - 2013", o qual foi finalista e, assim,
considerado inovador. O artigo foi baseado em pesquisa bibliográfica em
livros e de forma digital, buscando autores como Aranda (2006), Porto
(2010), Barbieri (1997) entre outros, que explicam, classificam e
exemplificam o inovador. Além disso, para melhor desenvolvimento da
pesquisa, foi criado um protótipo do produto que também foi reproduzido em
tamanho real, mostrando resultado satisfatório.

2 INOVAÇÃO: DEFINIÇÕES
Inovação está além de um produto novo. Projetos inovadores podem
estar por trás de tecnologias novas, novos processos operacionais, pequenas
mudanças ou adaptações, ou seja, "novidades que gerem um ganho para quem as
pôs em prática" (PORTO, 2010, p. 4). Assim, podemos dizer que algo inovador
é quando se coloca em prática alguma coisa pela primeira vez, algo que deve
estar ao lado da sustentabilidade e desenvolvimento econômico (POTTS, 2010.
APUD WALDMAN, 2010). Pode-se dizer também, que inovar é fazer com que os
pensamentos, as ideias, fujam do direcionamento pré-estabelecido, buscando
novas conexões, diferentes das que buscavam inicialmente.

Segundo Barbieri (1997) (APUD PEREIRA, 1998, p. 61), pode-se
classificar as inovações como: a) novo processo produtivo ou alteração no
processo existente – possuem como objetivo reduzir custos, melhorar a
qualidade ou aumentar a capacidade de produção; b) modificações no produto
existente ou a substituição de um modelo por outro, que cumpra a mesma
finalidade básica, acrescidas de outras complementares; c) introdução de
novos produtos integrados verticalmente aos existentes; d) introdução de
novos produtos que exigem novas tecnologias para a empresa.

Como dito, a sustentabilidade deve andar ao lado da inovação, o que
trás benefícios tanto para o produtor e o consumidor quanto para o planeta.
Segundo WALDMAN (2010, p. 3), empresas que buscam inovação têm conseguido
superar crises econômicas com mais facilidade, conseguindo manter ou mesmo
aumentar suas ações no mercado financeiro. Essas empresas possuem
características diferenciadas, tais como a busca continua de inovações
verdes, foco na saúde em longo prazo, em detrimento dos ganhos de curto
prazo, entre outras.

Algo dito como inovador, mas que atinge o meio-ambiente de alguma
forma, seja na sua função prática ou na sua construção, não é
verdadeiramente inovador, assim, pode haver produtos novos que não são
considerados inovadores. Neste sentido, PORTO (2010) afirma que.



[...] é adicionado o conceito ambiental, onde só se caracteriza
como uma verdadeira inovação tecnológica aqueles processos que
levem em conta a introdução de técnicas e conceitos que estejam de
acordo com os preceitos do desenvolvimento sustentável, obviamente
quando existe a necessidade de tal inclusão. (PORTO, 2010, p. 4)


2.1 Problemas em lonas para piscinas

Nos últimos anos, em todo o mundo, o número de piscinas domiciliares e
de grande porte tem crescido consideradamente, isso de deve, segundo
Marques (2006, p. 1), devido a uma maior consciencialização da importância
social e dos benefícios físicos e psicológicos que esta atividade
proporciona. Ainda segundo a autora "este incremento na utilização de
piscinas deve-se ainda a fatores como o nível de poluição das águas
fluviais e costeiras e a crescente dificuldade no acesso às praias por
sobrelotação" (2006, p. 1). Com isso, tem aumentado o investimento dessa
área, investindo-se em tecnologias que buscam melhorar a qualidade e
facilidade de manuseio de produtos. Tais investimentos vão desde a produção
de produtos para tratamento e manutenção da água, como materiais da
piscina, aquecedores, protetores, lonas, entre outros. Nesta pesquisa,
desenvolveu-se um projeto de produto voltado especificamente para piscinas
de pequeno porte e domiciliares.
Segundo dados de uma marca de produtos para piscina, existem vários
tipos de água que uma piscina retém, tendo suas características diferentes
e seus tratamentos adequados, onde o consumidor deve sempre prestar atenção
para evitar dados e riscos à saúde. Os tipos são: água limpa: livre de
sujeira visível; água balanceada: não provoca irritação na pele, olhos, nem
dados ao equipamento, com pH, alcalinidade total e dureza cálcica dentro do
ideal; e água saudável: livre de microrganismos, da presença de odores
desagradáveis, acúmulo de materiais orgânicos e/ou coloração estranha (esta
se deve a presença de ferro, manganês ou cobre). Para os tratamentos, a
marca citada indica:

Limpeza física: escovação, peneiração, aspiração, limpeza de cestos,
filtração.

