Desindustrialização no estado de São Paulo entre 1989 e 2010 / Deindustrialization in the state of São Paulo from 1989 to 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ECONOMIA

LEONEL OLIVEIRA MATTOS

DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1989 E 2010

CAMPINAS / SP 2015

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ECONOMIA

LEONEL OLIVEIRA MATTOS

DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1989 E 2010 Prof. Dr. Fernando Cezar de Macedo Mota – Orientador Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Econômico, na área de Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente.

CAMPINAS / SP 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ECONOMIA

LEONEL OLIVEIRA MATTOS

DESINDUSTRIALIZAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1989 E 2010 Defendida em 21/12/2015

COMISSÃO JULGADORA

iii

RESUMO A

indústria

de

transformação

possui

elevado

potencial

para

alavancar

o

desenvolvimento econômico e social de uma nação, ao ampliar a capacidade de geração de excedentes econômicos e aprofundar a divisão social do trabalho. O objetivo desta dissertação é

apresentar

alguns

aspectos

relevantes

para

o

debate

sobre

o

processo

de

desindustrialização no Brasil e em seu principal parque industrial, o estado de São Paulo. Para tanto, insere-se o tema no contexto do cenário macroeconômico brasileiro, em especial a partir de 1989, quando sob o pretexto do combate à inflação crônica, o país passa por profundas transformações sob a égide do neoliberalismo. Apresentam-se os impactos sobre o crescimento da economia brasileira e paulista e principalmente sobre suas indústrias de transformação, defendendo que existem evidências suficientes de um processo de desindustrialização, isto é, de reversão da estrutura industrial, com perda de dinamismo econômico, diminuição do valor agregado, descompasso de produtividade em relação à indústria internacional e perda de mercado nacional para competidores estrangeiros em escala significativa. Por fim, relaciona-se o mau desempenho da indústria de transformação paulista com o processo de desconcentração aparente (ou ―espúria‖) da produção industrial. PALAVRAS-CHAVE: Desindustrialização; Desenvolvimento Econômico, Economia Regional; São Paulo.

ABSTRACT The manufacturing industry has a high potential to leverage the economic and social development of a nation, mainly by its ability to generate economic surplus and a more complex social division of labour. This dissertation‘s objective is to assess some main aspects to the debate on deindustrialization in Brazil and in its main industrial park, the state of São Paulo. The subject is approached in relation to the underlying context of Brazilian macroeconomic scenario, especially since 1989, when, on the grounds of solving chronic inflation, the country underwent profound transformations following neoliberal policies. Furthermore, the impacts on the growth of the Brazilian and São Paulo‘s economies are presented, with specific concern on their manufacturing industry, pointing out there is sufficient evidence of a deindustrialization process, id est, shrinkage of manufacturing added value added, increase in technological gap as well as losing shares of domestic market to foreign competitors in a significant scale. Finally, it connects the poor performance of the São Paulo‘s manufacturing industry to an apparent (or "spurious") deconcentration of industrial production. KEY-WORDS: Deindustrialization; Economic Development; Regional Economics; São Paulo.

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―O problema com o sistema de lucro sempre foi ser imensamente pouco lucrativo para a maioria das pessoas‖. Elwyn Brooks White One Man‘s Meat, Harper & Brothers, 1944, tradução livre.

―Europa Socialista, há momentos em que me indago se isso não é uma utopia. Mas toda ideia ainda não realizada se assemelha, curiosamente, a uma utopia; jamais faríamos nada se julgássemos que só é possível aquilo que já existe‖. Simone de Beauvoir Os Mandarins, Abril Cultural, 1974.

v

AGRADECIMENTOS Os últimos quatro anos de foram, indiscutivelmente, os mais difíceis da minha vida, porém, também foram os mais gratificantes. A produção desta dissertação por este longo período foi árdua e complicada, e não teria sido possível sem a ajuda decisiva de algumas pessoas. Primeiramente, devo agradecer profundamente ao Jardel e ao Gustavo, por me resgatarem das profundezas do inferno e me ajudarem a conquistar estabilidade suficiente para poder viver em sociedade e ter uma vida saudável e produtiva. Devo agradecer, também, à minha querida mãe, que tanto me amou e se dedicou para que eu tivesse uma boa formação e para que eu me tornasse um homem inteligente, capaz e correto. À minha amada Camila, parceira escolhida pelos deuses do destino, companheira nas jornadas boas e ruins e cujo amor, apoio e cumplicidade foram fundamentais na realização deste trabalho e na reconstrução da minha vida até aqui. Aos meus grandes amigos Daniel e Armando, devo agradecer profundamente por terem sido meus tutores no entendimento das ciências sociais e da vida. Nossas longas sessões de filosofia foram determinantes no avanço de minha maturidade intelectual e, parafraseando Isaac Newton, se cheguei até aqui, foi por ter subido nos ombros de gigantes, meus caros. Ao amado amigo Fábio pela sua amizade e à sua família, por todos os cafés da tarde onde nunca me senti tão acolhido. Agradeço ao meu orientador, Fernando Macedo, pela sua paciência, apoio e compreensão em relação ao meu ritmo de trabalho, permitindo que produzisse a meu tempo este trabalho, estando sempre lá quando precisei e sem nunca deixar de exigir pela qualidade de meu texto. Para aceitar estes termos é preciso mais do que compreensão, é preciso confiança e respeito, e por isto sou muito grato. Agradeço, também, aos colegas do CEDE pela convivência e pela ajuda nos trabalhos, principalmente ao colega Daniel Pereira Sampaio, por sua ajuda com metodologia, tabulação dos dados e interpretações sobre a desindustrialização, e aos colegas de disciplinas Rodrigo de Oliveira Taufic e Felipe Fernandes Barbosa, pelo grande companheirismo ao longo do curso. Agradeço, por fim, à Capes pelo financiamento desta pesquisa, sem o qual não teria sido possível produzi-la, e aos ricos comentários dos professores Cláudio Schuller Maciel e Wilson Cano na banca de qualificação, que ajudaram na definição dos rumos desta dissertação.

vi

LISTA DE TABELAS TABELA 1: PARTICIPAÇÃO SETORIAL NO VALOR ADICIONADO TOTAL E NO CONSUMO INTERMEDIÁRIO TOTAL (VÁRIOS ANOS).................................................................................3 TABELA 2: PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO CONSUMO INTERMEDIÁRIO POR SETOR (VÁRIOS ANOS)........................................................................4 TABELA 3: ÍNDICES GHS DE LIGAÇÕES PARA TRÁS E PARA FRENTE NO BRASIL EM 2005...............................................................................................................................................5 TABELA 4: TAXAS MÉDIAS DE CRESCIMENTO REAL DOS SETORES DO PIB (EM %) .....................................................................................................................................................21 TABELA 5: PROTEÇÃO EFETIVA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA ENTRE 1990 E 2014 (%) .....................................................................................................................................................23 TABELA 6: COMPARATIVO ENTRE AS DESPESAS DE LUCROS, JUROS E DIVIDENDOS PARA O EXTERIOR COM O SALDO DAS TRANSAÇÕES CORRENTES BRASILEIRA (EM US$ BILHÕES)............................................................................................................................25 TABELA 7: CRESCIMENTO DO PIB E TAXA DE INVESTIMENTO EM PERÍODOS SELECIONADOS (MÉDIA ANUAL)............................................................................................30 TABELA 8: ESTRUTURA SETORIAL DO PIB (EM %)...............................................................32 TABELA 9: COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO ENTRE 1996 E 2014...................................................................................................................38 TABELA 10: COEFICIENTE DE PENETRAÇÃO DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO ENTRE 1996 E 2014...................................................................................................................38 TABELA 11: BALANÇA DE TRANSAÇÕES CORRENTES DETALHADA ENTRE 1989 E 2014 (EM US$ BILHÕES)....................................................................................................................43 TABELA 12: DÍVIDA EXTERNA BRUTA, PASSIVO EXTERNO LÍQUIDO E RESERVAS INTERNACIONAIS ENTRE 1989 E 2014 (EM US$ BILHÕES)..................................................43 TABELA 13: EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS SEGUNDO FATOR AGREGADO ENTRE 1964 E 2014 (EM %)................................................................................................................................44 TABELA 14: BALANÇA COMERCIAL DE RAMOS DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO ENTRE 1996 E 2014 (US$ MILHÕES).......................................................................................45 TABELA 15: RELAÇÃO VTI/VBPI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA (%)...........................................................................................51 TABELA 16: PARTICIPAÇÃO NO VTI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA (%)..................................................................................51 TABELA 17: PARTICIPAÇÃO NO VALOR AGREGADO INDUSTRIAL MUNDIAL (EM %).......56 TABELA 18: DIVISÃO DO VALOR AGREGADO INDUSTRIAL POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA (EM %).............................................................................................................57

vii TABELA 19: PARTICIPAÇÃO RELATIVA NAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS POR CATEGORIA TECNOLÓGICA (EM %).............................................................................................................58 TABELA 20: PARTICIPAÇÃO DO PIB DO ESTADO DE SÃO PAULO NO PIB BRASILEIRO (EM %).........................................................................................................................................61 TABELA 21: ESTRUTURA SETORIAL DO PIB DO ESTADO DE SÃO PAULO (EM %)...........61 TABELA 22: CRESCIMENTO MÉDIO REAL DO PIB PER CAPITA A PREÇOS CONSTANTES (EM %).........................................................................................................................................63 TABELA 23: RELAÇÃO VTI/VBPI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO PAULISTA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2013 (%)........................................................76 TABELA 24: PARTICIPAÇÃO NO VTI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO PAULISTA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2013 (%)...............................................76 TABELA 25: PARTICIPAÇÃO DE SÃO PAULO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS ENTRE 1997 E 2014 (EM %)...................................................................................................................79 TABELA 26: PARTICIPAÇÃO DE SÃO PAULO NAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS ENTRE 1997 E 2014 (EM %)...................................................................................................................80 TABELA 27: BALANÇA COMERCIAL DE RAMOS DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1997 E 2014 (US$ MILHÕES)............................................81 TABELA 28: COMPRAS, VENDAS E SALDO DA BALANÇA DE COMÉRCIO DE SÃO PAULO COM OS DEMAIS ESTADOS, TOTAL E DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO (EM R$ BILHÕES)....................................................................................................................................85 TABELA 29: ATIVIDADES COM MAIORES PARTICIPAÇÕES NAS COMPRAS DE SÃO PAULO (EM %)...........................................................................................................................87 TABELA 30: ATIVIDADES COM MAIORES PARTICIPAÇÕES NAS VENDAS DE SÃO PAULO (EM %).........................................................................................................................................87 TABELA 31 MAIORES SUPERÁVITS DE SÃO PAULO NA BALANÇA DE COMÉRCIO INTERESTADUAL (R$ BILHÕES)..............................................................................................88 TABELA 32: MAIORES DÉFICITS DE SÃO PAULO NA BALANÇA DE COMÉRCIO INTERESTADUAL (R$ BILHÕES)..............................................................................................89 TABELA 33: ESTADOS COM MAIORES PARTICIPAÇÕES NAS COMPRAS DE SÃO PAULO (EM %).........................................................................................................................................89 TABELA 34: ESTADOS COM MAIORES PARTICIPAÇÕES NAS VENDAS DE SÃO PAULO (EM %).........................................................................................................................................90 TABELA 35: PARTICIPAÇÃO DAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO NO VTI NACIONAL (EM %).....................................................................................................................91 TABELA 36: PARTICIPAÇÃO RELATIVA NO EMPREGO FORMAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1991 E 2010......................................................................................................96

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LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: TAXA DE CÂMBIO EFETIVA REAL, DEFLACIONADA PELO IPA-IT, ENTRE 1989 E 2015 (DEZ/2003 = 100)...................................................................................................26 GRÁFICO 2: TAXA DE CÂMBIO EFETIVA REAL PARA PAÍSES SELECIONADOS ENTRE 1990 E 2014 (2005 = 100)...........................................................................................................26 GRÁFICO 3: SUPERÁVIT PRIMÁRIO E DÉFICIT NOMINAL DO SETOR PÚBLICO ENTRE 1995 E 2014 (% PIB)...................................................................................................................28 GRÁFICO 4: DÍVIDA PÚBLICA DO GOVERNO FEDERAL ENTRE 1995 E 2014 (ESQUERDA EM R$, DIREITA EM % PIB).......................................................................................................28 GRÁFICO 5: COEFICIENTES DE EXPORTAÇÃO E DE PENETRAÇÃO DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO ENTRE 1996 E 2014.................................................................................31 GRÁFICO 6: PARTICIPAÇÃO DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO NO VALOR ADICIONADO TOTAL (COMO % DO PIB).................................................................................32 GRÁFICO 7: ÍNDICES DE PRODUÇÃO E EMPREGO NA INDÚSTRIA TOTAL ENTRE 1992 E 2015 (MÉDIA 2006 = 100)...........................................................................................................33 GRÁFICO 8: EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES MENSAIS DE QUANTUM DAS IMPORTAÇÕES E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BENS DE CONSUMO NÃO-DURÁVEL ENTRE 1991 E 2013 (MÉDIA 2006 = 100)....................................................................................................................35 GRÁFICO 9: EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES MENSAIS DE QUANTUM DAS IMPORTAÇÕES E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BENS INTERMEDIÁRIOS ENTRE 1991 E 2013 (MÉDIA 2006 = 100).............................................................................................................................................35 GRÁFICO 10: EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES MENSAIS DE QUANTUM DAS IMPORTAÇÕES E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BENS DE CAPITAL ENTRE 1991 E 2013 (MÉDIA 2006 = 100) .....................................................................................................................................................36 GRÁFICO 11: EVOLUÇÃO DOS ÍNDICES MENSAIS DE QUANTUM DAS IMPORTAÇÕES E PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE BENS DE CONSUMO DURÁVEL ENTRE 1991 E 2013 (MÉDIA 2006 = 100).................................................................................................................................36 GRÁFICO 12: BALANÇA COMERCIAL DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO ENTRE 1996 E 2014 (EM US$ MILHÕES).......................................................................................................42 GRÁFICO 13: RELAÇÃO VTI/VBPI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA E PAULISTA ENTRE 1996 E 2013 (%)..........................................................................................48 GRÁFICO 14: RELAÇÃO VTI/VBPI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2013, SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO OCDE (%)....................................................................................................................................48 GRÁFICO 15: PARTICIPAÇÃO NO VTI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO BRASILEIRA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2007, SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO OCDE (%)....................................................................................................................................49

ix GRÁFICO 16: RELAÇÃO VTI/VBPI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO PAULISTA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2013 (%)........................................................74 GRÁFICO 17: PARTICIPAÇÃO NO VTI DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO PAULISTA POR INTENSIDADE TECNOLÓGICA ENTRE 1996 E 2013 (%)...............................................75 GRÁFICO 18: PARTICIPAÇÃO DE SÃO PAULO NAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS ENTRE 1997 E 2014 (EM %)...................................................................................................................79 GRÁFICO 19: EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO PAULISTA ENTRE 1989 E 2014 (EM US$ BILHÕES)...............................................................80 GRÁFICO 20: PARTICIPAÇÃO DOS PRODUTOS DA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO NAS COMPRAS E NAS VENDAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (EM %)...............................86

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABECE – Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior. AIT – Alta Intensidade Tecnológica. ALICEWeb – Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Web. BIT – Baixa Intensidade Tecnológica. CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. CNI – Confederação Nacional da Indústria. Concla – Conselho Nacional de Classificação. ETN - Empresas Transnacionais. FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. FOB – Free On Board. FUNCEX – Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IDE – Investimento Direto Estrangeiro. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. IPEADATA – site de estatísticas administrado pelo IPEA. MAIT – Média-Alta Intensidade Tecnológica. MBIT – Média-Baixa Intensidade Tecnológica. MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. MERCOSUL – Mercado Comum do Sul. TEM – Ministério do Trabalho e Emprego. PIA – Pesquisa Industrial Anual. PIB – Produto Interno Bruto. PIESP – Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo. PIM-PF – Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física. PNADC – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. PND – Plano Nacional de Desenvolvimento. RA – Região Administrativa. RAIS – Relação Anual De Informações Sociais. RMSP – Região Metropolitana da cidade de São Paulo. SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados.

xi SECEX – Secretaria de Comércio Exterior. SEFAZ-SP – Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo. UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial. VBPI – Valor Bruto da Produção Industrial. VTI – Valor Transformado Industrial.

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SUMÁRIO Introdução: Afinal, de que importa a indústria?

1

CAPÍTULO 1: A ESTRUTURA PRODUTIVA BRASILEIRA ENTRE 1989 E 2010 E O DEBATE SOBRE A DESINDUSTRIALIZAÇÃO 10 1.1: Breves notas sobre o debate da desindustrialização no Brasil. 10 1.2: Breve histórico macroeconômico entre 1989 e 2010. 21 1.3: Evidências empíricas da desindustrialização brasileira. 32 CAPÍTULO 2: EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA PRODUTIVA PAULISTA E OS IMPACTOS EM SUA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO. 60 2.1: Desconcentração industrial de São Paulo e impactos da Guerra Fiscal após 1989. 60 2.2: Análise da evolução industrial paulista no período e evidências de sua desindustrialização. 72 2.3: Notas sobre comércio exterior e interestadual de São Paulo. 78 2.4: Considerações sobre a evolução industrial paulista numa perspectiva regional e ocupacional. 91 Considerações Finais.

101

Referências Bibliográficas.

107

Apêndice Metodológico.

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Anexos.

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1

Introdução: Afinal, de que importa a indústria? A indústria cumpre historicamente papel chave na acumulação capitalista. É a unidade básica de transformação de mercadorias e relações sociais que passa a sobrepujar a lógica estritamente mercantil, trazendo para o âmbito da produção os principais ditames econômicosociais sobre os quais se organiza a vida material. Com ela, tem-se a dinamização da capacidade de processamento e transformação de mercadorias e processos, essenciais para a ampliação da escala de produção e a geração ampliada de excedentes econômicos. O crescimento industrial, pela sua potencialidade de abastecimento e produção, pode ampliar o leque de possibilidades de uma nação e de controle do próprio destino social ao aumentar a geração de excedentes econômicos e aprofundar a divisão social do trabalho. A passagem histórica de uma economia rural/agrária para uma eminentemente urbana/industrial é também o movimento de afastamento dos limites estreitos que a natureza coloca sobre a produção. Cada vez mais o tempo natural (dos ciclos ou da colheita, por exemplo) foi substituído pelo tempo da linha de produção, pelo tempo fracionado de operações cronometradas e sincronizadas, de máquinas incessantes que não dependem mais da presença ou ausência de luz ou de determinado tipo de solo, criando-se o ambiente artificial da fábrica, assim como o tempo artificial da produção, de acordo com as necessidades de produção tendo em vista o lucro. Do ponto de vista da acumulação, além de ser a unidade básica que leva adiante o processo de transformação [D-M-D‘], a indústria procura direta ou indiretamente acelerar o ritmo da produção e, com isso, encurtar os ciclos de rotação do capital1, fazendo com que massas relativamente maiores de capital passem pelo processo clássico de valoração em relativamente menos tempo. Esse efeito dinamizador comumente transborda para diferentes segmentos da indústria2, no que chamamos de efeitos de encadeamento. Os encadeamentos interindustriais são responsáveis por estimular e dinamizar as produções tanto de insumos necessários para sua produção (alargando mercados para aquelas mercadorias, por exemplo – encadeamentos 1

Que seria o tempo necessário para um capital retornar valorizado ao capitalista, cumprindo o ciclo nas esferas da produção e circulação. Quanto mais rápido é o ciclo de rotação de um capital, mais capital se acumula ao longo de um ano. 2 Desconsiderando, por questões didáticas, a possibilidades de produções com elevados coeficientes de exportação ou importação, ―vazando‖ para outras economias esses efeitos dinamizadores.

2 a montante), quanto aquelas situadas mais a frente no processo produtivo (encadeamentos a jusante). Esses efeitos não se restringem ao setor industrial, pois o desenvolvimento industrial demanda maior produção e complexificação da agricultura e dos serviços. Como linhas gerais, ambos se utilizam crescentemente dos insumos e instrumentos industriais, permitindo que se amplie as possibilidades de atuação. Tanto para a agricultura como para os serviços, é crescente o uso de insumos industriais compatíveis com o crescimento da escala e do escopo de suas atividades, bem como instrumentos complexos de auxílio a atividades mais complexas. Ademais, está na indústria a produção dos bens de capital, que difundem progresso técnico e ampliam a capacidade de acumulação dos demais setores da economia, que passam a incorporar a racionalização técnica patente da indústria com ganhos na eficiência e potencial de geração de excedentes (Sampaio, 2015). No debate do desenvolvimento econômico do século XX, a indústria é tida como a pedra angular do desenvolvimento, como elemento necessário e fundamental (mas não o único) para superação do subdesenvolvimento, pela possibilidade de ampliação dos excedentes econômicos e superação das perdas relativas de termos de troca impostas no comércio internacional pelo perfil agrário-exportador, de menor valor agregado. Cano (2012) corretamente nos lembra de que ―não há, na história, país algum que se desenvolveu prescindindo de uma generalizada industrialização e de um forte e ativo papel do Estado Nacional‖ (CANO, 2012, p.3). Foi através da industrialização que o mundo ganhou sua face urbana a que estamos acostumados, fundando e ampliando mercados, novas necessidades e novos padrões de vida. A importância da indústria da transformação também pode ser verificada através de suas ligações setoriais, que, conforme destacou Hirschman (1958, cap. 6), possuem efeitos de empuxo muito maiores do que as atividades de agropecuária e de serviços. Essas intensas conexões manufatureiras com todos os setores derivam da tendência de fragmentação e especialização das atividades econômicas com o adensamento da estrutura produtiva. A criação de novas indústrias e de novas mercadorias demanda o surgimento de atividades complementares, fornecedoras de insumos, equipamentos e serviços de apoio, potencializando os efeitos de encadeamentos e multiplicadores dentro e através das cadeias produtivas. Kaldor (1970) define este processo como ―princípio da causação cumulativa‖, formulado, inicialmente, por Myrdal (1957, cap. 3), compreendendo que estes efeitos são, em realidade, decorrências de retornos crescentes de escala – usando esse termo em sentido amplo – em atividades de processamento. Ou seja, criam-se ganhos cumulativos não apenas com as economias de produção em grande escala, mas as vantagens cumulativas aumentam também a partir do

3 crescimento da própria indústria, com a oportunidade cada vez maior de diferenciação de processos e de especialização das atividades humanas. Como Kaldor (1970) relembra, o principio da ―divisão do trabalho‖ de Adam Smith opera através da constante subdivisão de indústrias, da emergência de novos tipos de firmas especializadas, da crescente diferenciação da produção – muito mais do que através da expansão no tamanho de plantas individuais ou firmas individuais. À

industrialização

no

subdesenvolvimento,

porém,

cabem

ressalvas.

O

subdesenvolvimento é caracterizado, entre outras coisas, por uma inserção dependente no mercado internacional capitalista, introduzindo relações capitalistas que muitas vezes coexistem, sem extinguir antigas e predominantes relações pré-capitalistas. Por isso, lembra Cano, pode ocorrer: ―uma dinâmica de acumulação perversa, incapaz de promover a homogeneização econômica e social, mantendo traços econômicos e sociais desse processo como a heterogeneidade estrutural, a debilidade das contas externas, financiamento de longo prazo, fiscalidade e inflação latente‖ (CANO, 2014, p.2). Tabela 1: Participação setorial no valor adicionado total e no consumo intermediário total (vários anos). SETORES AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA Indústria extrativa Indústria de transformação Serviços Industriais de Utilidade Pública Construção civil SERVIÇOS Comércio Transporte, armazenagem e correio Serviços de informação Intermediação financeira, seguros e previdência Atividades imobiliárias e aluguéis Outros serviços Administração, saúde e educação públicas TOTAL

Valor Adicionado 1990* 2000 2009 6.9% 5.6% 5.6% 33.0% 27.7% 26.8% 1.5% 1.6% 1.8% 22.7% 17.2% 16.6% 2.3% 3.4% 3.1% 6.6% 5.5% 5.3% 60.1% 66.7% 67.5% 9.3% 10.6% 12.5% 3.4% 4.9% 4.8% 1.2% 3.6% 3.6% 15.1% 6.0% 7.2% 5.5% 11.3% 8.4% 15.9% 15.4% 14.7% 9.7% 14.9% 16.3% 100.0% 100.0% 100.0%

Consumo Intermediário 1990* 2000 2009 5.8% 3.9% 4.4% 67.1% 58.2% 57.0% 1.2% 1.9% 3.0% 54.4% 47.3% 45.7% 2.7% 3.3% 3.1% 8.8% 5.7% 5.2% 27.1% 37.9% 38.6% 6.1% 4.7% 5.4% 4.2% 4.3% 5.1% 0.4% 3.4% 4.0% 2.6% 5.1% 4.0% 0.7% 0.6% 0.7% 6.2% 12.1% 10.8% 6.9% 7.6% 8.5% 100.0% 100.0% 100.0%

Fonte: Tabela de Recursos e Usos do IBGE, vários anos. * Desconsiderou-se a Dummy Financeira Nota: Utilizou-se 2009 como ano final, pois a partir de 2010 houve mudança metodológica nas Tabelas de Recursos e Usos, cuja compatibilização somente vai até 1995.

Mesmo com a clara tendência de diminuição da participação da indústria da transformação brasileira no valor adicionado total entre 1990 e 2010 (caiu de 22,7% em 1990 para 16,6% em 2009), a indústria da transformação manteve elevada participação no consumo intermediário da economia. Conforme demonstra a tabela 1, ela representou apenas 16,6% do

4 PIB em 2009, mas foi responsável por 45,7% de todo o consumo intermediário realizado pela economia brasileira3. Dentre os setores econômicos, a indústria de transformação possui a relação mais elevada entre o seu consumo intermediário e o seu PIB, a saber, o valor do comércio intermediário é em média 2,6 vezes maior que o valor adicionado (PIB). Em comparação, o agregado dos serviços demandou em média 34,5% do consumo intermediário e representou 64,8% do PIB, ou seja, a relação entre as duas variáveis é de pouco mais da metade. Em outras palavras, o poder da indústria de ―puxar‖ (encadear) outras atividades produtivas é muito mais elevado do que nos demais setores produtivos. Ademais, a tabela 2 mostra que muitas atividades econômicas dependem, majoritariamente, da indústria de transformação, ou seja, a manufatura é um componente importante das outras atividades econômicas. Pode-se observar novamente que a indústria da transformação representa 45,7% do consumo intermediário do total da economia em 2009. Observe-se, ainda, que mais de 80% do consumo da agropecuária e das indústrias extrativas são oriundos da indústria de transformação, e 56,5% do consumo intermediário dessa indústria tem origem nela mesma. Sob essa perspectiva, torna-se clara a imprescindível importância da manufatura para o Brasil. Tabela 2: Participação da Indústria de Transformação no consumo intermediário por setor (vários anos). SETORES 1990* 2000 2009 AGROPECUÁRIA 73.3% 83.6% 84.4% INDÚSTRIA 59.1% 56.8% 54.7% Indústria extrativa 91.4% 86.2% 81.4% Indústria de transformação 60.1% 59.0% 56.5% Serviços Industriais de Utilidade Pública 34.3% 29.2% 29.5% Construção civil 7.2% 6.6% 5.1% SERVIÇOS 26.1% 20.7% 20.8% Comércio 74.6% 44.3% 37.3% Transporte, armazenagem e correio 30.5% 35.6% 33.9% Serviços de informação 28.5% 12.5% 9.5% Intermediação financeira, seguros e previdência 30.5% 26.3% 31.0% Atividades imobiliárias e aluguéis 17.3% 10.4% 13.1% Outros serviços 15.3% 17.3% 15.7% Administração, saúde e educação públicas Não possui Não possui Não possui TOTAL 54.4% 47.3% 45.7% Fonte: Tabela de Recursos e Usos do IBGE, vários anos. * Desconsiderou-se a Dummy Financeira

Como outro exemplo da atual importância da indústria da transformação na economia brasileira, Costa & Gonçalves (2011) aferiram índices de interações intersetoriais tendo por 3

Lembrando que a soma do valor adicionado e do consumo intermediário fornece o valor total da produção.

5 base a matriz insumo-produto calculada pelo IBGE4, referente ao ano de 2005. Posteriormente, argumentaremos que em 2005 a indústria já se encontrava fragilizada em relação, por exemplo, a 1980. Porém, mesmo visivelmente fragilizada, fica claro com as estimativas desses autores o elevado grau de importância dela para gerar estímulos encadeados na economia, além de desmistificar a ideia de desenvolvimento através de uma sociedade ―pós-industrial‖ ou da economia de serviços5. Costa e Gonçalves utilizaram o indicador de Índice Puro de Ligação (abordagem GHS), que, sucintamente, indica a importância de cada setor para a dinâmica da economia, bem como a interação entre estes setores e o grau de encadeamento intersetorial (COSTA & GONÇALVES, 2011, p.12). Isto significa que através do cálculo desses índices se observam os efeitos de encadeamento ‖para trás‖ (demanda de insumos - PBL), ―para frente‖ (fornecimento de insumos - PFL) e o índice total de ligações (PTL), a soma de PBL e PFL. Ou seja, estes índices revelam o grau em que o setor demanda ou oferta insumos dos demais setores da economia em 2005. Assim, quando o índice de encadeamento para trás (PBL), para frente (PFL) ou total (PTL) excedem a unidade, tais setores estão acima da média em 2005 e, portanto, devem ser considerados como setores-chave para a dinâmica intersetorial da economia. Tabela 3: Índices GHS de ligações para trás e para frente no Brasil em 2005. Setores PBL PFL Agropecuária 2,96 1,74 Indústria Extrativa Mineral 0,26 1,28 Indústria de Transformação 5,35 1,97 Serviços Industriais de Utilidade Pública 0,1 0,97 Construção 0 0,09 Comércio 0,86 1,62 Transporte, Armazenagem e Correio 0,79 1,4 Serviços de Informação 0,07 0,6 Intermediação Financeira, Seguros e Previdência Complementar 0,2 0,79 Atividades Imobiliárias e Aluguel 0,01 0,31 Outros Serviços 0,01 1,23 Administração, Saúde e Educação Pública 0 0 Fonte: Amorim, Coronel & Teixeira (2009) Apud Costa & Gonçalves (2011).

4

PTL 4,7 1,53 7,32 1,07 0,09 2,48 2,19 0,67 0,99 0,32 1,24 0

A matriz insumo-produto consiste em um instrumento capaz de mostrar os fluxos de bens e serviços que cada setor da economia produz, destinando-se a servir como insumo aos demais setores e ao atendimento da demanda final. A matriz insumo-produto do tipo de Leontief consiste em uma tabela de dupla entrada, sendo os vetores-linha representativos dos fluxos de saídas de produção, o que mostra o impacto de determinado setor sobre os demais setores da economia. Os vetores-coluna mostram as entradas de insumos que são necessários à produção. Os autores alertam que, matematicamente, os valores da matriz são funções de produção lineares e homogêneas para os setores, e que como resultado o sistema insumo-produto opera com retornos constantes de escala. 5 Sobre economia de serviços, ver: Kon (2004).

6 Observa-se com base na tabela 3 que os setores com índices de ligações para frente, para trás e total superior à unidade foram a indústria de transformação e a agropecuária. Entretanto, nota-se que a indústria de transformação possui uma relevância muito superior aos demais setores, principalmente em demandar insumos em sua produção de outros setores (ligação para trás). Os demais setores que possuem certo efeito de encadeamento sobre a economia são: a indústria extrativa mineral, a produção, e distribuição de eletricidade, gás e água, o comércio, o transporte, armazenagem e correio, além dos outros serviços. Entretanto, eles têm uma capacidade de encadeamento muito menor em relação à indústria de transformação. Por fim, vale lembrar o documento produzido pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos da América em 2012, ao analisar a capacidade competitiva de sua economia, ressalta que ―um setor manufatureiro forte é de importância ímpar para a economia americana‖ (U.S. DEPARTMENT OF COMMERCE, 2012, p. 109)6. No capítulo 6, intitulado Revitalizando a Manufatura, argumenta-se sobre a importância crucial da manufatura para a economia estadunidense. Primeiramente, porque a indústria de transformação pagaria salários maiores que a média dos demais empregos. Ademais, um setor manufatureiro forte seria fundamental para a existência e manutenção de serviços intensivos em conhecimento (e de produtividade elevada), pois esse setor fornece mão de obra altamente treinada (como engenheiros) para o setor de serviços, bem como infraestrutura e instituições. Argumenta, também, que nos países desenvolvidos, a manufatura emprega a maioria dos cientistas e engenheiros domésticos. Por último, lembra que ter uma indústria desenvolvida é um fator crucial para a segurança nacional, pois se faz necessária para produzir produtos militares e infraestrutura de comunicações. Portanto, o documento deixa claro que a uma indústria da transformação forte é de extrema importância mesmo para o país mais rico e com os maiores recursos tecnológicos do planeta. Logo, mostra-se de fundamental importância discutir os rumos da indústria brasileira, de seu principal polo, São Paulo, e de sua desindustrialização recente (hipótese que pretendemos demonstrar) para se buscar um padrão de crescimento econômico cujo dinamismo seja capaz de

possibilitar

as

transformações

estruturais

identificadas

com

a

superação

do

subdesenvolvimento. De uma maneira resumida, o debate sobre a desindustrialização iniciou nos anos 1970 e 1980 ao se observar, primeiramente nos países desenvolvidos, uma tendência nova de redução persistente da participação do produto industrial no PIB, do emprego industrial no Traduzido livremente do original: ―A strong manufacturing sector is uniquely important to the U.S. economy‖. 6

7 emprego total e da deterioração do saldo comercial da indústria da transformação, como será explanado no primeiro capítulo. Estes indicadores, entretanto, sinalizariam não uma mera redução de tamanho (proporcional) da indústria, mas uma mudança na estrutura produtiva desses países, em que sua indústria estava transferindo uma parcela de suas atividades para países subdesenvolvidos, muitas vezes com fechamento de plantas no país de origem. Esta tendência se observou com mais força nas indústrias mais intensivas em trabalho e em indústrias com alta possibilidade de fracionamento das etapas produtivas, como será discutido brevemente no primeiro capítulo. Exerceu impacto nessa dinâmica, também, o aumento da produtividade média da indústria nesses países, sobretudo devido a uma acirrada concorrência por inovações em setores como telecomunicações e eletrônica, e o aumento do conjunto de serviços ligados à indústria (SAMPAIO, 2013). É importante destacar que nos países desenvolvidos, a perda das plantas industriais não significou perda nem de poder de comando sobre a cadeia produtiva nem, de modo geral, perda de apropriação do valor gerado por essa cadeia. A sede, as atividades mais complexas tecnologicamente, a inovação, via de regra permaneceram nesses países, articulando uma complexa cadeia global de produção (CANO, 2014; GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS, 2007, cap. 19). Já o debate sobre a desindustrialização nos países subdesenvolvidos, em geral, e no Brasil, em particular, tem aspectos muito distintos em relação aos países desenvolvidos, principalmente por não possuírem uma estrutura produtiva tão diversificada quanto a dos países desenvolvidos, um núcleo endógeno de inovação tecnológica e por se inserirem de forma subordinada na divisão internacional do trabalho. Ao perder importância da sua indústria, revertendo parte da limitada diversificação de seu parque industrial, os países periféricos perdem tanto no dinamismo econômico quanto na capacidade de geração e apropriação de excedente. Destarte, este texto segue a interpretação de Cano (2014), de que a desindustrialização brasileira está diretamente relacionada com o caráter periférico de sua economia e a forma subordinada com a qual o capital nacional e sua coalizão interna de poder, materializada no perfil das políticas econômicas aplicadas, se relacionam com o capital internacional. É importante ressalvar, ainda, que a desindustrialização, perda de participação da indústria e de sua diversidade produtiva, difere da mera desconcentração produtiva, ou seja, do fechamento de uma unidade para inauguração em outra região de um mesmo estado ou país. Assim, uma indústria que encerra suas atividades em São Paulo e as transfere para outro estado não pode ser considerada como desindustrialização do estado de São Paulo; porém, se

8 essa indústria se transfere para outro país ou vai à falência e a demanda passa a ser atendida por importação, sim. Uma vez argumentado a importância central da indústria da transformação para o crescimento e, principalmente, o desenvolvimento econômico de longo prazo de um país, o objetivo desta dissertação é estudar a evolução da estrutura produtiva da indústria de transformação do país e do estado de São Paulo entre 1989 e 2010, bem como suas articulações com as demais regiões e estados, identificando os impactos do mercado externo em sua estrutura industrial e os movimentos de regressão de sua estrutura produtiva, que denominaremos aqui de desindustrialização. O período de análise deste estudo será de 1989 a 2010 por duas razões. A primeira, e mais importante, é porque esse é o período de uma nova configuração das políticas macroeconômicas adotadas e do papel do Estado dentro da economia, com o efetivo abandono de políticas estatais desenvolvimentistas. Nesse período, os ajustes da economia brasileira levaram a uma maior inserção das estruturas produtivas regionais e estaduais no comércio internacional, afetando a dinâmica de acumulação na indústria de transformação paulista. (MACEDO, 2010). A segunda razão é metodológica, e diz respeito à disponibilidade de informações de comércio exterior, fornecidas pela SECEX/MDIC, e de produção, fornecidas pelo IBGE. Essas análises se utilizam de diferentes classificações e bases de dados, havendo dificuldade em comparar diretamente alguns dados. Iniciou-se a análise com 1989, pois o ano de 1990 se mostrou um ano atípico e ruim para se iniciar a análise, devido à forte retração econômica experimentada naquele ano. Algumas informações, como as das Pesquisas Industriais Anuais (PIAs), estão disponíveis somente a partir de 1996, e a base de dados de comércio interestadual, obtida graças a um convênio entre a Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo e o Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico do Instituto da Economia da UNICAMP, disponibiliza os dados entre 2001 e 2010. De qualquer forma, sempre se tentou utilizar os dados o mais próximo possível de 1989 e até o ano mais recente possível - em alguns casos, havia dados disponíveis até 2014. Há um apêndice metodológico no final desta dissertação explicitando as dificuldades e os tratamentos dos dados usados neste trabalho. Assim, acredita-se que a desindustrialização brasileira foi resultado de opções de ordem política que privilegiavam outros tipos de acumulação, como as frações de capital vinculadas às atividades financeiras, à exploração imobiliária, às exportações agroindustriais, minerais e de insumos básicos, além dos vinculados à questão energética, como álcool de cana de açúcar e

9 petróleo. Esse modelo de acumulação se mostrou prejudicial à indústria da transformação e gerou apenas dinamismos pontuais que beneficiaram alguns espaços do território, com modificações nas estruturas produtivas, promovendo desempenhos distintos e desconexos das economias regionais, com efeitos expressivos na fragilização da integração regional brasileira. Este texto está organizado em dois capítulos, além desta seção introdutória. O primeiro capítulo fará um breve resumo do debate sobre a desindustrialização no Brasil e tratará da mudança da estratégia de desenvolvimento para o Brasil implantada na década de 1990, como resposta à crise dos anos 1980, passando a adotar um modelo de cunho neoliberal, de modo a inserir o país na globalização financeira e comercial, e os impactos devastadores que isto causou sobre a indústria de transformação nacional, cuja dinâmica de acumulação resultará num padrão de especialização e regressão da estrutura industrial. O segundo capítulo tratará dos impactos desse cenário político e econômico sobre o principal parque industrial do país, o do estado de São Paulo, que sofrerá com maior intensidade as limitações do novo modelo de crescimento do país e aprofundará um modelo de desconcentração espúria, nos termos de Cano (2008). Por fim, algumas considerações finais serão feitas a respeito da adoção do modelo de cunho neoliberal das políticas macroeconômicas e da priorização da valorização de determinadas frações de capital segundo os interesses das coalizões internas de poder político e econômico do país.

10

CAPÍTULO 1: A ESTRUTURA PRODUTIVA BRASILEIRA ENTRE 1989 E 2010 E O DEBATE SOBRE A DESINDUSTRIALIZAÇÃO. 1.1: Breves notas sobre o debate da desindustrialização no Brasil. De uma maneira resumida, o debate sobre a desindustrialização iniciou nos anos 1970 e 1980 ao se observar, primeiramente nos países desenvolvidos, uma tendência nova de redução persistente da participação do produto industrial no PIB, do emprego industrial no 7

emprego total e da deterioração do saldo comercial da indústria da transformação . Conforme assinala Coriat: ―A desindustrialização é definida como a intersecção de três conjuntos de fenômenos que devem manifestar-se em conjunto, para ser legitimo falar de desindustrialização. Segundo esta definição, admitida praticamente por todos os interlocutores preocupados com o debate teórico que o fenômeno deu origem, uma economia se encontrará em desindustrialização se: durante um período de médio-longo prazo (uma década ou muitas décadas) se manifesta uma redução relativa do emprego e do valor agregado industriais em relação ao emprego e valor agregado totais; redução acompanhada de dificuldades duradoras no equilíbrio das contas externas (…)‖ (CORIAT, 1989, p.37 apud 8 LÓPEZ & COBOS, 2008, p.24) .

Estes indicadores, entretanto, sinalizariam não uma mera redução de tamanho (proporcional) da indústria, mas uma mudança na estrutura produtiva desses países, em que sua

indústria

estava

transferindo

uma

parcela

de

suas

atividades

para

países

subdesenvolvidos, muitas vezes com fechamento de plantas no país de origem, ao passo que sua indústria remanescente aumentou sua produtividade e aumentou o emprego de mão de obra altamente qualificada e produtiva, desviando trabalhadores para outros setores da economia (ROWTHORN & RAMASWAMY, 1999).

7

Sobre o debate internacional a respeito da desindustrialização nos países desenvolvidos, ver: Sampaio (2015, cap. 1); Morceiro (2012) Kang e Lee (2011); Tregenna (2008); Rowthorn e Coutts (2004), Rowthorn e Ramaswamy (1999); Rowthorn e Ramaswamy (1997); e Coriat (1989). 8 Traduzido livremente do original: ―La desindustrialización es pues definida en el crucero de tres series de fenómenos que deben manifestarse de manera conjunta, para que sea legítimo hablar de desindustrialización. Según esta definición, admitida prácticamente por todos los interlocutores preocupados por el debate teórico que el fenómeno ha hecho surgir, una economía se encontrará em desindustrialización si: durante un período mediano-largo (decenal o pluridecenal) se manifiesta una reducción relativa del empleo y del valor agregado industriales en relación al empleo y al valor agregado totales; reducción acompañada de dificultades duraderas en el equilibrio de las cuentas exteriores‖.

11 Conforme nos lembra Sampaio (2015) e Cano (2014), é importante destacar que nos países desenvolvidos, a perda das plantas industriais não significou perda nem de poder de comando sobre a cadeia produtiva nem, de modo geral, perda de apropriação do excedente gerado por essa cadeia. A sede, as atividades mais complexas tecnologicamente, a inovação, via de regra permaneceram nesses países, articulando uma complexa cadeia global de produção. Já o debate sobre a desindustrialização nos países subdesenvolvidos, em geral, e no Brasil, em particular, tem aspectos muito distintos em relação aos países desenvolvidos, principalmente por não possuírem uma estrutura produtiva tão diversificada quanto a dos países desenvolvidos, um núcleo endógeno de inovação tecnológica e por se inserirem de forma subordinada na divisão internacional do trabalho. Ao perder importância da sua indústria, revertendo parte da limitada diversificação de seu parque industrial, os países periféricos perdem tanto no dinamismo econômico quanto na capacidade de geração e apropriação de excedente. A discussão sobre desindustrialização no Brasil, embora longe de atingir um consenso e com várias definições possíveis, concentra-se na questão produtiva e de valor adicionado, ou seja, na redução da participação da indústria da transformação no PIB e na diminuição da agregação de valor interna, isto é, uma diminuição do valor adicionado no valor bruto da produção. Conforme destaca Morceiro (2012), há razões metodológicas (principalmente na disponibilidade de dados) para esta concentração, mas há também um componente ideológico, ou seja, os enfoques, métodos, variáveis e definições utilizadas – e ignoradas – variam de acordo com visões de mundo e discursos pré-concebidos. Vale a ressalva de Sampaio (2015, p.16), ainda, que essas duas medidas pouco informam sobre o nível de desenvolvimento econômico e industrial de um país, necessitando de dados complementares para essa análise. Há autores que negam que o Brasil passe por um processo de desindustrialização, como Nassif (2008), Barros e Pereira (2008) e Kupfer (2011), argumentando que não existem alterações significativas na estrutura produtiva brasileira, em que pese a redução do peso da indústria de transformação, nem fechamento generalizado de firmas. Argumentam, ainda, que entre 1980 e 2005 houve crescimento industrial no país, ainda que a taxas muito baixas, descaracterizando, nesta visão, um processo de desindustrialização. Esta interpretação diminui a importância das perdas relativas da estrutura produtiva e da agregação de valor da indústria e se atenta às mudanças absolutas. Para Nassif (2008), ao examinar a participação da indústria de transformação no PIB brasileiro entre 1947 e 2004 a preços constantes, verificou uma queda expressiva na segunda metade dos anos 1980, caindo de 32% em 1986 para 22,7% em 1990, e mantendo-se em torno

12 de 22% entre 1990 e 2004. O autor nota, inclusive, que a participação em 2004 fechou em 23%. O autor destaca que a queda expressiva de participação da indústria (redução de quase um terço em apenas quatro anos) foi um fenômeno restrito à segunda metade dos anos 1980, provocado por ―um forte decréscimo da produtividade industrial nos anos 1980, em um quadro de estagnação econômica e conjuntura de alta inflação‖ (NASSIF, 2008, p.84). Desta forma, não se poderia atribuir a perda de participação da indústria da transformação a uma desindustrialização, por não ser motivada pelos fatores microeconômicos internos (aumento de produtividade) e externos (pressão competitiva das importações) que levaram os países desenvolvidos a se desindustrializar, nem às reformas econômicas neoliberais da década de 1990 (liberalização comercial, privatizações, liberalização financeira externa, dentre outras). Argumento semelhante é desenvolvido por Barros e Pereira (2008). Neste trabalho, os autores argumentam que entre 1990 e 2007 a indústria da transformação manteve uma participação relativa na economia mais ou menos estável, e que em 2006-2007 esta participação era praticamente idêntica à de 1995. Na interpretação destes autores, a indústria passou por um importante processo de reestruturação, porém não de desindustrialização. Os autores afirmam que, de fato, algumas empresas ou segmentos perderam importância relativa, porém que outros ganharam participação, como ocorreria, naturalmente, durante uma reestruturação industrial. Assim, esses autores não acreditam numa falência de todo o tecido industrial brasileiro; pelo contrário, possuem uma visão otimista em relação ao futuro da indústria da transformação devido ao fato de o país ainda possuir ―uma indústria completa, diversificada, criativa e com talentos gerenciais reconhecidos internacionalmente‖ (BARROS & PEREIRA, 2008, p. 329). Assim, em suma, estes autores argumentam que: ―(...) todas essas mudanças em curso constituem um processo de reestruturação industrial e não um de desindustrialização, no sentido como esse termo tem sido utilizado. Lançando um olhar para o futuro da indústria de transformação brasileira, contudo, encontramos crescentes evidências estatísticas e anedóticas de que o ―chão de fábrica‖ do país está cada vez mais cimentado, não para abrigar maquiladoras, mas para receber equipamentos modernos e trabalhadores mais qualificados, o que garantirá o deslocamento do Brasil para um lócus produtivo mais eficiente e próximo da fronteira tecnológica‖ (BARROS & PEREIRA, 2008, p. 324-325).

Interpretação muito semelhante à de Kupfer (2011), para quem os movimentos recentes da indústria devem ser compreendidos como uma reestruturação estrutural, mas não uma desindustrialização. Para este autor, o peso da indústria no PIB se manteve estável nos anos recentes, porém com uma tendência à especialização produtiva, ou seja, deixando de ser uma

13 estrutura industrial mais completa e diversificada e ―se tornando numa indústria mais especializada, com uma maior participação dos setores ligados à produção de transformação [na matriz produtiva] e menor dos setores mais tradicionais‖ (KUPFER, 2011, p.1). A indústria brasileira estaria aumentando seu grau de integração produtiva internacional, ou seja, aumentando seus coeficientes de exportação e de importação, mais próximo ao modelo asiático, que seria o modelo industrial do século XXI. Entre os autores que concordam com a tese da desindustrialização para o período recente, há uma vertente conservadora, como Bacha & De Bolle (2013) e Bonelli, Pessoa & Matos (2013), que afirmam existir uma desindustrialização no país, porém a um ritmo moderado, pois a queda de participação da indústria no PIB foi pouco intensa se comparada aos ―fundamentos macroeconômicos‖. Ademais, Bacha & De Bolle argumentam que o Brasil foi incapaz de participar no crescimento do comércio internacional, incluindo a parte baseada em cadeias de produção, principalmente por causa de elevadas bases tarifárias, que penalizariam a competitividade internacional da indústria. Para corrigir essa trajetória, esta vertente defende um aumento da produtividade industrial através de políticas industriais de corte horizontal e da ampliação da abertura comercial da economia, de forma a estimular a competitividade industrial e melhorar a participação no comércio internacional. Outra vertente importante no debate brasileiro, como os autores Oreiro & Marconi (2012), Bresser-Pereira & Marconi (2010), Oreiro & Feijó (2010), Bresser-Pereira (2008) e Palma (2005), interpreta que o Brasil enfrenta um processo de desindustrialização como consequência da chamada ―doença holandesa‖. Originalmente 9 , o conceito de doença holandesa se refere à descoberta e exploração de um recurso natural abundante e valorizado que ao ser exportado em demasia provoca uma forte apreciação da taxa de câmbio. Essa valorização do câmbio diminui a competitividade da manufatura interna e promove a deterioração do saldo comercial de produtos manufaturados. Se a apreciação for intensa (superando os ganhos de produtividade da indústria), persistir e não for neutralizada, prejudicará a indústria e causará uma indesejada desindustrialização. Esta vertente ressalta a importância da variável câmbio para o desenvolvimento da indústria, argumentando que a taxa de câmbio no Brasil apresenta tendência crônica de sobreapreciação, sendo influenciada principalmente pelo desempenho das commodities 9

A expressão “doença holandesa” foi cunhada pela revista inglesa The Economist (The Dutch Disease, In: The Economist, pp. 82-83, 26 de novembro de 1977) para expressar a perda relativa de competitividade da manufatura holandesa devida à apreciação do florim, causada pelas volumosas entradas de divisas obtidas com as exportações de jazidas de gás natural descobertas na década de 1960. Sobre o caso holandês, ver Corden (1984) e Corden & Neary (1982).

14 agrícolas e minerais, setores mais dinâmicos devido à dotação natural de fatores. Destarte, para Bresser-Pereira & Marconi (2010), os programas agressivos de liberalização comercial e financeira inspirados no Consenso de Washington (RODRIK, 2002; WILLIAMSON, 1992; WILLIAMSON, 1990) e implantados na América Latina e no Brasil, nos anos 1980 e 1990, eliminaram os mecanismos que protegiam a economia da doença holandesa. Após 2002, o crescimento das exportações de commodities e a melhora dos termos de trocas passaram a contribuir decisivamente para a sobrevalorização da taxa de câmbio, que, ao facilitar a importação e desestimular as exportações de produtos manufaturados no estado da arte da tecnologia, provocou a desindustrialização por doença holandesa. Palma (2005) também interpreta que o Brasil passou por uma desindustrialização ―precoce‖ causada por doença holandesa, porém identifica que as causas dessa doença holandesa foram as reformas liberais e suas consequências, que induziram a uma regressão da estrutura produtiva, agora mais intensiva em recursos naturais. Já Oreiro e Feijó (2010), analisando a composição do saldo comercial brasileiro e a composição do valor adicionado, chegaram a semelhante conclusão. Nas palavras dos autores: ―Por fim, estudos recentes a respeito da composição do saldo comercial brasileiro e da composição do valor adicionado da indústria brasileira mostram sinais inquietantes da ocorrência de ―doença holandesa‖, ou seja, de desindustrialização causada pela apreciação da taxa real de câmbio que resulta da valorização dos preços das commodities e dos recursos naturais no mercado internacional‖ (OREIRO e FEIJÓ, 2010, p. 231).

Por fim, Oreiro & Marconi (2012) concluem que: ―a análise da literatura brasileira recente sobre o tema da desindustrialização parece deixar pouca margem para a dúvida a respeito da ocorrência efetiva desse processo [de desindustrialização como resultado da doença holandesa]‖ (OREIRO & MARCONI, 2012, p.4).

Vale ressalvar, todavia, conforme aponta Morceiro (2012), que esta interpretação atribui ao comércio internacional (mais especificamente, às exportações de recursos naturais) uma influência determinante sobre o câmbio, ao passo que nas economias modernas os fluxos de capital e as políticas macroeconômicas também possuem um efeito significativo sobre a taxa de câmbio. Ademais, a análise macroeconômica entre 1990 e 2014 parece mostrar que primeiramente

se

apreciou

o

câmbio

intensamente,

prejudicando

profundamente

o

desempenho da indústria da transformação, e somente após 2002 é que as exportações de produtos básicos cresceram aceleradamente. Segundos dados da SECEX (MDIC) e do Banco Central, o valor médio anual (FOB) das exportações de produtos básicos entre 1989 e 2002 foi de US$11,7 bilhões, contra US$25,6 bilhões das exportações de manufaturados e contra um

15 valor médio de recebimento (passivo) de investimentos estrangeiros em carteira e em derivativos no país de US$22,9 bilhões – maior que as exportações de produtos básicos. Já entre 2003 e 2014, o valor médio anual das exportações de produtos básicos foi de US$71,7 bilhões, contra US$ 76,1 bilhões de exportações de manufaturados e uma média de US$141,6 bilhões de recebimento (passivo) de investimentos estrangeiros em carteira e em derivativos10. Ou seja, como será discutido mais a frente, em que pese a contribuição das exportações de produtos primários após 2002, as causas da valorização cambial têm outra raiz, a saber, a gestão da política macroeconômica desse período e a consequente entrada de capitais financeiros. Uma última vertente, mais difusa, abarca as demais interpretações heterodoxas, que também diagnosticam um processo de desindustrialização no Brasil, porém identificando outras causas. Assim, a desindustrialização no Brasil ocorre não em função de doença holandesa ou de asfixiantes interferências estatais e carga tributária, mas principalmente devido às gestões da política macroeconômica nacional, ou seja, na implementação e manutenção das reformas neoliberais dos anos 1990, com rápida abertura comercial e financeira, elevadas taxas de juros e taxa de câmbio sobrevalorizada. Alguns autores fazem, ainda, considerações a respeito da estrutura de comércio exterior do Brasil, principalmente sobre a reprimarização da pauta exportadora e perda de participação no comércio internacional, da estrutura de empregos e da autonomia tecnológica dentro do diagnóstico de desindustrialização. Ricupero (2005) avalia que o Brasil sofreu um processo de desindustrialização ―precoce‖ desde meados dos anos 1980, ou seja, seu setor manufatureiro declinou, em termos relativos, sua participação no emprego total e no valor adicionado. Para o autor, o processo de abertura econômica e financeira realizado pelos países da América Latina, dentre eles o Brasil, foi realizado de forma abrupta num contexto de fragilidade macroeconômica e de insuficiente capacidade de investimento. Já os países asiáticos, ao contrário, realizaram seu processo de abertura de outra forma: ―(…) muito mais gradual, progressivo, seguro e realizado a partir de posição de força, por economias capazes de investir 30% ou mais do PIB anualmente e bafejadas por juros extremamente baixos, frequentemente subsidiados, por taxa de câmbio desvalorizada, carga tributária pequena e mínimos encargos trabalhistas e previdenciários‖ (RICUPERO, 2005, p. 2).

10

De 2007 a 2014, o país teve a entrada de mais de 100 bilhões de dólares nessas duas contas em cada ano, com um pico de US$239,3 bilhões em 2014.

16 Em resumo, para Ricupero (2005), a desindustrialização ―precoce‖ do Brasil foi fruto da alternância do modelo de desenvolvimento de substituição de importações para um de cunho neoliberal de modo muito abrupto. Feijó, Carvalho & Almeida (2005) e Feijó & Carvalho (2007), em estudos realizados para o IEDI, também concluem um processo de desindustrialização brasileira causado pela combinação perversa da manutenção de uma taxa de juros elevada e da taxa de câmbio valorizada, ou seja, a política macroeconômica adotada é pouco propícia ao crescimento da indústria da transformação. As altas taxas de juros afetam a demanda agregada e inibem o investimento, o gasto público e as exportações (devido ao impacto dos juros nas contas financeiras e de capital, por apreciar o câmbio), e o câmbio valorizado instiga a substituição de produção doméstica por produtos importados e desestimula as exportações. Estes autores empregam como indicador de desindustrialização a participação da indústria de transformação no valor adicionado e a agregação de valor interna da indústria da transformação, ou seja, a relação do valor transformado industrial (VTI) sobre o valor bruto da produção industrial (VBPI). Segundo eles, ―quanto menor a relação, mais próximo o setor está de ser uma indústria ‗maquiladora‘ que apenas junta componentes importados praticamente sem gerar valor‖ (FEIJÓ, CARVALHO & ALMEIDA, 2005, p. 22). Feijó, Carvalho & Almeida (2005) identificam que o Brasil sofreu um processo de desindustrialização entre 1986 e 1998, pois verificaram uma redução de 12 pontos percentuais na participação da indústria de transformação no PIB (de 32,1% para 19,7%). Ademais, os autores expõem como argumentos adicionais que o crescimento da manufatura brasileira foi inferior ao mesmo crescimento dos demais países emergentes, que sua manufatura apresentou crescimento menor que os demais setores econômicos e, ainda que os setores intensivos em recursos naturais ganharam peso na composição da manufatura. Contudo, os autores qualificam que essa desindustrialização foi apenas ―relativa‖, pois até o momento não havia ocorrido ―perda irreparável na estrutura industrial do país e em sua capacidade dinâmica‖ (FEIJÓ, CARVALHO & ALMEIDA, 2005, p.2). Assim, os autores advertem que a indústria da transformação ainda mantinha uma significativa diversificação produtiva, preservando seus setores de ponta tecnológica e, portanto, ainda possuía capacidade de ampliar sua produtividade e capacidade exportadora. Assim, avaliavam que a indústria da transformação brasileira conservava requisitos para ―reerguer-se e reintegrar-se com maior plenitude nas atuais tendências de industrialização dos países de maior dinamismo industrial‖ (FEIJÓ, CARVALHO & ALMEIDA, 2005, p.2). Para os autores, a maneira como foi feita a liberalização comercial e financeira (principalmente no que diz respeito à política

17 macroeconômica) e a manutenção da moeda sobrevalorizada até 1998 explicam a desindustrialização ocorrida nos anos 1990, ao passo que as políticas de combate à hiperinflação nos anos 1980 explicariam a desindustrialização daquela década. Feijó e Carvalho (2007) expandem a análise e concluem que a indústria da transformação passou por um processo de desindustrialização entre 1996 e 2004, com a continuidade da perda de participação relativa no PIB e da queda de agregação interna de valor. Entre as principais causas dessa desindustrialização, os autores destacam a gestão macroeconômica do país: ―Em síntese, mesmo sendo dotado de um parque industrial amplo e diversificado, verifica-se nos últimos anos um processo de desindustrialização, que é fruto da combinação perversa de taxas de juros elevada e câmbio valorizado. Essa combinação inibe a expansão do investimento e das exportações, corroendo a competitividade e levando a perdas de produtividade na indústria‖ (FEIJÓ & CARVALHO, 2007, p.1)

Nakabashi et al. (2007) chegam à conclusão de que a participação dos empregos industriais no total de empregos formais na economia indicava um processo de desindustrialização no Brasil, adicionando à análise com foco na estrutura produtiva e resgatando a análise da estrutura de empregos industriais como um dos eixos centrais de debate sobre a desindustrialização. Estes autores analisaram a evolução dos empregos formais entre 1985 e 2005 e concluíram que a indústria da transformação brasileira perdeu participação relativa no total do emprego formal durante todo o período, porém foi menos acentuada nos setores da indústria de transformação ligados a recursos naturais. Como consequência, a ―perda de participação do emprego formal na industrial de transformação [está] concentrada em seus segmentos mais dinâmicos e de maior conteúdo tecnológico‖ (NAKABASHI et al., 2007, p.27). Em contrapartida, o setor de serviços elevou a sua participação nos empregos formais de 65,6% para 72,4% entre 1985 e 2005, porém estes se concentraram em segmentos de baixo e médio dinamismo tecnológico. Os segmentos de serviços de alto dinamismo tecnológico, que requerem mão de obra de elevada qualificação profissional, perderam participação relativa. Logo, há indícios de desindustrialização entre 1985 e 2005 pela ótica do emprego, pois a indústria da transformação reduziu sua participação nos empregos formais e os novos empregos gerados no setor de serviços se concentraram em de menor conteúdo tecnológico e, portanto, segmentos com menor potencial de dinamismo econômico. Comin (2009) também chegou à conclusão de que o Brasil passou por um processo de desindustrialização entre 1990 e 2006. O autor verificou a existência de um processo

18 generalizado de esvaziamento produtivo, em que quase todas as cadeias produtivas tornaramse mais rarefeitas e nenhuma passou por um processo substancial de adensamento produtivo. Além disso, este autor constatou um empobrecimento significativo da composição do tecido industrial, uma vez que os setores de alta e média alta intensidade tecnológica perderam participação no valor adicionado e no emprego em relação ao total da indústria de transformação. Entretanto, Comin (2009) classifica esse processo como uma desindustrialização truncada, pois, para o autor, apesar do enfraquecimento da indústria da transformação, este teria sido apenas parcial, já que os segmentos da estrutura produtiva que haviam alcançado certo grau de maturidade mantiveram sua capacidade produtiva mesmo com o choque liberal da década de 1990, muito embora perdendo elos importantes da cadeia. Ademais, o autor relativiza a desindustrialização brasileira também por ter sido menos grave do que a de outros países latino-americanos. Gonçalves (2011), ao analisar as políticas econômicas dos governos Lula da Silva, faz um diagnóstico bastante crítico para o período 2003 a 2010. O autor conclui que, durante o período analisado, houve retrocessos na estrutura produtiva do país, com desindustrialização (isto é, perda de participação manufatureira no PIB) e substituição de produção interna por importações. O autor chama a atenção, também, para a perda de competitividade nacional da indústria, a reprimarização da pauta de exportações, a crescente dependência tecnológica em relação aos países desenvolvidos, a desnacionalização da propriedade e a crescente vulnerabilidade externa estrutural da economia, com um passivo externo crescente. As fontes dessas tendências estruturais regressivas estariam na gestão da política macroeconômica e nas opções políticas em questões estruturais, como estrutura de propriedade, vulnerabilidade externa, distribuição de riqueza, estrutura tributária e dominação dos interesses financeiros. Cano (2012) faz uma análise similar à de Gonçalves (2011), mas é mais preciso no diagnóstico das origens do problema da desindustrialização: o problema não aconteceu ao acaso, mas é de ordem política, ou seja, é fruto das decisões políticas tomadas por suas coalizões internas de poder. Para o autor, a desindustrialização brasileira está diretamente ligada com o caráter periférico e subdesenvolvido de sua economia, que buscou se associar de forma subordinada ao capital financeiro internacional e privilegia as esferas financeira e agropecuária como estratégia principal de acumulação de capital. Foi como fruto dessas decisões políticas que o país adentrou no Consenso de Washington, liberalizando suas contas de comércio e de capital, que o levou a adotar a ―trilogia insana‖: câmbio sobrevalorizado, juros reais muito elevados e prática de âncora fiscal (superávits primários das contas do governo).

19 Com uma extensiva comparação internacional, Cano (2014) mostra que a adoção de reformas e políticas neoliberais pelos países subdesenvolvidos, principalmente pela América Latina, impactou negativa e duramente suas economias, diminuindo suas participações na produção mundial, reduzindo a taxa de investimento, sofrendo estagnação ou queda da produtividade, perda de competitividade externa e interna e flagrante queda na participação de suas exportações de manufaturados (CANO, 2014, p. 11). Como resultado – bem diferente da Coreia do Sul e da China, como demonstra o autor –, os países latino-americanos vivenciaram após os anos 70 uma violenta queda no crescimento de seu valor agregado industrial e, consequentemente, de participação de seu valor agregado industrial no PIB. Entre 1980 e 2012, a participação da indústria no PIB no Brasil caiu de 31,0% para 13,2%; no Chile, de 14,4% para 11,2%; na Colômbia, de 19,7% para 13,0%; no México, de 18,7% para 17,9%; e na Venezuela, de 23,4% para 14,3% (CANO, 2014, p.7). Outra evidência da desindustrialização latino-americana, para o autor, é a pequena participação desses países nas exportações mundiais de manufaturados, principalmente os de maior complexidade tecnológica. ―Desnuda (...) a fragilidade de nossos países, diante do problema da valorização cambial, da falta de investimentos e do relativo estancamento tecnológico‖ (CANO, 2014, p.16). Destarte, entre 1980 e 2010, a desindustrialização brasileira se evidencia na queda do valor adicionado da manufatura em 15 pontos percentuais (de 33% para 18%); na redução da agregação de valor manufatureiro (VTI/VBPI) desde 1996; na regressão da estrutura da indústria de transformação desde 1980, na qual os bens de maior intensidade tecnológica perderam peso, em detrimento ―do predomínio dos não duráveis e de setores exportadores de semi-industrializados‖ (Cano, 2012, p. 9); na pior inserção no comércio internacional, com aumento generalizado do coeficiente de penetração das importações e a presença de déficits comerciais na manufatura expressivos a partir da segunda metade dos anos 2000; na reprodução de relações econômicas de ―Centro – Periferia‖ com a China; na reprimarização da pauta de exportações brasileira; no aumento expressivo de importações de produtos manufaturados, sobretudo de bens duráveis de consumo; e na deterioração das transações correntes do balanço pagamentos e no enorme aumento do passivo externo líquido. Este trabalho procura seguir esta última vertente, particularmente a interpretação de Cano (2014), de que a desindustrialização brasileira está diretamente relacionada com o caráter periférico e subdesenvolvido de sua economia. Dele decorre a forma subordinada com a qual o capital nacional e sua coalizão interna de poder, materializada no perfil das políticas econômicas aplicadas, se relaciona com o capital internacional e abdica de estratégias nacionais de desenvolvimento em favor de um padrão dependente. Como resultado, verifica-se

20 a fragilização da indústria nacional e o privilégio às esferas financeiras, bem como a desnacionalização produtiva, a modernização dos padrões de consumo elitizados 11 e a anulação da capacidade autônoma de desenvolver a nação.

11

Sobre a modernização dos padrões de consumo no neoliberalismo brasileiro, ver SAMPAIO JR, Plínio de Arruda. Desafios do momento histórico e lições governo Lula. In: PAULA, João Antonio de. Adeus ao Desenvolvimento: A opção do governo Lula. Belo Horizonte: Autêntica, pp. 293-312, 2005.

21

1.2: Breve histórico macroeconômico entre 1989 e 2010.

A economia brasileira sofreu uma profunda transformação durante o século XX. Não apenas suas taxas de crescimento foram maiores que as de qualquer outra economia nacional nesse século, como também teve sua base econômica radicalmente alterada, passando de uma economia fundamentalmente agrário-exportadora para uma economia de denso tecido urbano-industrial. Nesta intensa transformação da economia brasileira, pode-se afirmar que as estratégias de planejamento e fomento do Estado desde 1930 até 1980 desempenharam importante papel nessa evolução, que, por meio de ampla intervenção na economia, visava a promover a industrialização do país por substituição de importações e, dessa forma, a montagem de um sistema industrial amplo e coeso (CANO, 2012; CANO, 2008; GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS, 2007; CARNEIRO, 2002). O período após a crise de 1929 até o fim da segunda grande guerra foi um período de crise e turbulência internacional, em que o país pôde ampliar sua indústria através do deslocamento do centro dinâmico de acumulação, num processo paulatino de ―substituição de importações‖ devido aos frequentes estrangulamentos externos experimentados (FURTADO, 2000, cap. 32). Contudo, entre o fim da segunda guerra e o primeiro ―choque do petróleo‖, em 1973, o cenário internacional se alterou e a economia mundial passou por forte expansão econômica liderada pela indústria e pela expansão das transnacionais estadunidenses e europeias, e o Brasil aproveitou para ampliar ainda mais sua industrialização. O processo de industrialização brasileiro ganhou força com a instalação das indústrias de bens de consumo durável, bens de capital, insumos básicos e energia. Como resultado, houve intensa transformação da estrutura industrial e a indústria aumentou sua participação no PIB fortemente. (FIESP, 2015; GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS, 2007, cap. 16). Porém, desde a década de 1970 as nações desenvolvidas estavam completando o amadurecimento de suas industrializações e lentamente entrando em crise (CANO, 2014; BONELLI, 2005). Já no início da década os EUA promovem uma desvalorização de sua moeda, que resultou, em 1973, no desmonte do padrão de Bretton Woods e na criação do padrão dólar-flexível (SERRANO, 2002). O discurso para enfrentamento da crise começou a se construir no denominado neoliberalismo e na Globalização Produtiva e Financeira, com políticas de desregulamentação comercial, financeira, produtiva, dos contratos de trabalho (com consequente precarização e rebaixamento de custos) e do ―estado de bem-estar social‖, além de uma alteração no entendimento do papel do Estado Nacional na economia

22 (GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS et. al., 2007, cap. 22). Dentro deste contexto, em fins de 1979, mudanças drásticas na política monetária estadunidense, particularmente com uma elevação significativa dos juros básicos, deflagraram uma profunda crise na economia internacional. O efeito imediato para os países subdesenvolvidos e fortemente endividados em moeda estrangeira, como o Brasil, foi o corte substancial do financiamento externo, que se desdobrou em outros efeitos perniciosos: alta inflação, queda do investimento, baixo crescimento, crise crônica de balanço de pagamentos, corte do crédito interno, elevação acentuada das dívidas públicas externa e interna e aprofundamento das crises fiscais e financeiras do Estado nacional, debilitando ainda mais o gasto e o investimento público (CRUZ, 1999). Essa conjunção fez com que aquela ação do Estado brasileiro no plano nacional e regional fosse profundamente diminuída e também com que o investimento privado se debilitasse, notadamente o industrial, durante toda a década de 1980. A política econômica nessa década se voltou quase que exclusivamente à geração de saldos comerciais para fazer frente à escassez de divisas necessárias para o pagamento dos serviços da dívida. Em termos de setores produtivos, a indústria se enfraqueceu, e os segmentos que ainda apresentaram algum crescimento mais expressivo foram os vinculados às exportações agroindustriais, minerais e de insumos básicos, além dos vinculados à questão energética, como álcool de cana de açúcar e petróleo (CANO, 2008). A taxa de crescimento da economia se reduziu bruscamente em relação ao desempenho obtido nos trinta anos anteriores, crescendo a uma sofrível média anual de 2,2% na década de 1980, conforme explicitado na tabela 4. A indústria da transformação, que contém a maior parte dos ramos industriais e outrora liderara o crescimento da economia, teve um desempenho médio anual ainda pior, de apenas 0,9%, em contraste com a média anual de 9,0% da década de 1970. Tabela 4: Taxas médias de crescimento real dos setores do PIB (em %). Ano 1970-1980 1980-1989 1989-2003 2003-2013 1989-2013 PIB 8,7 2,2 1,8 3,7 2,6 Agropecuária 3,8 3,2 3,7 3,0 3,4 Indústria 9,8 1,2 1,1 2,8 1,8 Ind. Transf. 9,0 0,9 1,0 2,0 1,4 Serviços 8,0 3,1 1,9 3,8 2,7 Fonte: Cano (2008) entre 1970 e 1989; Contas Nacionais do IBGE entre 1989 e 2013.

Em paralelo a esta conjuntura, houve uma mudança de discurso político no plano internacional para retomar o dinamismo das economias subdesenvolvidas latino-americanas após uma década de ―estagflação‖, ou seja, baixo crescimento econômico com altas taxas de

23 inflação12. Em detrimento da estratégia anterior de articular um conjunto de medidas a fim de construir deliberadamente competitividade (para alcançar um sistema industrial completo), através de estratégias conjuntas do Estado e do setor privado, estratégias supostamente geradora de ―ineficiências‖ de mercado, defendia-se que bastavam algumas reformas neoliberais aliadas à estabilidade macroeconômica (leia-se, estabilidade de preços) para uma inserção positiva da economia (e, em especial, da indústria) brasileira na nova dinâmica internacional (CANO, 2008; LAPLANE & SARTI, 2006; CARNEIRO, 2002). Concretamente, após o início da década de 1990, a economia brasileira sofreu mudanças estruturais muito importantes, resultados do movimento de globalização produtiva (flexibilização produtiva em virtude das transformações tecnológicas) e financeira (integração financeira com restrições menores que as do momento anterior), de abertura comercial, da estabilização dos preços e de um processo de desnacionalização e privatização da atividade produtiva (ALMEIDA & BELLUZZO, 2002; BARROS & GOLDENSTEIN, 1997a). Esta visão adotada de desenvolvimento econômico era a antípoda da anterior, visando à geração de uma onda de intensa modernização na qual somente os agentes mais aptos e mais eficientes sobreviveriam ao desafio da competitividade. Nas palavras de Carneiro, este modelo tem ―a concorrência como motor primordial do processo‖ (CARNEIRO, 2002, p.310). A ampliação da concorrência e da eficiência geraria o estímulo necessário para a incorporação de progresso técnico, promovendo aumento de produtividade e, dessa forma, aumentos de salários reais. Para se atingir tais objetivos, os formuladores dessa nova política econômica se utilizaram de uma ampla abertura econômica e de um processo de desnacionalização e privatização. A abertura econômica, ao rebaixar de forma abrangente as tarifas alfandegárias da economia, permitiria a entrada de novos produtores em mercados anteriormente protegidos e forçariam as empresas a se tornarem mais competitivas, enquanto que o processo de desnacionalização e privatização propiciaria uma suposta maior eficiência na gestão de negócios, bem como eliminaria os afamados monopólios estatais (ALMEIDA & BELLUZZO, 2002). Carneiro (2002) explicita alguns pressupostos importantes destas estratégias neoliberais. Primeiramente, não apenas a abertura levaria a uma maior concorrência nos

12

Vide, por exemplo, o famoso texto com dez medidas para a América Latina conhecido como Consenso de Washington: WILLIAMSON, John. What Washington Means by Policy Reform. In: WILLIAMSON, John. (ed.). Latin American Adjustment: How Much Has Happened? Washington: Peterson Institute for International Economics, 1990.

24 mercados domésticos, como também propiciaria um maior acesso a mercados forâneos por meio do aumento de produtividade esperado. Há, também, o suposto de que a globalização da atividade produtiva conduziria à ―superação da dicotomia mercado interno versus mercado externo com especialização local em certos segmentos da cadeia de valor agregado‖ (CARNEIRO, 2002, p. 311), ou seja, a produção local se especializaria em certas cadeias de valor agregado segundo suas vantagens comparativas, promovendo maior produtividade. Parte-se do entendimento estático de que a especialização da atividade produtiva nos mercados de maiores vantagens comparativas resultaria em ganhos de produtividade da economia como um todo, que resultaria, por sua vez, em maior geração de rendas (lucros e salários). Ao estimular a especialização produtiva dos espaços, pode-se localizar aqui uma das raízes dos processos de fragmentação das atividades produtivas, algo esperado e benéfico nestas propostas para superação do baixo dinamismo econômico e industrial brasileiro da década de 1980. A primeira atitude de grande importância nesse novo paradigma foi a implantação de um rápido processo de abertura comercial. Desde logo, as barreiras não-tarifárias foram inteiramente eliminadas, e se aboliu o Anexo C, uma lista da qual participavam cerca de 1300 produtos cuja importação era proibida em razão da existência da produção de similar nacional (CARNEIRO, 2002). Num breve período de cinco anos, de 1990 a 1994, diminuíram-se as tarifas alfandegárias numa velocidade surpreendente, reduzindo-a a uma média de um terço da prevalecente no início da década, conforme disposto na tabela 5: Essa abertura econômica se manteve mesmo após os anos 2000, com uma certa recuperação em relação a 1994. Entretanto, essa recuperação ocorreu em função do aumento da proteção à indústria automotiva e seus componentes – os valores máximos entre 2000 e 2014 são referentes a essa indústria (automóveis, camionetas e utilitários em 2000 e 2005; caminhões e ônibus em 2008 e 2014). Se excluíssemos essas duas subcategorias do cômputo, a proteção efetiva da indústria brasileira cairia para 28,3 em 2000, 20,3 em 2005, 22,1 em 2008 e 22,8 em 2014, níveis bem mais próximos aos anos de 1993 e 1994. Tabela 5: Proteção efetiva da indústria brasileira entre 1990 e 2014 (%). Ano 1990 1991 1992 1993 1994 2000 2005 2008 2014 Média 47,9 38,8 31,5 23,3 15,4 28,9 27,1 28,0 28,7 Desvio Padrão 36,2 32,2 25,9 17,0 10,3 15,0 33,7 28,0 28,5 Mínimo -2,3 -1,8 -2,1 -2,0 -1,9 -6,0 -4,6 -8,2 -3,1 Máximo 155,8 124,8 98,7 98,7 44,6 58,6 180,0 127,6 132,7 Fontes: Holanda (1997, p.55) entre 1990 e 1994; Castilho (2015, p.33) entre 2000 e 2014.

25 O sentido geral das mudanças provocadas pela abertura comercial foi a de uma especialização da estrutura produtiva. Segundo Carneiro (2002), o coeficiente importado (importações sobre produção) quadruplicou entre 1990 e 1998, passando de 5,7% para 20,3% no período. A contrapartida dessa especialização deveria ter sido uma ampliação do coeficiente exportado (exportações sobre produção) que lograsse compensar a perda de mercados domésticos. Todavia, tal fato não ocorreu, pois este último coeficiente sequer dobrou entre 1990 e 1998, elevando-se de 8% para 14,8%. Este movimento ocorreu de forma mais acelerada após 1994 (com a conjunção de abertura comercial com câmbio valorizado), quando o coeficiente importado dobrou até 1998 e o coeficiente exportado aumentou apenas 21%. A partir de outros dados, Coutinho (1997) chega à mesma conclusão. A segunda medida de grande impacto foi a implantação do Plano Real em 1994, que logrou alcançar a estabilidade de preços na economia brasileira após mais de uma década de descontrole inflacionário. Este objetivo foi atingido através de uma âncora cambial, ou seja, ele utilizou-se da fixação do valor externo da moeda para lograr a estabilidade do seu valor interno (GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS, 2007; COUTINHO, 1997). Na década de 1990, observou-se uma notável inflexão dos fluxos de capitais. Com a abertura da economia no início dessa década, o Brasil se inseriu no novo ciclo de liquidez mundial, contando com uma abundância de financiamento externo e de entrada de capitais até 1997 (CANO, 2008; ALMEIDA & BELLUZZO, 2002; COUTINHO, 1997), possibilitando a manutenção do valor externo da moeda utilizada pelo Plano Real ao desencorajar tentativas de especulação contra a paridade estabelecida. O país começou a receber influxos maciços de capital a partir do fim de 1991, quando ainda era ameaçado pela hiperinflação. Entretanto, como mostra Coutinho (1997), nos primeiros anos da abertura, capitais voláteis (isto é, de curto-prazo) representavam a maior forma de absorção de recursos financeiros externos, resultado das elevadas taxas de juros fixadas a fim de manter fluxos líquidos elevados. Este fluxo intenso de divisas, destaca-se, era fundamental para a manutenção do valor externo da moeda nacional. Ademais, grande volume de recursos estrangeiros que entraram na forma de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) constituiu-se, majoritariamente, por compras de ativos e empreendimentos nacionais (privados e estatais), sem representar considerável acréscimo de capacidade produtiva (CARNEIRO, 2002). Isso posteriormente aumentou expressivamente as remessas de lucros para o exterior, constituindo uma necessidade substancial de captação de recursos. Este padrão de desnacionalização prosseguiu mesmo após a crise cambial de 1999, quando, por exemplo, entre 2004 e 2014, 1876 empresas nacionais passaram para controle

26 estrangeiro13, contribuindo para aumentar as remessas de lucros para o exterior. Observa-se, na tabela 6, a intensificação dos fluxos de remessa de lucros, juros e dividendos após 1996 e, principalmente, após 2004, atingindo US$55 bilhões em 2011. Comparando-se esse fluxo com o saldo das transações correntes brasileira, por exemplo, pode-se dimensionar o tamanho deste impacto nas necessidades de captação de divisas por meio da conta capital e financeira para não comprometer as reservas do país - capitais que, por envolver direitos e obrigações com não-residentes do país, irão gerar mais saídas de lucros e de juros no futuro, deteriorando ainda mais a posição externa do país. Tabela 6: Comparativo entre as despesas de lucros, juros e dividendos para o exterior com o saldo das transações correntes brasileira (em US$ bilhões). Saldo das Transações Remessa de Lucros, Ano (A) - (B) Correntes (A) Juros e Dividendos (B) 1989 -13,3 1,0 -12,2 1995 -13,4 -18,4 -31,8 2000 -20,2 -24,2 -44,4 2005 -27,8 14,0 -13,8 2006 -32,2 13,6 -18,6 2007 -38,9 1,6 -37,4 2008 -51,0 -28,2 -79,2 2009 -40,4 -24,3 -64,7 2010 -44,7 -47,3 -92,0 2011 -55,4 -52,5 -107,9 2012 -43,4 -54,2 -97,6 2013 -46,1 -81,2 -127,3 2014 -42,6 -91,3 -133,9 Fonte: Banco Central do Brasil.

Outro impacto significativo introduzido pelo Plano Real foi a forte apreciação da taxa de câmbio, de forma a reduzir os custos de importações, limitar a possibilidade de aumento de preços e, dessa forma, provocar uma queda ainda mais acentuada da inflação (CANO, 2012; MACEDO, 2010; CARNEIRO, 2002). O Gráfico 1 mostra a valorização da taxa de câmbio efetiva real do período, ou seja, a taxa de câmbio ponderada pelos pesos dos 13 principais parceiros comerciais brasileiros e descontada a inflação registrada nos preços de atacado das manufaturas no período. Esta ponderação mostra a taxa de câmbio média que a indústria da transformação teve de enfrentar na competição contra produtos estrangeiros no mercado nacional e nas suas tentativas de ganhar mercados externos. Fica evidente que, a exceção do período entre 1991 e 1993 e de um período de crises cambiais entre 1999 e 2004, a tendência das últimas duas décadas foi a de manutenção de taxas significativamente apreciadas de 13

KPMG. Pesquisa de Fusões e Aquisições – Fusões e Aquisições ―cross broder 1‖. Vários Anos. Disponível em http://www. kpmg.com/br/pt/estudos_analises/artigosepublicacoes. Acesso em 23 de novembro de 2015.

27 câmbio, com uma preocupante valorização contínua nos anos após 2004 que ultrapassam à valorização imposta no início do Plano Real, de forma a reduzir a demanda agregada e manter reduzidos índices de inflação (âncora cambial). Ademais, como mostra o gráfico 2, a taxa de câmbio brasileira foi a mais apreciada entre as economias latino-americanas selecionadas durante quase toda a década de 1990 e foi a que mais se apreciou na década de 2000, seguramente prejudicando a competitividade da indústria da transformação. Isso demonstra o papel central que a âncora cambial teve como estratégia de manter a inflação (e a demanda agregada) em níveis baixos (LACERDA et. al., 2013, p.231). O único período em que o câmbio não realizou esta função foi a muito contragosto, causado por crises externas (e evidentemente a fragilidade da posição externa brasileira), mas que tão logo quanto possível foi estabilizado e valorizado progressivamente. Gráfico 1: taxa de câmbio efetiva real, deflacionada pelo IPA-IT, entre 1989 e 2015 (dez/2003 = 100). 140,0 130,0 120,0 110,0 100,0 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0

Fonte: Funcex. Gráfico 2: taxa de câmbio efetiva real para países selecionados entre 1990 e 2014 (2005 = 100).

1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

150,00 140,00 130,00 120,00 110,00 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00

Brasil

Fonte: CEPAL.

Chile

Colombia

México

28 Nos anos mais recentes, o discurso oficial do primeiro governo Dilma Roussef (20112014) foi atribuir a valorização da moeda à uma ―guerra cambial‖ desleal praticadas pelos outros países14, ou seja, a uma intervenção dita ―artificial‖ dos bancos centrais de outros países que desvalorizavam suas taxas de câmbio em relação ao que seria a taxa obtida com flutuação livre (de interferências dos bancos centrais). Esse argumento, porém, além de ser incoerente com a gestão de qualquer economia nacional, mostra-se igualmente infundado com as práticas do Banco Central após o Plano Real, incluindo o governo Dilma Roussef. Na prática, o governo trabalhou arduamente para manter o câmbio valorizado, intervindo em vários momentos para impedir sua desvalorização, como visto, entre outros exemplos, em agosto de 2013, mês em que o Banco Central criou um ―programa‖ de intervenções planejadas no câmbio para conter a alta do dólar em 201315. A manutenção de um câmbio sobrevalorizado e de elevadas taxas de juros tiveram efeitos deletérios para a economia brasileira e sobretudo para a indústria da transformação. Se num primeiro momento, além de atrair capitais, ela evitou o crescimento excessivo da demanda agregada e a fuga para ativos reais, ela decerto reduziu o potencial de demanda efetiva da economia (ALMEIDA & BELLUZZO, 2002). Ademais, ela inibiu fortemente o investimento, redirecionando quantias expressivas de capital para o setor financeiro, e reduziu drasticamente a proteção da economia e da indústria da transformação perante a concorrência internacional (CANO, 2012). Posteriormente, com o crescimento significativo das despesas financeiras e não-financeiras do Estado, ela exigiu um ―ajuste fiscal permanente‖ (MERCADANTE, 1997, p.154-155) para gerar superávits nas contas primárias governamentais a fim de conter (mesmo que parcialmente) o ritmo de endividamento estatal. Isso se verifica no gráfico 3, que mostra elevado superávit primário mantido em todos os anos entre 1999 e 2013 utilizado para pagar o elevado custo da dívida. Segundo o Banco Central16, a taxa de juro básica da economia entre 1995 e 2000 foi de exorbitantes 28,7% a.a., manteve-se em 15,3% a.a. entre 2001 e 2008 e somente entre 2009 e 2014 atingiu-se uma média de 8,9% a.a., taxa ainda bastante elevada em termos internacionais, atraindo fluxos maciços de capitais financeiros, sobretudo, e colaborando para a manutenção de taxas de câmbio apreciadas. O custo nominal médio dos juros da dívida pública foi de 7,8% do PIB entre 1995 e 2000 (e exorbitantes 13,2% em 1999), 7,2% do PIB entre 2001 14

Além de numerosos pronunciamentos, observar, por exemplo, que um dos desafios descritos pelo último plano de incentivo industrial, o Plano Brasil Maior, era ―combater os efeitos da ‗guerra cambial‘ e das incertezas do cenário internacional‖ (MDIC, 2011, p.10, grifo nosso). 15 http://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2013/08/22/bc-anuncia-leiloes-em-diasdeterminados-para-tentar-segurar-alta-do-dolar.htm. Acesso em 23 de novembro de 2015. 16 Banco Central do Brasil, Boletim, seção mercado financeiro e de capitais, vários anos.

29 Gráfico 3: Superávit primário e déficit nominal do setor público entre 1995 e 2014 (% PIB).

Fonte: CNI. Gráfico 4: Dívida Pública do governo federal entre 1995 e 2014 (esquerda em R$, direita em % PIB).

Fonte: CNI.

30 e 2008 e 5,4% do PIB entre 2009 e 201417. Como consequência, a dívida pública brasileira cresceu a um assustador ritmo de 24,5% ao ano entre 1995 e 2014 e passa de 5,4% do PIB em março de 1995 para 39,4% em março de 2015. No gráfico 4, observa-se o crescimento da dívida em termos nominais e em relação ao PIB brasileiro, bem como o crescimento médio anual da dívida nominal por mandato. Não podemos ignorar, também, que este modelo econômico privilegia a reprodução financeira do capital e que os juros reais exorbitantes permitiram ganhos expressivos aos ―investidores‖ brasileiros e estrangeiros. Como mostrou a tabela 4, o crescimento econômico médio anual do período entre 1989 e 2003, foi ainda menor do que o baixo crescimento obtido na década de 1980, década que se rotulou ―perdida‖. Em ambos os casos, a expansão da indústria da transformação foi significativamente menor que a média do total da economia, evidenciando que a crise econômica desse período foi uma crise marcadamente industrial. Vale notar, também, a expansão do setor primário nesses anos, bastante superior à média nos dois períodos, evidenciando uma regressão relativa em termos produtivos para o antigo modelo de dinamismo econômico focado na demanda externa de produtos primários. Após este longo período de crise e recessão, o PIB voltou a crescer moderadamente, a uma média anual de 3,7% entre 2003 e 2013, graças a três fatores centrais, conforme aponta FIESP (2015) e Cano (2012). Primeiramente, e mais importante, o aumento do consumo privado, impulsionado pelo aumento do crédito ao consumidor18; pela forte elevação real do salário mínimo; e por algumas políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Em segundo lugar figura o aumento do financiamento público ao investimento (estatal e privado), a despeito da política fiscal restritiva. E, por fim, a expansão das exportações, puxadas pelo aumento da demanda física e do preço dos produtos primários, particularmente pela enorme demanda chinesa, ainda que as importações tenham crescido acima das exportações a partir de 2005. Entretanto, este crescimento não foi suficiente para contrarrestar os efeitos negativos das políticas de câmbio e juro sobre a indústria da transformação, cujo crescimento anual médio ficou em apenas 2,0%. Não surpreende, portanto, que este arranjo macroeconômico, ao

17

Banco Central do Brasil, Notas para a Imprensa, vários anos. O comprometimento da renda familiar com dívidas aumentou de 18,4% em janeiro de 2005 para 46,3% em abril de 2015, segundo o Banco Central (Endividamento das famílias com o Sistema Financeiro Nacional em relação à renda acumulada dos últimos doze meses). Vale lembrar que a renda familiar em abril de 2015 era aproximadamente 30% maior que em janeiro de 2005, segundo o rendimento médio real efetivo das pessoas ocupadas em regiões metropolitanas calculado pelo IBGE, portanto a dívida nominal total era aproximadamente 3 vezes maior em 2015 do que em 2005. 18

31 invés de propiciar um rápido crescimento econômico aliado a ganhos de produtividade, tenha resultado na manutenção do mesmo baixo crescimento e baixa taxa de inversão que pretendia combater. Destarte, a economia brasileira não logrou superar o baixo crescimento observado na década de 1980, crescendo a uma taxa média anual de apenas 2,7% entre 1989 e 2014, e com uma taxa média de inversão de 19,7% do PIB, significativamente menor que a média de 25% dos anos 1970 (CANO, 2012). Mesmo com a retomada do crescimento econômico após 2003, a taxa de inversão média não aumentou. Como demonstra a tabela 7, o desempenho brasileiro em termos de crescimento e de inversão foi inferior à média dos países subdesenvolvidos, à média da América Latina e principalmente à média da Ásia subdesenvolvida,

que

adotou,

de

forma

geral,

estratégias

bastante

distintas

de

desenvolvimento econômico e industrial19. Tabela 7: Crescimento do PIB e taxa de investimento em períodos selecionados (média anual). Crescimento (%) Investimento (% do PIB) 1989-2003 2003-2014 1989-2014 1989-2003 2003-2014 1989-2014 Mundo 3,24 4,01 3,58 23,85 24,26 24,08 Países Desenvolvidos 2,63 1,59 2,17 23,58 21,59 22,73 Países Subdesenvolvidos 4,09 6,28 5,05 24,95 29,75 27,12 Ásia Subdesenvolvida 7,04 8,33 7,60 32,39 39,48 35,59 América Latina 2,57 3,90 3,15 19,64 21,25 20,40 Brasil 1,91 3,59 2,65 19,57 19,69 19,72 Fonte: Fundo Monetário Internacional, World Economic Outlook Database, abril de 2015.

É importante ressalvar, no entanto, que mesmo que este modelo tenha sido insuficiente para garantir taxas elevadas de crescimento sustentado para a economia nacional, a maior extroversão da economia gerou dinamismos pontuais que beneficiaram alguns espaços do território, com modificações nas estruturas produtivas, promovendo desempenhos distintos das economias regionais, com efeitos expressivos na fragilização da integração regional brasileira, conforme destacou Macedo (2010) e Pacheco (1998). O fato de o país crescer pouco, ou a indústria crescer pouco, não significou que todas as frações internas de capital estão acumulando pouco capital; pelo contrário, há claras indicações de grupos que estão dominando a acumulação em detrimento dos outros, como as frações vinculadas às atividades financeiras, à exploração imobiliária, às exportações agroindustriais, minerais e de insumos básicos, além dos vinculados à questão energética, como álcool de cana de açúcar e petróleo.

19

Sobre as estratégias de desenvolvimento econômico e industrial dos países subdesenvolvidos da Ásia, ver Sarti e Hiratuka (2010); Lall (2004); Lall, Albaladejo e Zhang. (2004); Mortimore, Vergara e Katz (2001); e Medeiros (1997).

32

1.3: Evidências empíricas da desindustrialização brasileira.

Como consequência desse modelo de gestão macroeconômica, reforçou-se a especialização produtiva da indústria da transformação, perdendo mercados externos devido à falta de competitividade forçada pelo cenário macroeconômico e perdendo enorme parcela do mercado interno para importações justamente no período de retomada do crescimento econômico após 2003 (FIESP, 2015, p.8), motivo pelo qual o crescimento da indústria da transformação foi de apenas metade do crescimento do PIB. Destarte, o coeficiente exportado da indústria da transformação baixou de 21,6% em 2004 para 15,5% em 2014, ao passo que o coeficiente de penetração aumentou de 15,5% para 20,3% no mesmo período. Isto provocará um forte impacto nas contas externas, que serão analisadas mais adiante. Gráfico 5: Coeficientes de exportação e de penetração da indústria da transformação entre 1996 e 2014. 24,0 22,0 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0

Coeficiente de exportação - indústrias de transformação Coeficiente de penetração - indústrias de transformação

Fonte: CNI.

Nessa conjuntura desfavorável de exposição à competição externa e medidas macroeconômicas muito restritivas (especialmente no que tange a câmbio e juro), a indústria sofreu um impacto ainda maior que a média da economia nacional. Assim, o crescimento anual médio da indústria de transformação foi de apenas 0,9% na década de 1980, 1,0% entre 1989 e 2003 e 2,0% entre 2003 e 2013. Nem mesmo a retomada do crescimento econômico, após 2003, que ampliou a demanda por bens intermediários e commodities, foi suficiente para alterar esta trajetória de declínio da indústria de transformação (MACEDO, 2010). Como consequência, a participação da indústria de transformação no valor adicionado total da economia brasileira caiu de 31,3% em 1980 para pífios 13,1% em 2013, ligeiramente superior a

33 13,0% em 2012, menor valor numa série histórica desde 1947, como mostram a tabela 8 e o gráfico 6. Argumentaremos nesta seção que a indústria brasileira sofrerá neste período um processo de desindustrialização, ou seja, de reversão da sua estrutura industrial, com perda de dinamismo econômico, diminuição do valor agregado, descompasso de produtividade em relação à indústria internacional em termos agregados e perda de mercado nacional para competidores estrangeiros em escala significativa. Vale notar, entretanto, que este debate sobre desindustrialização no Brasil é um debate ainda em aberto, para o qual esperamos poder contribuir um pouco com esta argumentação. Tabela 8: Estrutura setorial do PIB (em %). Ano 1970 1980 1989 2000 2010 2013 PIB Agrícola 11,5 10,1 9,1 5,6 5,3 5,7 PIB Industrial 35,8 40,9 40,6 27,7 28,1 25,0 PIB Ind. Extr. 2,9 2,2 1,1 1,6 3,0 4,1 PIB Ind. Transf. 27,0 31,3 30,8 17,2 16,2 13,1 PIB Serviços 52,6 49,0 50,3 66,7 66,6 69,3 Fonte: Cano (2008) para 1970, 1980 e 1989; Contas Nacionais do IBGE para 2000, 2010 e 2013. Gráfico 6: Participação da indústria da transformação no valor adicionado total (como % do PIB). 40,00

1985: Gov. Sarney 35,9% 35,00

1990: Collor e abertura econômica

1964: Golpe Militar 30,00

1956: JK, 50 anos em 5

27,1%

1994: Plano Real

26,7% 26,5%

25,00

2003: Lula

22%

19,9% 20,00

2011: Dilma

18%

14,6%

15,7% 15,00

13%

1998: Prédesvalorização

2013

2010

2007

2004

2001

1998

1995

1992

1989

1986

1983

1980

1977

1974

1971

1968

1965

1962

1959

1956

1953

1950

1947

10,00

Fonte: Contas Nacionais do IBGE.

Num primeiro momento, a indústria brasileira reagiu à política econômica e à abertura econômica dos anos 1990, como afirmam Sarti e Laplane, ―aprofundando a especialização e a

34 racionalização da capacidade produtiva, com forte redução de emprego‖ (SARTI & LAPLANE, 2006, p.275). Ademais, a taxa de câmbio sobrevalorizada e os juros elevados fizeram com que as

empresas

industriais

procurassem

alternativas

para

melhorar

rapidamente

sua

competitividade e reduzir seus custos, atualizando produtos, substituindo insumos nacionais por importados, modernizando equipamentos e estabelecendo parcerias com empresas estrangeiras para firmar acordos de complementação de linhas de produtos importados e de prestação de serviços no mercado doméstico. Vale dizer, as empresas investiram na racionalização de suas linhas produtivas, em detrimento de novos investimentos geradores de capacidade produtiva (greenfield), aumentando a produtividade e diminuindo a proporção entre produção e emprego, para que pudessem sobreviver ao novo cenário adverso. Nassif (2005) concluiu que, dos ganhos totais de eficiência estimados entre 1988 e 1998, cerca de 55% decorreram do enxugamento de mão de obra e 40%, da absorção de novas tecnologias. Podese observar esta racionalização através das informações de produção e de emprego, ilustradas no gráfico 7. Com o aumento de eficiência produtiva dos estabelecimentos sobreviventes e com o desempenho pior da indústria da transformação em relação aos demais setores, a participação da indústria da transformação no total de empregos formais da economia brasileira caiu de 27,1% em 1986 para 16,9% em 2013 (FIESP, 2015, p. 9). Gráfico 7: Índices de produção e emprego na indústria total entre 1992 e 2015 (média 2006 = 100). 140,00

130,00

120,00

110,00

100,00

90,00

80,00

70,00

Produção Industrial dessaz.

Emprego Industrial dessaz.

Fonte: IBGE PIM-PF (antiga) e CNI. Nota: a partir de mar/2014, valores aproximados pela nova PIM-PF.

35 À época, autores como Barros e Goldenstein (1997b), apontaram para o caráter modernizador dos investimentos realizados após o Plano Real e ressaltam o bom desempenho de alguns setores no período. Porém, como mostra Carneiro (2002), o caráter modernizador dos investimentos industriais (remoção de gargalos e aumento de produtividade), concentrados em atualização tecnológica sem significativas adições de capacidade produtiva, explica apenas parcialmente por que a taxa de investimento não aumentou no período. ―Outra razão foi a elevação significativa do componente importado das máquinas e equipamentos. Estes, além de mais eficientes, tornaram-se mais baratos tanto por conta do progresso tecnológico quanto em razão da valorização cambial, entre 1994 e 1998‖ (CARNEIRO, 2002, p. 342).

Vale frisar este resultado das políticas econômicas e da abertura comercial dos anos 1990 sobre a indústria. Se, por um lado, a indústria apresentou ganhos expressivos na produtividade do trabalho, resultado do melhoramento no nível técnico e da maior racionalização do processo produtivo, isto ocorreu paralelamente a um necessário enfraquecimento da produção interna, com aumento expressivo do conteúdo importado na produção nacional para reduzir custos operacionais, enfraquecendo os elos de cadeia produtiva, inclusive com a substituição de produtos finais por importações. A série de gráficos nas páginas seguinte ilustra claramente esta substituição de produção industrial doméstica por importações. Nesta série, compara-se a produção física industrial brasileira, dessazonalizada, com a evolução do quantum importado destes mesmos bens. Nela, facilmente se identifica o resultado da abertura comercial, juros colossais e da valorização cambial para a indústria brasileira desde os anos 1990. De índices razoavelmente reduzidos de importação, experimentou-se uma vertiginosa expansão das importações, especialmente no período de extrema apreciação cambial do Plano Real, isto é, entre 1994 e 1999, e após 2004. Observamos esta enorme substituição em todos os segmentos da indústria, mas nenhum experimentou um impacto tão forte quanto a indústria de bens de consumo duráveis. Fica evidente como a política econômica adotada desde fins da década de 1980 até os dias de hoje tem um inegável e forte viés antiprodução e pró-importação.

36 Gráfico 8: Evolução dos índices mensais de quantum das importações e produção industrial de bens de consumo não-durável entre 1991 e 2013 (média 2006 = 100). 250,00

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00

Produção dessaz. BCND

Importação BCND

Média Móvel (12 meses)

Fonte: Ipeadata, Funcex e IBGE PIM-PF. Gráfico 9: Evolução dos índices mensais de quantum das importações e produção industrial de bens intermediários entre 1991 e 2013 (média 2006 = 100). 250,00

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00

Produção dessaz. BI

Fonte: Ipeadata, Funcex e IBGE PIM-PF.

Importação BI

Média Móvel (12 meses)

37 Gráfico 10: Evolução dos índices mensais de quantum das importações e produção industrial de bens de capital entre 1991 e 2013 (média 2006 = 100). 300,00

250,00

200,00

150,00

100,00

50,00

0,00

Produção dessaz. BK

Importação BK

Média Móvel (12 meses)

Fonte: Ipeadata, Funcex e IBGE PIM-PF. Gráfico 11: Evolução dos índices mensais de quantum das importações e produção industrial de bens de consumo durável entre 1991 e 2013 (média 2006 = 100). 600,00

500,00

400,00

300,00

200,00

100,00

0,00

Produção dessaz. BCD

Fonte: Ipeadata, Funcex e IBGE PIM-PF.