Balanceamento: pH, dureza cálcica e alcalinidade na faixa ideal.

Desinfecção/oxidação: estabilização de ácido, cloração, oxidação
(causa irritação e cheiro forte) com faixa ideal de cloro combinado ou
cloraminas.

Tratamentos auxiliares: incrustações por metais, algas (insuficiência
de cloro) e clarificação e auxílio a filtração (esta pode resultar em águas
turvas).

Ainda sobre o tratamento da água da piscina, e segundo um artigo de
Carracedo[1], a piscina pode trazes perigos biológicos (fungos, bactérias,
vírus e protozoários), químicos (agentes adicionados para tratamento de
águas, ou introduzidos pelos banhistas), acidentes físicos. Para minimizar
tais perigos, a autora sugere uma série de medidas, tais como: desinfecção
da água, lavagem frequente de filtros, ventilação dos compartimentos do
recinto, limpeza dos equipamentos, educação dos utilizadores, prevenir a
entrada de animais.

Para evitar certos riscos e poluição da água, usa-se uma lona ou
cobertura para proteger a piscina de sujeiras quando esta não está em uso.
As lonas atuais (figura 1) são parecida e segundo o site Capas Para
Piscina, é confeccionada com tecido poliéster, impermeabilizado com filme
de PVC vinil em ambos os lados, aditivação anti-uv, anti-oxidante e anti-
fungos. Toda capa é soldada eletronicamente com bainhas reforçadas, ganchos
e buchas em alumínio, transpassada com corda 100% polietileno, ilhoses em
latão próprio para piscinas, com tratamento químico, e possui durabilidade
média de três anos. Pode ser comprada em lojas especializadas em materiais
para construção, lojas de piscinas, entre outras. Sua montagem e
desmontagem não são fáceis, e quando desmontada é necessário armazená-la
dobrada em algum canto da piscina. Sendo então de difícil e demorada
montagem/desmontagem, além de esteticamente feio.



Figura 1. Capa para piscina. Disponível em
http://www.capaparapiscinas.com.br//images/capas/fotos-tela-A0387.jpg
Acesso em 5 dez. 2013




Além do já citado, a lona é vulnerável, ou seja, o dono deve fazer
tratamento na água com frequência, de modo a gastar muito para manter sua
piscina limpa. Como riscos, podemos dizer que ela é apenas presa nas
laterais, de forma a não ficar tão fixa quanto deveria; desse modo há
grande risco, principalmente para crianças e animais, de caírem por alguma
razão dentro da piscina, e posteriormente não conseguirem sair dela.



2.2 Afogamentos: causas e busca de soluções

Para melhor entendermos esses afogamentos com crianças, pesquisaram-se
notícias desses acidentes e usamos como referência alguns autores como
Szpilman (2005). Antes mesmo de nascermos, estamos acostumados com o útero
de nossas mães onde estamos cercados por água, sendo assim, quase toda
criança nasce gostando do ambiente aquático. Assim, geralmente vamos a
esses lugares para relaxar, praticar exercícios, ou como lazer, e então
acontece algo inesperado, como um afogamento seguido ou não de morte.
Segundo Szpilman (2005, p. 143), todo ano há aproximadamente 500.000 mortes
no mundo por afogamento, entre os fatores de risco estão: idade (em seus
extremos), sexo (masculino), uso de bebidas alcoólicas, condição
socioeconômica (considera-se renda ou escolaridade) e falta de supervisão.
Ainda segundo o autor, existem vários graus de afogamento,


Os afogamentos de grau 3 a 6 apresentam potencial para
evoluir para falência de múltiplos órgãos(16). Com o progresso
da terapia intensiva, o prognóstico é cada vez mais baseado no
quadro neurológico final(2). Afogados de grau 1 a 5 recebem alta
hospitalar em 95% das vezes(23). A maior preocupação dos
investigadores é relativa aos afogados de grau 6. (SZPILMAN -
2005, p. 152)