Importação BCD

Média Móvel (12 meses)

38 Mesmo com as evidências de que os bens intermediários tiveram o menor aumento em quantum entre 1991 e 2014, muito menor em escala do que as importações de bens finais (principalmente bens de consumo duráveis), as interpretações ortodoxas da indústria brasileira insistem em afirmar que o aumento de importações se deve a um uso mais intensivo de insumos estrangeiros, que permitiram ganhos de produtividade, introdução de novos produtos e redução de custos. Werneck (2012), conclui que a maior penetração de produtos importados não pode ser entendida como uma evidência da desindustrialização, pois, ―em larga medida, decorre da possibilidade de escolha de supridores de insumos em bases mundiais, com que as empresas passaram a contar, ao longo das cadeias produtivas‖ (WERNECK, 2012, p.4). Para esse autor, os setores que reclamam da penetração de produtos importados possuem uma ‖visão primitiva‖ daqueles que desejam ―a mão pesada do Estado‖ para proteger as indústrias da competição e utilizar ―medidas protecionistas indefensáveis‖ (WERNECK, 2012, p. 4-5), visão muito semelhante ao utilizado por Barros e Goldenstein (1997b), que argumentavam que as indústrias que reclamavam da abertura comercial e das políticas monetárias do Plano Real eram indústrias obsoletas que, ―pela primeira vez, estão sendo obrigadas a pensar em redução de custos, aumentos de produtividade e introdução de novas tecnologias‖ (BARROS & GOLDENSTEIN, 1997b, p.12) Ao contrário, os gráficos anteriores mostram que uma parcela cada vez maior da demanda interna foi atendida por importações, ou seja, gerando produção, emprego, salário e lucro em outros países. Com o agravante de que os setores que experimentaram os maiores crescimentos de importação são os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital, justamente os setores que abarcam as indústrias de maior complexidade tecnológica, mais dinâmicos em termos de elasticidade-renda da demanda e, portanto, com maior capacidade de agregar valor (SARTI & HIRATUKA, 2012). Ao analisar individualmente os setores da indústria da transformação, vemos este padrão se repetir generalizadamente: um crescimento modesto da produção e um enorme aumento das importações em termos físicos nos anos após 2004, com a maior parte dos setores enfrentando aumentos na quantia física importada superiores a 200%. De uma maneira geral, a análise dos coeficientes de exportação e penetração da indústria da transformação e seus segmentos entre 1996 e 2014 mostram um movimento muito próximo ao desempenho do câmbio real: um aumento contínuo dos coeficientes de exportação entre 1999 e 2004, seguido de quedas persistentes entre 2005 e 2014 – o coeficiente de exportação da indústria da transformação nesse período se reduziu em 26%. O coeficiente de importação, por sua vez, tem um movimento oposto e um pouco mais oscilante, com queda

39 entre 2001 e 2006 e aumento progressivo até 2014, quando atinge o maior valor da série, 20,3% – em comparação com 1996, o coeficiente de importação da indústria da transformação aumentou em 40%. Os resultados mostram que, na maior parte dos segmentos industriais, não se verificou o pressuposto estipulado pelo modelo neoliberal, a de que a maior competição no mercado interno – e maior coeficiente de penetração, portanto – causaria um ganho de mercados externos. Não apenas o Brasil praticamente não aumentou sua participação nas exportações mundiais de manufaturados (se elevou de 0,67% em 1990 para 0,71% em 201220), Tabela 9: Coeficiente de exportação da indústria da transformação entre 1996 e 2014. Cnae 2.0 e Descrição

1996

2000

2005

2010

2011

2012

2013

2014

C

Indústrias de transformação

12,7

16,0

20,8

13,6

13,7

14,8

15,2

15,5

14 Artigos do vestuário e acessórios

3,1

5,1

5,3

1,2

1,0

1,0

0,9

1,0

26 Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos

7,2

15,4

21,5

8,9

7,1

6,4

6,1

5,6

19 Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

2,4

3,4

9,0

6,7

6,3

8,6

8,8

7,4

21 Produtos farmoquímicos e farmacêuticos

2,8

4,6

6,0

7,7

8,4

9,0

9,6

10,2

20 Produtos químicos

9,5

10,3

12,3

11,0

11,1

11,3

10,6

10,6

13 Produtos têxteis

8,0

9,7

16,5

9,3

9,9

15,3

13,8

11,3

27 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos

7,5

12,3

17,2

10,3

9,4

10,5

10,7

11,3

29 Veículos automotores, reboques e carrocerias

12,4

20,4

25,0

11,2

11,8

13,1

13,1

13,5

28 Máquinas e equipamentos

17,1

19,9

30,8

14,9

16,1

18,8

17,9

18,1

10 Produtos alimentícios

17,2

16,5

26,3

21,2

21,4

21,7

22,2

21,5

17 Celulose, papel e produtos de papel

14,8

21,0

21,2

22,3

22,1

22,0

23,5

25,1

15 Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

29,9

35,4

41,0

23,2

21,2

20,5

22,8

26,1

24 Metalurgia

33,1

31,6

32,6

23,0

26,5

28,9

27,7

29,2

12 Produtos do fumo 30 Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

48,8 28,9

41,8 82,6

50,5 49,3

47,0 30,5

45,8 31,1

50,6 35,2

54,4 60,2

47,1 69,2

Fonte: CNI. Tabela 10: Coeficiente de penetração da indústria da transformação entre 1996 e 2014. Cnae 2.0 e Descrição

1996

2000

2005

2010

2011

2012

2013

2014

C

14,1

17,0

14,5

15,4

16,8

18,4

19,4

20,3

12 Produtos do fumo

3,8

1,2

1,5

2,0

1,5

1,2

1,3

1,3

14 Artigos do vestuário e acessórios

3,8

2,6

3,4

1,2

1,0

1,0

0,9

3,9

10 Produtos alimentícios 17 Celulose, papel e produtos de papel

5,6 8,4

4,6 9,3

2,9 6,4

3,2 7,2

3,4 7,8

3,6 7,8

3,8 7,9

4,0 8,0

15 Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

7,1

5,8

6,1

6,4

7,2

8,0

9,1

9,9

24 Metalurgia

9,6

12,3

10,3

14,2

16,2

16,7

16,4

17,8

13 Produtos têxteis

13,1

11,0

9,1

14,0

16,2

17,6

18,1

18,9

19 Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

13,7

16,9

9,1

14,0

18,0

22,0

21,1

20,8

29 Veículos automotores, reboques e carrocerias

14,1

17,7

12,1

14,4

15,7

18,5

19,2

21,2

27 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos

15,0

25,4

19,8

20,0

21,9

23,5

25,6

26,5

20 Produtos químicos

19,4

21,7

21,9

24,0

25,9

27,3

28,6

29,5

28 Máquinas e equipamentos

33,7

35,3

33,6

29,4

31,8

34,9

36,7

36,9

21 Produtos farmoquímicos e farmacêuticos

17,4

26,5

25,1

31,8

31,3

34,3

37,1

38,1

26 Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 30 Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

36,0 29,7

40,2 72,8

44,2 34,9

43,5 32,0

43,5 32,9

44,7 35,9

46,7 52,0

48,5 60,2

Indústrias de transformação

Fonte: CNI.

20

Cano, 2014, p.9.

40 como observou redução nos coeficientes de exportação em quase todos os segmentos observados. Novamente, como resultado do modelo econômico absolutamente deletério para a indústria, os resultados positivos são muito mais escassos que os negativos. Assim, somente três segmentos apresentaram aumento no seu coeficiente de exportação entre 2005 e 2014: celulose e papel, segmento tradicionalmente exportador e que aumentou em quase um quinto seu coeficiente, atingindo 25,1% em 2014; outros equipamentos de transporte, segmento com bastante oscilação tanto no coeficiente de exportação quanto no coeficiente de penetração; e produtos farmoquímicos e farmacêuticos, segmento que quase duplicou seu coeficiente de exportação, atingindo 10,2% em 2014, porém muito abaixo de seu coeficiente de penetração, 38,1% no mesmo ano. Os demais setores apresentaram queda no período. Dessa forma, mesmo os setores que apresentavam coeficientes de exportação significativos em 2014 apresentaram redução expressiva em seus coeficientes. Consequentemente, entre 2005 e 2014 o coeficiente de exportação de produtos do fumo se reduziu em 7% (atingindo 47,1% em 2014), ao passo que metalurgia reduziu em 10% seu coeficiente (29,2% em 2014), couros e artefatos reduziu em 36,5% (26,1% em 2014) e produtos alimentícios, em 18% (21,5% em 2014). Mesmo com essa queda, todavia, esses setores permaneceram com coeficientes de exportação muito superior ao de penetração (juntamente com celulose e papel). Por outro lado, produtos do fumo e produtos alimentícios permaneceram com um coeficiente de importação sempre abaixo de 2% e 5%, respectivamente, enquanto couros e artefatos viu aumentar seu coeficiente de importação de 6,1% para 9,9% e metalurgia viu o seu coeficiente de importação crescer 72% no mesmo período, de 10,3% em 2005 para 17,8% em 2014. O segmento de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, setor de maior conteúdo tecnológico e de maior agregação de valor, viu seu coeficiente de exportação cair de 21,5% em 2005 para 5,6% em 2014, ao passo que o coeficiente de penetração aumentou de 44,2% para 48,5%. Já produtos químicos, segmento predominantemente produtor de bens intermediários, viu seu coeficiente de exportação cair de 12,3% em 2005 para 10,6% em 2014, ao passo que seu coeficiente de importação aumentou de 21,9% para 29,5% no mesmo período. Outros dois setores com desempenho negativo foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos e máquinas e equipamentos. Enquanto máquinas e equipamentos viu seu coeficiente de exportação cair de 30,8% em 2005 para 18,1% em 2014 (queda de 41,4%), seu coeficiente

41 de penetração aumentou de 33,6% para 36,9% (aumento de 9,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos teve uma redução de 34,2% em seu coeficiente de exportação (de 17,2% para 11,3%) e um aumento de 34% em seu coeficiente de penetração (de 19,8% para 26,5%). São dignos de nota negativa, ainda, os setores de vestuário e acessórios e produtos têxteis. Artigos de vestuário e acessórios viu seu coeficiente de exportação passar de 5,3% em 2005 para 1% em 2014. Porém, o coeficiente de importações não se elevou de maneira tão brusca, atingindo 3,9% em 2014. Isso se deve à adaptação do setor têxtil, que passou a importar mais e manufaturar no país os artigos de vestuário. No segmento têxtil, seu coeficiente de exportação caiu de 16,5% para 11,3% no período, ao passo que seu coeficiente de importação mais que dobrou, indo de 9,1% para 18,9%. Vale a pena destacar, também, a queda do coeficiente de exportação de produtos derivados do petróleo e combustíveis em 18% no período, ao passo que seu coeficiente de penetração aumentou em 128%. O aumento da importação de petróleo, entretanto, não se deveu apenas à valorização cambial e à gestão macroeconômica do país, mas foi bastante influenciada pelo aumento da demanda de combustíveis causada pela expansão da frota automotiva do país, devido a estímulos do governo após a crise de 2007, ao aumento do uso de termelétricas e à demora da Petrobrás para investir em novas refinarias, causando o uso pleno da capacidade produtiva de refino nos anos de 2013 e 201421. Assim, mesmo com um aumento relativamente pequeno do quantum de refino de petróleo (o quantum produzido em 2013 foi de apenas 6,6% acima do de 1996 22 !), este segmento experimentou grandes aumentos em seus preços internacionais, principalmente os produtos derivados do petróleo (CANO, 2012). Isto resultará em enormes expansões do valor bruto da produção deste setor, ponto que será analisado mais adiante. Por fim, no setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, fica claro que houve uma maior importância das exportações de 1996 até 2005, quando o coeficiente de exportação passa de 12,4% para 25,0%, para então crescer rapidamente a importância do mercado interno, caindo o coeficiente de exportação para 13,5% em 2014. Observa-se, também, níveis significativos do coeficiente de importações, que aumentou em 75% entre 2005 e 2014, indo de 12,1% para 21,2%, mesmo com o aumento do governo Dilma Roussef em trinta pontos percentuais do imposto sobre produtos industrializados de carros importados em setembro de

21

FREITAS, Tatiana. Deficit de petróleo bate recorde e castiga balança comercial do Brasil. São Paulo: Folha de São Paulo, 09 de agosto de 2013. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/08/1323834-deficitde-petroleo-e-o-maior-da-historia-e-castiga-balanca-comercial-do-brasil.shtml. Acesso em 23 de novembro de 2015. 22 IBGE, Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, subsetor Refino de Petróleo.

42 2011 23 . Já foi mencionado o tratamento diferenciado a esse setor na análise da proteção efetiva da indústria. Como resultado do péssimo desempenho da indústria da transformação, que acarretou em crescente descompasso de competitividade com as indústrias forâneas, do gigantesco aumento das importações e do foco da política monetária majoritariamente na conta financeira, a balança comercial da indústria da transformação, que momentaneamente atingiu bons resultados no período de desvalorização cambial entre 1999 e 2004, declinou rapidamente. A crise internacional dos anos 2009 e 2010 também influenciou o resultado desta indústria, diminuindo o nível de exportações principalmente para os países desenvolvidos. Como ilustra o gráfico 13, passou-se de um superávit de quase US$ 35 bilhões em 2005 para um déficit de quase US$ 50 bilhões em 2011 e 2012. O acúmulo de expressivos déficits na balança comercial da indústria da transformação prejudicou fortemente o saldo da balança comercial brasileira, que só se manteve positivo graças ao formidável desempenho das exportações de produtos intensivos em recursos naturais (agronegócio e indústria extrativa), como mostram a tabela 11. Porém, mesmo com o bom desempenho dos produtos intensivos em recursos naturais, a balança comercial brasileira, em muitos anos deficitária na década de 1990, cai de um pico superavitário de US$ 46 bilhões em 2006 para um déficit de US$ 58,9 bilhões em 2014! Gráfico 12: Balança comercial da indústria da transformação entre 1996 e 2014 (em US$ milhões). 60.000

40.000

20.000

0

-20.000

-40.000

-60.000

-80.000 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Balança Comercial Indústria de Transformação

Balança comercial total

Fonte: Funcex e Banco Central do Brasil.

23

BORLINA FILHO, Venceslau. Carro importado terá aumento só em 2012. São Paulo: Folha de São Paulo, 16 de dezembro de 2011. Disponível em: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2011/09/15/governosobe-imposto-de-carros-importados-para-estimular-venda-interna.jhtm. Acesso em 23 de novembro de 2015.

43 Tabela 11: Balança de Transações Correntes detalhada entre 1989 e 2014 (em US$ bilhões). Exportações (FOB)

Importações (FOB)

Saldo da Balança Comercial

Saldo da Balança de Serviços

Saldo da Balança de Rendas

Saldo das Transações Correntes

1989

34,4

18,3

16,1

-2,7

-12,7

1,0

1995

46,5

50,0

-3,5

-7,5

-11,1

-18,4

2000

55,1

55,8

-0,7

-7,2

-17,9

-24,2

2005

118,3

73,6

44,7

-8,3

-26,0

14,0

2006

137,8

91,4

46,5

-9,6

-27,5

13,6

2007

160,6

120,6

40,0

-13,2

-29,3

1,6

2008

197,9

173,1

24,8

-16,7

-40,6

-28,2

2009

153,0

127,7

25,3

-19,2

-33,7

-24,3

2010

201,9

181,8

20,1

-30,8

-39,5

-47,3

2011

256,0

226,2

29,8

-37,9

-47,3

-52,5

2012

242,6

223,2

19,4

-41,0

-35,4

-54,2

2013

242,0

239,6

2,4

-47,1

-39,8

-81,2

2014

225,1

229,0

-3,9

-48,9

-40,3

-91,3

Ano

Fonte: Banco Central do Brasil. Nota: As divergências entre a soma do saldo das balanças comerciais, de rendas e de serviços com o das transações correntes se devem ao saldo das Transações Unilaterais e a erros e omissões. Tabela 12: Dívida Externa Bruta, Passivo Externo Líquido e Reservas Internacionais entre 1989 e 2014 (em US$ bilhões). Ano

Dívida Externa Bruta

Passivo Externo Líquido*

Reservas Internacionais

1989

115,5

-

9,7

1995

159,3

-

51,8

2000

236,2

-

33,0

2005

188,0

299,2

53,8

2006

199,4

349,9

85,8

2007

240,5

495,5

180,3

2008

262,9

243,2

206,8

2009

277,6

559,1

239,1

2010

351,9

906,4

288,6

2011

404,1

821,9

352,0

2012

440,6

809,1

378,6

2013

482,8

747,7

375,8

2014

556,2

776,5

374,1

Fonte: Banco Central do Brasil. * Posição em dezembro. A grande redução entre 2007 e 2008 se deve à saída de investimentos em carteira em decorrência da crise internacional daquele ano.

Entretanto, a redução dos superávits da balança comercial não impediu a construção de um ótimo nível das reservas internacionais do país, graças, como já mencionado, à entrada de fluxos maciços de capitais na conta financeira, atraídos por taxas elevadas de juros reais. As reservas internacionais, no entanto, não lograram reduzir a fragilidade externa da economia (característica bastante comum em países subdesenvolvidos), pois ficaram abaixo do passivo externo líquido entre 2001 e 2014, cobrindo, em média, apenas 35,3% do passivo externo líquido nesse período.

44 Ademais, um dos resultados do baixo dinamismo da indústria da transformação, com elevados déficits comerciais, e do bom desempenho dos produtos primários, foi a ―reprimarização‖ da pauta exportadora (HENRIQUES, 2015), como exposto na tabela 13. Nos últimos trinta anos, avançou-se a passos largos na direção das vantagens comparativas estáticas, revertendo a árdua conquista de meio século de uma pauta de exportações diversificada e industrializada e retomando a concentração em setores básicos e intensivos em recursos naturais, de menor valor agregado, chegando a representar 50% das exportações brasileiras em 2014. As importações, entretanto, continuaram com alta participação dos produtos da indústria da transformação, flutuando entre 83% e 91% das importações totais entre 1996 e 2014. Tabela 13: Exportações brasileiras segundo fator agregado entre 1964 e 2014 (em %). Ano Básicos Semimanufaturados Manufaturados 1964 85,7 8,1 6,2 1970 75,5 9,2 15,3 1975 59,4 10,0 30,6 1980 42,7 11,8 45,4 1985 33,7 10,9 55,5 1990 28,3 16,5 55,1 1995 24,0 20,0 56,0 2000 23,4 15,8 60,7 2006 29,9 14,5 55,6 2007 32,8 13,9 53,4 2008 37,9 14,0 48,1 2009 41,4 13,7 45,0 2010 45,5 14,3 40,2 2011 48,8 14,4 36,8 2012 47,8 13,9 38,2 2013 47,8 12,9 39,3 2014 50,1 13,3 36,7 Fonte: Secex (MDIC).

A análise dos principais segmentos superavitários e deficitários mostra um movimento análogo ao dos coeficientes de exportação e importação do total da indústria da transformação, isto é, um número maior de setores superavitários entre 1999 e 2004 e uma tendência à piora acelerada após esse período. Evidentemente, como também é comum em países subdesenvolvidos, os setores que tiveram bom desempenho são aqueles intensivos em trabalho e recursos naturais, pela classificação da UNCTAD, como produtos alimentícios, celulose e papel e produtos do couro, com exceção da metalurgia, que é classificada como indústria de baixa intensidade tecnológica. Já os principais déficits se concentraram justamente nos setores de alta intensidade tecnológica, como produtos químicos, equipamentos de informática e produtos eletrônicos, máquinas e equipamentos e produtos farmacêuticos.

45 Destacaremos aqui o desempenho de alguns setores mais importantes. As tabelas completas de exportações, importações e balança comercial com todos os setores se encontram no anexo estatístico (tabelas A-3, A-4 e A-5). Primeiramente, faz-se mister destacar o formidável desempenho da fabricação de produtos alimentícios, setor ligado à agropecuária que evoluiu de US$ 5 bilhões em 2000 para aproximadamente US$ 35 bilhões em 2014. São dignos de nota, também, os setores de metalurgia, que atinge um superávit de aproximadamente US$ 10 bilhões em 2014, e fabricação de celulose, papel e produtos de papel, com um superávit de aproximadamente US$ 5,5 bilhões em 2014. Tabela 14: Balança comercial de ramos da indústria da transformação entre 1996 e 2014 (US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Produtos alimentícios 24 Metalurgia 17 Celulose, papel e produtos de papel 15 Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 12 Produtos do fumo 16 Produtos de madeira 25 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 14 Artigos do vestuário e acessórios 32 Produtos diversos 22 Produtos de borracha e de material plástico 27 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 21 Produtos farmoquímicos e farmacêuticos 29 Veículos automotores, reboques e carrocerias 28 Máquinas e equipamentos 19 Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 26 Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 20 Produtos químicos

1996 -5.332 6.855 5.169 923 1.921 1.380 990 -347 -61 -438 -319 -1.104 -1.504 -681 -3.865 -2.651 -6.664 -3.946

2000 -3.598 5.724 4.276 1.577 2.147 782 1.377 -161 142 -109 -330 -1.541 -1.992 928 -3.041 -3.686 -7.088 -4.818

2005 33.603 18.307 9.875 2.545 3.177 1.644 2.956 92 145 -76 -212 -403 -2.209 7.974 -907 15 -7.801 -6.214

2010 -30.643 33.175 5.920 4.874 2.618 2.638 1.792 -1.508 -888 -1.567 -1.970 -4.482 -6.171 -4.702 -11.909 -9.452 -21.165 -15.940

2011 -43.583 39.377 11.114 5.065 2.499 2.833 1.722 -1.965 -1.535 -2.013 -2.550 -5.675 -6.383 -7.935 -13.849 -15.158 -24.318 -22.007

2012 -44.293 37.580 9.937 4.698 2.214 3.151 1.710 -1.780 -2.034 -2.442 -2.879 -5.461 -6.801 -8.370 -14.059 -11.271 -24.364 -22.921

2013 -54.498 36.703 8.287 5.303 2.548 3.194 1.840 -2.761 -2.236 -2.555 -3.519 -6.730 -7.496 -9.156 -16.462 -13.495 -26.099 -25.978

2014 -58.860 34.548 9.616 5.409 2.969 2.415 2.059 -2.327 -2.428 -2.649 -3.250 -5.983 -7.276 -10.395 -13.500 -15.204 -25.175 -26.001

Fonte: Funcex

Já os destaques negativos são mais numerosos e, de maneira geral, compostos por produtos de alta intensidade tecnológica, maior valor agregado e mais dinâmicos em termos de demanda. O setor de maior déficit em 2014 foi o de produtos químicos, que obteve um saldo de - US$ 26 bilhões, seguido por equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com - US$25,2 bilhões de saldo nesse ano. Ou seja, combinados, estes setores acumularam um déficit de mais de US$50 bilhões em 2014. Outro setor de expressivos déficits na balança comercial é a fabricação de máquinas e equipamentos, fundamental para o aumento da produtividade da economia e da capacidade de acumulação de capital, que quase se tornou superavitário em 2004, mas que, com a valorização cambial, evoluiu rapidamente para um déficit de US$ 13,5 bilhões em 2014. Ademais, chama a atenção, também, o déficit de fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis, setor de que apresentou grande expansão em

46 termos de valores brutos de produção (que serão analisados mais adiante), porém que também piorou rapidamente em termos de saldo da balança comercial, atingindo um déficit de US$ 15 bilhões em 2014. Esse déficit está associado ao aumento de demanda interna e ocupação plena da capacidade produtiva mencionados na análise dos coeficientes de exportação e penetração. Por fim, merece destaque o desempenho negativo da balança comercial de veículos automotores, reboques e carrocerias, setor superavitário entre 1999 e 2008 (déficit de US$ 8 bilhões em 2012), de fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (déficit de quase US$ 7 bilhões em 2012) e de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (déficit de US$ 5,5 bilhões em 2012). A reprimarização da pauta exportadora e os déficits crescentes da maioria dos setores da indústria da transformação são evidências notórias de fragilização da estrutura industrial brasileira nas últimas duas décadas. Outra evidência da desindustrialização brasileira neste período emerge da análise da produção industrial efetivamente adicionada pela indústria no Brasil, vale dizer, a proporção de valor agregado no total da produção no período sugere a mesma substituição de insumos nacionais por importados, com a redução dos valores adicionados nacionalmente. Para examinar isto, utilizaremos a relação entre VTI (Valor da Transformação Industrial) e VBPI (Valor Bruto da Produção Industrial) 24, que indica em que medida a indústria está agregando valor por produto industrial. Cabe aqui uma importante nota metodológica. Traremos das informações de VTI e VBPI entre 1996 e 2013, que estão organizadas pela classificação CNAE 2.0. Entre 1996 e 2006, os valores foram convertidos da CNAE 1.0 para 2.0 segundo metodologia sugerida por Sampaio (2015). A partir de 2008, os dados apresentados pelo IBGE foram adequados à CNAE 2.0, porém o IBGE – até julho de 2015, surpreendentemente – ainda não atualizou sua tipologia por intensidade tecnológica (ou seja, o porcentual de investimentos em P&D em relação às vendas brutas – a última atualização foi em 2003) nem a compatibilização com a CNAE 1.0 com a 2.0 a três dígitos, forçando este trabalho a seguir a metodologia de conversão proposta por Sampaio e a tipologia por intensidade tecnológica da OCDE. Ver os apêndices metodológicos 1.1 e 1.4 a este respeito.

24

Conforme ressalva Feijó, Carvalho & Almeida (2007), ambos os indicadores são valores correntes e, destarte, são influenciados por mudanças nos preços relativos. Entretanto, não parece ser este o caso no período estudado, pois os preços das matérias primas domésticas cresceram apenas 16,8% acima dos da indústria geral segundo o IPA-DI, da FGV, uma média de apenas 0,55% a mais por ano.

47 A relação VTI/VBPI da indústria da transformação caiu quase que ininterruptamente entre 1996 e 2005, se recuperando no fim da década e tornando a cair tanto no Brasil como em São Paulo, principal núcleo da maior parte dos segmentos industriais (gráfico 13). A queda é ainda maior se considerarmos que, no período de inflação elevada, entre 1988 e 1994, esta relação era em torno de 55% (CANO, 2012, p.9). Isto indica que tem se reduzido o conteúdo nacional na produção interna e, portanto, aumentando a desindustrialização no período. Nos segmentos de baixa e média baixa intensidade tecnológica 25 , há certa estabilidade na agregação de valor no período (eles atingem em 2013 a relação de 41,9% e 50,4% contra 41,2% e 50,9% em 1996, respectivamente), ao passo que nos segmentos de média alta e alta intensidade tecnológica há uma queda com grande intensidade (37,1% e 41,7% em 2013 contra 44,4% e 53,4% em 1996, respectivamente), como mostra o gráfico 14. Dentre os segmentos de alta e média alta intensidade tecnológica, apenas o segmento de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos, uma atividade de serviço, e não de produção, aumenta sua relação agregação de valor. Todos os demais segmentos, inclusive a fabricação de veículos automotores, reduzem bruscamente sua relação VTI/VBPI, indicando claramente redução de conteúdo nacional na produção. Analisando mais detalhadamente o desempenho dos segmentos de média intensidade tecnológica, entretanto, observa-se que quase todos os segmentos apresentaram o mesmo padrão de queda contínua no período, com exceção de um que claramente foge ao padrão e influencia o total desse grupo – fabricação de produtos derivados do petróleo (19.2), indústria altamente oligopolizada, ligada a recursos naturais e que foi auxiliada por um enorme aumento de preços internacionais no período (CANO, 2012). Este segmento aumenta sua produção bruta em 1321% no período e aumenta sua transformação industrial em 1952%, fazendo com que sua agregação de valor suba de 49,6% em 1996 para 71,6% em 2013. Isso fez com que a participação desse ramo no total do VTI produzido pelo país saltasse de 4,4% em 1996 para 14,3% em 2013! Porém, ao subtrair este único segmento e criar um novo grupo, que se chamará de ―média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo" – MBIT sem RP –, pode-se observar que a trajetória também é de queda acentuada para os segmentos de média baixa tecnologia.

25

Nosso estudo utiliza a classificação por intensidade tecnológica da OCDE, que difere em alguns segmentos da classificação da PIA-PINTEC do IBGE. O setor de produtos derivados do petróleo e os setores da indústria automotiva são em sua maioria de alta intensidade tecnológica nessa última classificação. Ver a esse respeito o apêndice metodológico de Feijó, Carvalho & Almeida (2007).

48 Gráfico 13: Relação VTI/VBPI da indústria da transformação brasileira e paulista entre 1996 e 2013 (%). 49% 48% 47% 46%

45% 44% 43%

42% 41% 40%

Brasil

SP

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. Gráfico 14: Relação VTI/VBPI da indústria da transformação brasileira por intensidade tecnológica entre 1996 e 2013, segundo classificação OCDE (%).

55% 50% 45% 40% 35% 30%

AIT

MAIT

MBIT

MBIT sem RP

BIT

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. MBIT sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo

É possível ver a influência do desempenho singular dos Produtos Derivados do Petróleo na participação dos ramos de cada intensidade tecnológica no VTI, ilustrados no gráfico 15. Os segmentos de alta intensidade tecnológica perdem participação no VTI da indústria da transformação, caindo de 8,4% em 1996 para 5,4% em 2013. Já os segmentos de média alta e de baixa intensidade tecnológica mantiveram participações similares, de 27,9% para 27,1% e

49 de 30,4% para 30,9% no período, respectivamente. Já média baixa intensidade aparenta aumentar sua participação de 31,3% para 36,5%; porém, ao se observar a desagregação MBIT sem RP, vemos que quem cresce em participação são exclusivamente os Produtos Derivados do Petróleo, e esse novo grupo perde participação com intensidade. Essa informação corresponde ao hiato formado pelas duas categorias (linhas laranja e roxa). Gráfico 15: Participação no VTI da indústria da transformação brasileira por intensidade tecnológica entre 1996 e 2007, segundo classificação OCDE (%). 45% 40% 35% 30%

25% 20% 15%

10% 05% 00%

AIT

MAIT

MBIT

MBIT sem RP

BIT

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. MBIT sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo

Dentre as 24 divisões da indústria da transformação da CNAE 2.0, além da fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, vale a pena destacar o aumento de participação no VTI total de produtos alimentícios e de veículos automotores e suas peças, que se elevam de 14,4% e 8,7% em 1996, respectivamente, para 16,7% e 9,8% em 2013. Por outro lado, cumpre destacar o desempenho negativo de produtos químicos, máquinas e equipamentos e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, que caem de 9,2%, 5,6% e 4,6%, respectivamente, para 7,2%, 5,2% e 2,7%. Isto nos dá mais uma dimensão da nossa atual desindustrialização, a fraqueza relativa do tecido industrial, onde poucos segmentos conseguem ter bom desempenho, setores de baixa intensidade tecnológica ou ligados a recursos naturais, ao passo que a maior parte dos segmentos acumula resultados pífios ou perdas. Além de derivados de petróleo, coquerias e manutenção e reparação de máquinas e equipamentos, das 30 divisões e grupos industriais discriminados por intensidade tecnológica pelo OCDE, apenas outros seis aumentaram sua relação VTI/VBPI no período, todos de baixa

50 ou média baixa intensidade tecnológica, evidenciando os péssimos resultados industriais do país sob a ordem neoliberal. Vale ressaltar o ganho de 8,6 p.p. em artigos do vestuário e acessórios e o de 4,7 p.p. em couros e artefatos, ambos de baixa intensidade tecnológica. Os segmentos restantes apresentaram diminuição do conteúdo nacionalmente agregado e onze deles apresentaram queda de mais de cinco pontos percentuais. Ressalta-se as quedas de 13,9 p.p. em fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (alta intensidade), 12,5 p.p. em máquinas e equipamentos, 10,9 p.p. em produtos químicos (ambos de média alta intensidade), 11,1 p.p. em construção de embarcações e 9,7 p.p. em Metalurgia (ambos de média baixa intensidade). Destaca-se também o fato de que, em 2013, dos cinco setores que menos agregavam conteúdo nacional em sua produção bruta, quatro eram de alta ou de média alta intensidade tecnológica, justamente os setores com suposta maior capacidade de geração de valor e de riqueza. Destarte, evidencia-se que fabricação de produtos químicos agregava apenas 32,2% de valor à sua produção bruta em 2013; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, apenas 33%; Equipamentos de transporte, apenas 34,8%; e veículos automotores, setor altamente privilegiado pelas políticas governamentais em tempos recentes, apenas 35,6%. As tabelas completas com as agregações de valor por intensidade tecnológica segundo a OCDE se encontram no apêndice metodológico 1.4 Cano (2014, p.22), agregando os dados do IBGE por categoria de uso (isto é, entre predominantemente produtores de bens de consumo não duráveis, bens intermediários e bens de consumo durável e de capital) conclui que a estrutura produtiva após 1980 regride para uma estrutura com predomínio de não duráveis e de setores exportadores de semi-industrializados. O setor de bens de capital (excluindo, na medida em que os dados a três dígitos do IBGE permitiram, bens de consumo durável e bens intermediários do cômputo), de fundamental importância para o desenvolvimento econômico, declina sua participação no VTI de 19,9% em 1980 para 11% em 2011. Esse cálculo inclui, ainda, veículos e equipamentos de carga, que, embora sejam considerados bens de capital, não são máquinas. Assim, a regressão industrial mostra-se aqui ainda mais aguda e transparente.

51 Tabela 15: Relação VTI/VBPI da indústria da transformação brasileira por intensidade tecnológica (%). MBIT Ano AIT MAIT MBIT BIT sem RP 1996 53,4% 44,4% 50,9% 51,2% 41,2% 1997 51,5% 42,9% 50,0% 50,6% 40,8% 1998 49,5% 42,1% 50,9% 49,6% 39,6% 1999 46,0% 41,0% 52,7% 49,5% 39,8% 2000 45,1% 38,7% 53,3% 47,3% 38,1% 2001 44,0% 38,1% 51,1% 46,8% 38,6% 2002 45,9% 38,3% 51,2% 47,3% 37,9% 2003 42,5% 36,2% 50,5% 45,6% 37,6% 2004 40,2% 35,3% 49,6% 46,1% 36,6% 2005 40,9% 34,0% 50,1% 44,9% 37,6% 2006 42,7% 35,2% 49,9% 44,4% 38,6% 2007 42,5% 36,0% 50,1% 42,6% 39,3% 2008 41,9% 36,8% 50,8% 43,0% 39,8% 2009 42,3% 38,1% 51,4% 43,1% 41,0% 2010 42,6% 38,9% 51,5% 43,3% 42,4% 2011 42,5% 38,9% 51,3% 42,1% 42,7% 2012 41,4% 37,9% 50,6% 42,2% 42,2% 2013 41,7% 37,1% 50,4% 42,3% 41,9% Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. * sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo Tabela 16: Participação no VTI da indústria da transformação brasileira por intensidade tecnológica (%). MBIT Ano AIT MAIT MBIT BIT sem RP 1996 8,4% 27,9% 31,3% 27,0% 30,4% 1997 8,4% 28,6% 31,5% 28,0% 30,0% 1998 8,5% 27,7% 32,3% 27,9% 30,1% 1999 8,9% 26,3% 33,1% 26,0% 30,0% 2000 9,4% 25,1% 37,0% 25,9% 26,9% 2001 9,4% 25,8% 34,6% 25,0% 28,5% 2002 8,5% 25,9% 34,7% 25,1% 29,2% 2003 6,8% 26,2% 36,4% 25,5% 28,8% 2004 7,1% 27,1% 36,8% 26,5% 27,4% 2005 6,9% 26,0% 38,5% 26,2% 27,2% 2006 7,1% 25,9% 38,3% 25,8% 27,4% 2007 6,2% 27,2% 39,0% 23,5% 27,4% 2008 5,9% 27,8% 39,8% 23,8% 26,4% 2009 5,6% 27,3% 36,8% 22,0% 30,1% 2010 5,5% 28,0% 36,5% 22,4% 29,8% 2011 5,2% 28,1% 36,2% 21,5% 30,4% 2012 5,3% 27,0% 36,3% 21,6% 31,3% 2013 5,4% 27,1% 36,5% 22,2% 30,9% Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. * sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo

52 Outra evidência da fragilização sofrida pela indústria brasileira é mostrada pelos indicadores de IDE. Demonstrou-se anteriormente que uma parcela significativa desse investimento foi direcionada para a compra patrimonial de empresas nacionais, não gerando capacidade produtiva adicional e que acabaram pressionando ainda mais o Balanço de Pagamentos (MACEDO, 2010). Independentemente desse fato, Cano (2012) mostra que a média anual de IDE direcionado à Indústria da Transformação, incluindo essas compras patrimoniais, passa de US$17 bilhões na década de 1980 para US$25 bilhões entre 1990 e 1995 e finalmente cai para uma média de US$8,5 bilhões entre 1996 e 2010. Isso porque, com seu baixo dinamismo, a indústria da transformação atraiu cada vez menos capital forâneo. A sua participação no total do IDE recebido pela economia cai de 75% na década de 1980 para 60% na década de 1990 e finalmente flutua entre 30% e 40% na década de 2000 (CANO, 2012, p.5). O Investimento interno apresentou uma dinâmica semelhante, predominando a alocação nos serviços, principalmente no setor financeiro, construção, negócios imobiliários, agropecuária e mineração, sendo hoje reduzida a participação na indústria da transformação (CANO, 2012). Estes argumentos evidenciam que o resultado das políticas macroeconômicas e de desenvolvimento econômico adotadas desde 1990 foi uma substituição de produção nacional por importações, enfraquecendo os efeitos multiplicadores internos de produção e geração de renda e o efeito de políticas anticíclicas, especialmente nos setores de maior conteúdo tecnológico, ao passo que ganhavam participação relativa (por crescer mais ou reduzir-se menos) os segmentos intensivos em recursos naturais, como a fabricação de produtos derivados do petróleo, cuja participação na transformação industrial se eleva de 4,4% em 1996 para 14,3% em 2013. A fabricação de máquinas e equipamentos, setor chave na acumulação capitalista e de alta intensidade tecnológica, reduziu sua participação na transformação industrial de 5,6% para 5,2% no mesmo período. Assim, com evidências do baixo crescimento industrial com baixa taxa de investimento, redução quase generalizada do componente agregado nacionalmente pela indústria da transformação, reprimarização da pauta exportadora, enorme substituição de demanda de produtos industriais domésticos por produtos importados, acredita-se haver fortes indícios que indicam a desindustrialização brasileira entre 1989 e 2010. É fundamental, entretanto, mostrar que este desempenho brasileiro em sua estrutura econômica e industrial não foi uma experiência isolada desde 1989 e que representa, em realidade, um novo tipo de inserção na divisão internacional do trabalho, muito mais conectado e intenso nos fluxos financeiros e oferecendo maiores possibilidades de acumulação,

53 principalmente, nos setores financeiros, de construção civil, negócios imobiliários, agropecuária e mineração, em detrimento da indústria (CANO, 2012). Ao passo que a indústria brasileira regredia em sua estrutura e perdia participação na produção e exportação industrial no mundo nos últimos trinta anos, houve uma profunda reorganização da divisão internacional do trabalho, particularmente com um intenso deslocamento da atividade industrial para alguns países subdesenvolvidos, sobretudo os do leste asiático, com destaque para a China. Ao mesmo tempo, verificou-se um movimento acentuado de concentração nas principais cadeias industriais mundiais, com a consolidação de grandes corporações comandando um profundo processo de reorganização de suas atividades internacionais como forma de ampliar sua acumulação em âmbito global (SARTI & HIRATUKA, 2010; LAPLANE, COUTINHO & HIRATUKA, 2003). São essas grandes corporações, majoritariamente provenientes de países desenvolvidos, que lideraram o processo de reorganização produtiva a nível mundial. Vale dizer, essa reestruturação global da indústria nos últimos trinta anos foi liderada pelas estratégias de internacionalização e de especialização das cadeias de produção e de valor das Empresas Transnacionais (ETNs), fato que promoveu forte deslocamento do processo produtivo e redirecionou os fluxos globais de produção, de investimento e de comércio exterior. Conforme argumentam Sarti & Hiratuka (2010): ―Esse movimento de descentralização da atividade produtiva com concentração e centralização do poder de comando sobre o valor gerado na atividade industrial, embora aparentemente contraditório, é resultado de uma complexa interação entre as mudanças no cenário macroeconômico internacional, a reestruturação nas formas de organização e concorrência das grandes corporações e as políticas nacionais de desenvolvimento‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.1).

Fica evidente a intensidade do processo de internacionalização, especialização, deslocamento e descentralização do processo produtivo global quando observamos que os fluxos de IDE cresceram a taxas muito superiores às do comércio internacional, e os fluxos deste, por sua vez, cresceram a taxas superiores às do produto global. Sarti & Hiratuka (2010) calculam que o PIB mundial entre 1982 e 2008 cresceu a uma taxa média anual de 6,5%, ao passo que as exportações mundiais cresceram no mesmo período 8,5% a.a. e os fluxos de IDE, 17,7% a.a.. Estes autores observam, também, que em 2008 as ETNs respondiam por aproximadamente 10% do produto mundial, mas por 33,3% das exportações mundiais. Esta reorganização da Divisão Internacional do Trabalho foi resultado de um movimento de reestruturação das ETNs após o fim dos anos de estabilidade e crescimento sob o padrão

54 de Bretton Woods, em que se experimentou, a partir de meados da década de 1970, o aumento das taxas de inflação com queda do crescimento econômico e da lucratividade das empresas, bem como uma paulatina desregulamentação dos mercados financeiros internacionais, provocando um enorme aumento na escala das operações financeiras e tornando mais fundamental a busca por maior mobilidade e reversibilidade nas aplicações de capital (GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS, 2007, cap. 19). Do ponto de vista produtivo, impulsionou-se a necessidade de construir ativos capazes de alavancar ganhos monopólicos. A busca de capacitação para inovação em produtos e processos deu origem a um novo padrão tecnológico, em que se aumentava o peso do complexo eletrônico na indústria mundial e promovia intensa difusão das tecnologias de informação e comunicação, em detrimento dos setores de metalomecânica e química, centrais na estrutura industrial mundial nos trinta anos do pós Segunda Guerra Mundial. Além da questão da inovação tecnológica, ganhou peso também o desenvolvimento de outros ativos intangíveis, como diferenciação de produtos, vantagens organizacionais, qualificação da mão de obra, patentes e marketing. Como descrevem Sarti & Hiratuka (2010): ―O impulso verificado a partir da década de 80 no grau de internacionalização das grandes corporações mundiais e a forma como a expansão ocorreu estiveram, portanto, associados à busca de exploração de ativos capazes de propiciar assimetrias concorrenciais, com racionalização de recursos, diminuição de sunk-costs e aumento de flexibilidade, em simultâneo à necessidade de encontrar novos espaços de acumulação, e aumentar a valorização associados a esses mesmos ativos‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.7).

Esses autores argumentam que estes processos resultaram em uma transformação fundamental na forma de operação internacional das grandes corporações mundiais, impulsionadas, de um lado, pelo novo contexto produtivo e concorrencial e, por outro, pelas mudanças nas condições macroeconômicas internacionais, em especial pela liberalização crescente dos fluxos de comércio e de capital e desregulamentação financeira. Assim, as grandes corporações ganharam liberdade maior para se expandir e ao mesmo tempo reorganizar o conjunto de suas operações internacionais (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.7). Se, no padrão anterior, as ETNs replicavam em cada mercado nacional relevante quase a totalidade da cadeia de produção e de valor, agora se racionalizam economias de escala e de escopo e especializa-se globalmente a produção em determinadas partes da cadeia de valor, interagindo com as políticas e as estratégias de desenvolvimento de vários países nessa distribuição. Sobre os setores que mais apresentaram essas mudanças, elucidam os autores:

55 ―Embora essa mudança tenha se verificado em várias indústrias, ela foi mais intensa naqueles setores onde é possível separar tecnicamente as várias etapas do processo produtivo e ao mesmo tempo o valor unitário dos produtos é elevado em relação a seu peso em cada etapa, como é o caso do complexo eletrônico e têxtil e vestuário. As empresas desses setores, em especial as empresas estadunidenses, passaram a externalizar crescentemente as atividades de manufaturas para empresas especializadas em fornecer um conjunto de serviços associados ao processo de fabricação. Essas empresas, por sua vez tornaram-se responsáveis por coordenar um conjunto de fornecedores de subsistemas, peças e componentes. As empresas fornecedoras de serviços de manufatura puderam aumentar incrivelmente a escala de produção, uma vez que passaram a prestar serviços para vários clientes. Por outro lado, as empresas contratantes concentraram seus recursos no desenvolvimento de ativos-chaves [sic], como o design e desenvolvimento de produtos, a definição de padrões de interface e a fixação de marcas, reduzindo ao mesmo tempo os custos fixos internos e ganhando maior flexibilidade‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.8).

Entretanto, lembram os autores, é fundamental ter em mente que a reorganização das redes de produção em nível internacional aconteceu de maneira hierarquizada e seletiva. Hierarquizada porque a capacidade de apropriação do valor adicionado pelo conjunto das operações é distinta segundo a posição na cadeia. ―A própria lógica dos sistemas internacionais de produção incorpora a questão das assimetrias entre os diferentes elos da cadeia de valor‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.9). Em um extremo estão as empresas que detêm poder de comando sobre a cadeia, quase sempre de países desenvolvidos, justamente por serem proprietárias de um conjunto de ativos intangíveis (como tecnologia, patentes e marcas) que permitem a essas empresas capturar grande parte do valor criado. Já no outro extremo, prosseguem os autores, estão as empresas que realizam as funções mais periféricas ao longo da cadeia, responsáveis pelas etapas subdivididas e padronizadas definidas pelos elos superiores da cadeia e, por isso mesmo, significa uma participação muito menor na apropriação do excedente produzido. E seletiva porque a localização das diferentes etapas nos diferentes países ou regiões busca explorar e barganhar as vantagens desejadas para cada etapa produtiva. ―Enquanto as etapas nucleares tendem a se localizar nos países centrais, as demais etapas passaram a ser realizadas crescentemente nos países em desenvolvimento‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.9). É importante destacar que embora essa mudança na lógica concorrencial das grandes corporações tenha resultado em intensa desconcentração geográfica da produção industrial, ela foi acompanhada de uma crescente concentração e centralização em termos de apropriação do excedente econômico, capacidade de comando sobre ativos e sobre recursos produtivos. O padrão anterior também fomentou concentração e oligopolizada, porém agora, diferentemente do período anterior, ―sem necessariamente ter que montar uma estrutura

56 verticalmente integrada [em cada mercado nacional], incorporando assim novas regiões do globo de maneira seletiva‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.10) e segmentada. Ou seja, se no imediato pós-guerra a atividade industrial ficou concentrada nos EUA, Japão e Europa ocidental, deslocando-se de maneira apenas marginal para alguns países subdesenvolvidos mais relevantes, como o Brasil e a Coreia do Sul, no período recente houve um deslocamento da produção muito mais intenso, inclusive penetrando em produtos classificados como mais dinâmicos do ponto de vista tecnológico e de demanda. Porém, os países subdesenvolvidos se inseriram nesse processo de formas distintas, a partir de estratégias nacionais diferentes, resultando em diferentes padrões de desenvolvimento industrial. Assim: ―Enquanto os países do leste asiático apresentaram desempenho produtivo e exportador bastante favorável, no caso da América Latina o produto industrial perdeu participação e o desempenho exportador foi apenas modesto. Mesmo dentro de cada região, as estratégias de desenvolvimento industrial e a extensão das políticas de apoio ao desenvolvimento industrial foram bastante diferentes‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.11).

Fato é, entretanto, que, embora de forma distinta, os países subdesenvolvidos cresceram mais que os desenvolvidos puxados principalmente pela sua dinâmica industrial. Seu produto industrial e seu valor adicionado industrial cresceram mais que seu PIB. A tabela 17 mostra a evolução da participação dos países subdesenvolvidos no valor adicionado industrial mundial (medido pelo manufacturing added value, calculado pela UNIDO). Tabela 17: Participação no valor agregado industrial mundial (em %). 1990 2000 Países Desenvolvidos 79.3 76.1 Países Subdesenvolvidos 20.7 23.9 Países Subdesenvolvidos sem a China 18.0 17.2 Ásia 7.8 12.9 China 2.7 6.7 Índia 0.8 1.1 América Latina 6.1 5.9 Brasil 2.0 1.7 África (inclui Oriente Médio) 3.1 3.3 Turquia 0.8 1.0 Fonte: UNIDO (2011).

2010 64.4 35.6 20.2 23.7 15.4 1.7 5.7 1.7 3.8 1.1

Podemos perceber que os países subdesenvolvidos aumentam sua participação no valor adicionado industrial mundial em 71% entre 1990 e 2010. Entretanto, fica claro que este fenômeno foi muito mais asiático do que latino-americano, e concentrou-se majoritariamente na China, ao passo que o Brasil fica claramente defasado. Ao excluir a China do total dos países subdesenvolvidos, percebemos que o aumento em duas décadas na participação dos demais

57 países subdesenvolvidos foi de apenas 12,2% (ou seja, a participação aumenta de 18,0% para 20,2%). Enquanto a China representava 13,0% do valor adicionado industrial dos países subdesenvolvidos em 1990 e o Brasil representava 9,7%, em 2010 a China representava 43,3% do valor adicionado industrial dos países subdesenvolvidos e o Brasil, 4,8%, 50% a menos que em 1990. Essa inserção promoveu não apenas um maior dinamismo no produto industrial como também se refletiu na melhoria da composição da pauta de produção e de exportação desses países, com a crescente participação dos produtos de maior intensidade tecnológica, que são mais dinâmicos do ponto de vista tecnológico e de demanda. A tabela 18 mostra que os produtos industriais de média alta e alta intensidade tecnológica aumentam sua participação no valor adicionado industrial mundial entre 1995 e 2009, dando-se de forma ainda mais acelerada nos países subdesenvolvidos. Podemos observar novamente que o avanço obtido pelos países asiáticos foi bastante superior ao latino-americano. Enquanto no leste asiático a proporção vai de 37,0% para 46,0% em 2009, na América Latina esse valor passa de 29,7% para apenas 33,3% no mesmo período. Tabela 18: Divisão do valor agregado industrial por intensidade tecnológica (em %). Mundo Países Desenvolvidos Países Subdesenvolvidos Leste Asiático e Pacífico Centro-Sul Asiático América Latina

BT 34,5 33,3 38,3 35,2 37,4 42,7

1995 MBT 24,2 22,8 28,6 27,8 26,1 27,6

MAT 41,3 43,9 33,1 37,0 36,5 29,7

BT 29,2 27,2 35,6 32,3 33,6 40,3

2000 MBT 21,4 19,6 27,4 25,5 26,3 27,8

MAT 49,4 53,2 37,1 42,2 40,1 32,0

BT 26,0 23,3 32,0 29,1 31,2 39,4

2005 MBT 20,9 17,7 28,2 27,6 25,5 27,6

MAT 53,1 59,0 39,8 43,3 43,4 33,0

BT 24,2 20,7 30,1 27,7 27,7 39,4

2009 MBT 20,0 15,8 26,9 26,2 25,0 27,2

MAT 55,8 63,6 43,0 46,0 47,3 33,3

Fonte: UNIDO (2011). Notas: BT = baixa intensidade tecnológica; MBT = média baixa intensidade tecnológica; MAT = média alta e alta intensidade tecnológica. Infelizmente, os dados foram divulgados de maneira agregada, sendo impossível extrair a participação nas economias chinesa e brasileira.

Sarti e Hiratuka (2010) mostram que as commodities primárias tiveram o menor crescimento no período, perdendo participação rapidamente nas exportações mundiais. Os produtos de média intensidade tecnológica mantiveram-se com uma participação estável, e merece destaque o desempenho do setor automotivo, de elevada elasticidade-renda da demanda. Já os produtos de alta intensidade tecnológica cresceram muito mais rapidamente. Detalham os autores: ―Justamente nesse grupo encontram-se os produtos associados ao complexo eletrônico e de tecnologia de informação, onde mais avançou o processo de fragmentação da produção. Dessa maneira, o crescimento acelerado no comércio desses produtos revela não apenas a maior elasticidade-renda em relação aos demais, mas também o aumento da importância das redes internacionais de produção, já que para um mesmo produto final está

58 associado um conjunto muito maior de transações comerciais internacionais‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.15).

Como visto anteriormente, quem mais ganhou participação nas exportações mundiais, inclusive de produtos de alta intensidade tecnológica, foram os países subdesenvolvidos. Entretanto, como mostra a tabela 19, ao analisar a participação relativa nas exportações mundiais da Ásia subdesenvolvida e da América Latina, pode-se observar uma vez mais que esse fenômeno foi principalmente asiático. A América Latina manteve-se estagnada na participação nas exportações mundiais, com uma ―nítida regressão e especialização da pauta [exportadora], com aumento do peso das commodities primárias (agrícolas, metálicas e minerais) no total exportado‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.20), justamente os produtos com menor dinamismo no período. Já a Ásia subdesenvolvida ganha participação em todas as categorias de produto, inclusive os de maior conteúdo tecnológico e de maior valor agregado. Tabela 19: Participação relativa nas exportações mundiais por categoria tecnológica (em %). Região

Ásia Subdesenvolvida

América Latina

Brasil

Argentina

Chile

México

Ano 1980 2000 2010 1980 2000 2010 1980 2000 2010 1980 2000 2010 1980 2000 2010 1980 2000 2010

Intensivos Commodities em Recursos primárias Naturais 9,9 17,6 27,0 38,9 29,3 48,9 11,6 4,2 10,7 5,6 10,8 3,7 1,8 1,6 1,6 0,9 2,8 0,8 1,4 0,3 1,2 0,2 1,0 0,2 0,8 0,1 1,1 0,1 1,4 0,2 1,6 1,0 2,0 2,6 1,6 1,2

Baixa I. T.

Média I. T.

Alta I. T.

Total

6,5 22,9 35,0 3,5 4,3 3,5 1,1 1,2 1,2 0,2 0,3 0,2 0,1 0,1 0,1 0,5 1,9 1,1

2,5 14,0 24,6 2,0 5,2 4,7 0,8 0,6 0,8 0,1 0,2 0,3 0,0 0,0 0,1 0,6 4,2 3,3

6,4 27,3 40,1 3,7 3,5 3,3 0,8 0,5 0,5 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 0,1 1,2 2,3 2,0

8,1 24,0 32,8 5,5 5,7 5,8 1,0 0,9 1,3 0,4 0,4 0,4 0,2 0,3 0,5 0,9 2,6 2,0

Fonte: Sarti & Hiratuka (2010) para 1980; UNCTAD para 2000 e 2010.

Conforme argumentam esses autores, observa-se uma queda da participação da indústria no PIB no Brasil, Argentina e Chile, porém com os dois primeiros partindo de um patamar superior ao verificado no Chile, dado o avanço e diversificação muito maior da estrutura industrial criada ao longo do período de substituição de importações, em especial no Brasil. Esses países procuraram reestruturar as suas atividades industriais através de políticas de abertura, expressas tanto pela liberalização comercial quanto pelo processo de privatizações e pela remoção das restrições às atividades de empresas estrangeiras. Assim: ―Embora as empresas nacionais ainda sejam importantes, as empresas estrangeiras passaram a ter um papel crescente. A década de 90 foi marcada

59 pela consolidação das ETNs como agentes econômicos dominantes, em razão do encolhimento tanto das empresas estatais quanto das empresas de capital nacional‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.22).