O autor ainda diz que se alguém ficar 25 min ou mais submerso, o risco
de morte ou lesão cerebral grave é de cem por cento. Segundo o site de
Drauzio Varella, a terceira maior causa de morte de crianças e adolescentes
no mundo é por afogamento, no site Criança Segura[2], dados indicam que é a
segunda causa no Brasil, e como medida preventiva o site de Drauzio
recomenda primeiramente evitar o consumo de bebidas alcoólicas antes de
entrar na água, não perder as crianças de vista nos ambientes em que há
água por perto - especialmente aquelas que não sabem nadar, devem usar
boias e coletes salva-vidas o tempo todo, e ainda assim isso não impede
totalmente que ela se afogue -, o acesso a piscinas em residências e clubes
devem ser dificultados pela colocação de grades, e ensinar as crianças a
nadarem com ajuda de profissionais.




É importante salientar que os perigos não estão apenas nas
águas abertas como mares, represas e rios. Para uma criança que
está começando a andar, por exemplo, três dedos de água
representam um grande risco. Assim elas podem se afogarem em
piscinas, cisternas e até em baldes, banheiras e vasos
sanitários (site: Criança Segura, 2013).




Este site ainda complementa os avisos de cuidados dizendo que alarmes
e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de
acidentes e tais recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a
constante supervisão dos adultos. Também cita que é importante saber quais
amigos ou vizinhos têm piscina em casa e quando levar a criança para visitá-
los, certificar-se de que será supervisionada por um adulto enquanto brinca
na água; Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa segurança,
pois podem estourar ou virar a qualquer momento. O ideal é que a criança
use sempre um colete salva-vidas quando estiverem em embarcações, próxima a
rios, represas, mares, lagos e piscinas.



3 Projeto Lona Diligente

Percebe-se que no Brasil, e nos países em desenvolvimento, há pouca
produção e investimento em novos produtos – como nos países já
desenvolvidos -, vemos que há apenas adaptações inovadoras (PORTO, 2010,
p.5).

O projeto Lona Diligente (finalista do prêmio Alcoa de alumínio -
2013), desenvolvido nesta pesquisa, consiste em uma lona multifuncional que
vai além de somente proteger a água de folhas e insetos, e pode evitar
afogamentos. Pode-se considerá-la uma adaptação de um produto já existe,
mas que se transformou em um totalmente novo, nunca visto. Esta lona é
feita com o material da lona anteriormente citada e conta com uma estrutura
de alumínio, possuindo sistema de manivelas e contrapeso para facilitar
cobrir e descobrir a piscina, o que pode ser feito em 20 segundos,
diferente da anterior que uma pessoa leva mais que o triplo de tempo.

Bittencourt (2001) (APUD ARANDA, 2006) afirma que o projeto de um novo
produto inicia pelo estabelecimento de um problema, cuja origem mais comum
é um conjunto de necessidades que se inter-relacionam. A partir desse
pressuposto, um produto é projetado, fabricado, distribuído, utilizado e,
posteriormente, descartado. (ARANDA et al, 2006, p. 10)

A respeito do produto desenvolvido, podemos dizer que a lona ficará
bem fechada, sem que haja espaço entre o chão e ela, desse modo não entrará
insetos e sujeiras na água, de forma a não necessitar de tanto tratamento
para que a água permaneça limpa, além de ter uma base de alumínio de forma
a ficar bem firme, desta forma não há riscos para caso de alguém cair em
cima da lona e esta afundar (como acontece na primeira lona), causando
afogamentos e morte de pessoas e animais. Esta é a posição Um (figura 2),
onde a lona funciona como uma "tampa", na posição Dois (figura 3), a lona
se torna uma cobertura, protegendo as pessoas do sol e dos raios
ultravioletas que podem vir a causar câncer de pele com o tempo. A posição
Três (figura 4) é capaz de funcionar como uma piscina normal sem cobertura,
ficando a opção de "tomas sol". A lona possuirá uma manivela que ficará em
certa altura que impeça crianças pequenas movimentá-la, além de a cobertura
ser mais pesada para elas, evitando assim, acidentes.






Figura 2. Render de simulação da posição Um. Elaborado pela autora, com
base na pesquisa realizada.