Esses autores alertam que, enquanto no leste asiático os investimentos realizados pelas ETNs foram voltados fundamentalmente para melhorar a eficiência para o conjunto da corporação, através da exploração dos ganhos derivados da especialização intra-firma, que no caso, também foi em grande parte intra-regional. Na Argentina e no Brasil, a maioria dos investimentos das grandes corporações internacionais foi realizada com o objetivo de proteger ou reforçar suas posições nos mercados nacionais e regionais, exercendo, portanto, poucos impactos sobre os fluxos de comércio exterior. ―Quando estes ocorreram foram, em geral, muito mais intensos sobre a importação do que sobre as exportações. No Brasil, dadas a dimensão do mercado doméstico e a composição da estrutura de produção, as filiais de ETNs caracterizam-se por operarem com coeficientes de importação superiores aos de exportação‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.23). Por fim, os autores concluem: ―No período 1980-2000, Brasil e Argentina não conseguiram recuperar seu dinamismo industrial, elevar sua competitividade internacional e aumentar as exportações de produtos de maior intensidade tecnológica nem através de suas empresas nacionais, como fizeram Coréia do Sul e Taiwan, nem através da integração aos sistemas de produção internacional comandado pelas ETNs, como os demais países da Ásia e mesmo como o México. Se as exportações não puderam funcionar como elemento dinamizador da estrutura industrial, esses países tampouco conseguiram encontrar mecanismos para reativar de maneira sustentada a demanda interna, capazes de elevar a taxa de investimento da economia‖ (SARTI & HIRATUKA, 2010, p.23).

Como pudemos observar, o período entre 1989 e 2010 guardou grandes modificações na gestão macroeconômica do país, que alteraram sua forma de inserção na divisão internacional do trabalho. O ambiente proporcionado pela liberalização financeira, com abertura comercial profunda e manutenção de câmbio sobrevalorizado e juros reais elevados foram particularmente debilitantes para a indústria de transformação brasileira, ao passo que o leste asiático avançava sua industrialização. Essas opções foram de ordem política e privilegiavam outro tipo de acumulação, como as frações de capital vinculadas às atividades financeiras, à exploração imobiliária, às exportações agroindustriais, minerais e de insumos básicos, além dos vinculados à questão energética, como álcool de cana de açúcar e petróleo. Veremos no próximo capítulo que São Paulo, por concentrar os ramos industriais mais complexos e a maior parte da produção nacional, sofrerá com maior agudez os impactos desta organização econômica

e

espacial

desindustrialização.

e

experimentará

com

maior

intensidade

os

processos

de

60

CAPÍTULO 2: EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA PRODUTIVA PAULISTA E OS IMPACTOS EM SUA INDÚSTRIA DA TRANSFORMAÇÃO. 2.1: Desconcentração industrial de São Paulo e impactos da Guerra Fiscal após 1989.

Durante o intenso processo de transformação econômica vivida pelo Brasil no século XX, a emergência da indústria concentrou-se no estado de São Paulo desde o início do século, devido à preexistência de uma base industrial (embora pequena e fundamentalmente restrita ao setor de bens de consumo não-duráveis) advinda da acumulação de capitais excedentes da cafeicultura (CANO, 1998). A concentração econômica e industrial paulista prosseguiu durante mais de seis décadas, e atingiu seu ápice ao final da década de 1960, quando São Paulo respondia por 58,1% da produção da indústria de transformação nacional e 39,5% do PIB nacional, conforme mostrado pela tabela 20. Entretanto, a despeito do forte aumento dessa concentração em São Paulo, localizada principalmente em sua capital, isto não resultou em estagnação ou recessão da periferia nacional. Ao contrário, o aumento do peso paulista na produção nacional se deu concomitantemente com o do crescimento dos demais estados brasileiros, embora ligeiramente abaixo de São Paulo, formando complementaridades produtivas e cadeias produtivas regionalmente conectadas, por meio das relações estabelecidas entre distintos setores econômicos (MACEDO, 2010; CANO, 2007; PACHECO, 1998). Destarte, São Paulo comandava o processo de acumulação no país de forma conectada às demais regiões, atuando como eixo da produção nacional, estimulando, nesse período, a produção periférica nacional,

notadamente da agropecuária e de matérias

primas

industrializadas. A dinâmica destacada por Cano (1998) mostra como esse processo gerou vários efeitos – de destruição, de estímulo e de inibição – sobre o restante da economia nacional, à medida que se integrava o mercado interno brasileiro, aumentando a articulação entre as diferentes regiões do país, em oposição à configuração pré 1930, quando as regiões eram verdadeiras ―ilhas‖, predominantemente orientadas para o exterior e em menor escala para o resto do país (CANO, 2007).

61 Após atingir seu ápice de concentração em 1970, São Paulo passa a experimentar um processo de desconcentração econômica e industrial até os dias de hoje, como demonstra a tabela 20. Todavia, Cano (2008) divide esse processo de desconcentração em duas fases com dinâmicas distintas. A primeira, de fins dos anos 1960 até meados dos 1980, São Paulo e sua indústria cresciam a taxas bastante elevadas e os demais estados cresciam ainda mais, com um forte aumento dos fluxos econômicos entre as regiões. A década de 1970 foi marcada por elevadas taxas de crescimento nos períodos do ―milagre‖ econômico (1968 a 1973) e do II PND (1974 a 1979). Este último tinha objetivo explícito de promover a desconcentração produtiva no país, o que reforçaria as complementariedades regionais. Dentre os projetos realizados estavam extração de minério de ferro em Carajás (Pará), produção de aço (Espírito Santo), extração de petróleo (Rio de Janeiro) e indústria química e petroquímica (Sergipe, Alagoas, Bahia, Minas Gerais), dentre outros (SAMPAIO, 2015, p.163; LESSA, 1998, cap. 2). À desconcentração econômica e industrial deste período, Cano (2008) denominou de ―desconcentração virtuosa‖. Tabela 20: Participação do PIB do estado de São Paulo no PIB brasileiro (em %).

Ano Total Agropecuária Indústria Ind. Transf. Serviços

1970 39,5 18,0 56,4 58,1 35,0

1980 37,7 14,2 47,3 53,4 34,8

1989 39,7 14,4 44,7 49,9 36,1

2000 35,1 8,6 39,9 45,1 35,3

2010 32,1 11,3 33,3 42,0 33,3

2012 31,0 11,0 29,8 40,8 33,0

Fonte: Cano (2008) entre 1970 e 1989; Contas Regionais do IBGE entre 2000 e 2012. Tabela 21: Estrutura setorial do PIB do estado de São Paulo (em %).

Ano Agropecuária Indústria Ind. Transf. Serviços

1970 5,7 43,8 39,9 50,4

1980 3,9 51,2 44,3 44,9

1989 3,5 48,3 40,9 48,2

1995 1,6 33,5 24,8 64,9

2000 1,4 31,5 22,1 67,1

2005 1,8 31,7 24,0 66,5

2010 1,9 29,1 21,2 69,1

2012 1,9 25,0 17,0 73,1

Fonte: Cano (2008) entre 1970 e 1989; Contas Regionais do IBGE entre 1995 e 2012.

Porém, com a estagnação industrial e rápido declínio do crescimento econômico vividos após 1980, com o fim do sonho desenvolvimentista, teve-se início à denominada ―desconcentração espúria‖ (CANO, 2008). Nesta, tanto São Paulo como o restante do Brasil apresentaram crescimento débil (inclusive negativo em muitos ramos e segmentos industriais) e o pequeno decréscimo da participação de São Paulo decorreu, em vários segmentos produtivos, de diferenciais de taxas negativas ocorridas em ambas regiões ou, se positivas, de baixa dimensão. Ou seja, uma desconcentração aparente e não decorrente de expressivos aumentos territoriais de produção. Os setores de bens de capital e duráveis de consumo foram

62 os mais pesadamente afetados nessa crise da indústria brasileira. São Paulo, por concentrar o principal parque industrial do país e boa parte dos segmentos mais complexos, seria o estado mais afetado pela crise do que o restante da economia nacional (FUNARI, 2009). Ademais, a dinâmica de alguns setores regionais da produção passou a se articular muito mais ao exterior do que ao mercado interno, conforme demonstraram Pacheco (1998) e Macedo (2010). No período de nosso estudo, entre 1989 e 2010, a ―desconcentração espúria‖ econômica e industrial de São Paulo se aprofundou em sua forma aparente, sem significativos acréscimos de produção e resultante de pequenos diferenciais de crescimento, em muitos casos diferenciais de taxas negativas. São Paulo continuou sendo o estado com maior participação no VTI da indústria da transformação brasileira (FIESP, 2015; CANO, 2008), mas sua indústria da transformação cresceu apenas 0,2% ao ano entre 1980 e 1989, 1,0% entre 1989 e 2004, enquanto a indústria de transformação do país cresceu 0,9% e 1,7% nos respectivos períodos (CANO, 2008, p.24). Assim, a indústria da transformação paulista sofreu um impacto ainda mais penoso que a média da economia nacional em consequência da gestão macroeconômica e das reformas liberais após 1989. Enquanto a indústria da transformação reduziu sua participação na estrutura produtiva nacional em 57,4% entre 1989 e 2013 (conforme tabela 8), a tabela 21 mostra que ela reduziu sua participação no PIB do estado de São Paulo em 58,3% entre 1989 e 2012. Nem mesmo a retomada do crescimento econômico, após 2003, que ampliou a demanda por bens intermediários e commodities, foi suficiente para alterar esta trajetória de declínio da indústria de transformação. Mais grave, com a sobrevalorização cambial do período pós-real, as importações passaram a ter participação crescente no fornecimento desta indústria, tensionando ainda mais as cadeias produtivas no país. De forma semelhante, o PIB per capita do estado (a preços constantes de 2010) cresceu a uma média real anual de 0,9% entre 1989 e 2011, contra 1,6% do país. Embora tenha crescido a uma média de 3,3% entre 2002 e 2008, contra uma média de 2,9% do Brasil, seu desempenho foi pior que o nacional entre 2008 e 2011, quando cresceu a 2,2% contra 2,8%, e entre 1989 e 2002, quando decresceu 0,4% ao ano, contra um crescimento de 0,7% do Brasil. Desta forma, se São Paulo possuía um PIB per capita médio 73% maior que a média do país em 1989 (em R$ de 2010), em 2011 seu PIB per capita era 51% maior. Isto é, a diminuição do hiato de renda de São Paulo com o restante do país se deveu novamente aos diferenciais de taxas de crescimento muito baixas, quando não negativas, reflexo do péssimo dinamismo econômico brasileiro sob a égide neoliberal.

63 Tabela 22: Crescimento médio real do PIB per capita a preços constantes (em %). Ano 1989-2002 2002-2008 2008-2011 1989-2011 1989-2000 2000-2011 Brasil 0,7 2,9 2,8 1,6 0,7 2,4 São Paulo -0,4 3,3 2,2 0,9 -0,4 2,3 Fonte: Contas Nacionais do IBGE.

Logo, São Paulo sofreu com maior agudez o baixo dinamismo industrial e a substituição de produção doméstica por importações apresentados anteriormente, reduzindo-se de sobremaneira sua participação na produção industrial nacional. Os resultados das medidas neoliberais, embora sentidas em todo o país, foram particularmente nefastos para o principal parque industrial brasileiro, provocando grande desaceleração e regressão na estrutura industrial, como se discutirá adiante. Ademais, as atividades mais dinâmicas nesse novo modelo de acumulação, ligadas a recursos naturais e ao agronegócio, ocorreram fora do estado de São Paulo, com a expansão da fronteira agrícola e mineral nas regiões centro-oeste e norte, além do crescimento urbano (e dos serviços, portanto) maior fora do estado de São Paulo, justamente em cidades pequenas ou médias, em termos dimensionais, e nas regiões norte e centro-oeste, em termos regionais (CANO, 2011). Todos esses fatos contribuíram para a queda da participação paulista no total nacional. As mudanças ocorridas após as reformas neoliberais influenciaram no processo de interação entre as esferas microeconômicas, macroeconômicas e territoriais, porém sem ser capazes de sustentar um crescimento econômico de mais largo prazo (SAMPAIO, 2015), promovendo apenas breves ciclos de crescimento num padrão típico de ―voo de galinha‖. Além disso, como bem argumenta Macedo (2010), embora o país tenha caminhado para uma maior desconcentração produtiva e demográfica, diminuiu-se a integração do mercado nacional, ainda que moderadamente, e o desempenho díspares entre as regiões tornou-se ―cada vez mais reflexo das forças de mercado e da ausência de políticas regionais de desenvolvimento, descolando-se de qualquer perspectiva de constituição de um projeto nacional com equidade territorial‖ (MACEDO, 2010, p. 2), principalmente porque: "(...) as atividades com melhor desempenho no período – agronegócio e indústria extrativa - seriam aquelas com menor poder de adensamento do tecido produtivo. Apresentam, portanto, menor capacidade para aprofundar a divisão social do trabalho e gerar, com isso, atividades dinâmicas que garantam a imprescindível diversificação produtiva‖ (MACEDO, 2010, p.34).

A desconcentração espúria também se revela pelos dados das Pesquisas Industriais Anuais do IBGE (PIA). Observando apenas a queda de participação da indústria paulista no valor da transformação industrial nacional (ou seja, na agregação de valor nacional), observase que, como lócus central da indústria da transformação, a crise da indústria paulista é

64 generalizada. A participação de sua indústria da transformação no VTI nacional caiu de 50,9% em 1996 para 37,3% em 2013, conforme tabela A-18 exibida no anexo estatístico. A perda de peso na estrutura produtiva nacional é maior justamente nos setores de maior intensidade tecnológica (SAMPAIO, 2015, p.166). A análise mais detalhada mostra que São Paulo perdeu participação no VTI nacional em todos os grupos e divisões industriais discriminados por intensidade tecnológica pela OCDE, a exceção de um único segmento – fabricação de Aeronaves, que passou de 68,4% do VTI nacional em 1996 para 93,8% em 2013, dada a importância e a expansão da EMBRAER em São José dos Campos. Em todos os demais segmentos, São Paulo reduziu sua participação no Valor Transformado Industrial, e em 16 deles a queda de participação foi superior a 10 p.p.! As principais quedas de participação no VTI brasileiro foram de manutenção, reparo e instalação de máquinas e equipamentos (de 66,5% em 1996 para 32,5% em 2013); veículos automotores (de 75% para 46% no respectivo período); produtos derivados do petróleo (de 50,8% para 28,7%), celulose e papel (de 59,1% para 40,5%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (de 60,5% para 44,3%). Destaca-se, também, a queda de produção de biocombustíveis (de 57,1% para 47,7%). Ainda assim, quatro segmentos possuíam em 2013 uma participação maior do que a metade no VTI nacional: fabricação de aeronaves (93,8%); produtos farmoquímicos e farmacêuticos (71,3%); máquinas e equipamentos (54,1%) e produtos de borracha e de material plástico (52,5%). Relacionando a desconcentração dos grupos e segmentos de São Paulo com seu desempenho na estrutura do VTI nacional, descrita no capítulo anterior, vemos que o único segmento que aumentou sua concentração em São Paulo entre 1996 e 2013, fabricação de aeronaves, aumentou ligeiramente sua participação no VTI nacional. Dentre os demais grupos e segmentos que se desconcentraram em relação ao estado e que aumentaram seu peso no VTI nacional foram produtos derivados do petróleo, produtos alimentícios, manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, veículos automotores, reboques e carrocerias, embarcações, produtos de minerais não-metálicos, artigos do vestuário e acessórios, equipamentos de transporte não especificados anteriormente, móveis, coquerias e produtos de madeira. Por outro lado, os segmentos que se desconcentraram em relação ao estado e que perderam participação no VTI nacional foram impressão e reprodução de gravações, produtos químicos, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, produtos têxteis, produtos farmoquímicos e farmacêuticos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, celulose, papel e produtos de papel, couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, biocombustíveis, produtos do fumo, produtos de borracha e de

65 material plástico, bebidas, máquinas e equipamentos, produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, metalurgia e produtos diversos. Segundo os mesmos dados, os estados que mais ganharam participação no VTI nacional entre 1996 e 2013 foram os estados do Paraná (de 5,4% para 8,4%), Goiás (de 1,1% para 2,7%), Bahia (de 2,6% para 4%) e Santa Catarina (de 4,6% para 5,7%). Entre os estados com maior VTI em 2013, após São Paulo, Minas Gerais apresentava 9,4% do VTI nacional naquele ano, seguido por Paraná, com 8,4%, Rio Grande do Sul, com 8,3%, Rio de Janeiro, com 7,6%, Santa Catarina, com 5,7% e Bahia, com 4%. Há uma estreita relação dessas relocalizações industriais com a guerra fiscal, isto é, disputas acirradas entre regiões, estados e municípios pela atração de investimentos através de incentivos fiscais, como nos casos de Goiás e Bahia. O Brasil é país continental, populoso e com uma organização político-institucional de quase 5600 unidades administrativas (MACEDO & ÂNGELIS, 2013). Se federações são complexas por natureza, a federação brasileira é particularmente complexa e com conflitos federativos proporcionais ao seu tamanho e a sua diversidade, herança de profundas distorções socioespaciais e econômicas, fruto de seu desenvolvimento histórico, tanto como colônia, como economia primário-exportadora, e como economia periférica urbano-industrial, cujo dinamismo econômico se alterou profundamente no século XX, partindo de um ―modelo de desenvolvimento voltado para fora‖ para uma economia – periférica – com significativo grau de diversificação industrial (TAVARES, 2011). Como notam Macedo e Ângelis (2013, p.206), ―os problemas federativos se avolumaram a partir da integração econômica do mercado nacional desencadeados pela industrialização brasileira‖. Isso decorreu da concentração industrial e econômica na região sudeste e, em especial, em São Paulo, devido ao efeito das economias de escala como o motor de acumulação de capital no desenvolvimento industrial. Portanto, segundo os autores: ―Se a industrialização rompeu o secular predomínio dos arquipélagos [econômicos], caracterizados pela relativa autonomia regional e baixa integração inter-regional, dando-lhes sentido de unidade nacional, por outro ao se unificar partes tão díspares estruturalmente formadoras de um todo desigual heterogêneo e combinado ampliou a tensão entre os entes federados, especialmente dentre os mais pobres, que passaram a reivindicar a construção de modelo de crescimento mais igualitário‖ (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p.206).

A riqueza de exemplos e a recorrência do discurso sobre a necessidade de se rever o pacto federativo brasileiro confirma o alerta feito por Fiori (1995):

66 ―Os arranjos políticos federativos tenderão a se fazer tão mais complexos e difíceis quanto menos sólidos sejam os sentimentos prévios de identidade coletiva e quanto maiores sejam os níveis de desigualdade na distribuição de poder e de riqueza entre as regiões e os grupos sociais‖ (FIORI, 1995, p.26).

Não que no Brasil haja tensões separatistas violentas como em outros países; contudo, conforme notam Macedo e Ângelis (2013, p. 206-207), o arranjo político-institucional que sustenta o federalismo brasileiro encontra seus limites conjunturais nas políticas que definem o modelo econômico em cada período e seus limites estruturais na herança histórica do truncado processo de construção nacional, que sempre patinou entre o excessivo centralismo de caráter autoritário e a manutenção descentralizada dos poderes (também autoritários) das elites locais. Estes, apesar de diminuídos desde a década de 1930, foram ao longo do tempo sucessivamente reinventados e redefinidos na disposição político-institucional e econômica que sustenta a acumulação subordinada e dependente das elites brasileiras frente aos capitais internacionais, financeiros e produtivos. Dentro deste contexto, a guerra fiscal – ―ações competitivas em detrimento de práticas cooperativas para a atração de investimentos através de políticas fiscais‖ (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p.206) – intensificou as disputas entre as unidades subnacionais (estados, regiões, e até mesmo municípios), principalmente após a mudança do papel do Estado e das políticas econômicas no Brasil no final do século XX. Assim, influenciadas por uma concepção liberal sobre as vantagens da descentralização, tanto no âmbito tributário quanto no âmbito da promoção do desenvolvimento econômico (CARDOZO, 2010, p.17; Brandão, 2007, p.35), reduzindo o poder de coordenação de políticas do Estado nacional para o desenvolvimento regional, como pela reestruturação e relocalização dos investimentos em âmbito global decorrentes da globalização produtiva (GREMAUD, TONETO JR & VASCONCELLOS, 2007, cap. 19), a guerra fiscal se intensificou a partir dos anos 1990, sendo um subproduto do modelo econômico adotado pelo país (CARDOZO, 2010). Conforme ressaltado na página 23, o modelo econômico neoliberal contava com a melhor inserção externa da economia e das localidades em detrimento da maior exposição do mercado interno. Nesse sentido: ―As teorias e as práticas políticas (muitas delas revestidas de um caráter oportunista) norteadas pelos preceitos do desenvolvimento endógeno localizado travam, implícita ou explicitamente, uma oposição ao desenvolvimento nacional, à atuação do poder público na promoção do desenvolvimento econômico e ao poder de atuação da esfera nacional. Para os teóricos do desenvolvimento local endógeno, o local reúne todos os fatores necessários à promoção do desenvolvimento e é capaz de inserir-se individualmente na economia internacional. O objetivo maior das localidades é alcançar mercados externos, negligenciando-se as articulações econômicas e

67 políticas internas com outros locais do mesmo espaço nacional‖ (CARDOZO, 2010, p.24).

É nesse sentido que a guerra fiscal deve ser entendida no Brasil: ela é a manifestação mais evidente e oportunista da disputa das elites locais para articular seus respectivos capitais e espaços locais nas frentes de negócios cada vez mais internacionalizados, num contexto em que os esforços do governo federal se direcionam mais para a gestão macroeconômica e menos para as políticas setoriais, como as de desenvolvimento regional e industrial (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p.207). Ademais, como reflexo do entendimento neoliberal sobre a relação entre Estado e Economia, transferiu-se para a atividade privada e para os mecanismos reguladores de mercado – que em realidade guardam poucas relações com os ―modelos‖ de teoria econômica – a responsabilidade do econômico desenvolvimento regional, resultando na queda do investimento público estatal, no desmantelamento das políticas nacionais e regionais de desenvolvimento, e no sucateamento e extinção das instituições públicas anteriormente responsáveis pelas políticas de desenvolvimento regional (CARDOZO, 2010). Porém, como essa autora destaca, as forças de mercado, por si só, não resolvem os problemas da desigualdade regional. Em suas palavras: ―(...) No Brasil, não existem mecanismos sólidos de controle das forças de mercado e, dessa forma, o enfraquecimento das políticas de desenvolvimento coordenadas pelo Estado Nacional permitem a subsunção das localidades à lógica da acumulação de capital, em um mecanismo em que os poderes públicos estadual e municipal fazem grandes concessões para a iniciativa privada mesmo em um contexto de finanças altamente debilitadas e com engessamento de seus gastos‖ (CARDOZO, 2010, p.19).

Cardozo (2010, p.20-21) ressalta que a guerra fiscal também guarda relação direta com o sistema tributário brasileiro, no qual o imposto mais importante sobre o valor agregado, o ICMS, é competência dos governos estaduais, ao contrário da tendência mundial em que, em sistemas federativos, os impostos sobre valor agregado são de competência do poder central. Macedo e Ângelis (2013) subdividem, ainda, dentro desta lógica, a guerra fiscal em dois grandes tipos: a de caráter comercial e a de caráter industrial. O primeiro, cujos incentivos se voltam para empresas de distribuição e de atacado, busca desviar os fluxos de mercadorias para os territórios do estado outorgante para que o mesmo passe a apropriar-se de receitas do ICMS que, em uma situação normal, seriam recolhidas no estado de origem. Em breve, destacaremos como esse tipo de Guerra Fiscal contribui para a desindustrialização. Já o segundo busca atrair as indústrias nacionais ou internacionais para seu território por meio de financiamento do ICMS e também de diferimentos e créditos outorgados desse imposto, não

68 caracterizando um processo de desindustrialização, mas um de desconcentração industrial, em que pese os efeitos negativos reais para a arrecadação em âmbito nacional26. Considerando inicialmente a guerra fiscal de caráter industrial, concretamente, para o nosso objeto e período de estudo, a dinâmica produtiva e a relocalização industrial de vários segmentos industriais sofreram interferência direta dela. Vimos acima que, ao passo que entre 1996 e 2013 a participação paulista no VTI nacional cai de 50,9% para 37,3%, os estados do Paraná, Goiás, Bahia e Santa Catarina foram aqueles que apresentaram maiores altas nessa participação. O estado de Goiás apresentou ganhos continuados nos ramos produtores de bens de consumo não durável; Cano (2008) lembra que a expansão da fronteira agrícola para o norte e para o centro-oeste favoreceu a expansão desses segmentos industriais na região, enquanto Cardozo (2010) lembra que nesse estado ocorreram destacados incentivos fiscais e financeiros para setores agroindustriais, notadamente para grandes grupos agroindustriais. O estado do Espírito Santo, por sua vez, foi bastante beneficiado pelo aumento de exportações de bens intermediários (CANO, 2008), aumentando sua especialização e também sua participação no VTI nacional nesses segmentos. Chama a atenção, também, o aumento de participação no VTI nacional de Máquinas e Equipamentos, estimulado pelo aumento da demanda para máquinas para indústria extrativa e bens intermediários (GOMES, 2008, p.55). Já o estado da Bahia tem seu aumento justificado, em grande medida, aos incentivos fiscais oferecidos para Fabricação e Montagem de Veículos Automotores e Produtos de Informática (CARDOZO, 2010). O estado do Paraná apresenta uma elevação na participação dos setores produtores majoritariamente de bens de consumo durável e de bens de capital, em parte relacionada à expansão de máquinas e equipamentos para a agricultura, atividade dinâmica no estado, e em parte é relacionada aos incentivos fiscais que contemplaram o setor automotivo (CARDOZO, 2010). Cardozo (2010, p.62), contudo, faz uma ressalva aos dados de desconcentração industrial de São Paulo. Verifica-se, após 1996, uma desconcentração da indústria da transformação paulista mais associada à guerra fiscal, principalmente o segmento produtor de bens de consumo durável e de bens de capital. Mas, como a guerra fiscal não rompe com a lógica concentradora de uma economia capitalista, esse segmento sai de São Paulo, porém 26

Sobre os efeitos potenciais e reais da guerra fiscal de caráter industrial nos territórios e na nação, ver o primeiro capítulo de Cardozo (2010).

69 continua concentrado na região Centro-Sul do país. Quando esse segmento se desconcentra para o norte, nordeste ou centro-oeste, este ocorre sem uma maior articulação da atividade industrial com atividades de pesquisa, ou seja, desconcentra-se apenas a linha de montagem. Diniz (2003) chega a uma conclusão similar analisando microrregiões com mais de cinco mil empregos industriais, para o qual a desconcentração industrial entre 1970 e 2000 foi um processo de reaglomeração macroespacial do núcleo ―duro‖ da indústria e de seus segmentos mais avançados tecnologicamente, concentrado no polígono formado por Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e Campinas (DINIZ, 2003, p.42). Analisando especificamente alguns setores, Cardozo (2010, p.67-75) permite um melhor entendimento da perda de participação generalizada da indústria de transformação paulista no total do VTI nacional. Os grupos de alimentos e de bebidas, que reduzem sua participação no total nacional de 41,2% e 33,6% em 1996 para 32,3% e 22,7% em 2013, respectivamente, deve-se tanto à expansão da fronteira agrícola quanto à guerra fiscal praticada, principalmente, pelo estado de Goiás. A queda de participação de artigos de couro e calçados, de 21,5% para 17,0% no período, deve-se, em grande medida, à forte desconcentração para estados nordestinos, que concederam amplos benefícios a esses gêneros. Apesar do estado de Goiás incentivar amplamente as atividades farmacêuticas e apresentar pequenos ganhos na participação no VTI nacional, o estado de São Paulo apresenta uma pequena perda, de 71,9% em 1996 para 71,3% em 2013. As evidências coletadas nesta dissertação sugerem que os incentivos de Goiás foram mais efetivos em deslocar os enormes fluxos de importação desse segmento do que deslocar sua produção. Este é um segmento altamente concentrado, também, em função da sua elevada complexidade. São Paulo perde, também, participação em segmentos majoritariamente produtores de bens intermediários, como celulose e papel (de 59,1% para 40,5% no período), derivados do petróleo (de 50,8% para 28,7%), produtos de borracha e plástico (de 64,6% para 52,5%), entre outros. Porém, nesses casos, Cardozo (2010) destaca que a expansão da fronteira mineral e da indústria extrativa (para estados como Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná, além da região norte) foi mais relevante para essa desconcentração do que incentivos fiscais. Por fim, São Paulo perde participação, também, na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, de 75,0% em 1996 para 46,0% em 2013, em função da reorganização

70 do setor no território brasileiro, em um momento de elevação dos investimentos acompanhado de elevados incentivos fiscais e financeiros. Enquanto no passado a indústria automobilística concentrou-se na Região Metropolitana de São Paulo, os novos investimentos das décadas de 1990 e 2000 se concentraram nos estados do Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro e interior do estado de SP (CARDOZO, 2010, p.72). Em relação à guerra fiscal comercial focada nas importações (guerra fiscal dos portos), Macedo & Ângelis alertam para a sua ativa contribuição no processo de desindustrialização. Nesse caso, os estados se aproveitam do crescimento das importações brasileiras, alimentando-se da maior exposição da indústria brasileira à concorrência externa e da sobrevalorização cambial para atrair importações de empresas através do uso de recursos públicos (diferimento de ICMS), o que tem contribuído para um aumento do peso do comércio exterior nas economias regionais (MACEDO, 2010) e para um dos efeitos mais perversos desta política, ―a apropriação privada de impostos‖ (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p. 212). Assim, com esse estímulo às importações: ―observa-se, em vários setores da atividade industrial, um estímulo para empresários deslocarem seus investimentos da órbita da produção para a da circulação, numa típica regressão mercantil-financeira‖ (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p. 207-208).

Nesse entendimento, esses autores consideram salutar a resolução 13/2012 de abril de 2012 (que institui alíquota única de 4% no ICMS nas operações interestaduais para produtos importados ou, mesmo que tenha passado por alguma industrialização, que tenham mais de 40% dos componentes comprados fora do Brasil), por entender que ela visa a reduzir drasticamente a guerra fiscal dos portos27. Nesses termos, argumentam, essa medida recoloca dois temas recorrentes no debate sobre o desenvolvimento capitalista brasileiro: quais os interesses predominantes entre as frações do capital que se impõem por dentro do Estado e de sua política econômica; e como conciliar os interesses setoriais com o combate aos desequilíbrios regionais. Macedo e Ângelis (2013) veem como exemplo dos conflitos entre as frações do capital as posições divergentes sobre os efeitos regionais e setoriais sobre a guerra fiscal dos portos entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e a Associação Brasileira de Empresas de Comércio Exterior (ABECE), entidades patronais que representam grupos distintos de frações do capital. A primeira, mais heterogênea em relação às suas afiliadas,

27

No artigo citado, os autores apresentam exemplos muito práticos para entender como funcionam e quais os efeitos dos instrumentos utilizados na guerra fiscal dos portos.

71 representa, em tese, o capital industrial, cuja reprodução se dá, em princípio, na esfera produtiva. Já a segunda representa interesses mercantil-financeiros de associadas que têm no processo de circulação sua forma predominante de reprodução e participação na apropriação do excedente. Nas palavras dos autores: ―Enquanto para a FIESP o crescimento das importações, seja pela sobrevalorização cambial ou pelos incentivos [fiscais], coloca em risco a sobrevivência da indústria no Brasil (...), para a ABECE é uma rara oportunidade de promover o crescimento mais equilibrado regionalmente do país e aumentar a eficiência produtiva da indústria, seja pela concorrência, seja pelo acesso a insumos e equipamentos mais baratos‖ (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p. 205).

Os autores enxergam no caso de Santa Catarina evidências contrárias à argumentação da ABECE. O estado de Santa Catarina foi o que mais se beneficiou do crescimento das importações brasileiras, passando de 2,2% do total em 2004 para 6,6% em 2011, sem que houvesse um aumento relativo em seu PIB que justificasse tamanha alteração. Mas o crescimento das importações do estado não significou um aumento proporcional na arrecadação de ICMS, indo de 3,8% do total arrecadado nacional em 2004 para 4,1% em 2011. Ademais, o argumento defendido pela ABECE da importância dos incentivos para a elevação da produtividade em decorrência do acesso a bens de capital e insumos estrangeiros para alavancar o crescimento industrial perde força quando se observa que após 2004 a categoria de uso que mais amplia sua participação nas importações catarinenses é a de bens de consumo, que passa de 6,8% do total (2004) para 18,7% (2011), indicando que se trata muito mais de um modelo centrado no consumo intermediado pelo capital mercantil-financeiro do que na produção e no investimento (MACEDO & ÂNGELIS, 2013, p. 214). Sampaio (2015, cap. 4) chama a atenção de como o debate sobre a desindustrialização no Brasil ignora majoritariamente as perspectivas regionais. Assim, esse autor busca analisar os possíveis nexos entre a desindustrialização e alterações na estrutura produtiva regional brasileira, ou seja, entender de que forma a desindustrialização estaria afetando as estruturas produtivas regionais e suas conexões com o estado de São Paulo e sua indústria da transformação.

72

2.2: Análise da evolução industrial paulista no período e evidências de sua desindustrialização.

Feitas algumas considerações sobre o processo de desconcentração industrial e das perdas relativas de São Paulo no VTI nacional, há mais indicadores que sugerem um processo de desindustrialização no estado. Assim como na indústria nacional, há uma evidência notória da desindustrialização paulista na análise da produção industrial efetivamente adicionada pela indústria paulista, vale dizer, a proporção de valor agregado no total da produção no período sugere a mesma substituição de insumos nacionais por importados, com a redução dos valores adicionados internamente. Para examinar isto, utilizaremos novamente a relação entre VTI (Valor da Transformação Industrial) e VBPI (Valor Bruto da Produção Industrial). Cabe aqui, mais uma vez, lembrar das dificuldades metodológicas para analisar a indústria paulista no período. Primeiramente, os dados da PIA-IBGE só começaram a ser coletados em 1996, primeiramente segundo a CNAE 1.0 e, a partir de 2007, segundo a CNAE 2.0. Assim como no primeiro capítulo, traremos aqui as informações organizadas pela classificação CNAE 2.0. Como até julho de 2015 o IBGE não divulgou uma compatibilização entre as CNAEs 1.0 e 2.0 a três dígitos nem atualizou sua tipologia por intensidade tecnológica (ou seja, o porcentual de investimentos em P&D em relação às vendas brutas – a última atualização foi em 2003), este trabalho seguirá a metodologia de conversão dos valores em CNAE 1.0 para 2.0 entre 1996 e 2006 proposta por Sampaio (2015) e a tipologia por intensidade tecnológica da OCDE. Ver o apêndice metodológico 1.1 a este respeito. Igualmente, repetiremos a análise de intensidade tecnológica com a inclusão do grupo de ―média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo" – MBIT sem RP – para também verificar o desempenho da indústria sem a participação desse segmento ―outlier‖, conforme explicado no primeiro capítulo. Assim como já observado no gráfico 13 (p.48), São Paulo apresentou uma queda profunda na agregação de valor da sua indústria da transformação, ainda pior que a queda brasileira – de 48,2% em 1996 para 42,6% em 2013. Assim, reverteu-se a vantagem paulista na agregação média de valor da sua indústria da transformação, que era 1,5 p.p. maior que a média nacional em 1996, mas era 0,5 p.p. inferior à nacional em 2013. O desempenho segundo a tipologia de intensidade tecnológica da OCDE também se destaca negativamente em alguns pontos. Em todos os segmentos a queda da relação VTI/VBPI foi maior em São Paulo do que no país (com exceção da categoria modificada MBIT sem RP, que caiu ínfimos 0,1 p.p. a

73 menos que o nacional), principalmente nos ramos de baixa intensidade tecnológica, com queda 3,1 p.p. superior, e média baixa intensidade tecnológica, com queda 2,2 p.p. superior. Os segmentos que concentraram a queda de agregação de valor foram os de alta intensidade tecnológica, que despencaram de 53,4% em 1996 para 41,7% em 2013; e os de média alta intensidade tecnológica, que caiu de 44,4% para 37,1% entre 1996 e 2013. Ao passo que as atividades de baixo conteúdo tecnológico aumentaram sua participação de 41,2% para 41,9% e as de médio baixo conteúdo diminuíram de 50,9% para 50,4% no mesmo período, quando analisamos a categoria modificada ―MBIT sem RP‖, percebe-se uma queda muito mais acentuada nessa última categoria, indo de uma agregação média de valor de 51,2% para 42,3% no período, uma queda superior à de média alta intensidade tecnológica. A queda generalizada da agregação de valor no estado de São Paulo pode ser vista no gráfico 16. Não obstante a maior intensidade da redução de agregação de valor, ainda assim o estado apresentou, em 2013, uma relação VTI/VBPI maior para os segmentos de alta intensidade tecnológica (46,3%, contra 41,7% nacionalmente) e de baixa intensidade tecnológica (43%, contra 41,9%), além do segmento modificado de média baixa tecnologia sem o refino de petróleo, que também apresentava agregação maior que a média nacional (43,2% contra 42,3%) devido a um peso ligeiramente menor do setor de refino de petróleo na indústria paulista do que na nacional. Apesar do menor peso, no entanto, a diferença entre a divisão das atividades de média baixa tecnologia com e sem refino de petróleo para o estado de São Paulo é expressiva, sendo de 5,9% em 2013 (contra uma diferença de 8,1% nacionalmente no mesmo ano). É preciso reforçar novamente que os aumentos dos valores de VBPI e de VTI desse segmento se basearam nos grandes aumentos em seus preços internacionais – o quantum produzido no estado de São Paulo28 em 2013 foi apenas 25% maior que em 1996, contra um VBPI 787,6% maior e um VTI 1058,6% maior! Como resultado, em 2013, as atividades de refino de petróleo representavam 11% do VTI do estado de São Paulo, ao passo que nacionalmente elas representavam 14,3%. Assim como na indústria nacional, predominava entre os ramos industriais que mais perderam agregação de conteúdo nacional em sua produção bruta os ramos de alta e média alta intensidade tecnológica. Assim, fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, de alta intensidade, diminuiu sua relação VTI/VBPI de 52,7% em 1996 para 35,7% em 2013, ao passo que fabricação de máquinas e equipamentos, fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e fabricação de produtos químicos, todos de média

28

IBGE, Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, setor Refino de Petróleo e Álcool.

74 alta intensidade tecnológica, diminuem sua relação VTI/VBPI de 56,1%, 51,2% e 43,8% em 1996, respectivamente, para 42,6%, 39,8% e 32,8% em 2013. Ademais, a metalurgia e a fabricação de veículos automotores, ambos de média baixa tecnologia, também sofreram com uma queda considerável de agregação de valor nesse período, indo de 42% e 40,1% para 33,4% e 34,4%, respectivamente. Gráfico 16: Relação VTI/VBPI da indústria da transformação paulista por intensidade tecnológica entre 1996 e 2013 (%). 60%

55% 50% 45% 40% 35% 30%

AIT

MAIT

MBIT

MBIT sem RP

BIT

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. MBIT sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo

Vale ressaltar, também, o bom desempenho nesse indicador do refino de petróleo e da produção de biocombustíveis (que possui alta importância na dinâmica territorial do estado de São Paulo, em que pese uma participação no VTI menor que 2%), ambos de média baixa intensidade tecnológica e que aumentaram de 51,2% e de 41,2% para 72,2% e 44,8% suas relações VTI/VBPI no período, respectivamente, juntamente com a confecção de artigos do vestuário e acessórios e couros e seus artefatos, de baixa intensidade tecnológica, que aumentaram, respectivamente, de 38,9% e 43,7% para 48,4% e 47%. Além de derivados de petróleo e manutenção e reparação de máquinas e equipamentos – que constituem serviço, e não propriamente indústria –, das 30 divisões e grupos industriais discriminados por intensidade tecnológica pelo OCDE, apenas outros seis aumentaram sua relação VTI/VBPI. Nenhum setor de alta tecnologia aumentou sua agregação média de valor e de média alta intensidade, além de serviços manutenção, reparo e instalação, apenas a fabricação de outros equipamentos de transporte aumentou sua relação (embora um de seus

75 principais ramos, fabricação de aeronaves, tenha caído de 52,4% para 47,1%). É digno de nota negativa, enfim, que os segmentos que menos agregavam valor no estado de São Paulo em 2013 são a fabricação de produtos químicos (32,8%), metalurgia (33,4%), veículos automotores (34,4%) e equipamentos de informática e produtos eletrônicos e ópticos (35,7%). Esses segmentos somados representavam 28,3% do VTI total do estado de São Paulo em 2013, ao passo que veículos automotores e produtos químicos representaram sozinhos 21,2%! Gráfico 17: Participação no VTI da indústria da transformação paulista por intensidade tecnológica entre 1996 e 2013 (%) 40% 35% 30% 25% 20%

15% 10%

05%

AIT

MAIT

MBIT

MBIT sem RP

BIT

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. MBIT sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo

A participação das atividades agregadas por intensidade tecnológica no VTI total paulista pode ser observada na tabela 24 e no gráfico 17. Note-se novamente o hiato formado entre as categorias de média baixa intensidade tecnológica com e sem refino do petróleo (linhas roxa e laranja), que mostram o tamanho desse segmento ―outlier‖ na participação no VTI estadual. Dentre as 24 divisões da indústria da transformação da CNAE 2.0, os aumentos de participação no total do VTI do estado ficaram concentrados em quatro grupos. Primeiramente, fabricação de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, que praticamente dobra, indo de 6,1% para 12,4% no período, sendo que os produtos derivados do petróleo sobem de 4,4% para 11% (quase triplica) e biocombustíveis, incluindo o álcool, caem de 1,7% em 1996 (e de um pico de 2,4% em 2008) para 1,4% em 2013; Igualmente, produtos alimentícios, setor ligado aos produtos primários e com ótimo desempenho exportador, que se eleva de uma participação de 11,6% em 1996 para 14,4% em 2013, apesar de uma redução na sua relação VTI/VBPI de 44,6% para 41,4%.

76 Tabela 23: Relação VTI/VBPI da indústria da transformação paulista por intensidade tecnológica entre 1996 e 2013 (%). Ano

AIT

MAIT

MBIT

MBIT sem RP

BIT

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

58,3% 53,9% 50,1% 45,0% 44,1% 44,6% 48,2% 45,3% 42,1% 44,3% 47,6% 45,3% 43,7% 42,2% 44,6% 44,2% 44,8% 46,3%

45,3% 44,2% 43,9% 41,7% 40,4% 39,5% 39,4% 37,7% 36,7% 34,9% 35,9% 36,9% 37,6% 39,4% 39,5% 39,7% 38,9% 36,8%

51,8% 51,2% 52,1% 54,6% 53,2% 52,2% 52,9% 51,1% 51,4% 51,8% 50,0% 47,4% 47,6% 48,7% 49,0% 50,3% 49,1% 49,1%

51,9% 51,4% 50,6% 51,1% 47,0% 46,5% 46,8% 45,0% 47,0% 46,0% 44,7% 42,8% 43,1% 43,9% 43,0% 43,7% 43,7% 43,2%

45,4% 45,1% 42,8% 43,8% 41,4% 40,9% 39,4% 39,3% 38,6% 40,1% 40,9% 40,8% 41,1% 42,7% 43,9% 43,8% 43,2% 43,0%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. MBIT sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo Tabela 24: Participação no VTI da indústria da transformação paulista por intensidade tecnológica entre 1996 e 2013 (%). Ano

AIT

MAIT

MBIT

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

10,1% 10,6% 11,4% 12,5% 12,6% 12,7% 11,1% 9,1% 9,9% 9,2% 9,8% 9,4% 9,0% 8,0% 8,2% 7,8% 8,7% 9,0%

34,7% 34,6% 34,3% 31,1% 29,9% 31,0% 30,8% 31,6% 32,4% 31,1% 31,1% 34,4% 35,3% 35,7% 36,5% 35,4% 34,4% 33,7%

30,1% 30,2% 30,4% 31,8% 35,7% 33,3% 34,4% 35,7% 35,3% 37,4% 35,5% 33,2% 34,0% 31,2% 30,6% 31,0% 30,7% 32,3%

MBIT sem RP 25,7% 26,5% 26,1% 24,8% 24,7% 23,2% 23,1% 24,2% 24,5% 25,2% 24,1% 22,9% 23,7% 21,9% 21,3% 20,8% 20,7% 21,3%

BIT 25,2% 24,6% 23,9% 24,6% 21,8% 23,1% 23,6% 23,5% 22,3% 22,2% 23,6% 22,9% 21,6% 25,0% 24,6% 25,5% 25,9% 24,7%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Nota: De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. MBIT sem RP = média baixa intensidade tecnológica sem Refino de Petróleo

77 Também fabricação de outros equipamentos de transporte, o qual se eleva de 0,6% em 1996, atinge um pico de 3,0% em 2004 e representava 1,7% do VTI paulista em 2013, que se explica pelo excelente desempenho de fabricação de aeronaves, que aumentou seu VBPI no período em 2298% e seu VTI em 2052% (além de aumentar suas exportações em 1400% no período, gerando um expressivo saldo comercial para o estado, sempre acima dos US$2 bilhões desde 2004). Por fim, manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, que cresce de 0,3% para 1,3% no período. Os cincos ramos com maior participação no VTI paulista representavam, em 2013, 55,5% do total da indústria da transformação. Além de produtos alimentícios, de baixa intensidade tecnológica e com 14,4% de participação, e de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis, de média baixa intensidade tecnológica e com 12,4% de participação, ambos analisados acima, chama a atenção a participação da fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que atinge a terceira maior participação, com 12,1% em 2013, porém 0,7% a menos que em 1996, e que é importante para a dinâmica territorial ao redor da capital paulista (Campinas, São José dos Campos, Santos e Sorocaba), segundo SEADE (2013). Esta redução se deve à queda de participação na fabricação de automóveis utilitários de 6,2% para 4,2%, queda que foi parcialmente contida pelo aumento de participação na produção de peças e acessórios para veículos (de 5,0% para 5,6%) e de fabricação de caminhões e ônibus (de 1,2% para 1,7%). Como foi visto anteriormente, este foi um dos segmentos que sofreu com maior intensidade a Guerra Fiscal entre os estados, fazendo com que a participação paulista no VTI nacional da produção de veículos utilitários e de caminhões e ônibus caíssem pela metade no período (de 78,8% para 39,5% para o primeiro e de 82,6% para 41,2% para o segundo). A quarta maior participação, produtos químicos, com 9,1% do VTI paulista em 2013, também sofreu ligeira queda, pois possuía 9,7% em 1996. Por fim, a produção de máquinas e equipamentos, essencial na ampliação do excedente econômico numa economia, possuíam 7,5% do VTI paulista, com uma ligeira alta de 0,4% em relação a 1996, graças ao bom desempenho de máquinas e equipamentos para extração mineral e para construção (de 0,5% para 1,2%) e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária (0,5% para 1,1%), em que pese o mau desempenho de máquinas e equipamentos para uso industrial específico (que diminui sua participação de 1,7% para 0,9%). Contudo, esse aumento de participação se deu em detrimento de uma queda significativa na agregação de valor, mencionada acima, de 56,1% para 42,6%, ou seja, ocorreu mais em virtude do aumento da expansão do valor bruto da produção (de 537% no período) do que do seu valor transformado industrial (de 332%).

78

2.3: Notas sobre comércio exterior e interestadual de São Paulo.

Analisando a participação paulista nas exportações brasileiras, no gráfico 18 e na tabela 25, pode-se observar a queda relativa de participação tanto nas exportações totais (de 34,1% em 1997 para 22,9% em 2014) quanto nas exportações manufatureiras (de 39,5% em 1997 para 33,7% em 2014), consequências, por um lado, do pior dinamismo do estado tanto em termos totais quanto de sua indústria e, por outro, do bom desempenho do agronegócio e da indústria extrativa mineral, cujo dinamismo esteve muito ligado à demanda exportadora e que estão localizadas, sobretudo, no Norte e no Centro-Oeste. Todavia, conforme destaca Sampaio (2015, p.175), a trajetória de queda da participação da indústria da transformação nas exportações é bem menos acentuada que a da participação no total exportado, por ser o estado com a estrutura produtiva com maior peso no VTI brasileiro e sinal da importância que ainda possui sua indústria em sua economia. Ademais, Sampaio (2015, p.176) e Macedo (2010, p.178) complementam que, de uma maneira geral, São Paulo ainda apresenta patamares elevados nas exportações dos grupos com maior intensidade tecnológica, indício que possui um parque industrial ainda capaz de ter uma inserção dinâmica no mercado internacional. Examinando em detalhes a balança comercial da indústria da transformação do estado de São Paulo no gráfico 19, vemos que esta teve um movimento muito similar à da balança comercial da indústria da transformação brasileira, acumulando déficits no período entre 1994 e 1998, de câmbio bastante valorizado, melhorando seu resultado no período de desvalorização cambial, entre 1999 e 2004, e piorando rapidamente após 2006, quando cai de um pico superavitário de US$ 9,1 bilhões nesse ano para um déficit de US$ 35,2 bilhões em 2014. É uma piora de quarenta e quatro bilhões num período de apenas oito anos. Ao passo que as exportações anuais cresceram apenas 4,3% nesses oito anos, de US$ 44,8 bilhões em 2006 para US$ 46,8 bilhões em 2014 (crescimento médio anual de apenas 0,5%), as importações anuais cresceram 128,9%, passando de US$ 35,8 bilhões em 2006 para US$ 82,0 bilhões em 2014 (crescimento médio anual de 10,9% ao ano)! Enquanto a balança comercial brasileira pôde contar com reprimarização de suas exportações para manter o saldo da balança comercial positivo até 2013, o estado de São Paulo apresentou déficits volumosos desde 2008 por conta da maior parcela de produtos manufaturados em sua inserção externa (HENRIQUES, 2015; SAMPAIO, 2015).

79 Gráfico 18: Participação de São Paulo nas exportações brasileiras entre 1997 e 2014 (em %).

45% 40% 35% 30% 25% 20%

Indústria da Transformação

Total

Fonte: Secex (MDIC) e Banco Central. Tabela 25: Participação de São Paulo nas exportações brasileiras entre 1997 e 2014 (em %). 1997

2000

2005

2010

2011

2012

2013

2014

39,0%

40,9%

38,8%

38,2%

36,4%

35,9%

33,5%

33,3%

25,3% 60,1% Produtos farmoquímicos e farmacêuticos 40,6% Veículos automotores, reboques e carrocerias 69,1% Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 78,8% Produtos de borracha e de material plástico 75,9% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 50,7% Outros equipamentos de transporte, exceto veículos autom. 56,9% Produtos diversos 35,9% Produtos químicos 42,5% Produtos alimentícios 32,2% Artigos do vestuário e acessórios 27,2% Móveis 11,6% Produtos de minerais não-metálicos 32,8% Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 23,5% Celulose, papel e Produtos de papel 34,5% Bebidas 39,6% Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 15,5% Metalurgia 20,0% Produtos têxteis 37,6% Produtos de madeira 8,4% Produtos do fumo 10,3%

53,8% 64,2% 61,5% 58,1% 74,2% 76,7% 50,0% 70,3% 32,9% 36,0% 37,7% 24,9% 11,4% 34,5% 22,4% 29,3% 9,0% 15,9% 17,9% 32,8% 5,9% 0,7%

43,9% 61,3% 68,4% 55,4% 44,3% 73,1% 44,4% 78,8% 25,0% 36,0% 35,3% 33,6% 13,3% 31,9% 24,7% 33,6% 16,5% 22,4% 19,8% 19,7% 5,9% 0,5%

36,1% 61,7% 53,4% 52,8% 55,7% 57,5% 52,6% 82,9% 31,7% 40,3% 37,5% 29,2% 23,5% 29,2% 25,3% 25,5% 12,1% 20,2% 15,1% 19,4% 4,8% 0,1%

35,6% 61,5% 52,9% 53,5% 59,4% 55,7% 52,4% 70,7% 34,5% 41,5% 34,7% 29,1% 30,2% 29,4% 23,5% 26,3% 10,6% 17,4% 12,4% 13,9% 5,1% 0,1%

40,2% 60,8% 54,7% 55,3% 55,1% 53,3% 53,2% 65,2% 55,4% 40,6% 31,1% 28,4% 45,6% 27,3% 19,4% 24,9% 12,3% 19,0% 15,3% 11,3% 5,4% 0,1%

47,0% 60,0% 52,2% 51,4% 52,6% 51,4% 45,5% 30,4% 31,2% 38,4% 32,6% 26,2% 20,7% 25,4% 23,4% 23,3% 12,0% 18,2% 13,2% 15,9% 6,4% 0,0%

63,2% 59,7% 54,3% 52,9% 52,4% 49,3% 46,3% 46,1% 38,1% 37,8% 30,0% 26,2% 24,8% 22,5% 22,0% 20,7% 17,8% 17,4% 13,7% 12,6% 5,7% 0,0%

Cnae 2.0 e Descrição C

Indústrias de transformação

19

Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis

28

Máquinas e equipamentos

21 29 26 22

27 30 32

20 10 14 31 23 25 17 11 15 24 13 16 12

Fonte: Secex (MDIC). Nota: Valores convertidos de NCM a quatro dígitos para CNAE 2.0, para os quais pode haver pequenas discrepâncias. Ver apêndice metodológico 1.2 a esse respeito.