Figura 3. Render de simulação da posição Dois. Elaborado pela autora, com
base na pesquisa realizada.






Figura 4. Simulação real da posição 3. Elaborado pela autora, com base na
pesquisa realizada.

Esta cobertura multifuncional, já foi confeccionada em escala
reduzida, mostrando perfeitamente a simulação de sua funcionalidade. Também
foi feito um protótipo, (figura 4) para realização de testes e receber
avaliações de usuários, as quais foram positivas, pois este também
funcionou perfeitamente.

Como características que apontam inovação, podemos dizer que a Lona
Diligente é nova para indústria do alumínio, nova para o país e
indisponível comercialmente no mundo, ainda não possui patente concedida
aos investidores no Brasil e/ou exterior. Apareceu em outubro de 2013 em
jornais e sites como finalista do Prêmio Alcoa. Vemos na figura 5 uma
tabela de comparação de algumas características da lona comum e da Lona
Diligente, onde o "x" assinala qual q melhor em relação ao que está citado
na primeira coluna.






Figura 5. Tabela de comparação. Elaborado pela autora, com base na pesquisa
realizada.



4 CONCLUSÃO
Vemos que, segundo os autores aqui estudados, a Lona Diligente possui
alto grau de inovação, e contribuição para o consumidor e a sociedade no
geral. Seu custo foi calculado em até cinco mil reais, incluindo
instalação, porém é um dado imaginário, pois a lona, apesar de já ter sido
construída em tamanho real, ainda não foi fabricada por investidores.
Apesar de o preço ser maior em relação à lona tradicional, pode considerar-
se como um investimento para o usuário, pois em longo prazo se tornará mais
barata, evitando gastos, acidentes e até mesmo o câncer de pele (não
devendo descartar o uso de protetores solar neste caso).

Percebe-se que para chegar ao resultado de um projeto inovador é preciso
fazer pesquisas, definir o problema e buscar solucioná-lo de forma
sustentável, para isso, o profissional designer precisa estar ciente do que
é um produto sustentável, inovador e que pode gerar lucros para o
investidor.



REFERÊNCIAS

ARANDA, M.; JUNG, C.; CATEN, C. Determinação dos parâmetros operacionais de
uma inovação tecnológica através da utilização do Design of Experiments –
DOE. Revista Liberato, v.10, 2006, p. 9-16. Disponível em
http://www.liberato.com.br/upload/arquivos/0108110715132019.pdf Acesso em
28 fev. 2014

BORJA DE MOZOTA, Brigitte. Design management: using design to build brand
value and corporate innovation. New York: Allworth Press, 2003.

DRAUZIO VARELLA. Afogamento. Disponível em:
Acesso em 5 dez. 2013

GENCO. Guia prático para tratamento de águas de piscinas residenciais.
Disponível em: Acesso em
5 dez. 2013

MARQUES, Luísa. Porque é que se deve tratar a água das piscinas?
Universidade de Évora, Departamento e Centro de Química. 2006. Disponível
em:
Acesso em 5 dez. 2013

PEREIRA, Mauricio Fernandes; CUNHA, Myriam S. Qualidade ambiental e
inovação tecnológica. Revista de Ciências da Administração, n.0, p. 61, ago
1998.

PORTO, Renata. JUNIOR, Marcos Brod. Processos de Inovação no Design de
Produtos. 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design.
2010. Disponível em
Acesso em
27 fev. 2014

SZPILMAN, David. Afogamento na infância: epidemiologia, tratamento e
prevenção. Rev Paul Pediatria 2005;23(3);142-53. Disponível em:
Acesso em 5 dez. 2013

WALDMAN, Ricardo Libel . Inovação, Responsabilidade, Criatividade e
Sustentabilidade. VI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação do
UniRitter. 2010. Disponível em
Acesso
em 27 fev. 2014



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[1] Carracedo, Maria Amparo Barreiro. Piscinas: perigos da sua
utilização. Unidade Operativa de saúde Pública de Braga. Apresentação.
Disponível em:
http://www.saudepublica.web.pt/TrabAmparo/Formacao_Piscinas_Amparo.pdf
Acesso em 5 dez. 2013


[2] CRIANÇA SEGURA. Disponível em:
http://www.criancasegura.com.br/dicas_afogamento.asp Acesso em 5 dez. 2013
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