80

Gráfico 19: Exportações e Importações da indústria da transformação paulista entre 1989 e 2014 (em US$ bilhões). 100

90 80 70 60 50 40 30 20 10

Exportações

2014

2012

2013

2010

2011

2008

2009

2006

2007

2004

2005

2002

2003

2001

1999

2000

1997

1998

1994

1995

1992

1993

1990

1991

1989

-

Importações

Fonte: Secex (MDIC). Tabela 26: Participação de São Paulo nas importações brasileiras entre 1997 e 2014 (em %). 1997

2000

2005

2010

2011

2012

2013

2014

47,1%

49,7%

48,1%

41,0%

40,3%

38,6%

42,2%

41,5%

78,9% 77,2% Máquinas e equipamentos 60,4% Celulose, papel e Produtos de papel 80,4% Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 45,8% Produtos de borracha e de material plástico 63,2% Artigos do vestuário e acessórios 60,0% Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 28,6% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 33,3% Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 38,5% Produtos farmoquímicos e farmacêuticos 26,5% Produtos químicos 63,2% Metalurgia 57,1% Produtos de minerais não-metálicos 47,9% Produtos de madeira 21,0% Produtos alimentícios 29,9% Veículos automotores, reboques e carrocerias 33,6% Produtos diversos 30,7% Outros equipamentos de transporte, exceto veículos autom. 29,1% Produtos têxteis 33,4% Bebidas 8,9% Produtos do fumo 4,1%

83,3% 43,0% 84,0% 75,9% 22,9% 63,7% 47,3% 23,0% 54,5% 45,4% 36,4% 58,9% 53,0% 49,6% 23,3% 34,4% 29,3% 30,4% 40,8% 28,0% 11,6% 20,3%

100,3% 74,8% 65,6% 62,5% 41,1% 65,0% 46,7% 20,2% 56,0% 41,2% 40,3% 49,6% 50,2% 42,7% 15,3% 26,1% 40,5% 27,9% 28,4% 33,5% 12,0% 18,5%

82,8% 53,7% 61,2% 66,1% 35,6% 54,0% 34,5% 43,2% 44,3% 37,7% 43,4% 46,2% 29,9% 37,7% 23,0% 23,4% 20,6% 24,9% 34,9% 18,6% 10,1% 6,5%

78,2% 56,1% 59,7% 62,6% 36,9% 51,3% 35,8% 42,3% 48,6% 39,8% 43,0% 40,0% 34,0% 35,0% 24,6% 24,2% 18,0% 23,5% 28,7% 17,6% 11,7% 5,1%

78,3% 42,6% 60,8% 54,8% 37,5% 45,8% 42,1% 45,5% 46,9% 37,8% 40,6% 40,4% 32,0% 36,4% 32,2% 24,3% 19,7% 23,6% 21,9% 18,9% 11,4% 5,3%

79,0% 71,9% 57,6% 55,6% 48,0% 49,8% 44,0% 47,5% 44,0% 40,2% 38,9% 41,4% 36,2% 34,7% 34,1% 25,6% 22,9% 21,8% 18,9% 20,0% 11,8% 4,9%

73,1% 61,4% 57,5% 55,0% 50,6% 48,8% 47,0% 46,6% 46,3% 43,6% 41,2% 40,3% 37,2% 35,7% 32,9% 23,4% 23,0% 21,0% 19,5% 19,4% 12,2% 6,1%

Cnae 2.0 e Descrição C

Indústrias de transformação

31

Móveis

19

Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis

28 17 15 22 14 25

27 26 21

20 24 23 16 10 29 32 30 13 11 12

Fonte: Secex (MDIC). Nota: Valores convertidos de NCM a quatro dígitos para CNAE 2.0, para os quais pode haver pequenas discrepâncias (como a participação de móveis acima de 100% em 2005). Ver apêndice metodológico 1.2 a esse respeito.

81

Tabela 27: Balança comercial de ramos da indústria da transformação do estado de São Paulo entre 1997 e 2014 (US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição C

Indústrias de transformação

10

Produtos alimentícios

11

Bebidas

12 13 14 15 16 17 19

20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30 31 32

1997

2000

-8.250

-5.631

2.110 8 Produtos do fumo 159 Produtos têxteis -156 Artigos do vestuário e acessórios -173 Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 168 Produtos de madeira 75 Celulose, papel e Produtos de papel -141 Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis -2.373 Produtos químicos -3.406 Produtos farmoquímicos e farmacêuticos -399 Produtos de borracha e de material plástico -145 Produtos de minerais não-metálicos -13 Metalurgia 118 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos -111 Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos -2.374 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos -389 Máquinas e equipamentos -3.049 Veículos automotores, reboques e carrocerias 1.817 Outros equipamentos de transporte, exceto veículos autom. 204 Móveis -88 Produtos diversos -91

2005

2010

2011

2012

2013

2014

7.767 -15.696 -23.142 -20.679 -35.588 -35.188

2.215 6.625 13.115 14.286 12.074 12.386 10.779 -2 -12 -58 -98 -86 -76 -70 3 3 -3 2 1 -2 -2 4 46 -212 -320 -323 -386 -427 2 18 -317 -564 -884 -1.019 -1.180 323 649 397 220 201 91 102 68 166 62 53 45 74 73 10 605 472 555 567 620 483 -1.503 -1.117 -5.812 -9.745 -4.995 -11.366 -9.243 -3.622 -3.928 -7.935 -8.621 -9.232 -11.065 -10.735 -648 -744 -2.543 -2.589 -2.533 -2.705 -2.782 -87 2 -965 -1.160 -1.086 -1.705 -1.569 86 320 -62 -216 -340 -318 -306 116 1.021 -637 -895 -134 -1.020 -889 -42 80 -1.028 -1.290 -1.534 -1.890 -1.683 -2.461 -3.090 -7.514 -9.167 -8.858 -10.250 -10.838 -885 -470 -1.721 -2.617 -2.329 -2.896 -2.752 -3.057 -887 -7.252 -8.084 -8.550 -9.270 -7.573 1.903 5.243 3.788 4.648 3.837 2.637 1.194 1.804 2.817 2.515 2.534 3.383 2.896 2.371 -46 1 -164 -174 -147 -383 -319 -17 -27 -315 -342 -228 -443 -370

Fonte: Secex (MDIC). Nota: Valores convertidos de NCM a quatro dígitos para CNAE 2.0, para os quais pode haver pequenas discrepâncias. Ver apêndice metodológico 1.2 a esse respeito.

De maneira similar ao desempenho nacional, poucos setores da indústria da transformação paulista conseguiram obter resultados superavitários, quase todos de baixa e média baixa intensidade tecnológica. Como descrito no primeiro capítulo, uma consequência da manutenção de um câmbio valorizado e de juros reais elevados, num contexto de ampla abertura comercial e de péssimo desempenho da indústria da transformação, foi o crescimento substancial das importações, e São Paulo não foi exceção. Desta forma, os segmentos de sua indústria com crescentes déficits são numerosos, e, de maneira geral, compostos por produtos de maior valor agregado e mais dinâmicos em termos de demanda. Destacaremos aqui o desempenho de alguns setores mais importantes. A tabela completa com todos os setores se encontra no anexo estatístico (tabela A-17). O segmento com maior valor de exportação em 2014 (e em todos os anos entre 1992 e 2014), assim como no Brasil, foi o de fabricação de produtos alimentícios, setor de baixa intensidade tecnológica e ligado ao agronegócio, com exportação de US$12,3 bilhões em 2014, em que pese uma pequena redução do estado na participação das exportações desse setor nacionalmente, de 32,2% em 1997 para 30% em 2014. Esse segmento foi responsável,

82 também, pelos maiores superávits comerciais do estado, no montante de US$10,8 bilhões em 2014 e quase US$15 bilhões em 2011. Contribuiu para este bom resultado, também, a maior agroindustrialização no estado, com crescimento da participação relativa dos produtos do agronegócio na pauta de exportação paulista (MACEDO, 2010, p.174). Foi o único ramo a obter mais do que US$10 bilhões em exportações em 2014 e ele representou mais de 25% das exportações paulistas desde 2009, evidenciando mais uma vez a fragilização da indústria paulista (e nacional). Em segundo lugar seguem as exportações de veículos automotores, reboques e carrocerias, segmento de média baixa intensidade tecnológica, elevadas proteções tarifárias efetivas, conforme mostrado pela tabela 5, acordos com o MERCOSUL (SAMPAIO, 2015; CARNEIRO, 2002) e de grande importância na dinâmica territorial do estado. Esse segmento apresentou um superávit total de US$6,3 bilhões em 2014 e foi gerador de saldos comerciais positivos em todos os anos da análise, apesar da trajetória declinante após 2006 (nesse ano, o superávit comercial foi de US$7 bilhões) e da perda de participação nas exportações nacionais desse setor, caindo de 69,1% em 1997 para 52,9% em 2014. Corroboram esses números o fato das importações desse segmento serem a de quinto maior valor do estado em 2014, mas cumpre notar que nacionalmente este é um segmento fortemente deficitário, ao passo que em São Paulo ele conseguiu se manter superavitário. Isso se deveu, em partes, ao fato desse setor ter sido alvo da generalização da Guerra Fiscal no país (CARDOZO, 2010, p.70), desviando, consequentemente, partes dos fluxos de exportação e de importação desse segmento para outros estados que, a despeito de atraírem montadoras, não foram capazes de diversificar a base industrial local com a emergência de empresas de autopeças. As exportações de máquinas e equipamentos vêm em terceiro lugar, com US$5,1 bilhões de exportações em 2014 e participação praticamente estável nas exportações nacionais – as exportações paulistas representaram 60,1% do total em 1997 e 59,7% em 2014. Segmento de média alta intensidade tecnológica, nacionalmente é somente o quinto que mais exporta, sinal de alguma força remanescente da indústria paulista. Apesar desse fato, este setor apresenta déficits comerciais desde 1993 no estado, sendo o segmento de segunda maior importação do estado em 2013 e 2014, no valor de US$14,6 e US$12,7 bilhões, respectivamente, e atingindo um déficit de US$9,3 bilhões em 2013 e de US$7,6 bilhões em 2014. Já produtos químicos, setor de média baixa intensidade tecnológica e majoritariamente produtor de bens intermediários, figuram como a quinta maior exportação do estado, atingindo US$3,9 bilhões em 2014, porém com queda na participação paulista nas exportações totais, de 42,5% em 1997 para 37,8% em 2014. De maneira similar a máquinas e equipamentos, seu

83 desempenho exportador é anulado pelos altos valores de importação, a maior do estado e o segundo maior déficit comercial, apresentando, em 2014, US$14,6 bilhões e US$10,7 bilhões, respectivamente. Produtos farmoquímicos e farmacêuticos também apresentaram déficits comerciais em todos os anos da análise, com exportações de US$900,9 milhões em 2014 e importações de 3,7 bilhões. Porém, ressalva-se que a participação do estado nas exportações do setor aumentou, de 40,6% em 1997 para 54,3% em 2014. Já outros equipamentos de transporte apresentou uma dinâmica mais positiva, com a quarta maior exportação do estado, no valor de US$3,8 bilhões em 2014, e o segundo maior superávit comercial, de US$2,4 bilhões em 2014, porém com queda na participação das exportações, de 56,9% em 1997 para 46,1% em 2014. O bom desempenho exportador do setor se deve ao segmento de aeronaves, de alta intensidade tecnológica, responsáveis por 95% das exportações do segmento e que conseguiu sobreviver ao ambiente altamente desfavorável, em função do ótimo desempenho da EMBRAER, em São José dos Campos. Nesse setor, as importações são relativamente baixas no estado, permitindo o superávit. É necessário destacar, ainda, dois segmentos de importações muito mais elevadas que as exportações, resultando em volumosos déficits. Primeiramente, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, setor de que apresentou grande expansão em termos de valores brutos de produção e mais que dobrou sua participação nas exportações nacionais (+37,9 p.p.)29, mas que apresentou uma expansão muito veloz das importações em função do aumento de demanda interna e ocupação plena da capacidade produtiva mencionados na análise dos coeficientes nacionais de exportação e penetração. Dessa forma, as importações e o déficit comercial nesse segmento atingiram US$12,4 bilhões e US$10,7 bilhões em 2014, respectivamente. É importante ressalvar, contudo, que a produção de álcool anidro combustível se manteve superavitária desde 1999, mas incapaz de fazer frente às importações de produtos refinados do petróleo, por nunca ter atingido US$2 bilhões em exportações, e apesar de importações mais pesadas em 2011 e 2012 em função de quedas agudas de produção na entressafra30.

29

Esta informação contraria a constatação na análise produtiva de que São Paulo perde participação na produção bruta e na transformação industrial desse setor. Apesar de não encontrar informações que confirmem esta hipótese, suspeita-se que esse intenso aumento se deva a reexportações. 30 COIMBRA, Leila; & CREDENDIO, José Ernesto. Brasil tem de importar álcool dos EUA. In: Folha de São Paulo. Brasília, 26 de março de 2011. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/ me2603201105.htm. Acesso em 20 de julho de 2015.

84 Ademais, o segmento de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, ramo de alta intensidade tecnológica, mais complexo e moderno, de alto crescimento no comércio internacional mundial, também seguiu a tendência de forte aumento de importações, rapidamente superando os produtos químicos e os produtos refinados do petróleo como o maior déficit comercial do estado, atingindo a cifra de US$10,8 bilhões em 2014, Segundo Cano (2008, p.160), este setor foi o mais impactado pela enxurrada de importações causadas pela abertura comercial, levando à destruição de linhas de produção nacional tanto de produtos finais como de insumos. Destarte, São Paulo perdeu intensamente participação nas exportações desse setor (de 78,8% em 1997 para 52,4% em 2014), e as exportações do estado mais industrializado do país num dos segmentos industriais mais importantes da atualidade não atingiram sequer um décimo de suas importações em 2014 (US$1,5 bilhões, contra US$11,7 bilhões). Vale ressaltar, por fim, que houve uma significativa reestruturação mundial nesse setor, com o deslocamento da produção para a Ásia, onde as políticas de gestão macroeconômica e industrial, bem como a forma de inserção na divisão internacional do trabalho, foram radicalmente distintas da América Latina, e nove países passaram a responder por 66% da produção mundial (CANO, 2014, p.10). Após analisar a balança comercial, este trabalho procurará mais informações a respeito da desindustrialização nos dados de comércio interestadual de São Paulo. Isso é particularmente relevante para o período estudado em função da Guerra Fiscal dos portos, em que muitos estados se aproveitaram de incentivos fiscais para se tornarem importadores e distribuidores de mercadorias para os demais estados, contribuindo, assim, para a desindustrialização. Graças a um convênio entre a Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo e o Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico do Instituto da Economia da Unicamp, podem-se analisar os dados de comércio entre o estado de São Paulo e os outros estados da federação entre 2001 e 2010 à procura dessas informações. Os dados estão organizados por CNAE 2.0 e excluem os dados de transferência interestadual. Ver apêndice metodológico 1.3 a esse respeito. O estado de São Paulo durante todo esse período foi superavitário em sua balança comercial, ou seja, possuiu um nível de vendas (saída) superior ao nível de compras (entradas) com os demais estados. Contudo, as compras cresceram a uma taxa anual média de 13,3%, ligeiramente superior ao crescimento anual médio das vendas, 12,3%, porém ser tornar o saldo deficitário em nenhum ano. Desta forma, o saldo da balança comercial cresceu a uma taxa média de 10,5%. As informações de compras, vendas e saldo da balança de comércio interestaduais estão dispostas na tabela 28.

85 Tabela 28: Compras, vendas e saldo da balança de comércio de São Paulo com os demais estados, total e da indústria da transformação (em R$ bilhões). 2001 Compras totais 117.2 ind. da transformação 55.9 Vendas totais 187.7 ind. da transformação 127.3 Saldo da balança comercial 70.5 ind. da transformação 71.4

2002 136.9 58.3 207.1 136.9 70.2 78.6

2003 182.0 79.6 257.4 166.3 75.4 86.6

2004 230.0 101.7 313.3 204.0 83.3 102.3

2005 245.5 112.0 338.4 219.2 92.9 107.3

2006 256.5 116.1 364.5 234.0 108.0 117.9

2007 290.1 130.4 404.0 262.8 113.9 132.5

2008 353.8 148.9 488.3 302.5 134.5 153.6

2009 308.4 126.4 452.3 282.2 143.9 155.8

2010 361.7 150.2 534.3 332.8 172.6 182.5

Fonte: SEFAZ-SP

A indústria da transformação como um todo teve um desempenho inferior à média tanto nas compras como nas vendas, em contrapartida a um desempenho superior dos serviços, principalmente do comércio atacadista, do comércio varejista e do comércio e reparação de veículos automotores. A participação média dos produtos da indústria da transformação é maior nas vendas que nas compras, refletindo ainda nesta década um parque industrial mais diversificado em relação aos outros estados. As compras de produtos da indústria da transformação cresceram entre 2001 e 2010 a uma taxa média anual de 11,6%, caindo sua participação no total das compras do estado de 47,7% em 2000 para 41,5% em 2010. Já as vendas de produtos da indústria da transformação cresceram entre 2001 e 2010 a uma taxa média anual de 11,3%, reduzindo sua participação nas vendas totais do estado de 67,8% em 2001 para 62,3% em 2010. A queda de participação dessa indústria tanto nas compras como nas vendas indica que outros estados, cuja indústria da transformação significativamente menor que a paulista, vendem para o mercado paulista, que é o maior mercado consumidor nacional. É importante ter em mente que no nosso período de estudo, entre 1989 e 2010, muitas indústrias se relocalizaram em outros estados atraídos por benefícios da Guerra Fiscal, como já destacado anteriormente. Pode indicar, ainda, justamente a maior participação das importações no atendimento da demanda doméstica, importadas em estados com benefícios tributários, que revendem para o estado paulista. Contudo não há como distinguir na base de dados as revendas de importações. As informações de participação da indústria da transformação no comércio paulista estão dispostas no gráfico 20.

86 Gráfico 20: Participação dos produtos da indústria da transformação nas compras e nas vendas do estado de São Paulo (em %). 70.0% 65.0% 60.0%

55.0% 50.0% 45.0% 40.0% 2001

2002

2003

2004

Participação Vendas

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Participação Compras

Fonte: SEFAZ-SP

Analisando as compras feitas pelo estado de São Paulo, comércio por atacado, comércio varejista e comércio e reparação de veículos apresentaram os maiores valores somaram em 2010 quase 48% das compras paulistas e aumentaram suas participações de 24,1%, 11,4% e 7,9% em 2001, respectivamente, para 25,1%, 12,4% e 10,5% em 2010, conforme mostra a tabela 29. Fabricação de produtos alimentícios e fabricação de produtos químicos diminuem sua participação nas compras de São Paulo no período de 8,7% e 4,6% em 2001 para 7,0% e 4,2% em 2010, ao passo que fabricação de veículos automotores e metalurgia ganham participação de 4,4% e 4,2% para 5,6% e 5,0% no período. Merecem destaque, ainda, o aumento de participação de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e fabricação de máquinas e equipamentos de 1,9% e 1,4% para 2,4% e 1,8%, respectivamente. Analisando as vendas feitas pelo estado de São Paulo, chama a atenção a maior participação dos produtos da indústria da transformação nas vendas em relação às compras do estado, como foi descrito acima. Chama a atenção, também, a menor participação do comércio varejista e do comércio e reparação de veículos em relação às compras do estado, este último não pertencendo aos destaques. Contudo, comércio por atacado e comércio varejista aumentam sua participação nas vendas do estado nos anos observados de 19,9% e 4,3% em 2001 para 21,0% e 5,1% em 2010. Fabricação de veículos automotores, setor que teve um desempenho acima da média e de grande participação no VTI estadual, aumenta significativamente sua participação no período, de 9,9% para 13,4%, um aumento de 35% na participação. Já produtos químicos, um dos maiores déficits comerciais da indústria da transformação brasileira com o exterior, diminui sua participação de 9,6% para 7,6%! Cabe destacar, também, o aumento de participação da fabricação de máquinas e equipamentos e metalurgia, de 4,5% e 2,3% para 5,9% e 2,8% no período estudado. Inversamente, fabricação

87 de produtos alimentícios e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos diminuem sua participação nas vendas de 6,1% e 3,8% em 2001 para 4,8% e 2,5% em 2010. Tabela 29: Atividades com maiores participações nas compras de São Paulo (em %). 2001

Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas Comércio varejista Comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas Fabricação de produtos alimentícios Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Metalurgia Fabricação de produtos químicos Eletricidade, gás e outras utilidades Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de máquinas e equipamentos

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

24.1% 30.6% 29.5% 30.0% 26.5% 24.9% 23.7% 28.4% 23.7% 25.1% 11.4% 11.5% 10.6% 10.1% 10.8% 11.4% 11.6% 10.4% 12.5% 12.4% 7.9%

6.6%

5.6%

6.2%

7.3%

8.4%

10.1%

9.3%

10.6% 10.5%

8.7%

9.8%

9.7%

9.2%

8.4%

7.6%

7.5%

7.2%

7.7%

7.0%

4.4%

4.1%

4.9%

5.6%

6.6%

5.9%

5.8%

5.3%

5.3%

5.6%

4.2% 4.6% 4.5%

3.9% 5.0% 4.7%

3.9% 5.0% 4.2%

4.5% 5.0% 3.6%

4.7% 5.1% 3.9%

5.4% 5.0% 4.1%

5.7% 4.8% 4.4%

5.7% 4.7% 4.1%

4.2% 4.5% 4.9%

5.0% 4.2% 3.5%

3.7%

3.3%

3.4%

3.3%

3.3%

3.3%

3.2%

2.9%

2.9%

2.9%

1.9%

1.5%

1.5%

1.7%

2.1%

2.6%

2.5%

2.2%

2.3%

2.4%

2.1%

2.0%

2.2%

2.3%

2.7%

2.5%

2.6%

2.6%

2.1%

2.2%

1.4%

1.4%

1.6%

1.8%

2.0%

1.9%

2.1%

2.0%

1.6%

1.8%

2009

2010

Fonte: SEFAZ-SP Tabela 30: Atividades com maiores participações nas vendas de São Paulo (em %). 2001

Comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de produtos químicos Fabricação de máquinas e equipamentos Comércio varejista Fabricação de produtos alimentícios Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Transporte terrestre Fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos Metalurgia Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

19.9% 22.0% 22.2% 21.8% 21.4% 21.1% 20.6% 24.5% 21.0% 21.0% 9.9%

10.1%

9.8%

11.5% 12.1% 11.8% 12.8% 13.3% 12.6% 13.4%

9.6% 4.5% 4.3% 6.1%

9.6% 4.5% 4.3% 6.2%

9.8% 4.8% 4.2% 6.3%

9.9% 4.8% 4.2% 5.5%

9.1% 5.2% 4.5% 5.3%

8.5% 5.1% 4.7% 5.2%

8.7% 5.7% 4.7% 4.9%

7.8% 5.7% 4.3% 4.5%

8.0% 5.7% 5.0% 5.0%

7.6% 5.9% 5.1% 4.8%

4.3%

4.4%

4.4%

4.1%

4.0%

4.2%

3.8%

3.5%

3.7%

3.7%

3.8%

3.4%

3.0%

3.1%

3.4%

3.8%

3.9%

3.6%

3.7%

3.5%

2.1%

2.2%

2.2%

2.2%

2.4%

2.5%

2.6%

2.6%

3.1%

3.1%

4.0%

4.4%

4.0%

3.9%

3.9%

4.0%

3.7%

3.2%

3.5%

2.9%

2.3%

2.7%

2.9%

3.2%

3.5%

3.4%

3.6%

3.4%

2.8%

2.9%

3.8%

2.5%

2.4%

3.3%

3.2%

2.9%

3.0%

3.0%

2.7%

2.5%

Fonte: SEFAZ-SP

Observando as informações de saldo da balança de comércio interestadual, vê-se que quase todos os setores da indústria da transformação são superavitários, reflexo da maior participação dessa indústria nas vendas de São Paulo e prova da maior complexidade do parque industrial de São Paulo ainda nos recentes. Em 2010, apenas o segmento da metalurgia apresentou déficit no saldo de sua balança comercial com os demais estados. Contudo, vários segmentos da indústria da transformação apresentaram crescimento médio

88 menor no saldo de sua balança comercial do que a média do estado. O maior superávit de comércio do estado é justamente no segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, que cresceu seu saldo comercial a uma média de 16% ao ano e registrou em 2010 um superávit de R$ 51,6 bilhões. Fabricação de produtos químicos, mesmo com a queda de participação nas vendas paulistas, registrou um aumento anual médio de 8,2% em seu saldo, que atingiu R$ 25,6 bilhões em 2010. Fabricação de máquinas e equipamentos tem excelente desempenho e aumentou seu saldo comercial médio anual em 15,6%, registrando em 2010 o terceiro maior superávit do estado, de R$ 25,0 bilhões. Analisando os maiores déficits comerciais do estado, figuram, principalmente, atividades do setor de serviços, como comércio e reparação de veículos e comércio varejista. Estas atividades apresentaram um crescimento anual médio em seu saldo negativo de 19,3% e 14,5%, respectivamente, resultando num déficit de R$ 26,9 bilhões para comércio e reparação de veículos e de R$ 17,6 bilhões para comércio varejista. O terceiro maior déficit é de um componente dos serviços industriais de utilidade pública, eletricidade, gás e outras utilidades, com um crescimento médio de seu déficit de 3,9% ao ano, atingindo R$7,3 bilhões em 2010. Já metalurgia, único segmento da indústria da transformação deficitário, figura como quarto maior déficit estadual, aumentando-o numa média de 19,4% ao ano e registrando R$ 2,8 bilhões de déficit em 2010. Tabela 31 Maiores superávits de São Paulo na balança de comércio interestadual (R$ bilhões). 2001

Fabricação de veículos automotores, reboques e 13.4 carrocerias 12.5 Fabricação de produtos químicos 6.8 Fabricação de máquinas e equipamentos Comércio por atacado, exceto veículos automotores 9.1 e motocicletas 7.0 Fabricação de produtos farmoquímicos e 3.4 Transporte terrestre Fabricação de equipamentos de informática, 5.9 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 4.9 elétricos Fabricação de produtos de borracha e de material 3.8 plástico Fabricação de coque, de produtos derivados do 1.4 petróleo e de biocombustíveis

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

15.2

16.2

23.2

24.6

27.9

34.6

46.1

40.8

51.6

13.0 7.4

16.2 9.3

19.5 11.1

18.4 12.7

18.3 13.6

21.2 17.1

21.7 20.8

22.4 20.6

25.6 25.0

3.7

3.5

-0.8

7.4

13.0

14.7

19.0

21.9

21.5

8.3 3.9

9.4 4.7

11.1 5.5

11.8 6.2

12.9 7.0

13.4 8.1

13.9 8.6

14.0 10.7

13.7 12.2

3.8

4.7

7.9

8.0

8.2

9.2

12.0

9.9

11.1

5.0

5.0

5.6

6.4

7.2

8.5

9.7

9.5

10.1

4.5

5.2

5.1

5.5

6.8

6.2

6.7

7.6

9.3

6.1

6.4

4.6

4.1

4.3

4.8

6.6

6.3

7.6

Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

3.3

3.2

3.5

4.6

4.4

5.3

4.9

4.6

4.9

5.6

Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

1.8

2.0

1.8

2.0

1.5

2.9

3.4

3.8

4.4

5.2

Fonte: SEFAZ-SP

89 Tabela 32: Maiores déficits de São Paulo na balança de comércio interestadual (R$ bilhões). 2001 0.0 Atividades imobiliárias 0.0 Obras de infra-estrutura -0.1 Alimentação -0.1 Construção de edifícios Seguros, resseguros, previdência complementar e 0.0 planos de saúde -1.0 Telecomunicações -0.6 Metalurgia -5.2 Eletricidade, gás e outras utilidades -5.2 Comércio varejista Comércio e reparação de veículos automotores e -5.5 motocicletas

2002 0.0 -0.1 -0.1 -0.1

2003 0.0 -0.1 -0.1 -0.2

2004 -0.1 0.0 -0.1 -0.2

2005 -0.1 -0.1 -0.2 -0.2

2006 -0.1 -0.2 -0.2 -0.3

2007 -0.1 -0.1 -0.2 -0.3

2008 -0.1 -0.4 -0.3 -0.4

2009 -0.1 -0.5 -0.2 -0.5

2010 -0.2 -0.2 -0.2 -0.3

0.0

-0.1

-0.1

-0.2

-0.1

-0.1

-0.2

-0.4

-0.5

-0.6 0.2 -6.2 -6.9

-1.2 0.3 -7.0 -8.6

-1.9 -0.3 -7.6 -10.3

-1.5 0.2 -8.0 -11.3

-1.6 -1.5 -7.7 -12.2

-1.5 -2.0 -9.2 -14.5

-1.8 -3.5 -10.0 -15.7

-2.3 -0.5 -10.1 -16.1

-2.2 -2.8 -7.3 -17.6

-5.0

-5.7

-7.8

-10.7

-14.1

-20.9

-24.2

-23.7

-26.9

Fonte: SEFAZ-SP

Os estados com maior participação nas compras do estado de São Paulo (ou seja, empresas de outros estados que vendem para São Paulo) foram Minas Gerais, com 17,5% em 2010, Paraná, com 15,1% e Rio de Janeiro, com 14,1%, como mostra a tabela 33. Ao passo que Paraná ganhou participação nas compras do estado em 3,3 p.p. em relação a 2001, Minas Gerais perdeu 1,4 p.p e o Rio de janeiro perdeu 5,6 p.p.. O estado que mais ganhou mercados paulistas no período foi Santa Catarina, que quase dobrou sua participação, passando de 5,9% em 2001 para 10,5% em 2010, suficiente para colocá-lo como quarto maior vendedor para o estado. Isto em decorrência dos incentivos estaduais às importações, como o Programa PróEmprego (MACEDO & ÂNGELIS, p.214), que deslocou importações paulistas para esse estado que depois se tornaram vendas interestaduais de Santa Catarina para São Paulo. Vale destacar, também, que Amazonas é o sexto maior vendedor para São Paulo em 2010, mas será apenas o 15º maior comprador do estado, em função da Zona Franca de Manaus, que destina a maior de sua produção para o mercado interno. Tabela 33: Estados com maiores participações nas compras de São Paulo (em %). MINAS GERAIS PARANA RIO DE JANEIRO SANTA CATARINA RIO GRANDE DO SUL AMAZONAS GOIAS BAHIA ESPIRITO SANTO MATO GROSSO DO SUL

2001 18.9% 11.9% 19.8% 5.9% 9.6% 6.2% 4.6% 5.8% 4.7% 3.3%

2002 17.4% 11.2% 22.1% 5.8% 8.8% 5.5% 4.9% 6.1% 4.2% 3.8%

2003 16.8% 11.0% 22.0% 5.8% 8.7% 5.2% 5.2% 6.2% 4.9% 3.6%

2004 16.9% 10.5% 15.4% 6.1% 8.4% 5.2% 11.2% 6.6% 5.5% 3.4%

2005 17.5% 11.8% 17.3% 7.3% 8.7% 5.5% 5.4% 6.7% 5.7% 3.4%

2006 17.6% 11.4% 16.3% 8.3% 9.1% 6.2% 4.9% 6.7% 5.9% 3.9%

2007 18.2% 12.1% 15.2% 8.7% 9.0% 6.1% 4.8% 6.3% 6.3% 3.6%

2008 24.5% 11.7% 13.3% 8.5% 8.5% 5.3% 4.4% 5.3% 5.5% 3.7%

2009 17.4% 13.2% 15.1% 9.7% 9.0% 5.8% 5.6% 5.6% 4.6% 3.9%

2010 17.5% 15.1% 14.1% 10.5% 9.1% 5.9% 5.1% 5.0% 4.7% 3.9%

Fonte: SEFAZ-SP

Os estados com maior participação nas vendas do estado de São Paulo (ou seja, outros estados que compram de empresas de São Paulo) foram novamente Minas Gerais, com 17,5% de participação em 2010, Rio de Janeiro, com 14,3% e Paraná, com 14,1% de participação,

90 como mostra a tabela 34. As variações nas participações das vendas foram menores do que as variações nas participações das compras. Novamente, o estado do Paraná ganhou participação também nas vendas do estado em 0,5 p.p. em relação a 2001, enquanto Minas Gerais perdeu 0,1 p.p e o Rio de janeiro perdeu 2,1 p.p.. O estado que mais ganhou participação foi o Espírito Santo, passando de 3,1% em 2001 para 4,2% em 2010. Tabela 34: Estados com maiores participações nas vendas de São Paulo (em %). MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO PARANA RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA GOIAS BAHIA ESPIRITO SANTO DISTRITO FEDERAL PERNAMBUCO

Fonte: SEFAZ-SP

2001 17.7% 16.4% 11.4% 9.8% 5.7% 6.1% 4.5% 3.1% 3.9% 3.6%

2002 16.8% 16.6% 11.6% 9.3% 5.7% 6.5% 4.5% 3.2% 4.4% 3.6%

2003 16.4% 16.7% 12.2% 9.2% 5.7% 6.3% 4.7% 3.3% 4.4% 3.4%

2004 16.1% 15.4% 12.7% 9.8% 6.0% 5.9% 4.9% 3.1% 4.6% 3.3%

2005 16.9% 15.1% 12.5% 9.1% 5.9% 5.8% 5.3% 3.6% 4.4% 3.4%

2006 17.1% 15.3% 11.8% 9.3% 6.0% 5.8% 5.1% 3.9% 4.5% 3.4%

2007 17.4% 14.7% 12.4% 9.0% 6.0% 5.9% 5.0% 4.1% 4.3% 3.3%

2008 21.7% 13.8% 11.4% 8.5% 5.7% 6.1% 4.4% 4.0% 3.6% 3.2%

2009 17.4% 14.9% 11.6% 8.7% 6.0% 6.3% 4.8% 4.2% 3.8% 3.5%

2010 17.5% 14.3% 11.9% 9.3% 5.9% 5.9% 4.9% 4.2% 3.7% 3.6%

91

2.4: Considerações sobre a evolução industrial paulista numa perspectiva regional e ocupacional.

Cabe a esta análise, por fim, tecer algumas considerações sobre a concentração (e a desconcentração) da atividade econômica e industrial dentro do estado de São Paulo31. Se, por um lado, a indústria brasileira no século 20 foi marcada por sua concentração no estado de São Paulo, dentro deste ela se concentrou nos municípios da atual região metropolitana da capital paulista (RMSP). A partir da década de 1970, contudo, verificaram-se movimentos de desconcentração espacial do setor em direção ao interior paulista, com destaque para as regiões metropolitanas de Campinas, Vale do Paraíba e Baixada Santista, conforme mostra a tabela 37. Tabela 35: Participação das regiões do estado de São Paulo no VTI nacional (em %). 1939 1949 1959 1970 1980 1989 2004 SP 40.7 48.9 55.6 58.2 53.4 50.2 43.1 RMSP 23.3 32.4 41.0 43.5 33.6 28.8 16.9 Interior 14.4 16.5 14.6 14.7 19.8 21.4 26.2 Fonte: Cano (2008)

Na década de 2000, no contexto de desconcentração espúria e baixo crescimento econômico e industrial, dois eixos ligeiramente mais dinâmicos se destacaram, como aponta estudo do Seade (2013), baseado nas informações de valor adicionado fiscal do estado (VAF). Primeiramente, o eixo entre as cidades de Sorocaba e Campinas, consolidando uma estrutura produtiva mais diversificada, e a região do centro-noroeste do estado, devido à expansão do complexo industrial da cana. Este estudo aponta, inclusive, que, a despeito da diminuição da participação do estado de São Paulo na indústria nacional, as regiões administrativas desses eixos dinâmicos aumentam sua participação na indústria nacional, de 9,4% em 2000 para 11% em 2010 no eixo Sorocaba – Campinas e de 5,0% para 5,4% no complexo da cana. Esses aumentos, porém, não foram o suficiente para contrabalançar a queda de participação da RMSP. As RAs32 do litoral norte, da baixada santista e do Vale do Paraíba também tiveram redução no VAF e perderam participação dentro do estado e nacionalmente.

31

Para uma visão mais aprofundada do debate sobre a dinâmica econômica e a desconcentração produtiva do estado de São Paulo, ver et. al. (2007), Caiado (2004), Pacheco (1998), Lencione (1994) e Azzoni (1987). 32 Segundo a Fundação de Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), o Estado de São Paulo é subdividido em 15 Regiões Administrativas (RAs). Cada RA é composta por diversos municípios de uma determinada área geográfica com similaridades econômicas e sociais. Esta divisão foi criada pelo IBGE e não constitui região política ou administrativa de jure, sendo utilizada apenas para fins estatísticos.

92 Nas RAs de Campinas e Sorocaba, houve um forte crescimento da cadeia industrial automotiva, registrado pela expansão do segmento de material de transporte. Também se observou grande expansão da indústria farmacêutica, particularmente na região de Campinas, e da produção de eletrodomésticos, máquinas para escritório e equipamentos de informática, material eletrônico e equipamentos de comunicação. Os ramos industriais de máquinas e equipamentos, materiais elétricos, produtos de plástico e aço – que fornecem bens de capital e bens intermediários para a indústria automotiva – e a chamada linha branca 33 ganham relevância na estrutura industrial dessas regiões, que incluem municípios como Jundiaí, Piracicaba e Indaiatuba. Na área industrial da cana de açúcar, que se expandiu de maneira mais difusa nas RAs de Araçatuba, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Bauru e Marília, se observou a formação de um núcleo industrial voltado para o fornecimento de bens de capital e insumos industriais para usinas de açúcar e álcool. A produção da indústria de máquinas e equipamentos, em particular caldeiraria e outras máquinas industriais, amplia a sua participação na estrutura da indústria dessa área, particularmente nas RAs de Ribeirão Preto e Bauru. SEADE (2013) analisa também os dados da Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), e observa que entre 2000 e 2010, 42,1% (US$ 30,7 bilhões) dos recursos anunciados na indústria de transformação paulista destinaram-se às regiões com expansão de valor adicionado fiscal, ou seja, as áreas de Sorocaba-Campinas e do complexo industrial da cana-de-açúcar. Essa análise se mostra, no entanto, mais reveladora quando é considerado o contexto de perspectivas de negócios. Assim, os primeiros cinco anos da série (2000 a 2004) referem-se a um período de baixa expectativa de desempenho econômico, em que foram anunciados US$ 29,9 bilhões nos ramos da indústria de transformação em todo o estado. Nesse período, os anúncios de investimento nos eixos com expansão representaram 35,2% do total estadual. Já quando se consideram os anos em que havia perspectiva de crescimento mais acelerado da economia (de 2005 a 2010, com exceção de 2009, ano fortemente influenciado pela crise financeira internacional), tem-se que o total de investimentos anunciados nos ramos industriais de transformação chegou a US$ 38,5 bilhões, 28,5% superior ao período anterior. Nesse contexto favorável, essas duas regiões responderam por 49,7% dos 33

Aparelhos elétricos de uso doméstico não-portáteis, incluindo geladeiras, freezers verticais, freezers horizontais de uso doméstico, bebedouros, lavadoras de roupa, lavadoras de louças, condicionadores de ar doméstico, fogões a gás e forno de micro-ondas. Conforme: SANTOS, Ângela Maria Medeiros Martins; SOUZA, Adilson José de; & COSTA, Cláudia Soares. Bens de Consumo: Linha Branca. In: BNDES Setorial, nº2. Rio de Janeiro: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, novembro de 1995.

93 investimentos. Esses percentuais foram ainda mais expressivos em 2005 (64,1%), 2007 (62,6%) e 2008 (55,9%). Assim como no Brasil, a participação relativa da indústria da transformação no emprego formal diminui em São Paulo – ela chegou a deter 39% do emprego paulista em 1986 e passou a 20,1% em 2013 (FIESP 2015, p.29). Todavia, logicamente, a perda de participação não foi homogênea em todo o estado. Analisando dados da RAIS, do Ministério do Trabalho e Emprego, FIESP (2015) percebe uma redução da participação do emprego na indústria da transformação dentro do emprego total do estado em quase todas as RAs, porém com intensidade maior na RMSP e menos intensa nas demais RAs, indicando uma interiorização ―espúria‖ do emprego industrial. Apenas duas RAs apresentaram aumento da participação do emprego industrial no emprego total, a saber, Barretos e Presidente Prudente, ambas ligadas à expansão das áreas industriais da cana de açúcar, além de alimentos e bebidas em Barretos e produtos químicos e produção de minerais não-metálicos em Presidente Prudente, conforme SEADE (2013) e FIESP (2015). Nas palavras deste estudo: "Ao mesmo tempo em que a indústria de transformação paulista perdia participação em relação aos demais setores da economia, ela também sofria um rearranjo espacial dentro do Estado. O principal movimento do emprego industrial no período foi um deslocamento da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) para o interior do Estado em todos os setores‖ (FIESP, 2015, p.31).

Embora continuasse a ser a maior participação entre as RAs em 2013, com as perdas de empregos industriais formais concentradas em São Paulo, há uma desconcentração ―espúria‖ desses empregos (dada pelo diferencial de taxas quase sempre negativas). Segundo FIESP (2015, p.32), São Paulo diminui sua participação no total do emprego industrial do estado de 59,1% em 1993 para 41,6% em 2013, ao passo que Campinas a aumenta de 16,8% para 22,9%, Sorocaba a aumenta de 5,7% para 7,9%, São José dos Campos a aumenta de 3,7% para 4,8% e São José do Rio Preto, de 1,7% para 3,7%, nos respectivos períodos. Um resultado surreal, dado que a participação relativa do emprego industrial no emprego total dessas regiões entre 1993 e 2013 diminuiu, respectivamente, em 28%, 24%, 32% e 4%! Analisando apenas o último ano disponível, 2013, os segmentos da indústria da transformação paulista que mais empregavam eram o de alimentos (14,2% dos empregos industriais), seguido pelo de veículos automotores, carrocerias e autopeças (10,7%) e, em terceiro lugar, o setor de produtos de metal (8,2%), conforme FIESP (2015, p.43). Na Região Metropolitana de São Paulo, os setores que se destacaram em 2013 em relação ao emprego formal na indústria de transformação foram: veículos automotores, carroceria e autopeças, com 12,4%; produtos de borracha e material plástico, com 10,8%; e produtos de metal, com 10,1%.

94 Na RA de Campinas, o setor de veículos automotores, carrocerias e autopeças apresentou uma participação de 13,3%, o setor de produtos alimentícios ocupou 11,8% e o setor de máquinas e equipamentos ocupou 9,8% do emprego formal. Já na RA de Sorocaba, o setor de destaque foi o de veículos automotores, carroceria e autopeças, que ocupava 12,8% dos empregados formais na indústria de transformação, seguido de produtos alimentícios, com 10,1%, e o setor de máquinas e equipamentos, com 9,5%. É interessante notar, ainda, que no total do Estado de São Paulo e em duas das três principais regiões administrativas, em número de empregados formais, o setor de alimentos se destaca entre os setores com maior participação no emprego industrial. Na Região Metropolitana de São Paulo, no entanto, este setor ocupa apenas a sexta colocação, sendo responsável por 6,9% do emprego formal na indústria de transformação. O setor de veículos automotores e autopeças, por outro lado, está em segundo lugar entre os setores industriais que mais empregam no total do Estado e também aparece como um setor de destaque nas três principais Regiões Administrativas, entre os que mais empregam nas regiões. Similarmente à atividade produtiva, também no número de estabelecimentos industriais há uma perda de participação paulista no total nacional – de fato, ao passo que o número total de estabelecimentos industriais com mais de 100 empregados (médio e grande porte) aumentou em 18,6%, no estado de São Paulo houve uma redução de 11%. Umas das causas dessa diminuição, conforme aponta FIESP (2015), é a migração de estabelecimentos para outros estados. A perda de estabelecimentos industriais no Estado de São Paulo é bastante nítida, porém o ganho de estabelecimentos industriais dos demais estados esteve mais diluído. A maioria dos Estados ganhou participação, com destaque para Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Goiás. Santa Catarina e Goiás foram estados que se utilizaram de artifícios como a Guerra Fiscal de portos para atrair esses estabelecimentos, conforme apresentado anteriormente pelo estudo de Macedo & Ângelis (2013). Nas palavras da FIESP: "Estes dados oferecem fortes indícios de que está ocorrendo uma migração de indústrias paulistas para outros Estados, levando a um impacto maior no Estado de São Paulo da perda de participação da indústria na economia‖ (FIESP, 2015, p.39).

Para o estudo das alterações na estrutura da capital paulista, Torres (2012) lista seis interpretações para a desconcentração industrial experimentada pela capital paulista nos últimos trinta anos: ―Tal desconcentração se daria para áreas próximas, no campo aglomerativo de São Paulo; a região continuaria a reter as atividades associadas à capacidade de comando; a desconcentração seria ‗concentrada espacialmente‘, sem alterar os padrões nacionais de distribuição das

95 atividades produtivas; a região manteria as atividades intensivas em conteúdo tecnológico, bem como aquelas articuladas aos principais circuitos comerciais e financeiros do país; a desconcentração seria limitada setorialmente, com tendência à reconcentração em alguns setores; a desconcentração industrial seria limitada a setores secundários, devendo ser interpretada de modo associado ao fortalecimento da região como centro de serviços‖ (Torres, 2012, p. 69).

O município de São Paulo ainda possui um peso absoluto importante na indústria nacional, com uma estrutura industrial diversificada, além de ter elos relevantes com o restante da região metropolitana de São Paulo e com outros municípios do país. Porém, como vimos, houve maior espraiamento da atividade industrial da região metropolitana de São Paulo para o interior paulista, principalmente Sorocaba, Campinas, Santos e São José dos Campos. E a dinâmica de longo prazo de mudança da estrutura produtiva, que tem enorme impacto de arrecadação e de emprego em cidades pequenas ou médias, também pode afetar a maior cidade brasileira de modo significativo. Esta desconcentração industrial atinge mais intensamente o município de São Paulo do que o restante de sua região metropolitana. Torres (2012) mostra que a participação relativa de São Paulo na indústria brasileira caiu de 13,8% para 8,9% entre 1985 e 2000 (quase 5 p.p. ou 35% em quinze anos). Paradoxalmente, vários autores consideram essa redução suave ou benigna, pois: 1) a indústria que permanece na capital é de elevada qualificação técnica; 2) a desconcentração alivia a congestão urbana da capital; e 3) o setor de serviços cresceu concomitantemente, contrabalançando a redução da participação no setor industrial. Contudo, o autor discorda dessa interpretação branda: ―mesmo quando os processos de redistribuição produtiva parecem pouco intensos em termos macrorregionais, o rearranjo setorial do emprego e da atividade produtiva pode ter impactos econômicos e sociais de grande relevância para uma dada localidade — mesmo quando a região onde ela se insere continue relativamente dinâmica‖ (Torres, 2012, p.70-71).

Este autor buscou estimar os impactos da desconcentração produtiva entre 1980 e 2010 no município de São Paulo e na restante da região metropolitana através de três tendências principais (articuladas entre si): a desconcentração relativa da população, a migração da atividade produtiva, principalmente da indústria, para o interior do estado, e a elevação do preço da terra na capital nesse período. Analisando a dinâmica demográfica, observa-se que São Paulo deixou de ser o grande polo de atração de migrantes do país e tornou-se uma região com taxas de crescimento moderadas, saldos migratórios negativos e perda de participação relativa no estado. Entre

96 1980 e 2010, a participação da RMSP na população do estado caiu de 50,4% para 47,8%, ao passo que a capital caiu de 34,0% para 27,3% (TORRES, 2012). Ganharam participação, entretanto, foram os municípios do interior do estado, principalmente no eixo entre Sorocaba e Campinas, associado com a melhor dinâmica produtiva dessas RAs, conforme demonstrado por SEADE (2013). A cidade de São Paulo teve desempenho muito ruim na geração de empregos formais (em todos os setores), como reflexo da desconcentração econômica em direção ao interior. O município só foi melhorar após 2005, com o aquecimento da economia, mas, mesmo assim, São Paulo sempre teve desempenho abaixo que o da sua região metropolitana e do interior, ou seja, perdia mais empregos que a média quando a economia desacelerava e ganhava menos empregos que a média quando a economia acelerava. Assim, entre 1991 e 2010, a taxa de crescimento anual do emprego formal (de todos os setores) foi de 2,2% no município de São Paulo, 3,8% no restante da RMSP e 4,6% no interior do estado. A participação da capital nos empregos formais caiu de 46,3% em 1991 para 37,9%, ao passo que a da região metropolitana caiu de 62,3% para 55,7% e a do interior cresceu de 37,7% para 44,3%. O crescimento da participação no interior foi ainda mais intenso no emprego industrial formal. Em 2010, o emprego formal industrial do interior era 25% maior que o de toda a Região Metropolitana de São Paulo. Entre 1991 e 2010, o interior ganhou 642 mil empregos formais industriais, ao passo que São Paulo perdeu 254 mil e o restante da Região metropolitana de São Paulo ganhou 82 mil. Tabela 36: Participação relativa no emprego formal do estado de São Paulo entre 1991 e 2010. Estado de Cidade de Restante da Período RMSP Interior São Paulo São Paulo RMSP Participação relativa no emprego formal - vínculos em todos os setores 1991 100,0% 62,3% 37,7% 46,3% 16,0% 1995 100,0% 59,1% 40,9% 43,5% 15,6% 2000 100,0% 57,5% 42,5% 39,9% 17,6% 2005 100,0% 55,6% 44,4% 37,7% 17,8% 2010 100,0% 55,7% 44,3% 37,9% 17,8% Participação relativa no emprego formal - vínculos na indústria 1991 100,0% 60,1% 39,9% 35,8% 24,3% 1995 100,0% 56,6% 43,4% 32,4% 24,3% 2000 100,0% 50,7% 49,3% 26,6% 24,2% 2005 100,0% 46,8% 53,2% 22,7% 24,1% 2010 100,0% 44,4% 55,6% 21,2% 23,2% Fonte: MTE, RAIS e Fundação SEADE Apud TORRES (2012).

Entretanto, o autor ressalva que o interior é bastante heterogêneo, e esse crescimento do emprego industrial ficou bastante concentrado num quadrilátero a 100 quilômetros da

97 capital, formado por Santos, São José dos Campos, Campinas e Sorocaba, além do eixo entre Campinas e Ribeirão Preto, condizentes com as expansões produtivas identificadas por SEADE (2013). Ademais, como os últimos trinta anos foram de regressão da estrutura industrial e com uma formalização maior do setor de serviços, a participação do emprego industrial no total dos empregos formais cai tanto na capital, na região metropolitana e no interior. A participação do emprego formal industrial no emprego formal total cai de 27% para 13% na capital entre 1991 e 2010, ao passo que cai de 53% para 29% na região metropolitana no mesmo período e cai de 43% para 28% no interior do estado (TORRES, 2012). Essa forte transição de uma metrópole predominantemente centrada no emprego industrial para uma focada no emprego do setor de serviços teve consequência significativas, principalmente no rendimento nominal médio do trabalhador. Como o salário médio industrial aumentou mais que o salário médio de serviços e os empregos industriais se deslocaram em direção ao interior do estado, o rendimento nominal médio do setor formal cresceu mais rapidamente no interior (114% entre 2000 e 2010, ou 7,9% a.a.) que no município de São Paulo (94% no período, ou 6,9% a.a.) (TORRES, 2012). Assim, o autor conclui que: ―Como resultado, a massa de rendimentos nominais no setor formal cresceu muito mais rapidamente no interior do estado do que na capital. Se esse resultado parece auspicioso na perspectiva daqueles que almejam um crescimento regional mais equilibrado, não deixa de ser preocupante para uma metrópole que vem acumulando historicamente problemas sociais de significativas proporções‖ (TORRES, 2012, p.76).

Influiu, também, no deslocamento das atividades industriais da capital paulista a enorme expansão do preço da terra urbana na capital, estimulando que a instalação ou expansão das empresas industriais ocorresse fora da região metropolitana de São Paulo. Embora não existam indicadores sobre o preço do terreno industrial, Torres (2012) indica que o preço do metro quadrado de lançamentos imobiliários entre 1995 e 2010 registrou alta de 352%, contra uma alta de 264% do IPCA no mesmo período. Apenas entre 2007 e 2010, o preço do metro quadrado valorizou-se em 80%, numa média anual de 21%. O autor argumenta que valorizações dessa natureza constituem incentivos fortes para a reconfiguração do uso do solo, com transformação de antigas plantas industriais em áreas residenciais e em atividades de serviço e comércio e com subsequente relocalização das indústrias em outros municípios. De modo agregado, os dados de emprego e produção indicam um claro deslocamento da atividade industrial para o interior do estado, com destaque para as regiões de Campinas e Sorocaba. ―Do nosso ponto de vista, a desconcentração relativa [da capital paulista] é uma tendência espacial importante e de longa duração‖ (TORRES, 2012, p.81). As deseconomias

98 de aglomeração do município de São Paulo são relevantes, com destaque para o elevado custo da terra e da obsolescência relativa das plantas existentes hoje na região metropolitana de São Paulo. No entanto, para este autor, a velocidade e a intensidade do ritmo da desconcentração dependerão de três aspectos principais, a saber, o crescimento da economia brasileira, da taxa de câmbio e da evolução da infraestrutura do estado de São Paulo. Há de adicionar, também, o tipo de inserção externa e o modelo de desenvolvimento que o país seguirá, como já se argumentou. Com uma economia crescendo a taxas mais aceleradas, novos investimentos acontecerão mais frequentemente fora da região metropolitana pelas deseconomias citadas anteriormente, fazendo com que, em termos relativos, a região perca participação mais rapidamente. Nesse caso, o emprego industrial pode até crescer em termos absolutos, mas a sua queda tenderá a se dar muito rapidamente em termos relativos. Já em relação à taxa cambial, o autor argumenta que a indústria paulista (como a indústria brasileira em geral) é claramente sensível à taxa de câmbio, com importante contenção dos níveis de atividade em momentos de maior valorização cambial. A manutenção de um câmbio valorizado, embora reduza o montante de investimento global (que tenderia a ocorrer no interior do estado), penaliza a lucratividade das indústrias, forçando a busca por novas localizações que reduzam os custos de operações (―particularmente o de mão de obra‖) e força o encerramento, com maior probabilidade, dos parques industriais mais antigos, como o de São Paulo. Por outro lado, muitas indústrias substituíram insumos nacionais por importados como estratégia de redução de custos no contexto de valorização cambial, o que torna suas estruturas de custos vulneráveis a uma desvalorização cambial. E em terceiro lugar, sobre a evolução da infraestrutura de transportes do estado, Torres argumenta que a infraestrutura também avançou de modo dramático no interior de São Paulo nos últimos trinta anos, justificando em parte a descentralização observada. De certa forma, ―a melhoria da infraestrutura, o adensamento das cadeias produtivas e a disseminação de uma cultura empresarial no interior do estado‖ são também elementos que minam pouco a pouco ―as antigas vantagens competitivas da indústria da metrópole‖ (TORRES, 2012, p.82). O autor chama a atenção, ainda, de que alterações tributárias decorrentes da descentralização produtiva não são neutras. Mesmo que de início haja uma suposta compensação pela tributação de serviços, as indústrias são tributadas de modo bastante diferentes e elas implicam tanto em maior consumo de insumos tributados (como energia elétrica) quanto em maiores operações de compra e venda em sua operação, que são

99 tributadas. Igualmente, normalmente os produtos industriais são produzidos em maior escala que os serviços. Ademais, como o ICMS taxa o produto na origem e o município fica com 25% do ICMS arrecadado, isso beneficia intensamente o município que produz (e não necessariamente o que consome). ―Em suma, se o município de São Paulo não for capaz de compensar a perda de atividade industrial com a concomitante dinamização do seu setor de serviços, o risco de estagnação econômica (...) não pode ser considerado irrelevante, como, aliás, o baixo dinamismo econômico verificado na década de 1990 já delineava claramente‖ (TORRES, 2012, p.83).

Por fim, o autor destaca que outros municípios brasileiros passaram a articular estratégias agressivas no setor de serviços, como Curitiba (com foco em qualidade de vida), Recife (com foco em informática) e Rio de Janeiro (com foco em óleo e gás e megaeventos), podendo vir a sobrepujar São Paulo no futuro. Segundo o autor, ao contrário dessas localidades, São Paulo nunca teria desenvolvido estratégias explícitas de competitividade, valendo-se do laissez-faire do mercado, além de sofrer guerra fiscal dentro da sua própria região metropolitana, onde a alíquota do ISS, normalmente em 5% da receita bruta, chega a atingir 1% em municípios como Barueri e São Caetano. Assim, conclui ele: ―Em suma, apesar de sua importante situação na área de serviços, a impressionante perda relativa de emprego industrial na metrópole sugere que o governo local tem que estar crescentemente atento aos riscos relacionados à eventual perda relativa de posição no segmento de serviços em geral. A guerra fiscal em escala local já começou a produzir efeitos de alguma monta e diversas metrópoles nacionais e regionais começaram a desenhar estratégias mais agressivas de posicionamento nesse campo‖ (TORRES, 2012, p.87).

Assim, conclui-se a análise da estrutura industrial do estado de São Paulo. Pode-se observar um quadro claro de regressão da estrutura industrial, com um pequeno número de setores – principalmente produtos derivados do petróleo, produtos alimentícios, indústria da cana de açúcar e veículos automotores – que desempenham adequadamente nos últimos vinte anos, ao passo que a grande maioria dos setores industriais tiveram um desempenho pífio e perderam participação no VTI nacional e estadual. Vimos que a indústria sofre de uma longa tendência à redução em sua agregação de valor, com aumento de participação de componentes importados, e que o estado, tal como o país, experimentou aumentos em suas importações industriais, principalmente de bens finais. Similarmente, o emprego industrial perdeu participação, a importância da indústria da transformação nas compras e nas vendas do estado para outros estados da federação perdem importância e diminuem seu crescimento, ao passo que o comércio (seja atacadista, varejista ou de veículos) aumenta sua importância. À luz dessas evidências, parece muito claro que o estado de São Paulo foi o epicentro das

100 opções políticas que privilegiavam outros tipos de acumulação, fora do estado e regionalmente menos integrado, e da crise industrial brasileira, sofrendo uma fragilização de sua estrutura industrial, com crescimento baixo e restrito a poucos setores, caracterizando um processo indubitável de desindustrialização em curso.

101

Considerações Finais. A desindustrialização é um tema controverso e longe de estar esgotado na literatura. Há várias interpretações correntes sobre o atual estado da indústria de transformação brasileira e paulista, seu principal parque industrial. Nos termos propostos por este estudo, buscou-se argumentar e evidenciar que o Brasil, em geral, e o estado de São Paulo, em particular, passam por um processo de desindustrialização, ou seja, de reversão da sua estrutura industrial, com perda de dinamismo econômico, diminuição do valor agregado, descompasso de produtividade em relação à indústria internacional em termos agregados e perda de mercado nacional para competidores estrangeiros em escala significativa, além de diminuição da importância de seus produtos no comércio exterior e interestadual. A conexão entre os conceitos de Crescimento Econômico e Desenvolvimento Econômico diz respeito à qualidade com que a economia nacional se organiza e se reproduz econômica e socialmente. De maneira muito simplista, uma questão fundamental para que crescimento coincida com desenvolvimento no capitalismo é a de que a acumulação, através da expansão dos investimentos, seja capaz de absorver a força de trabalho em atividades com níveis crescentes de produtividade, sob a condição de que a taxa de crescimento das rendas do trabalho seja superior às taxas de crescimento do produto. Dessa maneira, sob o contexto de regulamentação das relações de trabalho e de aumento do emprego, o crescimento poderia ajustar progressivamente os coeficientes da distribuição funcional da renda e da riqueza. Na medida em que esse movimento se torne expressivo e organizado, a redução das desigualdades e desenvolvimento das forças produtivas ganha, também, uma dimensão regional fundamental. Historicamente, tal efeito só apresentou seus contornos diante de um processo econômico no qual a indústria impunha suas características na organização do sistema econômico, isto é, com a Industrialização. Essa organização sistêmica se deu, no Brasil, situando em São Paulo o lócus principal de produção da variável motriz do crescimento industrializante, o investimento industrial. Portanto, a interpretação do comportamento da indústria paulista, mais do que isso, de sua regressão, é o ponto central da interpretação de como o sistema econômico está reorganizando seus pontos regionalmente dinâmicos ou, em outras palavras, como a coerência industrial do sistema está sendo desorganizada. E isto implicará em dificuldades cumulativas para reverter este processo no futuro, pois conforme ensina Macedo (2010, p.33), a organização espacial da economia acumula formas herdadas do

102 passado, o que significa dizer que as condições presentes são determinantes nas condições futuras da forma como se dará a reprodução material da sociedade. Os dados coletados e analisados neste estudo sugerem, justamente, que o desempenho negativo da indústria nacional em geral, e paulista em específico, é resultado de um modelo de acumulação que promove novas articulações dos espaços subnacionais com o mercado externo, com uma crescente desarticulação do sistema industrial nacional e da dinâmica do mercado interno, propiciando a formação de ilhas de produtividade e a obtenção de desempenhos econômicos muito díspares entre as regiões do país. A boa ressalva é que, observando num contexto internacional, o Brasil e São Paulo ainda possuem uma base industrial relevante e com relativa densidade e diversificação produtiva, com capacidade para retomar encadeamentos produtivos e tecnológicos. Entretanto, atualmente, ambos caminham no sentido oposto. E não por mera fatalidade. O correto entendimento do crescimento econômico como um fenômeno que possibilita equacionar os dilemas sociais do Brasil precisa ser qualificado, entre outros aspectos, pela sua capacidade de se difundir regionalmente. Dentro disso, a compreensão do desempenho econômico da indústria da transformação e de seus impactos na dinâmica regional é de fundamental importância para compreender as possibilidades e as condições de retomada de um crescimento econômico mais intenso, sustentável e equânime entre as regiões brasileiras, permitindo não apenas que o Brasil possa se inserir mais eficientemente nos mercados de maior conteúdo tecnológico, que possuem maiores taxas de crescimento, mas que seu crescimento

se dê de

uma forma desconcentrada,

porém

conectada,

propiciando

oportunidades de ganho em múltiplas partes da nação e, quem sabe, uma pequena chance de escapar ao subdesenvolvimento. Contudo, há uma questão importante que está implícita em todo o trabalho que vale a pena explicitar: se está óbvio que o padrão de crescimento atual desarticula o território nacional e enfraquece a indústria, um dos pilares fundamentais do desenvolvimento econômico de um país, por que é que as lideranças políticas e econômicas do país insistem nesse padrão? Seriam eles cegos a esses efeitos negativos? Não está absolutamente evidente que é necessário romper com esse padrão de acumulação em prol do desenvolvimento econômico brasileiro? Não é contraditório? Não, pois os Estados nacionais são determinantes no padrão de acumulação do país. Sem querer ser muito simplista, eles influenciam e são influenciados mutuamente pelas várias frações do capital, ou seja, pelas várias disputas internas dos donos do dinheiro para poder

103 ganhar mais dinheiro. Há de se se precaver ao pensar em termos de ―interesses nacionais‖ ou ―interesses para o desenvolvimento econômico e social‖, pois esse raciocínio muitas vezes ignora que a nação e a sociedade são compostas de vários grupos de interesse, não apenas interesses econômicos, mas com muita influência econômica. Não se pode ignorar que na sociedade brasileira (e mundial) existe uma hierarquia social e econômica e que hoje ela é organizada segundo a lógica capitalista. Por exemplo, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE (PNADC) do 2º trimestre de 2015, apenas 2% da população era empregadora, ou seja, possuía formal ou informalmente uma empresa 34 , ao passo que os lucros 35 representaram, aproximadamente, 32% da Renda Interna Bruta em 2013, segundo a Tabela de Recursos e Usos. Apenas essa informação já dá uma primeira aproximação de hierarquia e de interesses na nossa sociedade. Pensar em desenvolvimento nacional ou interesse nacional sem discutir a dinâmica social e, principalmente, política é um raciocínio limitado e, por isso mesmo, pouco capaz de alterar a realidade produtiva brasileira. Os vários donos do capital raramente se limitam a questões ideológicas. Eles podem possuir ideologias e se envolver ativamente com elas, mas normalmente a regra é que eles sigam as ideologias que lhes beneficiam, e as abandonam se não mais os beneficiarem. O objetivo do capital é acumular capital. Quando mais se puder controlar do sistema social, melhor, mas se precisar ceder para manter o poder, paciência. O que os governos brasileiros tem feito é justamente organizar o sistema econômico, financeiro e produtivo, em função de algumas frações de capital e de seu apoio político. Há sempre disputas internas entre os capitalistas para influenciar o governo em uma ou outra direção que seja melhor para seus interesses, da mesma maneira como há disputas internas na sociedade como um todo com o mesmo fim de influenciar as decisões políticas do país. Os próprios governos têm suas disputas internas por poder político e econômico. A contradição, portanto, é apenas aparente. Os caminhos escolhidos enquanto arranjos políticos, sociais e econômicos resultantes dessas disputas são claramente lesivos à indústria 34

Exclui-se desse cálculo os empregadores de trabalhadores domésticos e os trabalhadores autônomos. Segundo essa pesquisa, a população em idade de trabalhar era de 80,6% da população total, a população ocupada era de 56,2% da população em idade de trabalhar (ou 45,3% da população total) e os empregadores, 4,3% da população ocupada (ou 1,95% da população total). Conforme: PNADC, outubro de 2015. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Trimestral/ Fasciculos_Indicadores_IBGE/pnadc_201502_trimestre_caderno.pdf. Acesso em 21 de novembro de 2015. 35 Excedente Operacional Bruto, saldo resultante do valor adicionado deduzido das remunerações pagas aos empregados, do rendimento misto bruto (rendimento de autônomos) e dos impostos líquidos de subsídios incidentes sobre a produção. Conforme Tabela de Recursos e Usos de 2013. Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Sistema_de_Contas_Nacionais/2013/tabelas_xls/02_tabelas_de_recursos_e_ usos_2013_xls.zip. Acesso em 21 de novembro de 2015.

104 da transformação nacional, mas são escolhas lógicas e benéficas para alguns grupos de poder político e de poder econômico – determinadas frações das elites. O fato de o país crescer pouco, ou a indústria crescer pouco, não significa que todas as frações internas de capital estão acumulando pouco capital, pelo contrário, há claras indicações de grupos que estão dominando a acumulação em detrimento dos outros, como as frações vinculadas às atividades financeiras, à exploração imobiliária, às exportações agroindustriais, minerais e de insumos básicos, além dos vinculados à questão energética, como álcool de cana de açúcar e petróleo. A gestão macroeconômica nada mais faz do que viabilizar essa lógica, priorizando o pagamento sacrossanto da dívida pública, que consumiram em 2014 R$ 978 bilhões do orçamento geral da União (45,11% do total efetivamente gasto)36 e cuja previsão do governo federal é aumentar seu tamanho entre 2014 a 2016 de 53% do PIB para 72% 37 . O desenvolvimento econômico lhes representa menos liberdade e menos lucro. Ficam claras quais são as prioridades e como se distribui e se canalizam os fluxos de riqueza no país. A arrecadação regressiva se une a um gasto socialmente destrutivo, priorizando a distribuição dos recursos do orçamento público para as parcelas da população que já possuem instrumentos e formas de apropriar mais valia através do próprio sistema econômico. Porém, esse modelo não se sustentaria sem a articulação das elites com os movimentos globais de riqueza e de capital. A trajetória de desarticulação do parque industrial brasileiro se insere num contexto internacional de grandes transformações na divisão internacional de trabalho e na hierarquia de comando sobre as cadeias de valor, ou seja, de apropriação do excedente econômico mundial, em que grandes companhias transnacionais articulam suas cadeias produtivas de maneira a se apropriar de diferenciais e benefícios apresentados pelos diferentes países. Assim, o capital internacionalizado passou a organizar sua produção procurando as condições vantajosas de aquisição de matérias primas e exploração de recursos naturais em países onde a legislação ambiental e a abundância de matérias primas se postassem como barreiras menores em relação a aquelas em vigor nos países centrais. Adicionalmente, aproveitaram-se das diferentes condições de exploração da força de trabalho, seja pela regulamentação mais leniente do mercado de trabalho ou pela própria remuneração em patamares muito inferiores aos praticados nos países de origem dessas empresas. 36

SENADO FEDERAL. Execução Orçamentária de 2014. Disponível em: http://www8d.senado.gov.br/dwweb /abreDoc.html?docId=92718. Acesso em 21 de novembro de 2015. 37 VILLAVERDE, João. Em 3 anos, dívida bruta vai de 53% para 72% do PIB. In: O Estado de Sâo Paulo, 07/11/2015. Disponível em: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/em-3-anos-divida-bruta-vai-de-53-para-72do-pib Acesso em 21 de novembro de 2015.

105 Outra grande transformação, talvez até mais importante, foi a onda de liberalização financeira que ganhou novos horizontes a partir da década de 1970. A proliferação de produtos e mercados financeiros cada vez mais integrados trouxe novas dinâmicas de acumulação mundial, inclusive à indústria, que passaria crescentemente a integrar no seu cotidiano operações ligadas aos mercados financeiros. Destarte, mercados acionários, os derivativos de hedge, os swap cambiais, o mercado futuro, e muitas outras formas de aplicações financeiras ganharam espaço nos balanços dos grandes conglomerados e empresas de grande porte, tornando-se indissociáveis de suas estratégias de acumulação. De fato, os lucros ―nãooperacionais‖ representam uma parcela cada vez maior nos lucros totais das empresas, e a esfera financeira tem um papel cada vez mais importante na apropriação dos excedentes produzidos pelo capitalismo enquanto sistema social e do capital enquanto relação social, de forma que não há como combater de forma isolada, parcial, os efeitos deletérios do ―capital financeiro‖ sem impactar profundamente o ―capital industrial‖. Essas duas formas de capital são apenas dinâmicas integradas dentro da reprodução ampliada do capital, e são óbvias as razões que levaram as elites brasileiras a se associar de forma dependente às economias centrais e priorizar a forma mercantil-financeira de se reproduzir valor – o risco é menor e a mobilidade da riqueza é muito maior. Conforme bem destaca MARIUTTI (2012), Braudel (1996, p.206-207), partindo de uma perspectiva muito diferente do materialismo histórico, e baseando-se na controversa dicotomia entre capitalismo e não-capitalismo, afirma sobre o capital mercantil-circulante: ―O capitalismo, assim situado como o lugar do investimento e da alta taxa de produção do capital, tem de ser reinserido na vida econômica, cujo volume não ocupa por inteiro. Há, pois, duas zonas onde o situar, a que ele ocupa e é como sua sede preferencial; a que ele aborda de esguelha, na qual se insinua, mas a qual nem sempre domina. Até a revolução do século XIX, momento em que se apropriará da produção industrial promovida à categoria do grande lucro, é na circulação que o capitalismo se sente mais em casa. Ainda que, ocasionalmente, não se prive de incursões em outros domínios. Ainda que a circulação não o interesse em sua totalidade, uma vez que controla, que procura controlar, apenas alguns dos seus caminhos‖ (ibid, p.200, grifos nossos).

Sem entrar na discussão sobre a dinâmica capitalista antes e após a Revolução Industrial, a questão que se considera mais importante ressaltar aqui é que ―capital industrial‖ e ―capital mercantil-financeiro‖ são frações diferentes de capital, porém ambos são capital. Ou seja, ambos são uma relação social de exploração do trabalho alheio para a criação de maisvalia, sendo esta disputada continuamente pelas frações de capital. Não à toa que, ao se analisar a fortuna dos maiores bilionários do mundo, a ONG britânica Oxfam calculou que em 2009, os 1% mais ricos do mundo possuíam 44% da riqueza

106 mundial, em 2014 possuíam 48% e estimavam que em 2016 deverão possuir 50%. Assim, este trabalho acredita que não há melhor maneira de explicar essa falsa contradição do que a maneira que Arthur Jensen explicou a Howard Beale38: ―Você é um homem velho que pensa em termos de nações e pessoas. Não existem nações. Não existem pessoas. Não existem russos. Não existem árabes. Não existem terceiros mundos. Não existe oeste. Só há um sistema holístico de sistemas. Um vasto e imanente, interligado, interagente, multivariante, multinacional domínio de dólares. Petro-dólares, eletro-dólares, multidólares, marcos alemães, ienes japoneses, rublos russos, libras inglesas e shekels israelenses! É o sistema internacional de moedas e divisas que determina a totalidade de vida neste planeta. Esta é a ordem natural das coisas hoje em dia. Esta é a estrutura atômica, subatômica e galáctica das coisas hoje em dia! (...) Não há América. Não há democracia. Só há IBM e ITT, e AT&T, e Du Pont, Dow, Union Carbide, e Exxon. Essas são as nações do mundo de hoje. (...) Nós não estamos mais vivendo num mundo de nações e ideologias, Senhor Beale. O mundo é um colegiado de corporações, inexoravelmente determinado pelas leis imutáveis dos negócios. O mundo é um negócio, senhor Beale‖.

38

Personagens interpretados por Ned Beatty (Jensen) e Peter Finch (Beale) no filme Rede de Intrigas (Network), de 1976. Beale denuncia em seu programa de TV que um conglomerado saudita planeja secretamente a aquisição amigável do controle acionário da CCA, conglomerado que é dono da rede de televisão em que ele trabalha. Jensen, então, faz um poderoso e agressivo discurso a Beale para impedir que ele continue a mencionar essa transação, que é essencial para os lucros da CCA. A citação feita aqui é uma livre tradução do original em inglês.

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Apêndice Metodológico. 1.1: Problemas de Compatibilização da CNAE 1.0 para CNAE 2.0 na Pesquisa Industrial Anual – Empresa do IBGE. Uma das melhores bases de dados para se estudar o desempenho industrial do Brasil é a Pesquisa Industrial Anual – Empresa realizada pelo IBGE. Essa pesquisa teve início em 1996 e a última publicação disponível em novembro de 2015 referia-se ao ano de 2013. A PIA substituiu os Censos Industriais, pesquisa que teve seu último ano de publicação realizado em 1985. No período de 1986 a 1995, não foram publicados outros Censos Industriais, o que dificulta uma análise das mudanças na estrutura produtiva nacional com dados oficiais e sob a mesma metodologia justamente num período de intensas mudanças na economia nacional39. À guisa de exemplo, entre 1986 e 1995, a participação da indústria da transformação no PIB caiu de 34,7% para 18,6%. Não obstante a excelente qualidade e indiscutível relevância desta pesquisa, ela apresenta um problema muito sério de congruência de seus dados devido às mudanças ocorridas na Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). Entre 1996 e 2002, a pesquisa era feita somente em empresas com cinco ou mais empregados e segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e a partir de 2003, passou a apresentar os setores a partir da CNAE 1.0, o que permitiu uma maior abertura a três dígitos. Apesar destas mudanças, a CNAE e a CNAE 1.0 são perfeitamente compatíveis a dois dígitos. No entanto, uma mudança mais profunda pode ser observada quando a CNAE 1.0 foi substituída pela CNAE 2.0 a partir da pesquisa referente ao ano de 2007, versão revisada e atualizada da anterior que buscava uma melhor compatibilização com as alterações introduzidas pela nova classificação de atividades econômicas utilizadas pelas Nações Unidas (Quarta Clasificación Industrial Internacional Uniforme de todas las Actividades Económicas – CIIU/ISIC)40. Para o ano de 2007, são apresentados os valores em CNAE e CNAE 2.0, e a partir de 2008, os dados são apresentados somente em CNAE 2.0. Conforme explicita Sampaio (2015) 39

Um amplo estudo sobre os problemas relacionados com as estatísticas industriais no Brasil pode ser encontrado em Cano (2008). 40 Conforme: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Notas Técnicas. In: Pesquisa Industrial, volume 30, nº1, Empresa. Rio de Janeiro: 2011, e IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Classificação Nacional de Atividades Econômicas: versão 2.0. Rio de Janeiro: 2007.

117 em seu apêndice metodológico, há sérias dificuldades de compatibilização desses dados, inclusive a dois dígitos e mesmo no ano de 2007, em que se possui os dados nas duas classificações. O Conselho Nacional de Classificação – Concla – dispõe de um tradutor bastante específico para a compatibilização da CNAE 1.0 para a CNAE 2.0, porém há problemas no uso desse tradutor na prática, principalmente a dois e a três dígitos, pois há casos em que a correspondência não é perfeita para muitos casos (de um para um). Alguns códigos da CNAE 1.0, inclusive, deixaram de pertencer à indústria de transformação na CNAE 2.0, como os códigos 22 (Edição, impressão e reprodução de gravações) e 37 (Reciclagem). Para poder realizar uma comparação mais longa e em todos os anos disponíveis com dados da PIA, esta dissertação recorreu à metodologia de compatibilização sugerida por Sampaio (2015)41 em seu apêndice metodológico: CORRESPONDÊNCIA ENTRE CNAE 1.0 E CNAE 2.0 CNAE 1.0

CNAE 2.0

CNAE 1.0

CNAE 2.0

CNAE 1.0

CNAE 2.0

CNAE 1.0 CNAE 2.0

15.1

10.1

21.3

17.3

27.3

24.3

31.8

33.0

15.2

10.3

21.4

17.4

27.4

24.4

31.9

33.2

15.3

10.4

22.2

18.1

27.5

24.5

32.1

26.1

15.4

10.5

22.3

18.3

28.1

25.1

32.2

26.3

15.5

10.6

23.1

19.1

28.2

25.2

32.3

26.4

15.6

10.7

23.2

19.2

28.3

25.3

32.9

33.0

15.7

10.8

23.3

19.2

28.4

25.4

33.1

26.6

15.8

10.9

23.4

19.3

28.8

33.0

33.2

32.5

15.9

11.0

24.1

20.1

28.9

25.9

33.3

26.5

16.0

12.2

24.2

20.2

29.1

28.1

33.4

26.7

17.1

13.1

24.3

20.3

29.2

28.2

33.5

26.5

17.2

13.1

24.4

20.4

29.3

28.3

33.9

33.0

17.3

13.2

24.5

21.0

29.4

28.4

34.1

29.1

17.4

13.2

24.6

20.5

29.5

28.5

34.2

29.2

17.5

13.4

24.7

20.6

29.6

28.6

34.3

29.3

17.6

13.5

24.8

20.7

29.7

25.5

34.4

29.4

17.7

13.3

24.9

20.9

29.8

27.5

34.5

29.5

18.1 18.2 19.1 19.2 19.3 20.1 20.2 21.1

14.1 32.5 15.1 15.2 15.4 16.1 16.2 17.1

25.1 25.2 26.1 26.2 26.3 26.4 26.9 27.1

22.1 22.2 23.1 23.2 23.3 23.4 23.9 24.1

29.9 30.1 30.2 31.1 31.2 31.3 31.4 31.5

33.0 28.2 26.2 27.1 27.3 27.3 27.2 27.4

35.1 35.2 35.3 35.9 36.1 36.9 22.1

30.1 30.3 30.4 30.9 31.0 32.0 18.1

21.2

17.2

27.2

24.2

31.6

29.4

Fonte: Sampaio (2015, p.231).

41

a partir de: IBGE: Correspondência entre a CNAE 1.0 x CNAE 2.0. Brasília: IBGE/CONCLA, 2012. Disponível em: http://concla.ibge.gov.br/classificacoes/correspondencias/atividades-economicas. Acesso em 20 de julho de 2015.

118 Essa compatibilização obteve bons resultados de confiabilidade para a vasta maioria das divisões industriais, principalmente para a análise da indústria brasileira. Comparando os dados nacionais do ano de 2007 divulgados pelo IBGE com os dados obtidos em sua compatibilização, das vinte e quatro divisões industriais, vinte tiveram uma compatibilização a uma margem de confiança de 5% (ou seja, o dado calculado pela metodologia do autor ficou entre 95% e 105% do valor informado pelo IBGE naquele ano). Para o estado de São Paulo, são sete as divisões industriais que ficaram além do intervalo de confiança de 5%. Apesar desta ressalva, a qualidade dos dados é boa e não invalida as conclusões encerradas nesta dissertação. A relação de compatibilização que se chega ao usar a metodologia de Sampaio é a seguinte: RELAÇÃO DE COMPATIBILIZAÇÃO PARA BRASIL E SÃO PAULO CNAE 2.0

BRASIL

10

101,07

102,37

11

101,55

12

SÃO PAULO CNAE 2.0

BRASIL

SÃO PAULO

22

98,44

98,20

100,13

23

100,45

100,31

100,01

100,00

24

99,84

99,49

13 14 15

104,41 94,44 100,22

108,09 91,03 102,10

25 26 27

99,35 99,50

98,13 92,67

16

100,22

100,44

28

17

95,68

92,99

29

18

99,29

100,97

30

19

99,09

98,25

31

20

100,66

100,49

32

93,13 101,10 99,92 112,98 101,95 98,67

94,03 100,79 99,99 102,16 98,34 111,32

21

101,14

100,24

33

93,60

115,87

Fonte: Sampaio (2015, p.233). Nota: Em cinza, as divisões cuja compatibilização ficou fora do intervalo de 5% de confiança (entre 95% e 105%).

1.2: Problemas de Compatibilização da ALICEWEB/MDIC para CNAE 2.0. As informações de comércio exterior para o estado de São Paulo estão organizadas pela CNAE 2.0 e sua fonte é o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (ALICEWeb), ao contrário das informações para o Brasil, cuja fonte era a Funcex. Todavia, não

119 se incluiu o ano de 1996, devido a graves subestimações no valor de importações do estado para esse ano42. Foi utilizado o tradutor NCM a quatro dígitos para CNAE 2.0 disponibilizado pelo Conselho Nacional de Classificação – Concla, mas alguns códigos estavam incompletos e outros não tinham correspondência perfeita (de um para um). Nesse caso, pode haver pequenas discrepâncias ou imprecisões conforme o critério adotado para classificar os NCMs sem CNAEs correspondentes e aqueles NCMs com múltiplas CNAEs.

1.3: Base de dados de comércio interestadual em CNAE 2.0. Graças a um convênio entre a Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo e o Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico do Instituto da Economia da Unicamp, puderam-se analisar os dados de comércio entre o estado de São Paulo e os outros estados da federação entre 2001 e 2010, seguindo as regras de ―desidentificação‖ (sigilamento) padrão do IBGE. Os dados de entrada e saída de bens e serviços do estado de São Paulo (excluindo-se dados de transferência interestadual) já estavam organizados por CNAE 2.0 a seis dígitos, permitindo a compatibilização perfeita a três dígitos.

1.4: Classificação Tecnológica em Categoria de Uso e em Intensidade Tecnológica da OCDE. Em vários pontos desta dissertação e em tabelas do anexo estatístico, agregamos os dados da indústria da transformação por intensidade tecnológica segundo metodologia da OCDE e em categorias de uso e destino a partir da CNAE 2.0. A classificação por categoria de Uso e de Destino utilizou a metodologia elaborada por Sampaio (2015) a partir de CANO, Wilson.

Desconcentração Produtiva Regional do Brasil 1970 – 2005.

São Paulo: Editora

Unesp, 2008. A classificação por Intensidade Tecnológica da OCDE utilizou a metodologia elaborada por Sampaio (2015) a partir de OCDE: Classification of Manufacturing Industries into Categories

Based

on

R&D

Intensities.

Paris:

OECD,

2011.

Disponível

em:

http://www.oecd.org/sti/ind/48350231.pdf. Acesso em 20 de julho de 2015.

42

Vários e-mails foram enviados, o último em janeiro de 2015, solicitando a verificação dos dados disponibilizados pelo sistema ALICEWeb, porém nenhum e-mail foi respondido.

120 Recomenda-se aos interessados no tema, ainda, a classificação por Intensidade Tecnológica da UNCTAD elaborada por Sampaio (2015) a partir de UNCTAD: Manufactured goods by degree of manufacturing groupings (SITC Rev. 3). Disponível

em:

Genebra: UNCTAD, [2002?].

http://unctadstat.unctad.org/EN/Classifications/DimSitcRev3Products_Official

_Hierarchy.xls. Acesso em 20 de julho de 2015. CLASSIFICAÇÃO DAS CNAES EM USO / DESTINO Classificação

CNAE 2.0

G III - Predominantemente produtor de bens de consumo durável e de capital

26, 27, 28, 29, 30 e 33.

G II - Predominantemente produtor de bens de consumo intermediário

16, 17, 18, 19, 20 (exceto 20.6), 22, 23, 24 e 25.

G I - Predominantemente produtor de bens de consumo não durável

10, 11, 12, 13, 14, 15, 18, 20.6, 21, 31 e 32.

Fonte: Sampaio (2015, p.227). CLASSIFICAÇÃO DAS CNAES EM INTENSIDADE TECNOLÓGICA (OCDE) Classificação CNAE 2.0 Alta Intensidade Tecnológica (AIT)

21, 26 e 30.4.

Media Alta Intensidade Tecnológica (MAIT)

20, 27, 28, 29, 30.3, 30.5, 30.9 e 33.

Media Baixa Intensidade Tecnológica (MBIT)

18, 19, 22, 23, 24, 25, 30.1, 31 e 32.

Baixa Intensidade Tecnológica (BIT)

10, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 17.

Fonte: Sampaio (2015, p.227). CLASSIFICAÇÃO DAS CNAES EM INTENSIDADE TECNOLÓGICA (UNCTAD) Classificação

CNAE 2.0

Alta Intensidade Tecnológica (AIT)

18, 19, 20, 21, 26 e 30.4

Media Intensidade Tecnológica (MIT)

22, 27, 28, 29, 30.3, 30.5, 30.9 e 33.

Baixa Intensidade Tecnológica (BIT)

23, 24, 25, 30.1 e 32.

Intensivo em Trabalho e Recursos Naturais (ITRN)

10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 31.

Fonte: Sampaio (2015, p.227).

Anexos. Tabela A-1: Coeficientes de exportação por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o Brasil (em %). 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

C

Indústrias de transformação

12,7

13,1

13,5

16,9

16,0

18,4

20,7

20,5

21,6

20,8

10

Produtos alimentícios

17,2

15,5

15,1

20,2

16,5

23,2

25,6

25,8

27,2

26,3

11

Bebidas

1,3

1,2

1,4

2,8

4,5

3,3

2,1

2,3

2,2

1,9

12

Produtos do fumo

48,8

50,6

57,1

45,9

41,8

50,5

51,6

53,5

49,8

50,5

13

Produtos têxteis

8,0

8,9

8,2

9,6

9,7

13

13,3

16,3

17,7

16,5

14

Artigos do vestuário e acessórios

3,1

2,8

2,4

3,4

5,1

6

5,9

7,5

7,6

5,3

15

Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

29,9

32,5

32,5

36,3

35,4

40,9

42,7

37,7

40,0

41,0

16

Produtos de madeira

29,9

31,5

31,7

43,9

45,0

47,6

54,8

48,8

56,8

49,7

17

Celulose, papel e produtos de papel

14,8

16,4

17,1

21,6

21,0

21,5

20,4

23,4

22,0

21,2

18

Impressão e reprodução de gravações

1,4

1,7

2,3

3,7

2,5

2,6

3

3,6

3,1

2,6

19

Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

2,4

1,9

2,6

3,4

3,4

7,4

8,1

7,9

8,4

9,0

20

Produtos químicos

9,5

9,8

9,5

10,2

10,3

9,8

12,1

11,8

11,2

12,3

21

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos

2,8

3,4

3,8

5,3

4,6

5,5

5,9

5,8

6,0

6,0

22

Produtos de borracha e de material plástico

6,3

6,4

6,6

8,5

7,1

8,9

9,8

8,8

9,4

9,1

23

Produtos de minerais não-metálicos

6,4

6,8

6,5

9,2

8,5

9,1

11,7

12,2

14,3

13,7

24

Metalurgia

33,1

29,4

27,8

33,5

31,6

29,7

34,7

34,2

32,4

32,6

25

Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

5,7

5,9

5,6

7,6

6,9

7,3

9,4

8,6

9,4

7,9

26

Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos

7,2

8,4

9,6

14,2

15,4

18,4

22,5

22,1

15,1

21,5

27

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos

7,5

7,6

7,7

11,4

12,3

13,5

14,2

17,2

18,8

17,2

28

Máquinas e equipamentos

17,1

17,5

16,9

21,8

19,9

19,7

23,1

26,8

30,1

30,8

29

Veículos automotores, reboques e carrocerias

12,4

16

19,7

22,1

20,4

22,9

25,5

25,1

25,7

25,0

30

Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

28,9

31,5

42,1

56,9

82,6

74,2

66,4

46,6

66,6

49,3

31 32

Móveis Produtos diversos

6,7 10,9

7,2 12,2

6,7 12

11,8 15,7

11,1 15,2

13,2 18,9

16,7 21,2

18,8 19,9

22,9 22,1

19,1 20,8

Cnae 2.0 e Descrição

Fonte: CNI.

122 Tabela A-1: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

C

Indústrias de transformação

19,9

15,3

15,7

17,1

13,6

13,7

14,8

15,2

15,5

10

Produtos alimentícios

24,9

24,9

22,7

24,0

21,2

21,4

21,7

22,2

21,5

11

Bebidas

1,5

1,6

1,4

1,3

1,0

0,9

1,0

1,5

1,6

12

Produtos do fumo

45,4

47,1

47,3

55,3

47,0

45,8

50,6

54,4

47,1

13

Produtos têxteis

13,9

13,2

12,5

12,7

9,3

9,9

15,3

13,8

11,3

14

Artigos do vestuário e acessórios

3,9

3,1

2,1

1,6

1,2

1,0

1,0

0,9

1,0

15

Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

39,5

38,8

30,9

27,4

23,2

21,2

20,5

22,8

26,1

16

Produtos de madeira

46,4

3,0

2,5

2,5

21,1

18,8

18,3

19,4

22,7

17

Celulose, papel e produtos de papel

21,2

20,8

20,5

23,1

22,3

22,1

22,0

23,5

25,1

18

Impressão e reprodução de gravações

2,3

4,0

3,9

3,9

0,7

0,8

0,8

0,8

0,8

19

Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

10,7

10,2

9,4

8,2

6,7

6,3

8,6

8,8

7,4

20

Produtos químicos

12,3

12,3

10,1

11,2

11,0

11,1

11,3

10,6

10,6

21

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos

6,4

6,7

6,8

8,4

7,7

8,4

9,0

9,6

10,2

22

Produtos de borracha e de material plástico

9,3

10,3

10,8

12,3

7,2

7,2

7,6

7,3

7,6

23

Produtos de minerais não-metálicos

12,8

4,7

4,6

4,8

5,7

4,9

4,8

5,4

6,1

24

Metalurgia

32,7

31,2

25,4

29,5

23,0

26,5

28,9

27,7

29,2

25

Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos

7,5

8,6

8,2

9,8

5,8

5,5

6,9

6,9

7,2

26

Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos

19,6

44,7

43,3

46,6

8,9

7,1

6,4

6,1

5,6

27

Máquinas, aparelhos e materiais elétricos

17,4

17,3

15,1

14,9

10,3

9,4

10,5

10,7

11,3

28

Máquinas e equipamentos

28,8

26,2

20,9

20,8

14,9

16,1

18,8

17,9

18,1

29

Veículos automotores, reboques e carrocerias

23,9

21,1

16,3

14,2

11,2

11,8

13,1

13,1

13,5

30

Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

41,0

41,5

45,6

44,1

30,5

31,1

35,2

60,2

69,2

31 32

Móveis Produtos diversos

14,4 18,8

2,6 25,2

3,1 25,8

3,2 29,4

6,1 12,7

5,2 11,8

4,8 11,6

4,9 11,5

5,2 11,7

Fonte: CNI.

123 Tabela A-2: Coeficientes de Penetração por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o Brasil (em %). Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Produtos alimentícios 11 Bebidas 12 Produtos do fumo 13 Produtos têxteis 14 Artigos do vestuário e acessórios 15 Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 16 Produtos de madeira 17 Celulose, papel e produtos de papel 18 Impressão e reprodução de gravações 19 Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 20 Produtos químicos 21 Produtos farmoquímicos e farmacêuticos 22 Produtos de borracha e de material plástico 23 Produtos de minerais não-metálicos 24 Metalurgia 25 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 26 Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 27 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 28 Máquinas e equipamentos 29 Veículos automotores, reboques e carrocerias 30 Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores 31 Móveis 32 Produtos diversos

Fonte: CNI.

1996 14,1 5,6 4,7 3,8 13,1 3,8 7,1 3,7 8,4 12,2 13,7 19,4 17,4 8,5 4,6 9,6 8,4 36,0 15,0 33,7 14,1 29,7 2,3 21,0

1997 15,6 5,4 4,4 5,6 13,6 4,7 8,1 4,4 9,2 13,9 14,6 20,0 18,6 9,0 5,0 11,7 7,7 38,9 18,4 36,3 17,6 38,1 3,3 21,0

1998 16,3 5,7 4,0 6,5 11,9 3,9 6,9 4,6 10,1 14,9 15,2 21,1 20,6 9,8 4,4 12,3 7,9 39,7 20,2 36,3 21,1 44,4 3,4 19,4

1999 18,5 5,6 4,6 1,2 11,7 3,2 6,4 3,5 9,6 14,3 17,1 22,2 28,0 10,9 4,8 13,0 9,6 43,3 27,2 42,2 21,1 55,7 3,8 19,8

2000 17,0 4,6 3,8 1,2 11,0 2,6 5,8 4,1 9,3 11,2 16,9 21,7 26,5 9,3 4,4 12,3 8,3 40,2 25,4 35,3 17,7 72,8 2,8 18,1

2001 18,8 3,9 4,2 1,8 9,6 3,4 7,1 3,5 8,9 11,5 17,2 23,2 31,3 11,6 4,9 13,5 9,2 42,7 33,4 37,6 19,8 60,8 3,0 22,7

2002 17,6 4,4 4,6 2,4 9,2 3,0 5,9 3,4 6,7 13,2 14,5 24,5 30,2 12,3 5,0 11,0 10,0 42,8 32,1 37,6 16,9 49,3 2,8 24,3

2003 15,2 3,7 4,3 2,2 9,3 2,7 4,5 2,8 5,7 6,1 10,7 22,4 27,6 9,4 4,9 10,0 8,7 44,3 28,5 34,6 13,4 34,8 2,4 20,5

2004 15,5 3,3 4,4 1,3 10,0 3,2 5,3 3,5 6,8 4,2 10,8 23,0 28,0 10,3 5,4 9,4 9,6 41,6 24,5 32,2 13,0 45,4 2,8 22,2

2005 14,5 2,9 3,5 1,5 9,1 3,4 6,1 2,7 6,4 4,3 9,1 21,9 25,1 10,1 4,9 10,3 7,4 44,2 19,8 33,6 12,1 34,9 2,5 22,4

124 Tabela A-2: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Produtos alimentícios 11 Bebidas 12 Produtos do fumo 13 Produtos têxteis 14 Artigos do vestuário e acessórios 15 Couros e artefatos de couro, artigos para viagem e calçados 16 Produtos de madeira 17 Celulose, papel e produtos de papel 18 Impressão e reprodução de gravações 19 Coque, produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 20 Produtos químicos 21 Produtos farmoquímicos e farmacêuticos 22 Produtos de borracha e de material plástico 23 Produtos de minerais não-metálicos 24 Metalurgia 25 Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 26 Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos 27 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 28 Máquinas e equipamentos 29 Veículos automotores, reboques e carrocerias 30 Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores 31 Móveis 32 Produtos diversos

Fonte: CNI.

2006 14,9 3,0 3,4 1,4 10,9 4,2 6,4 3,1 7,0 3,9 10,5 21,6 25,1 9,9 4,3 12,7 8,1 45,1 19,5 32,7 12,6 32,9 2,4 22,8

2007 19,1 3,2 3,3 1,9 12,4 4,2 6,9 43,4 6,8 2,0 11,5 22,8 27,2 9,5 4,7 13,0 31,2 16,8 20,0 31,1 12,9 33,3 12,8 19,0

2008 16,4 3,2 3,6 1,5 13,6 4,4 6,7 32,9 6,9 1,4 13,5 24,0 27,9 8,7 4,6 12,5 25,4 12,1 19,7 30,2 13,3 37,2 10,2 16,5

2009 16,7 3,5 4,5 2,7 14,4 5,9 8,1 26,9 7,8 1,1 12,0 26,8 30,5 8,9 4,8 15,6 29,5 12,9 21,9 35,9 15,2 41,9 8,9 16,0

2010 15,4 3,2 3,7 2,0 14,0 1,2 6,4 1,8 7,2 2,9 14,0 24,0 31,8 10,9 4,3 14,2 8,4 43,5 20,0 29,4 14,4 32,0 2,8 25,8

2011 16,8 3,4 3,7 1,5 16,2 1,0 7,2 2,0 7,8 3,0 18,0 25,9 31,3 12,1 5,3 16,2 9,7 43,5 21,9 31,8 15,7 32,9 3,2 26,8

2012 18,4 3,6 4,5 1,2 17,6 1,0 8,0 2,1 7,8 3,7 22,0 27,3 34,3 13,1 5,9 16,7 11,1 44,7 23,5 34,9 18,5 35,9 3,5 28,7

2013 19,4 3,8 5,0 1,3 18,1 0,9 9,1 2,1 7,9 4,2 21,1 28,6 37,1 14,4 6,5 16,4 12,6 46,7 25,6 36,7 19,2 52,0 4,5 30,2

2014 20,3 4,0 5,6 1,3 18,9 3,9 9,9 2,2 8,0 4,8 20,8 29,5 38,1 15,2 6,9 17,8 14,0 48,5 26,5 36,9 21,2 60,2 5,0 31,1

125 Tabela A-3: Exportações (FOB) por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o Brasil (em US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 11 Fabricação de bebidas 12 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos 15 de couro, artigos para viagem e calçados 16 Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de 17 papel 18 Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do 19 petróleo e de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de 22 material plástico Fabricação de produtos de minerais não23 metálicos 24 Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto 25 máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, 26 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 27 elétricos 28 Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e 29 carrocerias Fabricação de outros equipamentos de 30 transporte, exceto veículos automotores 31 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos

Fonte: Funcex.

1996 40.789,96 9.629,55 129,15 1.440,03 938,17 262,43

1997 43.246,51 9.161,41 123,28 1.576,09 952,66 223,89

1998 41.834,26 8.692,01 138,35 1.488,67 824,64 193,84

1999 39.719,52 8.541,99 176,80 898,91 750,12 178,51

2000 46.115,52 7.562,02 363,84 795,32 857,22 288,87

2.335,59

2.357,93

2.087,44

1.984,30

1.085,94

1.187,41

1.084,04

1.938,05

1.993,44

39,31

2001 48.044,43 10.045,73 271,38 899,58 960,39 287,36

2002 49.118,34 10.797,48 131,22 973,35 862,21 230,43

2003 59.109,01 13.227,09 151,50 1.059,16 1.206,28 310,77

2004 78.215,74 16.906,52 171,45 1.386,13 1.564,08 373,61

2005 94.815,70 19.999,42 202,00 1.667,64 1.691,86 378,91

2.420,20

2.618,60

2.565,42

2.782,65

3.313,92

3.505,07

1.371,63

1.453,43

1.476,95

1.747,55

2.083,35

3.045,31

3.041,11

1.982,04

2.149,38

2.546,94

2.193,05

2.057,89

2.834,32

2.912,89

3.410,36

45,78

49,18

52,27

47,04

42,34

44,79

60,49

71,63

80,03

493,21

355,48

372,79

459,82

771,18

1.443,61

1.408,02

1.816,45

2.362,06

3.656,70

3.090,77

3.324,37

3.061,96

2.851,98

3.424,30

2.954,25

3.286,31

4.080,06

5.009,37

6.196,69

241,39

300,56

333,08

358,81

308,81

316,76

301,42

328,35

400,07

516,42

850,77

913,52

905,39

859,12

954,72

940,55

922,82

1.172,56

1.405,14

1.712,04

687,00

767,94

760,04

768,81

853,46

815,88

939,09

1.134,35

1.509,26

1.783,82

6.580,13

6.264,92

5.586,16

5.245,93

6.131,28

5.209,41

6.096,53

7.643,36

10.505,11

12.948,86

686,61

735,67

707,87

624,77

679,01

677,96

751,51

811,50

1.112,98

1.378,77

1.069,21

1.266,70

1.319,38

1.627,21

2.626,48

2.738,37

2.549,76

2.443,07

2.386,88

4.087,04

934,28

975,13

892,16

872,98

1.072,26

1.151,21

1.002,76

1.288,24

1.690,87

2.191,96

2.656,30

2.993,66

2.780,17

2.352,96

2.543,16

2.561,72

2.722,05

3.678,10

5.432,89

6.674,08

4.201,43

5.810,39

6.190,14

4.756,05

5.659,32

5.609,92

5.761,26

7.548,46

10.056,37

13.535,94

799,32

1.132,67

1.629,11

2.047,83

3.806,63

3.873,20

2.976,79

2.310,50

5.032,83

4.455,43

327,91 373,41

364,13 419,48

336,38 419,42

383,94 405,40

485,68 464,35

479,88 476,33

533,15 456,53

662,53 475,87

942,89 623,48

992,22 709,33

126 Tabela A-3: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 11 Fabricação de bebidas 12 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos 15 de couro, artigos para viagem e calçados 16 Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de 17 papel 18 Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do 19 petróleo e de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de 22 material plástico Fabricação de produtos de minerais não23 metálicos 24 Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto 25 máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, 26 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 27 elétricos 28 Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e 29 carrocerias Fabricação de outros equipamentos de 30 transporte, exceto veículos automotores 31 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos

Fonte: Funcex.

2006 107.809,69 22.612,03 209,57 1.713,68 1.637,86 329,01

2007 122.524,68 26.511,13 256,91 2.221,41 1.899,42 314,27

2008 141.483,64 33.425,29 274,62 2.702,62 2.004,85 275,35

2009 106.539,86 30.974,43 235,38 2.992,85 1.609,89 189,16

2010 129.302,08 37.829,47 264,54 2.713,16 1.888,44 210,26

2011 153.947,39 45.149,51 284,80 2.869,55 2.658,74 222,24

2012 151.146,30 43.581,73 354,79 3.190,32 3.057,88 194,43

2013 151.939,53 42.868,52 460,80 3.225,63 2.006,13 194,71

2014 138.764,78 40.922,18 430,68 2.450,20 2.185,91 192,80

3.959,07

4.336,50

4.013,76

2.722,43

3.461,91

3.601,28

3.405,08

3.797,36

4.217,83

3.173,83

3.351,93

2.778,44

1.693,38

1.928,18

1.905,26

1.888,35

1.998,41

2.222,08

4.011,51

4.731,18

5.841,39

5.006,78

6.776,33

7.196,87

6.723,14

7.216,09

7.272,47

89,46

82,92

79,53

55,90

57,09

68,27

69,25

44,19

46,79

5.274,73

5.813,65

7.271,65

4.517,82

4.177,16

6.032,20

7.770,04

6.665,84

5.070,87

7.038,40

8.427,22

9.127,99

7.815,39

9.803,55

11.850,55

11.124,21

10.546,74

10.281,45

677,90

822,80

1.059,87

1.183,30

1.363,31

1.573,50

1.600,00

1.605,18

1.663,20

2.062,61

2.567,14

2.865,52

2.316,26

2.836,18

3.341,26

3.119,14

2.971,67

2.854,68

2.124,40

2.300,22

2.091,74

1.525,50

1.820,11

1.844,27

1.828,10

2.021,64

2.103,07

15.735,39

17.306,12

20.817,30

13.364,83

16.325,94

21.648,67

19.835,96

17.458,03

18.998,90

1.497,96

1.906,70

2.460,66

2.040,83

2.102,05

2.428,66

2.771,59

2.400,54

2.432,90

4.417,93

3.695,46

3.744,79

2.813,17

2.640,57

2.550,35

2.059,21

1.896,37

1.632,66

2.861,24

3.404,75

3.911,20

3.030,52

3.051,49

3.194,17

3.400,52

3.242,15

3.153,61

7.388,76

8.559,20

9.690,39

6.031,72

7.941,73

10.257,30

10.509,20

8.946,32

8.579,90

14.914,59

15.575,18

16.978,07

9.881,34

14.773,42

17.114,32

15.406,26

16.628,64

12.011,92

4.305,66

6.507,90

8.099,03

4.996,36

5.591,71

6.315,97

7.491,51

13.938,88

8.306,41

947,87 826,23

974,79 957,88

955,21 1.014,37

684,06 858,56

748,75 996,73

718,78 1.120,87

696,58 1.069,01

675,79 1.129,90

666,42 1.067,85

127 Tabela A-4: Importações (FOB) por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o Brasil (em US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 11 Fabricação de bebidas 12 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos 15 de couro, artigos para viagem e calçados 16 Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de 17 papel 18 Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do 19 petróleo e de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de 22 material plástico Fabricação de produtos de minerais não23 metálicos 24 Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto 25 máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, 26 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 27 elétricos 28 Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e 29 carrocerias Fabricação de outros equipamentos de 30 transporte, exceto veículos automotores 31 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos

Fonte: Funcex.

1996 46.121,76 2.774,33 501,77 60,10 1.617,17 323,69

1997 53.392,17 2.822,52 457,21 91,42 1.540,18 389,08

1998 52.358,56 2.960,74 405,93 77,41 1.240,72 318,51

1999 44.478,37 2.030,63 297,85 12,92 937,52 168,01

2000 49.713,86 1.838,08 300,54 13,81 989,06 146,90

2001 49.533,00 1.401,73 338,79 16,24 697,46 161,97

2002 40.968,34 1.503,04 302,85 23,88 582,90 115,74

2003 40.964,30 1.442,99 290,96 20,43 627,82 103,63

2004 52.087,22 1.533,46 354,55 18,67 800,79 152,05

2005 61.212,39 1.692,74 382,61 23,29 856,53 233,81

414,41

428,89

322,33

236,56

273,23

287,85

216,60

220,50

276,88

327,94

95,94

119,79

111,74

63,23

76,15

59,30

50,06

62,79

83,04

85,36

1.014,76

1.031,32

1.073,59

830,71

970,42

773,95

594,84

562,27

758,29

865,28

383,23

417,60

366,85

231,51

232,07

207,91

222,48

104,23

99,37

135,11

3.144,48

3.188,82

2.491,01

2.708,00

4.456,72

3.771,31

2.711,57

2.558,05

3.152,99

3.641,56

7.036,50

7.617,95

7.790,44

7.169,81

8.242,52

8.178,04

7.862,43

8.839,68

11.919,27

12.410,95

1.745,12

1.964,23

2.187,84

2.505,15

2.300,95

2.437,73

2.096,15

2.033,92

2.409,83

2.725,60

1.169,74

1.327,66

1.390,47

1.141,89

1.285,02

1.274,18

1.207,63

1.256,65

1.563,38

1.923,97

477,78

552,06

510,38

382,59

421,40

423,29

378,45

414,35

514,09

581,71

1.410,77

1.985,51

2.039,91

1.557,27

1.855,52

1.924,79

1.483,64

1.631,64

2.279,43

3.073,85

1.033,28

991,02

1.020,41

810,76

840,38

884,37

822,02

818,74

1.136,88

1.286,82

7.733,35

8.755,95

8.149,59

7.558,63

9.714,56

9.224,22

6.660,31

6.845,57

9.543,36

11.888,30

2.037,90

2.661,60

2.704,03

2.534,66

2.613,16

3.695,65

2.906,62

2.443,90

2.378,79

2.594,70

6.521,04

8.028,89

7.771,36

6.196,60

5.583,77

6.277,51

5.597,44

5.275,95

5.986,38

7.581,36

4.882,42

6.548,15

6.733,39

4.506,22

4.730,94

4.713,93

3.544,67

3.437,81

4.335,56

5.561,89

826,99

1.514,62

1.787,94

1.943,49

2.141,93

2.091,75

1.468,88

1.408,42

2.070,77

2.446,33

105,51 811,48

156,63 801,07

161,96 742,01

113,29 541,07

112,93 573,80

99,30 591,73

78,20 537,94

69,70 494,30

91,75 627,64

107,53 785,15

128 Tabela A-4: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 11 Fabricação de bebidas 12 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos 15 de couro, artigos para viagem e calçados 16 Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de 17 papel 18 Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do 19 petróleo e de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de 22 material plástico Fabricação de produtos de minerais não23 metálicos 24 Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto 25 máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, 26 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 27 elétricos 28 Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e 29 carrocerias Fabricação de outros equipamentos de 30 transporte, exceto veículos automotores 31 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos

Fonte: Funcex.

2006 75.639,20 2.110,34 473,19 29,49 1.244,49 357,03

2007 100.780,29 2.832,03 589,16 45,09 1.848,76 497,52

2008 144.061,04 3.766,33 838,13 45,95 2.378,33 714,59

2009 110.684,82 3.613,12 884,65 60,49 2.070,82 786,40

2010 159.944,65 4.654,97 890,13 75,20 3.112,75 1.097,94

2011 197.530,47 5.772,61 1.092,16 36,31 3.924,64 1.756,84

2012 195.439,26 6.001,31 1.144,51 39,06 3.531,68 2.228,41

2013 206.437,20 6.165,54 1.118,92 31,57 3.519,32 2.430,54

2014 197.624,80 6.374,07 1.209,22 35,23 3.620,33 2.620,52

417,42

550,67

743,83

656,00

844,24

1.102,43

1.190,98

1.249,58

1.248,49

116,39

141,65

168,99

114,85

136,07

182,85

178,05

157,98

163,20

1.125,49

1.319,41

1.712,97

1.340,25

1.902,02

2.131,85

2.025,22

1.913,00

1.863,58

151,62

208,98

244,92

212,09

251,14

316,44

317,09

310,26

287,07

5.200,21

7.214,97

12.064,80

5.740,17

13.629,32

21.190,30

19.041,31

20.160,81

20.274,80

13.792,58

19.237,83

29.123,66

20.223,03

25.743,80

33.857,78

34.045,08

36.524,63

36.282,69

3.339,52

4.410,92

5.553,80

5.594,45

7.534,38

7.956,50

8.401,44

9.101,17

8.939,26

2.205,64

2.864,24

3.977,98

3.258,63

4.806,09

5.891,03

5.998,38

6.490,55

6.104,53

650,37

875,50

1.214,65

984,93

1.575,39

2.165,89

2.303,15

2.393,24

2.182,93

4.697,77

6.493,25

8.951,67

5.704,78

10.406,03

10.534,84

9.899,06

9.171,46

9.382,47

1.621,22

2.340,28

3.031,17

2.608,86

3.610,31

4.393,33

4.551,85

5.161,06

4.760,04

14.857,62

17.272,58

22.696,53

17.306,73

23.805,81

26.868,11

26.422,99

27.995,37

26.807,55

3.282,52

4.253,09

5.797,99

5.232,85

7.533,33

8.869,51

8.861,98

9.972,49

9.136,17

8.850,56

11.885,93

17.353,35

13.969,35

19.851,14

24.106,62

24.568,56

25.408,03

22.079,74

6.881,52

9.999,80

15.016,90

12.945,22

19.474,95

25.049,50

23.775,79

25.784,74

22.406,79

3.042,30

4.190,45

6.383,20

5.201,63

6.063,74

6.734,74

6.843,48

7.058,60

7.499,00

137,84 1.054,07

207,52 1.500,66

307,02 1.974,28

251,35 1.924,17

381,72 2.564,18

462,39 3.133,80

559,37 3.510,51

633,83 3.684,51

630,37 3.716,75

129 Tabela A-5: Balança Comercial (FOB) por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o Brasil (em US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 11 Fabricação de bebidas 12 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos 15 de couro, artigos para viagem e calçados 16 Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de 17 papel 18 Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do 19 petróleo e de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de 22 material plástico Fabricação de produtos de minerais não23 metálicos 24 Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto 25 máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, 26 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 27 elétricos 28 Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e 29 carrocerias Fabricação de outros equipamentos de 30 transporte, exceto veículos automotores 31 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos

Fonte: Funcex.

1996 1997 1998 (5.331,80) (10.145,66) (10.524,30) 6.855,22 6.338,89 5.731,27 (372,62) (333,93) (267,58) 1.379,93 1.484,67 1.411,26 (679,00) (587,52) (416,08) (61,26) (165,19) (124,67)

1999 (4.758,85) 6.511,36 (121,05) 885,99 (187,40) 10,50

2000 (3.598,34) 5.723,94 63,30 781,51 (131,84) 141,97

2001 (1.488,57) 8.644,00 (67,41) 883,34 262,93 125,39

2002 8.150,00 9.294,44 (171,63) 949,47 279,31 114,69

1.921,18

1.929,04

1.765,11

1.747,74

2.146,97

2.330,75

990,00

1.067,62

972,30

1.308,40

1.377,28

923,29

962,12

908,45

1.318,67

(343,92)

(371,82)

(317,67)

(2.651,27)

(2.833,34)

(3.945,73)

2003 18.144,71 11.784,10 (139,46) 1.038,73 578,46 207,14

2004 26.128,52 15.373,06 (183,10) 1.367,46 763,29 221,56

2005 33.603,31 18.306,68 (180,61) 1.644,35 835,33 145,10

2.348,82

2.562,15

3.037,04

3.177,13

1.417,65

1.697,49

2.020,56

2.962,27

2.955,75

1.576,52

1.419,10

1.463,05

2.272,05

2.154,60

2.545,08

(179,24)

(185,03)

(165,57)

(177,69)

(43,74)

(27,74)

(55,08)

(2.118,22)

(2.248,18)

(3.685,54)

(2.327,70)

(1.303,55)

(741,60)

(790,93)

15,14

(4.293,58)

(4.728,48)

(4.317,83)

(4.818,22)

(5.223,79)

(4.576,12)

(4.759,62)

(6.909,90)

(6.214,26)

(1.503,73)

(1.663,67)

(1.854,76)

(2.146,34)

(1.992,14)

(2.120,97)

(1.794,73)

(1.705,57)

(2.009,76)

(2.209,18)

(318,97)

(414,14)

(485,08)

(282,77)

(330,30)

(333,63)

(284,81)

(84,09)

(158,24)

(211,93)

209,22

215,88

249,66

386,22

432,06

392,59

560,64

720,00

995,17

1.202,11

5.169,36

4.279,41

3.546,25

3.688,66

4.275,76

3.284,62

4.612,89

6.011,72

8.225,68

9.875,01

(346,67)

(255,35)

(312,54)

(185,99)

(161,37)

(206,41)

(70,51)

(7,24)

(23,90)

91,95

(6.664,14)

(7.489,25)

(6.830,21)

(5.931,42)

(7.088,08)

(6.485,85)

(4.110,55)

(4.402,50)

(7.156,48)

(7.801,26)

(1.103,62)

(1.686,47)

(1.811,87)

(1.661,68)

(1.540,90)

(2.544,44)

(1.903,86)

(1.155,66)

(687,92)

(402,74)

(3.864,74)

(5.035,23)

(4.991,19)

(3.843,64)

(3.040,61)

(3.715,79)

(2.875,39)

(1.597,85)

(553,49)

(907,28)

(680,99)

(737,76)

(543,25)

249,83

928,38

895,99

2.216,59

4.110,65

5.720,81

7.974,05

(27,67)

(381,95)

(158,83)

104,34

1.664,70

1.781,45

1.507,91

902,08

2.962,06

2.009,10

222,40 (438,07)

207,50 (381,59)

174,42 (322,59)

270,65 (135,67)

372,75 (109,45)

380,58 (115,40)

454,95 (81,41)

592,83 (18,43)

851,14 (4,16)

884,69 (75,82)

130 Tabela A-5: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição C Indústrias de transformação 10 Fabricação de produtos alimentícios 11 Fabricação de bebidas 12 Fabricação de produtos do fumo 13 Fabricação de produtos têxteis 14 Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos 15 de couro, artigos para viagem e calçados 16 Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de 17 papel 18 Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do 19 petróleo e de biocombustíveis 20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos Fabricação de produtos de borracha e de 22 material plástico Fabricação de produtos de minerais não23 metálicos 24 Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto 25 máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, 26 produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais 27 elétricos 28 Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e 29 carrocerias Fabricação de outros equipamentos de 30 transporte, exceto veículos automotores 31 Fabricação de móveis 32 Fabricação de produtos diversos

Fonte: Funcex.

2006 32.170,49 20.501,69 (263,62) 1.684,19 393,37 (28,02)

2007 21.744,39 23.679,10 (332,25) 2.176,32 50,66 (183,25)

2008 (2.577,40) 29.658,96 (563,51) 2.656,67 (373,48) (439,24)

2009 (4.144,96) 27.361,31 (649,27) 2.932,36 (460,93) (597,24)

3.541,65

3.785,83

3.269,93

2.066,43

2.617,67

2.498,85

2.214,29

2.498,85

2.214,29

3.057,44

3.210,28

2.609,45

1.578,53

1.792,11

1.722,41

1.710,30

1.722,41

1.710,30

2.886,02

3.411,77

4.128,42

3.666,53

4.874,31

5.065,02

4.665,60

5.065,02

4.665,60

(62,16)

(126,06)

(165,39)

(156,19)

(194,05)

(248,17)

(247,72)

(248,17)

(247,72)

74,52

(1.401,32)

(4.793,15)

(1.222,35)

(9.452,16)

(6.754,18)

2010 2011 2012 2013 2014 (30.642,57) (43.583,08) (44.262,27) (43.583,08) (44.262,27) 33.174,50 39.376,90 37.580,79 39.376,90 37.580,79 (625,59) (807,36) (789,72) (807,36) (789,72) 2.637,96 2.833,24 3.151,26 2.833,24 3.151,26 (1.224,31) (1.265,90) (473,76) (1.265,90) (473,76) (887,68) (1.534,60) (2.033,97) (1.534,60) (2.033,97)

(15.158,10) (11.270,64) (15.158,10) (11.270,64)

(10.810,61) (19.995,67) (12.407,64) (15.940,25) (22.007,23) (22.887,28) (22.007,23) (22.887,28)

(2.661,62)

(3.588,12)

(4.493,93)

(4.411,15)

(6.171,07)

(6.383,00)

(6.799,56)

(6.383,00)

(6.799,56)

(143,03)

(297,10)

(1.112,46)

(942,37)

(1.969,91)

(2.549,77)

(2.878,75)

(2.549,77)

(2.878,75)

1.474,03

1.424,72

877,09

540,57

244,72

(321,62)

(474,35)

(321,62)

(474,35)

11.037,62

10.812,87

11.865,63

7.660,05

5.919,91

11.113,83

9.939,41

11.113,83

9.939,41

(123,26)

(433,58)

(570,51)

(568,03)

(1.508,26)

(1.964,67)

(1.775,90)

(1.964,67)

(1.775,90)

(10.439,69) (13.577,12) (18.951,74) (14.493,56) (21.165,24) (24.317,76) (24.358,92) (24.317,76) (24.358,92) (421,28)

(848,34)

(1.886,79)

(2.202,33)

(1.461,80)

(3.326,73)

(7.662,96)

(7.937,63)

8.033,07

5.575,38

1.961,17

(3.063,88)

(4.701,53)

(7.935,18)

(8.368,33)

(7.935,18)

(8.368,33)

1.263,36

2.317,45

1.715,83

(205,27)

(472,03)

(418,77)

651,35

(418,77)

651,35

810,03 (227,84)

767,27 (542,78)

648,19 (959,91)

432,71 (1.065,61)

367,03 (1.567,45)

256,39 (2.012,93)

137,27 (2.441,21)

256,39 (2.012,93)

137,27 (2.441,21)

(4.481,84)

(5.675,34)

(5.459,00)

(5.675,34)

(5.459,00)

(11.909,41) (13.849,32) (14.053,43) (13.849,32) (14.053,43)

131 Tabela A-6: Exportações (FOB) por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o estado de São Paulo (em US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 C

16.875,99

17.357,31

16.571,00

18.864,07

19.633,91

19.250,94

22.288,91

29.913,89

36.781,21

2.952,33 48,88 162,24 358,54 60,79

3.336,27 35,72 102,73 326,96 40,15

3.587,27 27,24 10,38 300,58 42,26

2.847,74 32,90 5,35 281,08 71,84

3.631,45 25,67 1,61 286,55 79,01

4.011,35 13,05 2,14 234,43 66,27

4.661,60 11,82 2,73 301,59 90,29

5.884,27 16,29 6,87 333,74 124,80

7.066,87 33,30 7,65 333,00 127,32

364,51

316,24

269,60

385,86

425,48

418,19

499,24

715,79

783,97

100,20

86,61

92,12

86,09

80,76

95,93

115,80

143,03

179,04

688,63

711,29

704,32

746,79

725,32

656,41

864,30

939,32

1.145,67

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

89,93

106,01

212,04

414,58

586,84

462,82

708,22

1.026,38

1.606,93

1.411,60

1.312,24

1.165,24

1.231,47

1.168,81

1.248,42

1.493,27

1.901,37

2.233,67

122,15

152,98

184,26

190,05

199,26

205,77

212,83

247,53

353,14

693,24

685,64

671,96

732,14

712,77

716,71

873,19

1.035,21

1.251,70

251,93

228,50

252,79

294,81

264,37

325,16

438,45

530,24

568,33

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

1.252,08

1.136,88

952,94

1.099,77

1.045,19

1.235,27

1.452,31

2.232,30

2.564,07

172,78

162,14

121,01

151,85

155,73

250,45

196,82

239,53

339,87

998,45

961,14

1.134,26

1.948,57

1.825,43

1.359,09

1.152,75

1.202,59

1.808,92

497,14

469,60

454,52

538,83

612,79

533,51

614,58

703,35

982,96

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

1.798,73

1.675,20

1.492,67

1.633,27

1.590,87

1.606,08

2.089,39

3.135,92

4.088,57

4.016,93

4.119,88

3.045,45

3.288,88

3.159,49

3.237,01

4.297,15

5.879,04

7.493,99

644,62

1.199,58

1.670,52

2.676,69

2.871,16

2.397,98

1.997,31

3.334,98

3.512,04

35,90 154,37

35,00 156,54

33,35 146,21

48,04 157,48

42,79 142,57

28,94 145,94

44,35 170,94

80,94 200,40

108,59 191,62

10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fabricação de móveis Fabricação de produtos diversos

Fonte: Secex/MDIC.

132 Tabela A-6: Continuação. 2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

44.245,48

49.337,59

54.138,54

40.115,43

49.437,55

56.044,68

54.304,00

50.933,42

46.246,28

8.955,20 32,50 2,95 341,74 113,03

9.509,34 33,25 2,57 378,77 105,46

9.902,96 39,77 2,14 351,25 88,78

10.766,06 29,28 1,26 267,66 59,45

14.202,94 31,93 1,59 367,01 61,31

15.681,49 30,07 3,52 368,71 64,64

13.535,00 43,72 2,79 344,90 55,28

13.961,42 55,43 0,00 319,09 50,96

12.273,70 76,54 0,00 275,28 50,56

940,05

1.080,75

845,05

467,77

697,71

627,26

648,10

690,83

733,66

190,86

188,28

175,28

101,50

93,03

97,99

102,14

128,35

126,58

1.271,46

1.446,20

1.593,51

1.457,35

1.728,96

1.889,50

1.676,11

1.684,34

1.507,33

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2.737,95

3.161,94

4.308,58

1.776,78

1.509,07

2.145,20

3.124,59

3.130,92

3.202,49

2.599,46

3.150,52

3.599,48

3.219,15

3.954,36

4.915,38

4.516,69

4.049,00

3.889,62

408,46

516,30

636,70

651,67

727,64

832,29

874,74

838,63

902,83

1.471,28

1.631,03

1.740,04

1.299,19

1.632,06

1.860,36

1.662,40

1.528,48

1.407,97

624,58

689,86

631,79

454,32

531,94

542,77

498,87

513,03

472,91

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

3.136,40

3.641,00

3.622,37

2.399,77

2.473,17

2.688,91

3.033,67

2.303,62

2.602,73

366,33

468,28

529,42

449,89

531,57

569,91

536,95

561,40

534,07

2.668,74

2.385,44

2.440,38

1.820,30

1.469,95

1.516,11

1.133,91

997,77

854,79

1.269,27

1.665,90

2.034,61

1.646,17

1.619,51

1.696,42

1.829,92

1.491,59

1.480,45

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

4.583,40

5.053,70

5.786,21

3.470,38

4.897,82

6.308,62

6.392,61

5.370,86

5.119,81

8.608,74

8.680,95

9.181,69

5.085,47

7.796,24

9.158,81

8.520,39

8.550,74

6.351,39

3.529,64

5.029,14

6.016,82

4.229,15

4.633,45

4.465,00

4.881,17

4.231,37

3.830,60

123,52 269,93

192,60 326,31

211,74 399,97

159,00 303,85

151,89 324,40

187,40 394,33

291,11 598,96

117,13 358,45

141,42 411,56

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fabricação de móveis Fabricação de produtos diversos

Fonte: Secex/MDIC.

133 Tabela A-7: Importações (FOB) por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o estado de São Paulo (em US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

26.686,86

22.469,82

24.699,96

23.916,04

19.064,13

19.401,38

26.144,62

842,74 40,50 3,74 514,32 233,52

882,49 40,62 3,33 419,03 206,70

661,17 35,21 2,38 267,07 96,23

633,14 34,98 2,81 276,80 69,55

502,61 23,79 2,38 216,25 67,95

493,91 34,48 2,32 181,73 54,82

397,52 32,26 2,99 206,57 52,55

398,07 41,27 2,67 243,48 73,79

441,97 45,79 4,31 287,04 109,11

196,28

131,29

62,41

62,70

64,10

60,52

61,21

77,81

134,94

25,15

26,81

16,77

17,72

15,11

14,05

11,10

10,63

13,05

829,60

890,86

683,17

736,84

576,71

417,97

363,34

476,74

540,64

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

2.462,60

1.660,08

1.435,50

1.917,92

1.930,44

1.618,20

1.848,66

2.982,17

2.723,84

4.817,86

5.151,95

4.779,62

4.853,63

4.723,20

4.253,37

4.611,30

5.946,34

6.161,86

520,94

748,66

824,26

837,78

926,14

945,56

921,27

1.055,05

1.097,30

838,68

967,99

721,62

819,17

793,47

723,62

789,94

1.064,75

1.249,65

264,61

258,56

189,11

208,91

217,81

160,95

169,54

203,27

248,26

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

1.134,55

1.156,71

904,38

983,93

933,49

778,02

930,85

1.333,89

1.543,03

283,87

249,82

183,22

193,42

216,32

204,87

177,68

224,14

260,27

3.372,60

3.793,06

3.538,38

4.409,92

3.983,71

2.529,45

2.555,83

3.826,76

4.899,42

886,11

1.610,29

1.253,98

1.423,40

1.601,64

1.078,38

975,63

1.320,96

1.453,23

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

4.847,39

5.273,73

4.360,00

4.690,32

4.921,36

3.709,85

3.425,09

4.067,56

4.975,96

2.200,41

1.949,63

1.291,14

1.385,41

1.202,64

1.033,30

1.202,22

1.813,72

2.251,32

441,07

881,91

907,09

872,88

714,35

563,05

485,50

720,86

694,99

123,65 245,67

129,81 253,52

85,21 171,88

94,06 174,65

87,63 194,95

70,30 135,41

61,56 118,77

90,10 170,60

107,84 218,67

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

29.462,47

25.125,88

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fabricação de móveis Fabricação de produtos diversos

Fonte: Secex/MDIC.

134 Tabela A-7: Continuação. 2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

35.815,63

46.936,47

64.113,80

48.828,40

65.628,60

79.628,85

75.455,65

87.022,06

81.981,15

550,42 49,70 3,95 343,41 150,49

702,61 55,54 3,27 423,54 209,65

915,23 68,20 1,33 511,32 292,45

898,86 69,44 1,15 412,37 308,80

1.087,75 90,30 4,87 578,85 378,54

1.395,54 128,29 1,85 688,96 628,29

1.460,95 129,92 2,06 667,85 938,92

1.575,73 131,50 1,56 705,37 1.070,36

1.494,59 147,02 2,14 702,06 1.230,74

165,83

204,19

305,95

260,20

300,66

406,96

447,05

599,79

631,22

21,35

29,29

36,48

24,93

31,26

44,98

57,35

53,86

53,76

724,75

867,25

1.118,09

879,71

1.257,39

1.334,13

1.108,82

1.064,00

1.024,06

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

4.349,99

6.489,26

8.840,46

4.892,30

7.321,00

11.890,38

8.119,99

14.497,21

12.445,27

6.485,68

8.271,36

11.818,19

9.615,07

11.889,22

13.536,87

13.749,03

15.113,81

14.624,91

1.300,57

1.843,58

2.292,02

2.469,63

3.270,49

3.420,91

3.407,57

3.543,62

3.684,36

1.461,97

1.832,99

2.369,08

1.720,79

2.597,13

3.020,28

2.748,44

3.233,93

2.977,34

295,38

372,19

512,01

390,21

593,48

758,93

839,37

830,80

778,98

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

1.849,15

2.600,96

3.381,43

2.265,23

3.110,36

3.583,88

3.167,52

3.323,22

3.491,94

299,40

433,41

576,00

1.071,16

1.559,24

1.860,02

2.071,11

2.451,15

2.216,71

6.339,21

7.372,16

9.687,51

7.328,15

8.984,33

10.683,21

9.991,45

11.247,79

11.692,62

1.766,36

2.270,11

3.155,26

2.560,89

3.340,83

4.313,40

4.159,40

4.387,15

4.232,01

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

5.967,54

8.023,60

11.131,02

8.991,11

12.150,24

14.392,48

14.942,56

14.640,44

12.692,94

2.355,78

3.043,68

4.224,46

2.743,78

4.008,24

4.510,33

4.683,48

5.913,68

5.157,07

890,48

1.271,35

2.074,26

1.278,62

2.118,94

1.931,45

1.497,75

1.335,06

1.459,24

140,50 303,70

195,88 420,60

272,99 530,06

211,47 434,53

315,93 639,54

361,46 736,24

438,00 827,08

500,53 801,48

460,59 781,59

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fabricação de móveis Fabricação de produtos diversos

Fonte: Secex/MDIC.

135 Tabela A-8: Balança Comercial (FOB) por setor de atividade da indústria da transformação entre 1996 e 2014 para o estado de São Paulo (em US$ milhões). Cnae 2.0 e Descrição 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores Fabricação de móveis Fabricação de produtos diversos

Fonte: Secex/MDIC.

(8.249,89)

(9.329,55)

(5.898,81)

(5.835,88)

(4.282,12)

186,81

2.887,52

3.769,27

7.318,74

2.109,59 8,38 158,50 (155,78) (172,73)

2.453,77 (4,90) 99,39 (92,07) (166,55)

2.926,10 (7,97) 8,00 33,51 (53,97)

2.214,60 (2,08) 2,55 4,28 2,29

3.128,84 1,88 (0,76) 70,30 11,06

3.517,44 (21,43) (0,19) 52,69 11,46

4.264,08 (20,43) (0,25) 95,01 37,74

5.486,20 (24,98) 4,21 90,26 51,01

6.624,90 (12,48) 3,35 45,96 18,21

168,23

184,95

207,18

323,16

361,39

357,67

438,03

637,98

649,03

75,05

59,80

75,35

68,37

65,65

81,88

104,70

132,41

165,99

(140,97)

(179,56)

21,15

9,95

148,61

238,44

500,95

462,58

605,03

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

(2.372,66)

(1.554,08)

(1.223,46)

(1.503,35)

(1.343,60)

(1.155,38)

(1.140,44)

(1.955,79)

(1.116,91)

(3.406,26)

(3.839,71)

(3.614,37)

(3.622,16)

(3.554,39)

(3.004,95)

(3.118,03)

(4.044,97)

(3.928,19)

(398,80)

(595,68)

(640,01)

(647,73)

(726,88)

(739,79)

(708,44)

(807,52)

(744,16)

(145,44)

(282,35)

(49,66)

(87,03)

(80,70)

(6,92)

83,24

(29,55)

2,05

(12,69)

(30,06)

63,68

85,89

46,57

164,22

268,92

326,97

320,07

117,53

(19,83)

48,57

115,84

111,69

457,25

521,45

898,41

1.021,04

(111,09)

(87,68)

(62,21)

(41,57)

(60,59)

45,58

19,14

15,39

79,60

(2.374,15)

(2.831,92)

(2.404,12)

(2.461,35)

(2.158,27)

(1.170,36)

(1.403,09)

(2.624,17)

(3.090,50)

(388,97)

(1.140,69)

(799,46)

(884,57)

(988,85)

(544,86)

(361,05)

(617,61)

(470,28)

(3.048,66)

(3.598,53)

(2.867,32)

(3.057,05)

(3.330,49)

(2.103,76)

(1.335,70)

(931,64)

(887,39)

1.816,52

2.170,25

1.754,31

1.903,47

1.956,84

2.203,71

3.094,93

4.065,32

5.242,67

203,55

317,66

763,43

1.803,82

2.156,82

1.834,93

1.511,80

2.614,12

2.817,05

(87,75) (91,30)

(94,81) (96,97)

(51,85) (25,67)

(46,02) (17,17)

(44,84) (52,38)

(41,35) 10,54

(17,21) 52,17

(9,16) 29,80

0,75 (27,05)

136 Tabela A-8: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores Fabricação de móveis Fabricação de produtos diversos

Fonte: Secex/MDIC.

2006

2007

2008

2009

8.429,85

2.401,13

(9.975,26)

(8.712,97)

(16.191,05) (23.584,17) (21.151,64) (36.088,64) (35.734,87)

2010

2011

2012

2013

2014

8.404,78 (17,19) (1,01) (1,67) (37,46)

8.806,72 (22,29) (0,70) (44,76) (104,19)

8.987,74 (28,43) 0,80 (160,07) (203,67)

9.867,19 (40,16) 0,11 (144,71) (249,36)

13.115,19 (58,36) (3,29) (211,84) (317,24)

14.285,95 (98,22) 1,67 (320,25) (563,65)

12.074,04 (86,20) 0,73 (322,95) (883,64)

12.385,69 (76,07) (1,56) (386,28) (1.019,40)

10.779,11 (70,48) (2,14) (426,78) (1.180,18)

774,22

876,56

539,10

207,57

397,05

220,30

201,05

91,04

102,43

169,51

158,99

138,80

76,57

61,76

53,00

44,80

74,50

72,82

546,71

578,95

475,42

577,63

471,57

555,36

567,29

620,34

483,27

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

0,00

(1.612,05)

(3.327,32)

(4.531,88)

(3.115,53)

(5.811,93)

(9.745,18)

(4.995,40) (11.366,29)

(3.886,22)

(5.120,84)

(8.218,71)

(6.395,91)

(7.934,86)

(8.621,49)

(9.232,34) (11.064,82) (10.735,29)

(892,12)

(1.327,28)

(1.655,32)

(1.817,97)

(2.542,84)

(2.588,62)

(2.532,82)

(2.704,99)

(2.781,53)

9,31

(201,95)

(629,04)

(421,60)

(965,07)

(1.159,93)

(1.086,04)

(1.705,45)

(1.569,37)

329,20

317,67

119,78

64,12

(61,53)

(216,16)

(340,50)

(317,77)

(306,07)

1.287,24

1.040,04

240,94

134,54

(637,19)

(894,97)

(133,85)

(1.019,60)

(889,21)

66,93

34,87

(46,59)

(621,27)

(1.027,67)

(1.290,12)

(1.534,16)

(1.889,75)

(1.682,64)

(3.670,47)

(4.986,72)

(7.247,12)

(5.507,85)

(7.514,38)

(9.167,10)

(8.857,53) (10.250,02) (10.837,84)

(497,10)

(604,21)

(1.120,65)

(914,71)

(1.721,32)

(2.616,98)

(2.329,48)

(2.895,56)

(2.751,57)

(1.384,15)

(2.969,90)

(5.344,81)

(5.520,73)

(7.252,41)

(8.083,86)

(8.549,95)

(9.269,58)

(7.573,13)

6.252,96

5.637,26

4.957,23

2.341,69

3.788,00

4.648,48

3.836,91

2.637,06

1.194,33

2.639,17

3.757,80

3.942,55

2.950,53

2.514,50

2.533,55

3.383,43

2.896,31

2.371,37

(16,98) (33,78)

(3,28) (94,29)

(61,25) (130,08)

(52,47) (130,68)

(164,04) (315,14)

(174,07) (341,91)

(146,89) (228,13)

(383,40) (443,03)

(319,17) (370,04)

(9.242,77)

137 Tabela A-9: Relação VTI / VBPI da indústria da transformação brasileira segundo classificações selecionadas entre 1996 e 2014 (em %). Uso / Destino Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

G III

G II

G II sem RP

45,5% 44,3% 43,1% 40,6% 40,3% 40,0% 40,8% 37,9% 36,7% 35,0% 36,9% 37,1% 38,2% 39,3% 39,5% 40,3% 39,6% 38,7%

46,9% 45,3% 45,9% 48,5% 48,2% 46,5% 46,7% 45,5% 44,7% 44,8% 45,0% 46,0% 46,6% 47,2% 47,8% 47,1% 46,2% 46,3%

46,5% 45,3% 44,4% 45,6% 42,9% 42,4% 43,1% 41,3% 41,4% 40,0% 39,9% 39,8% 39,9% 40,1% 40,9% 39,3% 38,9% 39,3%

IT baseada na OCDE GI

AIT

MAIT

45,1% 44,9% 43,7% 42,6% 40,6% 40,4% 39,2% 38,8% 37,7% 39,8% 40,7% 40,4% 40,8% 42,1% 43,5% 43,7% 43,0% 42,6%

53,4% 51,5% 49,5% 46,0% 45,1% 44,0% 45,9% 42,5% 40,2% 40,9% 42,7% 42,5% 41,9% 42,3% 42,6% 42,5% 41,4% 41,7%

44,4% 42,9% 42,1% 41,0% 38,7% 38,1% 38,3% 36,2% 35,3% 34,0% 35,2% 36,0% 36,8% 38,1% 38,9% 38,9% 37,9% 37,1%

IT baseada na UNCTAD

MBIT

MBIT sem RP

BIT

50,9% 50,0% 50,9% 52,7% 53,3% 51,1% 51,2% 50,5% 49,6% 50,1% 49,9% 50,1% 50,8% 51,4% 51,5% 51,3% 50,6% 50,4%

51,2% 50,6% 49,6% 49,5% 47,3% 46,8% 47,3% 45,6% 46,1% 44,9% 44,4% 42,6% 43,0% 43,1% 43,3% 42,1% 42,2% 42,3%

41,2% 40,8% 39,6% 39,8% 38,1% 38,6% 37,9% 37,6% 36,6% 37,6% 38,6% 39,3% 39,8% 41,0% 42,4% 42,7% 42,2% 41,9%

AIT

AIT sem RP

MIT

BIT

ITRN

50,4% 48,3% 49,4% 49,8% 49,8% 47,0% 47,0% 46,1% 43,4% 45,9% 46,8% 48,1% 48,5% 49,3% 50,7% 50,6% 48,7% 48,4%

50,5% 48,8% 47,8% 46,1% 43,0% 41,8% 41,9% 39,4% 37,8% 38,3% 38,9% 37,5% 37,1% 37,6% 39,0% 37,9% 36,7% 36,8%

45,9% 44,8% 44,0% 41,9% 40,2% 39,6% 40,4% 38,4% 37,6% 36,0% 37,8% 37,7% 38,9% 40,4% 40,4% 41,1% 40,5% 39,6%

49,0% 48,6% 47,2% 48,4% 47,9% 47,3% 47,7% 45,7% 46,6% 44,5% 43,5% 43,1% 43,6% 43,4% 43,5% 41,6% 41,9% 41,9%

41,2% 40,9% 39,7% 39,8% 38,1% 38,7% 38,0% 37,6% 36,6% 37,6% 38,6% 39,3% 39,8% 41,1% 42,4% 42,8% 42,3% 42,1%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Notas: 1) De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. 2) Sem RP = Sem Refino de Petróleo. 3) Para a metodologia das classificações, ver apêndice metodológico 1.4.

138 Tabela A-10: Relação VTI / VBPI da indústria da transformação paulista segundo classificações selecionadas entre 1996 e 2014 (em %). Uso / Destino Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

IT baseada na OCDE

IT baseada na UNCTAD

G III

G II

G II sem RP

GI

AIT

MAIT

MBIT

MBIT sem RP

BIT

AIT

AIT sem RP

MIT

BIT

ITRN

46,9% 45,5% 43,9% 40,0% 39,9% 40,4% 41,1% 38,7% 38,2% 35,8% 37,4% 37,2% 37,8% 39,1% 39,3% 40,4% 40,4% 38,4%

47,2% 45,9% 46,4% 49,2% 48,1% 47,5% 47,8% 45,4% 45,2% 45,4% 44,6% 44,0% 44,0% 45,1% 45,4% 45,6% 44,1% 44,2%

46,6% 45,5% 44,6% 46,0% 42,3% 42,4% 42,4% 40,2% 40,9% 39,9% 39,6% 40,1% 40,3% 41,1% 40,5% 40,3% 39,5% 39,1%

50,5% 50,4% 49,0% 48,3% 46,2% 43,7% 42,7% 43,0% 41,6% 44,2% 44,6% 43,5% 43,7% 44,8% 46,3% 45,9% 45,3% 45,1%

58,3% 53,9% 50,1% 45,0% 44,1% 44,6% 48,2% 45,3% 42,1% 44,3% 47,6% 45,3% 43,7% 42,2% 44,6% 44,2% 44,8% 46,3%

45,3% 44,2% 43,9% 41,7% 40,4% 39,5% 39,4% 37,7% 36,7% 34,9% 35,9% 36,9% 37,6% 39,4% 39,5% 39,7% 38,9% 36,8%

51,8% 51,2% 52,1% 54,6% 53,2% 52,2% 52,9% 51,1% 51,4% 51,8% 50,0% 47,4% 47,6% 48,7% 49,0% 50,3% 49,1% 49,1%

51,9% 51,4% 50,6% 51,1% 47,0% 46,5% 46,8% 45,0% 47,0% 46,0% 44,7% 42,8% 43,1% 43,9% 43,0% 43,7% 43,7% 43,2%

45,4% 45,1% 42,8% 43,8% 41,4% 40,9% 39,4% 39,3% 38,6% 40,1% 40,9% 40,8% 41,1% 42,7% 43,9% 43,8% 43,2% 43,0%

52,4% 50,4% 51,2% 49,9% 50,1% 48,6% 50,1% 48,5% 45,2% 47,3% 47,3% 45,2% 45,0% 45,2% 47,6% 47,4% 45,2% 46,0%

52,6% 50,5% 49,7% 46,6% 44,5% 43,5% 44,3% 42,2% 39,9% 40,3% 41,5% 39,8% 39,6% 39,5% 40,9% 40,0% 38,9% 39,4%

46,6% 45,9% 45,0% 42,1% 40,5% 39,8% 40,5% 39,1% 39,1% 37,3% 38,3% 38,3% 39,1% 41,1% 40,5% 41,6% 41,5% 39,2%

49,3% 48,8% 47,0% 50,1% 47,3% 47,1% 46,8% 44,1% 46,8% 44,8% 43,3% 43,0% 43,1% 44,3% 42,8% 43,2% 43,3% 42,1%

45,3% 44,9% 42,7% 43,6% 41,3% 40,9% 39,5% 39,3% 38,5% 40,0% 40,8% 40,8% 41,0% 42,5% 43,8% 43,9% 43,3% 43,2%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Notas: 1) De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. 2) Sem RP = Sem Refino de Petróleo. 3) Para a metodologia das classificações, ver apêndice metodológico 1.4.

139 Tabela A-11: Brasil: Participação no VTI da indústria da transformação brasileira segundo classificações selecionadas entre 1996 e 2014 (em %). Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

G III 23,7% 24,5% 23,3% 20,9% 22,2% 23,2% 22,5% 21,2% 22,4% 21,9% 22,6% 23,2% 23,8% 23,5% 24,5% 24,3% 23,3% 23,8%

Uso / Destino G II G II sem RP 35,7% 31,4% 35,1% 31,6% 35,8% 31,5% 40,7% 33,6% 43,4% 32,3% 41,4% 31,8% 42,9% 33,3% 45,3% 34,4% 45,7% 35,5% 45,5% 33,2% 44,5% 31,9% 47,5% 32,1% 47,8% 31,8% 43,4% 28,6% 43,0% 28,9% 42,4% 27,7% 42,3% 27,6% 42,7% 28,5%

GI

AIT

38,7% 38,8% 39,4% 36,8% 32,8% 33,6% 32,9% 31,7% 30,2% 31,2% 31,6% 29,3% 28,4% 33,0% 32,6% 33,2% 34,4% 33,5%

8,4% 8,4% 8,5% 8,9% 9,4% 9,4% 8,5% 6,8% 7,1% 6,9% 7,1% 6,2% 5,9% 5,6% 5,5% 5,2% 5,3% 5,4%

IT baseada na OCDE MBIT MAIT MBIT sem RP 27,9% 31,3% 27,0% 28,6% 31,5% 28,0% 27,7% 32,3% 27,9% 26,3% 33,1% 26,0% 25,1% 37,0% 25,9% 25,8% 34,6% 25,0% 25,9% 34,7% 25,1% 26,2% 36,4% 25,5% 27,1% 36,8% 26,5% 26,0% 38,5% 26,2% 25,9% 38,3% 25,8% 27,2% 39,0% 23,5% 27,8% 39,8% 23,8% 27,3% 36,8% 22,0% 28,0% 36,5% 22,4% 28,1% 36,2% 21,5% 27,0% 36,3% 21,6% 27,1% 36,5% 22,2%

BIT

AIT

30,4% 30,0% 30,1% 30,0% 26,9% 28,5% 29,2% 28,8% 27,4% 27,2% 27,4% 27,4% 26,4% 30,1% 29,8% 30,4% 31,3% 30,9%

28,6% 27,7% 28,2% 31,9% 34,9% 32,9% 31,3% 31,2% 30,7% 31,6% 31,3% 31,7% 31,9% 29,8% 28,7% 29,0% 29,0% 29,0%

IT baseada na UNCTAD AIT MIT BIT sem RP 24,3% 23,0% 14,7% 24,2% 24,0% 15,4% 23,8% 23,0% 15,8% 24,8% 19,8% 15,4% 23,8% 19,8% 15,5% 23,3% 20,0% 15,7% 21,7% 20,1% 16,4% 20,3% 21,0% 16,1% 20,4% 21,2% 18,0% 19,3% 21,4% 17,4% 18,7% 21,9% 17,0% 16,3% 22,7% 16,9% 15,9% 23,4% 17,2% 14,9% 23,8% 15,0% 14,6% 24,6% 15,3% 14,3% 24,6% 14,6% 14,3% 23,3% 14,7% 14,7% 23,7% 14,9%

ITRN 31,8% 31,4% 31,6% 31,2% 28,2% 29,8% 30,5% 29,9% 28,4% 28,2% 28,5% 28,5% 27,4% 31,3% 31,2% 31,7% 32,8% 32,3%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Notas: 1) De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. 2) Sem RP = Sem Refino de Petróleo. 3) Para a metodologia das classificações, ver apêndice metodológico 1.4.

140 Tabela A-12: São Paulo: Participação no VTI da indústria da transformação paulista segundo classificações selecionadas entre 1996 e 2014 (em %). Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

G III 29,9% 30,3% 30,2% 26,2% 27,2% 29,0% 27,3% 25,9% 28,3% 26,7% 27,2% 29,5% 30,5% 29,6% 31,2% 30,6% 30,2% 29,7%

Uso / Destino G II G II sem RP 33,7% 29,4% 33,3% 29,6% 33,1% 28,8% 37,9% 30,9% 40,5% 29,5% 39,4% 29,3% 41,1% 29,7% 43,4% 31,9% 42,8% 32,0% 43,2% 30,9% 41,3% 29,9% 42,7% 32,3% 42,9% 32,7% 39,3% 30,0% 38,3% 29,0% 38,4% 28,2% 38,0% 28,0% 39,8% 28,8%

GI

AIT

36,4% 36,4% 36,7% 35,9% 32,3% 31,5% 31,5% 30,7% 28,8% 30,0% 31,4% 27,8% 26,6% 31,1% 30,5% 30,9% 31,8% 30,6%

10,1% 10,6% 11,4% 12,5% 12,6% 12,7% 11,1% 9,1% 9,9% 9,2% 9,8% 9,4% 9,0% 8,0% 8,2% 7,8% 8,7% 9,0%

IT baseada na OCDE MBIT MAIT MBIT sem RP 34,7% 30,1% 25,7% 34,6% 30,2% 26,5% 34,3% 30,4% 26,1% 31,1% 31,8% 24,8% 29,9% 35,7% 24,7% 31,0% 33,3% 23,2% 30,8% 34,4% 23,1% 31,6% 35,7% 24,2% 32,4% 35,3% 24,5% 31,1% 37,4% 25,2% 31,1% 35,5% 24,1% 34,4% 33,2% 22,9% 35,3% 34,0% 23,7% 35,7% 31,2% 21,9% 36,5% 30,6% 21,3% 35,4% 31,0% 20,8% 34,4% 30,7% 20,7% 33,7% 32,3% 21,3%

BIT

AIT

25,2% 24,6% 23,9% 24,6% 21,8% 23,1% 23,6% 23,5% 22,3% 22,2% 23,6% 22,9% 21,6% 25,0% 24,6% 25,5% 25,9% 24,7%

31,7% 31,6% 32,6% 37,3% 40,4% 38,6% 37,5% 36,4% 35,6% 35,2% 34,6% 31,8% 32,0% 29,3% 29,0% 29,1% 29,3% 31,5%

IT baseada na UNCTAD AIT MIT BIT sem RP 27,4% 30,3% 11,7% 27,9% 30,6% 12,1% 28,4% 29,8% 12,6% 30,4% 24,8% 12,3% 29,5% 24,5% 12,1% 28,6% 24,9% 12,3% 26,2% 25,2% 12,7% 24,9% 27,0% 12,3% 24,7% 27,4% 14,0% 22,9% 27,5% 14,4% 23,2% 27,5% 13,6% 21,4% 30,0% 14,3% 21,8% 30,7% 15,0% 20,1% 31,2% 13,7% 19,7% 32,3% 13,1% 18,9% 31,6% 12,6% 19,2% 30,8% 12,7% 20,5% 29,9% 12,7%

ITRN 26,2% 25,6% 24,9% 25,5% 22,9% 24,1% 24,5% 24,3% 23,0% 22,8% 24,2% 23,8% 22,3% 25,8% 25,5% 26,4% 26,8% 25,7%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Notas: 1) De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. 2) Sem RP = Sem Refino de Petróleo. 3) Para a metodologia das classificações, ver apêndice metodológico 1.4.

141 Tabela A-13: Participação da indústria da transformação paulista no VTI brasileiro segundo classificações selecionadas entre 1996 e 2014 (em %). Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

G III 64,2% 63,2% 66,2% 61,2% 58,0% 58,2% 54,8% 53,5% 54,5% 53,2% 51,7% 51,8% 50,3% 49,8% 49,9% 49,1% 49,4% 46,5%

Uso / Destino G II G II sem RP 48,0% 47,6% 48,5% 47,9% 47,2% 46,8% 45,4% 45,0% 44,0% 43,2% 44,3% 43,0% 43,3% 40,4% 41,9% 40,7% 40,4% 38,9% 41,4% 40,7% 39,8% 40,1% 36,6% 40,9% 35,2% 40,4% 35,8% 41,6% 34,8% 39,2% 35,4% 39,7% 34,2% 38,6% 34,7% 37,7%

GI

AIT

47,9% 48,0% 47,7% 47,5% 46,5% 43,7% 43,4% 42,4% 41,2% 42,0% 42,6% 38,6% 36,8% 37,2% 36,5% 36,3% 35,2% 34,0%

60,8% 64,4% 68,4% 68,5% 63,6% 62,9% 59,4% 58,8% 60,3% 57,7% 59,5% 61,4% 60,0% 56,7% 58,9% 59,1% 62,5% 62,2%

IT baseada na OCDE MBIT MAIT MBIT sem RP 63,2% 48,8% 48,5% 61,9% 49,0% 48,4% 63,5% 48,2% 47,9% 57,6% 46,8% 46,6% 56,2% 45,5% 45,1% 55,9% 44,8% 43,3% 53,8% 44,8% 41,5% 52,9% 42,9% 41,6% 51,6% 41,4% 39,8% 52,2% 42,5% 42,0% 51,5% 39,7% 40,0% 51,4% 34,7% 39,5% 49,8% 33,5% 39,2% 51,8% 33,5% 39,5% 50,9% 32,7% 37,0% 49,1% 33,4% 37,8% 48,6% 32,2% 36,4% 46,3% 33,0% 35,8%

BIT

AIT

39,7% 39,9% 38,7% 37,9% 36,1% 35,6% 34,5% 33,7% 33,2% 34,0% 35,1% 34,1% 32,1% 32,8% 32,3% 32,7% 31,5% 29,8%

56,4% 58,4% 59,3% 57,0% 54,7% 54,7% 54,3% 51,1% 50,1% 48,7% 47,4% 40,8% 39,4% 39,0% 39,5% 39,2% 38,4% 40,6%

IT baseada na UNCTAD AIT MIT BIT sem RP 57,4% 67,3% 40,4% 59,0% 65,3% 40,3% 61,0% 66,2% 40,9% 59,8% 61,2% 38,9% 58,5% 58,5% 37,0% 57,2% 58,3% 36,5% 54,6% 56,6% 35,1% 53,8% 56,4% 33,4% 52,2% 55,7% 33,5% 51,9% 56,0% 36,1% 53,1% 53,8% 34,2% 53,5% 53,8% 34,6% 53,8% 51,4% 34,0% 53,2% 51,8% 36,2% 52,6% 51,3% 33,4% 51,8% 50,0% 33,7% 51,1% 50,3% 32,9% 52,1% 47,1% 31,5%

ITRN 42,0% 41,8% 40,4% 39,8% 38,4% 37,7% 36,3% 35,6% 34,9% 35,4% 36,5% 34,0% 31,9% 32,6% 32,0% 32,5% 31,2% 29,6%

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual. Notas: 1) De 1996 a 2006, valores compatibilizados a partir da CNAE 1.0 segundo metodologia de Sampaio (2015). Ver apêndice metodológico 1.1 a esse respeito. 2) Sem RP = Sem Refino de Petróleo. 3) Para a metodologia das classificações, ver apêndice metodológico 1.4.

142 Tabela A-14: Brasil: Participação no VTI da indústria da transformação brasileira por setor de atividade entre 1996 e 2013 (em %). Cnae 2.0 e Descrição

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

C

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

14,4% 3,7% 1,1% 3,5% 2,2%

15,3% 3,4% 1,1% 3,0% 2,0%

15,0% 3,6% 1,0% 3,2% 2,1%

14,3% 3,1% 1,1% 3,4% 1,9%

11,6% 3,4% 0,8% 3,0% 1,7%

13,4% 3,8% 0,9% 2,7% 1,7%

14,1% 3,1% 0,9% 2,6% 1,5%

15,0% 2,5% 0,8% 2,3% 1,4%

14,0% 2,6% 0,8% 2,3% 1,4%

0,4%

0,4%

0,4%

0,4%

0,4%

0,5%

0,6%

0,6%

0,5%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

1,2%

1,2%

1,2%

1,5%

1,3%

1,4%

1,6%

1,7%

1,7%

3,9%

3,5%

3,7%

4,3%

4,6%

4,1%

4,8%

4,6%

4,1%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

5,1%

5,4%

5,5%

4,4%

4,4%

3,9%

3,4%

3,3%

3,2%

5,9%

4,9%

5,3%

7,9%

12,0%

10,3%

10,1%

11,8%

10,8%

9,2%

9,0%

8,9%

10,7%

9,2%

9,3%

9,2%

9,4%

9,6%

3,7%

3,7%

4,0%

3,8%

3,2%

2,8%

2,8%

2,7%

2,5%

4,2%

4,3%

4,3%

4,1%

3,9%

3,5%

3,5%

4,1%

3,7%

3,6%

3,8%

4,3%

4,0%

4,0%

4,1%

4,2%

3,9%

3,5%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

5,6%

6,0%

5,8%

6,3%

6,6%

6,4%

7,3%

7,7%

9,7%

4,1%

4,1%

4,2%

3,7%

3,5%

3,9%

3,6%

3,3%

3,6%

4,6%

4,4%

4,0%

4,2%

5,1%

5,1%

4,2%

3,1%

3,5%

3,8%

3,7%

3,6%

3,0%

2,7%

3,0%

2,6%

2,2%

2,1%

5,6%

6,0%

5,7%

5,1%

4,7%

5,2%

5,2%

4,8%

5,1%

8,7%

9,2%

8,7%

6,9%

7,8%

7,4%

8,0%

8,4%

8,8%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

0,9%

1,1%

1,2%

1,5%

1,7%

2,2%

2,2%

1,9%

2,2%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

1,4% 1,3%

1,4% 1,3%

1,5% 1,3%

1,2% 1,3%

1,3% 1,3%

1,3% 1,1%

1,3% 1,1%

1,1% 1,0%

1,1% 0,9%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,3%

0,3%

0,8%

0,9%

10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

143 Tabela A-14: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

C

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

14,2% 3,0% 0,7% 2,2% 1,4%

14,2% 3,1% 0,8% 2,2% 1,5%

12,7% 3,3% 0,8% 1,9% 1,9%

13,0% 3,0% 0,8% 1,7% 1,8%

15,2% 3,7% 0,9% 1,9% 2,3%

15,2% 3,5% 0,7% 1,9% 2,3%

16,0% 3,5% 0,7% 1,8% 2,5%

16,8% 3,5% 0,8% 1,8% 2,5%

16,7% 3,3% 0,7% 1,7% 2,4%

0,5%

0,4%

1,6%

1,6%

1,6%

1,7%

1,7%

1,8%

1,7%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

1,5%

1,4%

1,4%

1,3%

1,2%

1,2%

1,1%

1,2%

1,2%

3,7%

3,8%

3,8%

3,3%

3,4%

3,3%

3,1%

3,1%

3,3%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

3,2%

3,1%

1,0%

0,9%

1,0%

1,1%

1,1%

1,0%

0,9%

13,1%

13,5%

16,5%

17,4%

15,9%

15,0%

15,5%

15,4%

15,4%

8,4%

7,6%

8,0%

7,7%

7,2%

7,1%

7,2%

7,3%

7,2%

2,9%

3,0%

2,7%

2,5%

2,7%

2,4%

2,3%

2,2%

2,2%

3,8%

3,7%

3,5%

3,3%

3,7%

3,7%

3,7%

3,7%

3,8%

3,3%

3,5%

3,3%

3,4%

3,7%

3,8%

3,9%

4,1%

3,9%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

8,7%

8,4%

8,4%

8,6%

5,6%

6,1%

5,1%

5,0%

5,4%

4,2%

3,9%

3,9%

4,1%

4,2%

4,0%

4,0%

3,9%

3,9%

3,3%

3,3%

2,9%

2,8%

2,5%

2,6%

2,5%

2,5%

2,7%

2,3%

2,4%

2,8%

2,8%

3,0%

3,0%

2,9%

2,9%

3,0%

4,6%

4,6%

4,7%

4,8%

4,5%

5,0%

5,2%

5,2%

5,2%

8,9%

9,2%

9,9%

10,6%

10,7%

10,9%

10,9%

9,7%

9,8%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

1,9%

2,0%

1,9%

1,8%

1,6%

1,7%

1,6%

1,6%

1,7%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

1,0% 0,9%

1,1% 1,0%

1,1% 1,0%

1,0% 0,9%

1,2% 1,1%

1,4% 1,1%

1,3% 1,1%

1,4% 1,3%

1,4% 1,2%

0,9%

1,0%

1,0%

1,0%

1,2%

1,3%

1,3%

1,4%

1,4%

10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

144 Tabela A-15: Brasil: Relação VTI / VBPI da indústria da transformação brasileira por setor de atividade entre 1996 e 2013 (em %). 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

46,7%

45,6%

45,0%

45,1%

44,3%

43,4%

43,3%

42,2%

41,1%

38,8% 56,2% 59,6% 43,5% 44,5%

39,7% 52,8% 52,8% 41,6% 42,9%

36,9% 52,4% 54,6% 43,2% 41,9%

36,5% 53,8% 60,3% 44,4% 43,9%

32,6% 55,5% 57,5% 42,2% 44,6%

34,8% 54,2% 58,9% 40,8% 45,9%

33,8% 51,4% 51,1% 41,0% 45,6%

35,9% 46,3% 48,1% 37,6% 45,2%

33,7% 50,3% 41,8% 38,5% 46,5%

8,4%

8,8%

9,1%

8,2%

8,0%

9,1%

10,1%

9,6%

9,5%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

49,0%

48,8%

48,7%

51,8%

51,2%

51,3%

51,5%

48,7%

48,2%

49,3%

48,8%

49,2%

49,8%

53,2%

50,4%

52,3%

49,5%

49,6%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

69,3%

72,0%

69,8%

65,3%

64,0%

61,4%

62,1%

61,9%

63,0%

47,9%

43,0%

56,3%

66,2%

71,2%

64,3%

62,6%

64,7%

60,1%

43,1%

40,6%

39,5%

41,0%

35,8%

35,5%

35,1%

33,3%

32,0%

64,5%

63,0%

63,4%

59,7%

60,7%

54,8%

56,8%

56,9%

55,7%

49,9%

48,5%

46,4%

45,5%

39,0%

38,9%

40,4%

39,6%

38,6%

51,6%

52,6%

53,2%

52,6%

52,7%

53,6%

55,4%

52,2%

51,3%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

43,6%

44,0%

41,8%

44,4%

44,9%

43,1%

43,7%

43,1%

45,9%

52,8%

50,6%

48,2%

49,8%

46,1%

47,5%

47,8%

43,7%

45,6%

46,9%

44,7%

41,8%

38,7%

38,6%

39,0%

38,7%

34,0%

32,7%

49,4%

47,0%

46,8%

45,5%

42,4%

44,7%

42,6%

40,1%

37,8%

54,1%

53,0%

48,8%

50,2%

47,5%

45,6%

46,1%

43,3%

42,6%

39,4%

39,0%

39,7%

34,8%

37,0%

35,1%

36,9%

34,7%

33,9%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

45,8%

43,6%

40,0%

40,9%

41,8%

43,3%

47,0%

41,5%

38,5%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

42,3% 57,3%

41,1% 56,0%

40,8% 54,9%

39,3% 54,3%

37,5% 56,7%

38,8% 52,7%

40,4% 52,2%

38,5% 51,2%

37,7% 50,5%

52,8%

53,4%

56,1%

56,3%

54,7%

50,7%

59,0%

56,0%

58,9%

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

145 Tabela A-15: Continuação. 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

41,2%

42,1%

42,0%

42,6%

43,4%

44,1%

44,1%

43,4%

43,0%

35,3% 53,2% 42,1% 39,8% 42,0%

35,8% 53,5% 46,9% 40,3% 46,4%

33,0% 55,1% 50,2% 39,5% 46,6%

34,0% 55,7% 50,9% 41,1% 45,8%

35,2% 56,1% 52,3% 41,6% 50,3%

37,1% 55,5% 46,0% 42,2% 53,6%

37,8% 55,3% 54,7% 40,8% 52,8%

36,8% 56,9% 56,4% 42,0% 53,0%

36,6% 56,8% 53,0% 41,2% 53,1%

10,5%

10,4%

41,3%

44,9%

50,0%

49,8%

49,9%

51,0%

50,2%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

45,3%

46,0%

47,3%

48,1%

49,3%

51,5%

49,4%

49,2%

51,1%

45,7%

48,7%

47,6%

46,9%

46,6%

47,1%

48,3%

47,9%

48,8%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

63,8%

63,9%

57,5%

57,4%

53,8%

54,8%

55,7%

53,7%

54,9%

64,5%

64,9%

66,0%

66,5%

67,9%

69,5%

71,6%

68,7%

68,0%

31,5%

30,9%

32,5%

32,2%

33,1%

35,4%

33,7%

32,4%

32,2%

61,6%

64,3%

64,5%

62,0%

61,1%

62,1%

60,7%

58,9%

58,9%

39,3%

39,6%

38,4%

38,3%

41,3%

41,8%

41,0%

40,8%

41,0%

48,9%

48,9%

48,5%

48,1%

48,3%

49,1%

48,6%

48,8%

47,4%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

42,0%

40,6%

39,7%

40,5%

35,8%

36,5%

32,3%

32,3%

33,9%

45,3%

44,0%

44,8%

45,1%

49,2%

48,5%

47,8%

47,0%

47,7%

32,8%

33,3%

33,3%

34,0%

33,8%

33,4%

33,5%

32,8%

33,0%

37,5%

36,8%

38,0%

38,7%

39,6%

40,0%

40,6%

41,1%

42,1%

40,2%

41,3%

40,1%

40,0%

43,2%

42,8%

43,9%

44,3%

41,6%

31,5%

34,2%

35,2%

37,3%

38,1%

37,6%

38,6%

36,8%

35,6%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

35,2%

39,6%

38,8%

37,8%

36,5%

40,8%

40,0%

40,6%

41,5%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

37,4% 53,0%

37,0% 52,6%

39,3% 54,8%

39,7% 55,3%

41,6% 59,0%

44,3% 58,3%

45,3% 58,6%

45,4% 59,8%

46,0% 58,3%

63,3%

67,0%

58,7%

59,2%

59,3%

66,1%

68,9%

69,2%

67,3%

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

146 Tabela A-16: São Paulo: Participação no VTI da indústria da transformação paulista por setor de atividade entre 1996 e 2013 (em %). Cnae 2.0 e Descrição

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

C

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

11,6% 2,5% 0,1% 3,4% 1,6%

12,4% 2,2% 0,1% 3,0% 1,5%

11,6% 2,6% 0,1% 2,9% 1,6%

12,4% 2,2% 0,0% 2,8% 1,4%

9,5% 2,4% 0,0% 2,7% 1,3%

11,0% 2,4% 0,0% 2,5% 1,3%

12,1% 1,9% 0,0% 2,3% 1,0%

12,3% 1,5% 0,0% 2,3% 1,0%

11,1% 1,5% 0,0% 2,2% 1,0%

1,0%

0,8%

0,6%

0,7%

0,7%

0,8%

0,8%

0,8%

1,2%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

0,4%

0,5%

0,5%

0,5%

0,6%

0,6%

0,5%

0,6%

0,6%

4,5%

4,0%

4,0%

4,5%

4,6%

4,6%

4,8%

5,0%

4,7%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

5,9%

6,2%

6,3%

5,4%

5,4%

4,8%

4,2%

4,2%

4,1%

6,1%

5,3%

5,1%

7,8%

12,0%

10,8%

12,0%

12,6%

11,6%

9,7%

9,5%

9,8%

11,6%

10,3%

10,4%

10,2%

10,4%

9,9%

5,2%

5,4%

5,7%

5,8%

5,0%

4,2%

4,4%

4,5%

4,1%

5,3%

5,5%

5,3%

5,4%

5,0%

4,4%

4,6%

5,7%

4,9%

2,9%

3,1%

3,2%

3,1%

3,0%

3,0%

3,2%

2,9%

2,8%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

3,0%

3,0%

3,1%

3,5%

3,5%

3,6%

4,3%

4,4%

5,9%

4,4%

4,6%

4,7%

4,1%

3,9%

4,3%

3,8%

3,7%

4,0%

4,6%

4,7%

4,9%

5,0%

5,6%

5,6%

3,6%

2,7%

3,4%

4,5%

4,4%

4,7%

4,0%

3,2%

3,6%

3,0%

2,7%

2,5%

7,1%

7,1%

7,1%

6,0%

5,6%

6,8%

6,5%

6,3%

6,7%

12,8%

13,0%

12,1%

8,9%

10,2%

9,6%

10,4%

11,2%

11,8%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

0,6%

0,8%

1,2%

2,0%

2,4%

3,2%

3,4%

2,3%

3,0%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

1,1% 1,4%

1,0% 1,4%

1,0% 1,5%

0,9% 1,5%

1,1% 1,7%

1,0% 1,3%

0,9% 1,3%

0,8% 1,3%

0,6% 1,1%

0,3%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,3%

0,3%

0,7%

0,9%

10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

147 Tabela A-16: Continuação. Cnae 2.0 e Descrição

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

C

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

100%

11,7% 1,9% 0,0% 2,2% 1,0%

12,3% 1,9% 0,0% 2,2% 1,1%

10,9% 2,2% 0,0% 2,0% 1,9%

10,8% 1,9% 0,0% 1,9% 1,4%

13,7% 2,1% 0,0% 2,0% 2,0%

14,2% 2,0% 0,0% 2,0% 1,4%

14,7% 1,8% 0,0% 1,8% 2,1%

15,1% 1,9% 0,0% 1,9% 1,8%

14,4% 2,0% 0,0% 1,7% 1,7%

0,7%

0,8%

0,6%

0,7%

0,7%

0,6%

0,7%

0,8%

0,8%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

0,6%

0,6%

0,6%

0,5%

0,6%

0,6%

0,6%

0,7%

0,6%

4,2%

4,6%

4,8%

4,3%

3,8%

3,8%

3,7%

3,6%

3,5%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

4,0%

3,8%

1,0%

1,1%

1,1%

1,3%

1,3%

1,1%

1,0%

13,3%

12,7%

12,1%

12,7%

10,7%

10,3%

11,1%

10,8%

12,4%

8,7%

8,3%

9,2%

9,3%

9,5%

9,2%

8,9%

8,8%

9,1%

4,8%

5,3%

5,1%

4,6%

4,7%

4,4%

4,1%

4,4%

4,2%

5,1%

4,7%

4,9%

4,6%

4,9%

5,0%

5,0%

5,2%

5,3%

2,7%

2,9%

2,9%

2,9%

3,3%

3,3%

3,4%

3,4%

3,1%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

5,4%

5,3%

5,5%

5,6%

3,7%

3,5%

3,2%

3,2%

3,6%

5,1%

4,2%

4,8%

5,4%

5,4%

5,0%

4,6%

4,4%

4,5%

2,9%

3,0%

2,9%

2,9%

2,3%

2,8%

2,6%

3,0%

3,6%

3,0%

3,0%

3,4%

3,8%

3,7%

3,7%

3,4%

3,7%

3,6%

6,4%

6,6%

7,4%

7,4%

6,7%

7,3%

7,9%

7,7%

7,5%

11,4%

11,7%

12,9%

13,5%

14,3%

14,7%

13,9%

12,9%

12,1%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

2,2%

2,0%

2,0%

2,0%

1,5%

1,7%

1,7%

1,8%

1,7%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

0,6% 1,1%

0,7% 1,2%

0,8% 1,1%

0,7% 1,1%

0,8% 1,3%

0,9% 1,3%

1,0% 1,3%

1,0% 1,6%

1,0% 1,4%

0,8%

0,9%

0,8%

0,8%

1,0%

1,1%

1,1%

1,2%

1,3%

10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

148 Tabela A-17: São Paulo: Relação VTI / VBPI da indústria da transformação paulista por setor de atividade entre 1996 e 2013 (em %). 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

48,2%

47,3%

46,5%

46,1%

45,0%

44,0%

44,2%

42,8%

41,9%

44,6% 50,9% 50,2% 42,4% 38,9%

44,8% 49,1% 55,9% 43,2% 38,0%

41,7% 45,8% 48,2% 41,4% 37,4%

42,8% 47,4% 28,4% 40,8% 40,3%

36,8% 53,0% 34,4% 39,3% 41,4%

37,4% 49,3% 27,5% 39,2% 40,4%

35,8% 45,7% 28,6% 38,4% 39,3%

38,0% 38,4% 34,6% 36,1% 42,0%

35,0% 41,8% 28,6% 37,9% 43,8%

43,7%

40,5%

37,1%

41,5%

35,0%

34,1%

34,3%

33,8%

37,0%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

51,7%

51,5%

50,7%

49,7%

54,2%

48,1%

51,1%

49,9%

47,8%

50,4%

49,0%

48,6%

48,5%

50,1%

49,8%

50,1%

45,0%

47,7%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

69,6%

73,4%

71,5%

65,4%

63,2%

59,5%

61,3%

63,6%

66,3%

47,9%

44,8%

56,8%

67,6%

70,0%

67,9%

67,8%

67,2%

62,4%

43,8%

41,9%

42,3%

42,6%

39,4%

38,3%

37,4%

35,3%

32,8%

64,9%

62,9%

63,8%

59,7%

60,6%

53,5%

57,4%

57,7%

56,0%

50,0%

49,2%

47,4%

46,3%

39,0%

38,9%

41,0%

39,7%

40,4%

50,6%

53,4%

53,0%

51,7%

48,7%

50,7%

52,4%

47,5%

50,1%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

42,0%

40,8%

37,5%

47,2%

43,2%

41,7%

41,9%

40,2%

46,2%

52,3%

50,4%

48,4%

49,2%

46,0%

48,0%

47,2%

44,3%

45,2%

52,7%

46,4%

41,7%

35,9%

35,0%

38,3%

36,7%

33,6%

31,5%

51,2%

49,8%

48,6%

46,9%

42,4%

43,8%

43,1%

39,4%

36,7%

56,1%

54,1%

49,5%

50,5%

47,9%

47,3%

47,0%

44,7%

44,6%

40,1%

40,1%

40,5%

34,4%

37,2%

34,7%

36,1%

35,6%

35,5%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

53,2%

50,4%

41,9%

42,1%

46,1%

47,9%

54,5%

45,4%

45,2%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

43,8% 56,7%

40,5% 57,1%

41,1% 57,4%

39,9% 57,3%

40,3% 60,0%

41,8% 54,6%

41,8% 52,2%

38,6% 51,8%

36,1% 48,8%

57,6%

55,9%

55,8%

63,7%

57,2%

56,5%

59,3%

48,7%

54,4%

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

149 Tabela A-17: Continuação. 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

42,1%

42,4%

41,6%

41,9%

43,0%

43,5%

44,0%

43,3%

42,6%

38,5% 46,6% 25,1% 40,3% 32,9%

38,1% 45,8% 37,8% 39,5% 43,8%

37,5% 47,5% 41,1% 40,1% 42,5%

39,2% 47,6% 42,5% 40,9% 36,6%

41,3% 46,4% 57,5% 40,9% 43,8%

42,7% 44,8% 64,1% 41,9% 47,3%

43,0% 43,8% 48,6% 40,5% 45,6%

41,6% 45,4% 53,0% 42,4% 45,2%

41,1% 47,7% 28,7% 41,1% 48,4%

35,9%

37,8%

32,5%

36,1%

38,9%

43,2%

40,1%

45,3%

47,0%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

47,6%

48,7%

46,8%

43,2%

48,9%

52,1%

51,3%

54,3%

48,1%

44,9%

48,4%

47,5%

46,5%

46,2%

46,7%

47,5%

46,4%

46,5%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

63,9%

64,0%

55,1%

56,0%

55,1%

59,0%

58,9%

57,7%

56,7%

66,7%

63,0%

58,7%

58,8%

61,1%

65,9%

68,2%

63,6%

63,4%

31,6%

31,4%

34,0%

34,2%

36,0%

37,2%

35,1%

33,0%

32,8%

63,3%

67,3%

66,6%

65,3%

61,2%

63,2%

61,1%

61,1%

61,3%

41,8%

40,6%

40,0%

40,0%

42,4%

42,1%

42,1%

42,0%

42,9%

47,7%

48,4%

49,4%

47,9%

48,9%

48,8%

48,7%

48,9%

44,6%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

41,0%

40,0%

38,4%

38,6%

33,6%

32,3%

33,0%

32,8%

33,4%

45,9%

42,5%

43,8%

44,2%

49,1%

46,8%

45,5%

45,1%

46,1%

32,7%

33,3%

31,9%

31,9%

30,0%

31,9%

31,9%

33,0%

35,7%

38,3%

35,8%

36,4%

37,8%

37,2%

38,0%

37,9%

40,0%

39,8%

41,2%

42,1%

41,3%

42,0%

44,4%

43,4%

45,5%

46,1%

42,6%

32,5%

35,0%

35,5%

36,7%

39,3%

38,2%

39,1%

37,9%

34,4%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

37,6%

42,8%

38,9%

35,9%

31,7%

40,6%

41,6%

42,4%

45,4%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

36,6% 53,6%

35,5% 52,8%

43,1% 53,1%

38,9% 54,9%

39,1% 59,0%

43,5% 57,0%

46,5% 60,0%

46,3% 60,4%

46,8% 58,4%

58,1%

62,3%

63,4%

60,2%

60,3%

64,7%

71,2%

73,0%

72,2%

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

150 Tabela A-18: São Paulo: Participação da indústria da transformação paulista no VTI brasileiro por setor de atividade entre 1996 e 2013 (em %). 1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

50,9%

51,2%

51,2%

48,8%

47,2%

46,6%

45,2%

43,8%

43,2%

41,2% 33,6% 6,0% 49,8% 37,4%

41,4% 33,5% 6,3% 51,1% 38,5%

39,6% 36,4% 4,0% 47,5% 39,5%

42,3% 34,3% 0,8% 41,0% 35,5%

38,8% 32,8% 0,7% 43,0% 34,2%

38,3% 29,3% 0,5% 42,5% 34,8%

38,9% 28,2% 1,3% 40,2% 30,2%

36,1% 26,1% 2,4% 43,3% 32,1%

34,3% 25,0% 2,1% 41,2% 31,1%

116,0%

100,0%

72,6%

81,0%

77,7%

72,8%

61,7%

60,1%

99,7%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

18,7%

20,6%

22,0%

17,4%

21,7%

18,5%

15,6%

15,4%

15,1%

59,1%

57,8%

55,5%

51,3%

47,3%

51,8%

45,5%

47,1%

49,0%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

58,7%

58,1%

59,2%

59,4%

59,1%

56,7%

55,5%

56,7%

56,3%

52,5%

55,5%

50,0%

48,1%

47,3%

48,8%

53,4%

47,1%

46,2%

53,7%

54,4%

56,2%

53,2%

53,1%

52,1%

50,0%

48,6%

44,9%

71,9%

74,2%

73,4%

74,3%

73,7%

71,4%

72,1%

73,2%

71,0%

64,6%

65,3%

62,4%

63,4%

60,5%

59,5%

59,5%

60,6%

57,7%

41,1%

41,5%

38,7%

38,7%

35,5%

33,9%

35,0%

32,8%

34,8%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

27,1%

25,9%

27,3%

27,2%

25,2%

26,2%

26,5%

24,9%

26,3%

54,6%

57,6%

57,3%

53,5%

53,1%

52,1%

47,3%

49,0%

48,8%

51,5%

55,1%

61,7%

58,7%

51,4%

50,8%

39,2%

38,3%

42,9%

60,5%

61,1%

66,9%

64,4%

57,3%

55,2%

51,8%

52,8%

52,1%

64,7%

61,0%

63,8%

58,3%

56,2%

60,9%

56,7%

57,1%

57,0%

75,0%

72,3%

71,7%

62,8%

61,4%

59,8%

59,0%

58,2%

57,8%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

37,2%

39,1%

51,6%

64,5%

68,6%

67,8%

68,8%

54,7%

59,3%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

39,2% 55,8%

37,1% 55,0%

36,4% 58,5%

36,9% 57,4%

40,4% 60,6%

37,4% 53,8%

32,4% 57,9%

30,4% 58,3%

26,6% 52,7%

66,5%

53,0%

58,5%

57,6%

53,3%

53,6%

52,2%

40,7%

45,2%

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

151 Tabela A-18: Continuação. 2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

43,7%

42,9%

40,7%

39,2%

39,6%

39,1%

39,0%

38,1%

37,3%

35,9% 27,4% 1,9% 42,8% 30,0%

37,2% 26,0% 2,4% 43,6% 32,2%

34,9% 27,1% 1,7% 42,4% 38,9%

32,7% 25,3% 1,4% 43,1% 31,7%

35,9% 23,2% 1,2% 41,2% 34,1%

36,3% 21,9% 1,5% 40,5% 24,7%

35,9% 20,4% 1,2% 40,6% 32,1%

34,3% 20,4% 2,2% 40,1% 27,6%

32,3% 22,7% 0,2% 38,2% 25,8%

64,5%

78,4%

16,5%

18,1%

15,9%

14,3%

15,9%

17,7%

17,0%

Fabricação de produtos de madeira Fabricação de celulose, papel e produtos de papel

16,6%

17,6%

16,8%

16,0%

21,2%

20,5%

22,2%

24,0%

18,3%

50,0%

51,6%

51,0%

50,1%

44,9%

44,9%

45,7%

44,6%

40,5%

Impressão e reprodução de gravações Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis

55,4%

52,7%

41,0%

45,0%

43,9%

46,0%

46,8%

41,5%

39,7%

44,3%

40,3%

30,0%

28,6%

26,5%

26,8%

28,0%

26,5%

30,0%

45,4%

46,6%

46,9%

47,1%

52,3%

50,4%

48,1%

45,7%

46,9%

73,8%

75,7%

75,7%

73,7%

68,9%

69,9%

70,3%

74,8%

71,3%

58,8%

55,3%

56,8%

55,4%

52,8%

52,5%

53,1%

53,6%

52,5%

36,4%

35,5%

35,9%

33,5%

35,0%

34,5%

33,2%

31,8%

29,3%

Metalurgia Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos

27,0%

27,0%

26,7%

25,5%

26,1%

22,6%

24,2%

24,6%

24,8%

52,6%

47,0%

50,1%

51,3%

50,6%

48,1%

45,3%

43,2%

43,1%

38,1%

39,2%

40,6%

40,3%

36,9%

42,0%

42,0%

45,2%

48,8%

56,4%

53,5%

50,4%

53,7%

48,6%

48,1%

47,0%

48,1%

44,3%

60,9%

61,1%

64,1%

61,1%

59,5%

57,4%

59,4%

56,9%

54,1%

56,1%

54,6%

53,3%

50,1%

53,2%

52,5%

49,6%

50,7%

46,0%

30

Fabricação de máquinas e equipamentos Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias Fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores

50,3%

43,7%

43,3%

43,5%

35,6%

38,1%

40,1%

41,6%

38,5%

31

Fabricação de móveis

32

Fabricação de produtos diversos Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos

26,6% 53,2%

27,1% 50,5%

30,8% 43,8%

26,2% 47,3%

26,6% 47,7%

26,0% 45,7%

27,9% 47,6%

25,2% 48,9%

25,2% 45,3%

39,0%

35,6%

31,4%

32,0%

32,7%

33,9%

32,8%

32,2%

32,5%

Cnae 2.0 e Descrição C 10

Indústrias de transformação Fabricação de produtos alimentícios

11

Fabricação de bebidas

12

Fabricação de produtos do fumo

13

Fabricação de produtos têxteis

14

Confecção de artigos do vestuário e acessórios Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados

15 16 17 18 19

20 Fabricação de produtos químicos Fabricação de produtos farmoquímicos e 21 farmacêuticos 22 23 24 25 26 27 28 29

33

Fabricação de produtos de borracha e de material plástico Fabricação de produtos de minerais nãometálicos

Fonte: IBGE: Pesquisa Industrial Anual.

Tabela A-19: Vendas do Estado de São Paulo para outros estados por setor de atividade econômica entre 2001 e 2010 (em R$ milhões). CNAE 2.0 e Descrição 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 TOTAL 187.673 207.064 257.375 313.291 338.422 364.543 404.017 488.327 452.258 534.309 C indústria da transformação 127.286 136.914 166.253 204.035 219.219 233.972 262.842 302.523 282.161 332.762 1 agricultura, pecuária e serviços relacionados 550 584 779 978 1.007 954 1.078 1.225 1.360 1.586 2 produção florestal 31 36 60 65 57 93 70 54 58 93 3 pesca e aqüicultura 1 1 1 1 1 1 0 1 0 0 5 extração de carvão mineral 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 extração de petróleo e gás natural 0 0 22 21 18 61 41 66 309 506 7 extração de minerais metálicos 7 23 21 30 31 36 35 29 32 31 8 extração de minerais não-metálicos 45 54 70 87 101 96 109 136 113 162 9 atividades de apoio à extração de minerais 29 78 130 117 98 87 77 15 111 77 10 fabricação de produtos alimentícios 11.418 12.886 16.174 17.345 17.846 18.811 19.698 22.182 22.701 25.440 11 fabricação de bebidas 2.930 2.375 2.604 3.119 3.188 3.352 3.751 4.027 4.456 5.906 12 fabricação de produtos do fumo 181 348 386 381 459 395 432 279 227 246 13 fabricação de produtos têxteis 4.451 5.016 5.521 6.731 6.652 6.880 7.535 7.771 7.826 8.945 14 confecção de artigos do vestuário e acessórios 2.578 2.726 2.864 3.352 3.674 3.936 4.015 4.318 4.263 5.347 15 preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos 1.195 para viagem 1.356 e calçados 1.516 1.835 1.911 2.072 2.140 2.250 2.129 2.633 16 fabricação de produtos de madeira 611 674 791 1.002 1.182 1.310 1.410 1.614 1.447 1.803 17 fabricação de celulose, papel e produtos de papel 5.621 6.236 7.374 8.870 9.169 9.878 9.692 9.648 9.841 10.964 18 impressão e reprodução de gravações 679 782 1.180 1.378 1.372 1.478 1.577 1.725 2.433 2.224 19 fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 8.202 7.056 7.865 5.921 5.434 6.074 6.792 9.723 9.943 11.825 20 fabricação de produtos químicos 17.963 19.782 25.255 31.059 30.872 31.164 35.015 38.333 36.210 40.849 21 fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 7.462 9.112 10.363 12.236 13.247 14.508 15.039 15.550 15.653 15.580 22 fabricação de produtos de borracha e de material plástico 8.088 9.031 11.321 12.708 13.616 15.284 15.465 16.865 16.612 19.912 23 fabricação de produtos de minerais não-metálicos 2.769 3.126 3.582 4.186 4.616 4.852 5.511 6.364 6.441 7.807 24 metalurgia 4.398 5.516 7.530 10.134 11.719 12.358 14.525 16.698 12.485 15.275 25 fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 4.187 4.699 5.776 7.373 8.088 9.193 11.028 12.785 10.761 13.194 26 fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos 7.130 e ópticos 5.111 6.285 10.372 10.694 10.740 12.306 14.832 12.363 13.473 27 fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 7.111 7.064 7.701 9.641 11.598 13.866 15.792 17.465 16.628 18.894 28 fabricação de máquinas e equipamentos 8.411 9.308 12.284 15.183 17.552 18.622 23.154 27.906 25.612 31.487 29 fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 18.546 20.897 25.188 36.147 40.795 43.023 51.558 65.026 57.007 71.698 30 fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos 448automotores 558 971 835 880 951 901 876 1.260 1.953 31 fabricação de móveis 968 1.050 1.033 1.259 1.409 1.593 1.695 2.017 2.007 2.492 32 fabricação de produtos diversos 1.829 2.078 2.268 2.568 2.866 3.256 3.451 3.846 3.445 4.251 33 manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 111 128 421 399 380 376 361 424 409 564 35 eletricidade, gás e outras utilidades 152 186 610 697 1.522 2.980 3.563 4.419 4.902 5.341 36 captação, tratamento e distribuição de água 2 2 4 2 15 2 15 3 0 1 37 esgoto e atividades relacionadas 4 6 13 8 7 8 6 8 3 37 38 coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais 46 42 63 89 158 284 107 397 293 322 39 descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 0 0 0 0 0 0 0 0 7 6 41 construção de edifícios 20 14 66 79 88 160 281 377 278 652 42 obras de infra-estrutura 179 193 259 423 577 625 877 895 1.018 1.251 43 serviços especializados para construção 114 102 260 306 354 563 562 591 713 862 45 comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas3.778 4.023 4.470 6.435 7.190 7.429 8.361 8.642 8.908 10.919 46 comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 37.309 45.627 57.209 68.166 72.401 76.826 83.393 119.449 95.115 112.152 47 comércio varejista 8.150 8.893 10.738 13.013 15.081 17.127 19.161 21.108 22.563 27.212 49 transporte terrestre 3.987 4.571 5.660 6.889 8.012 9.145 10.456 12.525 14.034 16.673

Fonte: SEFAZ-SP

153 Tabela A-19: Continuação. CNAE 2.0 e Descrição 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 50 transporte aquaviário 4 23 35 96 84 40 35 51 transporte aéreo 2.035 1.803 2.487 3.153 3.074 3.087 2.346 52 armazenamento e atividades auxiliares dos transportes 334 336 2.410 2.282 2.409 3.185 2.634 53 correio e outras atividades de entrega 5 2 5 16 22 13 6 55 alojamento 1 1 3 3 3 4 6 56 alimentação 18 23 29 38 52 76 84 58 edição e edição integrada à impressão 1.067 1.048 1.512 1.735 1.768 1.927 1.964 59 atividades cinematográficas, produção de vídeos e de programas 211 de televisão; 200 gravação 164 de som 122 e edição108 de música 84 75 60 atividades de rádio e de televisão 6 11 51 230 312 341 411 61 telecomunicações 548 616 1.118 1.314 1.423 1.432 1.813 62 atividades dos serviços de tecnologia da informação 814 802 1.012 1.039 906 811 780 63 atividades de prestação de serviços de informação 12 9 9 12 22 156 69 64 atividades de serviços financeiros 156 40 30 31 21 11 7 65 seguros, resseguros, previdência complementar e planos de saúde 42 54 96 114 151 228 262 66 atividades auxiliares dos serviços financeiros, seguros, previdência 17 complementar 2 e planos 1 de saúde 1 0 1 0 68 atividades imobiliárias 9 14 18 3 3 3 5 69 atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria 0 0 0 0 0 0 0 70 atividades de sedes de empresas e de consultoria em gestão empresarial 8 6 52 71 139 158 203 71 serviços de arquitetura e engenharia; testes e análises técnicas 98 91 274 231 304 385 382 72 pesquisa e desenvolvimento científico 7 5 25 26 31 37 44 73 publicidade e pesquisa de mercado 13 8 10 9 11 10 11 74 outras atividades profissionais, científicas e técnicas 9 12 17 21 42 47 24 75 atividades veterinárias 1 0 0 0 0 0 0 77 aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros 51 59 507 551 635 755 777 78 seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra 0 0 0 1 2 3 7 79 agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas1 1 1 0 1 1 2 80 atividades de vigilância, segurança e investigação 13 22 23 29 52 48 57 81 serviços para edifícios e atividades paisagísticas 1 1 4 4 5 4 7 82 serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços195 prestados176 às empresas 258 269 319 357 296 84 administração pública, defesa e seguridade social 0 0 1 1 2 2 2 85 educação 34 23 42 49 51 76 59 86 atividades de atenção à saúde humana 2 34 159 12 145 404 192 87 atividades de atenção à saúde humana integradas com assistência 0 social, prestadas 0 em 0 residências 0 coletivas 0 e particulares 0 0 88 serviços de assistência social sem alojamento 4 2 1 1 1 1 2 90 atividades artísticas, criativas e de espetáculos 2 4 7 19 9 13 9 91 atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental 0 4 0 5 0 0 0 92 atividades de exploração de jogos de azar e apostas 0 0 0 0 0 0 0 93 atividades esportivas e de recreação e lazer 2 1 13 4 4 3 6 94 atividades de organizações associativas 62 146 94 95 120 124 129 95 reparação e manutenção de equipamentos de informática e comunicação 200 130 e de objetos 205pessoais 256e domésticos 239 243 255 96 outras atividades de serviços pessoais 1 2 13 11 15 20 21

Fonte: SEFAZ-SP.

2008 55 2.952 3.784 13 5 122 2.022 63 563 2.421 756 6 6 378 0 4 0 271 412 23 12 30 0 1.094 6 2 48 11 302 1 60 2 0 0 19 0 0 10 126 265 17

2009 58 3.714 4.021 20 11 159 2.184 51 2.349 2.824 563 27 27 403 2 31 0 249 629 37 14 53 3 1.421 1 1 59 11 484 2 72 253 0 44 93 0 0 10 97 279 26

2010 89 4.822 5.373 26 13 204 2.463 29 1.455 2.788 593 31 41 485 7 21 0 224 670 24 15 42 4 2.313 3 0 45 17 462 5 50 906 1 43 38 0 0 58 115 166 25

154 Tabela A-20: Compras do Estado de São Paulo para outros estados por setor de atividade econômica entre 2001 e 2010 (em R$ milhões). CNAE 2.0 e Descrição 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 TOTAL 117.187 136.860 181.961 229.992 245.538 256.538 290.084 353.778 308.353 361.746 C indústria da transformação 55.926 58.302 79.609 101.689 111.959 116.079 130.360 148.946 126.380 150.212 1 agricultura, pecuária e serviços relacionados 309 410 608 792 793 826 1.143 1.613 1.735 1.685 2 produção florestal 12 13 34 29 35 31 33 45 45 58 3 pesca e aqüicultura 2 2 1 1 2 1 2 2 3 1 5 extração de carvão mineral 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 extração de petróleo e gás natural 0 0 69 11 56 82 43 196 447 303 7 extração de minerais metálicos 3 13 12 36 28 21 25 53 21 16 8 extração de minerais não-metálicos 56 59 66 75 96 108 102 171 148 240 9 atividades de apoio à extração de minerais 10 77 48 49 63 63 61 293 372 223 10 fabricação de produtos alimentícios 10.158 13.355 17.663 21.255 20.545 19.596 21.678 25.348 23.644 25.250 11 fabricação de bebidas 1.873 1.733 2.080 2.689 3.009 3.221 3.909 3.905 4.202 5.536 12 fabricação de produtos do fumo 97 121 76 133 111 94 112 74 60 65 13 fabricação de produtos têxteis 1.723 2.031 2.563 3.273 3.127 3.475 3.945 4.137 3.692 4.461 14 confecção de artigos do vestuário e acessórios 1.325 1.541 1.829 2.295 2.521 2.807 2.943 3.101 2.952 3.756 15 preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos 959 para viagem 1.167 e calçados 1.508 1.889 1.899 2.060 2.177 2.167 1.661 1.949 16 fabricação de produtos de madeira 228 283 410 550 690 681 751 1.223 968 918 17 fabricação de celulose, papel e produtos de papel 2.370 3.027 3.903 4.259 4.771 4.577 4.837 5.028 4.950 5.386 18 impressão e reprodução de gravações 404 486 541 525 536 526 529 619 679 700 19 fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 6.777 953 1.476 1.337 1.304 1.741 1.982 3.152 3.599 4.264 20 fabricação de produtos químicos 5.416 6.803 9.011 11.554 12.452 12.844 13.858 16.626 13.843 15.289 21 fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 427 765 1.003 1.163 1.408 1.606 1.604 1.613 1.696 1.897 22 fabricação de produtos de borracha e de material plástico 4.285 4.529 6.157 7.652 8.068 8.478 9.249 10.200 8.984 10.661 23 fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1.068 1.191 1.498 1.699 1.807 1.888 2.159 2.561 2.462 2.799 24 metalurgia 4.967 5.335 7.186 10.443 11.521 13.874 16.522 20.233 12.962 18.081 25 fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 2.410 2.672 4.014 5.345 6.605 6.318 7.647 9.027 6.371 7.960 26 fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos 1.270 e ópticos 1.351 1.613 2.461 2.739 2.587 3.083 2.861 2.469 2.401 27 fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 2.215 2.055 2.746 3.991 5.226 6.708 7.317 7.807 7.168 8.758 28 fabricação de máquinas e equipamentos 1.658 1.868 2.962 4.049 4.847 4.983 6.097 7.104 5.020 6.511 29 fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 5.154 5.677 8.940 12.927 16.163 15.077 16.916 18.885 16.253 20.096 30 fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos 120automotores 145 754 313 296 355 298 310 346 575 31 fabricação de móveis 583 649 771 992 1.185 1.238 1.277 1.311 1.128 1.372 32 fabricação de produtos diversos 402 477 595 675 835 1.121 1.229 1.292 1.096 1.199 33 manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 39 87 311 221 293 224 240 360 173 328 35 eletricidade, gás e outras utilidades 5.316 6.394 7.582 8.316 9.518 10.630 12.792 14.457 14.999 12.614 36 captação, tratamento e distribuição de água 2 3 5 2 4 6 8 9 12 23 37 esgoto e atividades relacionadas 4 6 6 9 28 8 7 17 10 7 38 coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais 57 48 49 94 175 259 297 334 288 354 39 descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 41 construção de edifícios 114 142 282 275 332 453 564 823 758 992 42 obras de infra-estrutura 199 256 404 441 669 782 972 1.295 1.526 1.464 43 serviços especializados para construção 116 149 263 269 325 425 456 519 646 819 45 comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas9.271 9.014 10.199 14.201 17.879 21.559 29.257 32.852 32.559 37.813 46 comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 28.227 41.947 53.741 68.975 65.051 63.842 68.645 100.497 73.210 90.634 47 comércio varejista 13.382 15.767 19.372 23.281 26.421 29.319 33.694 36.789 38.691 44.852 49 transporte terrestre 592 661 984 1.397 1.779 2.103 2.341 3.911 3.370 4.499

Fonte: SEFAZ-SP.

155 Tabela A-20: Continuação. CNAE 2.0 e Descrição 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 50 transporte aquaviário 1 4 2 20 56 59 47 51 transporte aéreo 102 154 519 504 465 544 632 52 armazenamento e atividades auxiliares dos transportes 282 112 2.338 2.755 3.138 2.289 1.121 53 correio e outras atividades de entrega 11 22 29 15 43 37 35 55 alojamento 17 23 25 26 27 29 27 56 alimentação 102 111 139 159 207 263 287 58 edição e edição integrada à impressão 359 450 592 625 646 627 712 59 atividades cinematográficas, produção de vídeos e de programas72 de televisão; 99 gravação 94 de som90 e edição de 73 música 59 58 60 atividades de rádio e de televisão 6 10 26 45 58 90 115 61 telecomunicações 1.512 1.247 2.291 3.258 2.962 2.993 3.284 62 atividades dos serviços de tecnologia da informação 184 170 360 286 259 287 349 63 atividades de prestação de serviços de informação 60 68 43 45 95 158 137 64 atividades de serviços financeiros 152 33 43 26 15 29 37 65 seguros, resseguros, previdência complementar e planos de saúde 21 25 229 235 345 292 318 66 atividades auxiliares dos serviços financeiros, seguros, previdência 60 complementar 34 e planos 10 de saúde 0 0 0 2 68 atividades imobiliárias 25 33 62 65 53 55 63 69 atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria 0 0 0 0 0 0 0 70 atividades de sedes de empresas e de consultoria em gestão empresarial 10 20 38 44 59 159 165 71 serviços de arquitetura e engenharia; testes e análises técnicas 76 67 140 125 144 127 216 72 pesquisa e desenvolvimento científico 7 6 27 31 28 31 30 73 publicidade e pesquisa de mercado 14 25 14 11 18 19 18 74 outras atividades profissionais, científicas e técnicas 8 8 17 15 18 15 12 75 atividades veterinárias 0 0 0 0 0 0 0 77 aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros 59 69 511 525 575 671 668 78 seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra 0 0 0 1 2 2 4 79 agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas1 0 1 1 1 1 0 80 atividades de vigilância, segurança e investigação 9 11 13 27 37 45 49 81 serviços para edifícios e atividades paisagísticas 5 8 8 9 7 11 15 82 serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços219 prestados557 às empresas 663 660 487 529 308 84 administração pública, defesa e seguridade social 16 11 14 16 37 18 81 85 educação 6 5 8 9 9 12 14 86 atividades de atenção à saúde humana 24 35 40 37 40 48 56 87 atividades de atenção à saúde humana integradas com assistência 0 social, prestadas 0 em 0 residências 0 coletivas 3 e particulares 6 7 88 serviços de assistência social sem alojamento 3 3 3 2 2 2 3 90 atividades artísticas, criativas e de espetáculos 1 1 4 6 3 4 7 91 atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental 1 1 1 2 2 2 2 92 atividades de exploração de jogos de azar e apostas 0 0 0 0 0 0 2 93 atividades esportivas e de recreação e lazer 7 12 23 10 16 11 14 94 atividades de organizações associativas 37 49 77 95 120 113 119 95 reparação e manutenção de equipamentos de informática e comunicação 113 110 e de objetos 203pessoais 245e domésticos 251 272 228 96 outras atividades de serviços pessoais 4 5 19 21 24 30 41

Fonte: SEFAZ-SP.

2008 11 542 967 36 32 381 732 62 148 4.176 394 125 67 616 0 65 0 240 254 35 23 20 0 1.019 10 3 60 17 325 101 28 62 6 3 3 1 0 16 126 216 34

2009 47 1.224 962 46 32 385 566 46 183 5.116 317 93 44 813 1 141 0 226 296 48 26 34 1 1.335 3 1 57 18 403 128 39 141 0 14 11 3 0 15 73 176 67

2010 46 1.154 1.820 74 38 429 566 27 362 5.000 441 51 43 985 2 196 0 259 406 47 22 40 1 1.580 5 0 77 26 485 140 28 158 1 14 6 2 0 51 84 166 98

156 Tabela A-21: Balança Comercial do Estado de São Paulo para outros estados por setor de atividade econômica entre 2001 e 2010 (em R$ milhões). CNAE 2.0 e Descrição 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL 70.486 70.204 75.414 83.299 92.885 C indústria da transformação 71.359 78.612 86.644 102.346 107.260 1 agricultura, pecuária e serviços relacionados 240 174 171 185 214 2 produção florestal 19 23 26 35 22 3 pesca e aqüicultura -2 -1 -1 -0 -1 5 extração de carvão mineral -0 -0 0 0 0 6 extração de petróleo e gás natural 0 0 -47 10 -38 7 extração de minerais metálicos 3 9 9 -6 2 8 extração de minerais não-metálicos -11 -5 3 12 5 9 atividades de apoio à extração de minerais 19 1 83 67 36 10 fabricação de produtos alimentícios 1.260 -469 -1.489 -3.909 -2.700 11 fabricação de bebidas 1.057 642 524 431 180 12 fabricação de produtos do fumo 84 227 311 247 347 13 fabricação de produtos têxteis 2.728 2.985 2.958 3.458 3.525 14 confecção de artigos do vestuário e acessórios 1.254 1.185 1.035 1.057 1.153 15 preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos 235 para viagem 189 e calçados 8 -54 13 16 fabricação de produtos de madeira 383 391 382 451 492 17 fabricação de celulose, papel e produtos de papel 3.251 3.209 3.471 4.611 4.398 18 impressão e reprodução de gravações 275 295 639 852 836 19 fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 1.425 6.104 6.390 4.584 4.131 20 fabricação de produtos químicos 12.547 12.978 16.244 19.505 18.420 21 fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos 7.034 8.347 9.360 11.073 11.839 22 fabricação de produtos de borracha e de material plástico 3.804 4.502 5.164 5.056 5.548 23 fabricação de produtos de minerais não-metálicos 1.701 1.935 2.084 2.487 2.809 24 metalurgia -569 181 344 -309 198 25 fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 1.778 2.027 1.763 2.028 1.483 26 fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos 5.860 e ópticos 3.760 4.672 7.911 7.955 27 fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos 4.896 5.009 4.954 5.650 6.372 28 fabricação de máquinas e equipamentos 6.753 7.440 9.322 11.134 12.704 29 fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias 13.392 15.220 16.248 23.220 24.632 30 fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto veículos 328automotores 413 217 522 584 31 fabricação de móveis 385 401 262 267 224 32 fabricação de produtos diversos 1.427 1.600 1.672 1.894 2.031 33 manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos 72 41 111 179 87 35 eletricidade, gás e outras utilidades -5.164 -6.208 -6.971 -7.619 -7.996 36 captação, tratamento e distribuição de água -0 -0 -1 0 11 37 esgoto e atividades relacionadas -0 1 6 -1 -20 38 coleta, tratamento e disposição de resíduos; recuperação de materiais -11 -6 14 -5 -16 39 descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 0 0 0 0 0 41 construção de edifícios -94 -128 -216 -197 -244 42 obras de infra-estrutura -20 -63 -145 -19 -92 43 serviços especializados para construção -2 -47 -3 38 29 45 comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas -5.493 -4.991 -5.729 -7.767 -10.688 46 comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas 9.082 3.681 3.468 -809 7.351 47 comércio varejista -5.232 -6.874 -8.634 -10.268 -11.340 49 transporte terrestre 3.395 3.911 4.676 5.492 6.233

Fonte: SEFAZ-SP.

2006 108.005 117.893 128 62 -0 0 -21 15 -11 23 -786 131 301 3.404 1.128 12 629 5.301 952 4.333 18.320 12.902 6.806 2.965 -1.516 2.875 8.153 7.158 13.639 27.946 596 356 2.134 152 -7.650 -3 1 25 0 -294 -156 138 -14.131 12.984 -12.192 7.043

2007 113.933 132.483 -65 38 -1 0 -2 10 7 15 -1.980 -158 320 3.589 1.072 -37 659 4.855 1.049 4.810 21.157 13.435 6.216 3.352 -1.997 3.381 9.222 8.474 17.057 34.642 603 418 2.223 121 -9.228 7 -1 -190 0 -283 -95 107 -20.896 14.748 -14.533 8.115

2008 134.549 153.577 -388 10 -1 0 -130 -24 -35 -277 -3.166 122 205 3.634 1.216 83 391 4.620 1.105 6.570 21.707 13.937 6.664 3.803 -3.534 3.757 11.972 9.659 20.801 46.141 566 706 2.553 64 -10.038 -6 -8 62 0 -446 -400 72 -24.209 18.951 -15.681 8.615

2009 143.905 155.781 -375 13 -3 0 -138 11 -35 -260 -943 254 167 4.133 1.311 468 480 4.892 1.754 6.345 22.366 13.957 7.628 3.979 -477 4.390 9.894 9.460 20.592 40.754 914 879 2.348 236 -10.097 -11 -7 5 4 -480 -508 67 -23.651 21.905 -16.129 10.665

2010 172.563 182.550 -99 35 -1 0 202 15 -78 -146 190 370 181 4.484 1.591 684 884 5.578 1.524 7.561 25.560 13.682 9.251 5.007 -2.806 5.234 11.072 10.137 24.975 51.602 1.378 1.120 3.053 237 -7.273 -22 30 -32 3 -340 -213 44 -26.894 21.518 -17.641 12.173

157 Tabela A-21: Continuação. CNAE 2.0 e Descrição 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 50 transporte aquaviário 3 19 32 76 28 -18 -12 51 transporte aéreo 1.932 1.650 1.968 2.650 2.609 2.543 1.714 52 armazenamento e atividades auxiliares dos transportes 53 224 72 -473 -729 895 1.513 53 correio e outras atividades de entrega -6 -21 -23 1 -21 -24 -29 55 alojamento -16 -22 -21 -23 -24 -25 -22 56 alimentação -85 -88 -109 -121 -154 -187 -203 58 edição e edição integrada à impressão 708 598 920 1.110 1.122 1.300 1.252 59 atividades cinematográficas, produção de vídeos e de programas 139 de televisão; 101 gravação 69 de som32 e edição de 34 música 26 17 60 atividades de rádio e de televisão -0 1 25 184 254 251 297 61 telecomunicações -964 -631 -1.173 -1.944 -1.539 -1.561 -1.471 62 atividades dos serviços de tecnologia da informação 631 632 652 753 647 524 431 63 atividades de prestação de serviços de informação -48 -59 -34 -33 -73 -2 -68 64 atividades de serviços financeiros 4 8 -13 5 6 -18 -30 65 seguros, resseguros, previdência complementar e planos de saúde 22 29 -133 -121 -194 -64 -56 66 atividades auxiliares dos serviços financeiros, seguros, previdência -43 complementar -32 e planos -9 de saúde 0 0 0 -2 68 atividades imobiliárias -17 -19 -43 -62 -50 -52 -58 69 atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria -0 0 -0 0 0 0 0 70 atividades de sedes de empresas e de consultoria em gestão empresarial -2 -14 14 27 80 -1 39 71 serviços de arquitetura e engenharia; testes e análises técnicas 23 24 135 106 159 258 167 72 pesquisa e desenvolvimento científico -0 -1 -2 -6 3 6 14 73 publicidade e pesquisa de mercado -1 -18 -3 -2 -7 -9 -7 74 outras atividades profissionais, científicas e técnicas 2 4 -0 6 24 33 12 75 atividades veterinárias 0 -0 -0 -0 -0 -0 -0 77 aluguéis não-imobiliários e gestão de ativos intangíveis não-financeiros -8 -10 -3 26 60 85 109 78 seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra 0 0 -0 0 0 0 2 79 agências de viagens, operadores turísticos e serviços de reservas0 1 -0 -0 -0 0 1 80 atividades de vigilância, segurança e investigação 4 10 10 1 14 3 8 81 serviços para edifícios e atividades paisagísticas -4 -6 -4 -5 -3 -7 -8 82 serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços -24 prestados-381 às empresas -405 -392 -168 -172 -12 84 administração pública, defesa e seguridade social -16 -11 -13 -15 -35 -16 -79 85 educação 29 18 34 40 42 64 45 86 atividades de atenção à saúde humana -23 -1 119 -25 105 355 137 87 atividades de atenção à saúde humana integradas com assistência 0 social, prestadas 0 -0 em residências 0 coletivas -3 e particulares -6 -6 88 serviços de assistência social sem alojamento 1 -1 -2 -1 -1 -1 -1 90 atividades artísticas, criativas e de espetáculos 1 3 3 13 6 10 2 91 atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental -1 4 -1 4 -1 -1 -1 92 atividades de exploração de jogos de azar e apostas -0 -0 -0 -0 -0 -0 -2 93 atividades esportivas e de recreação e lazer -5 -10 -11 -7 -12 -8 -8 94 atividades de organizações associativas 25 97 16 -0 -1 11 10 95 reparação e manutenção de equipamentos de informática e comunicação 87 e20de objetos1pessoais11e domésticos -11 -29 27 96 outras atividades de serviços pessoais -3 -3 -6 -10 -9 -11 -20

Fonte: SEFAZ-SP.

2008 45 2.410 2.816 -24 -27 -259 1.289 1 416 -1.755 362 -120 -60 -238 0 -60 0 30 158 -12 -11 9 -0 76 -4 -1 -11 -6 -23 -100 32 -60 -5 -3 17 -1 -0 -6 -1 49 -17

2009 11 2.490 3.058 -26 -21 -226 1.618 4 2.166 -2.293 246 -66 -17 -410 1 -111 -0 22 333 -11 -12 18 2 86 -3 0 2 -7 81 -126 34 112 -0 31 82 -3 0 -6 24 102 -41

2010 44 3.668 3.553 -48 -26 -225 1.897 2 1.093 -2.212 153 -20 -3 -500 4 -176 0 -34 264 -24 -7 2 3 732 -2 0 -32 -10 -23 -135 22 748 -0 29 32 -2 0 7 30 -0 -74

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