Desterritorialização na Educação

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DESTERRITORIALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO

Professor Cláudio de Musacchio CEO e FOUNDER do PORTAL EAD BRASIL Desde a introdução pública da Internet em 1995, empresas do mundo todo têm inserido sistemas de comunicação e informação dentro de seus sistemas empresariais. Vários recursos foram sendo incorporados aos sistemas de endomarketing, tais como: Internet, páginas de busca, blogs empresariais, páginas com áudios e vídeos e uma gama enorme de aplicações utilizando servidores de transmissão e vídeos. Somente na virada do século, por volta de 2002 é que se iniciam tentativas do uso de web rádios para transmissão de músicas e programas similares. As empresas e grupos organizados estão se apropriando de equipamentos, programas de computador e serviços na Internet para construírem seus próprios sistemas de transmissão de áudios e vídeos. Após a criação do padrão de distribuição de conexões para áudios e vídeos, chamado de SIP (Session Initiation Protocol), foi o que alavancou o sistema de utilização de web rádios e sistemas similares. Posteriormente, derivadas deste sistema, os streamings e podcasts tomaram conta do mercado na Internet, sendo responsáveis hoje por mais de 90% das transmissões. O SIP é que identifica a melhor forma e protocolo a ser aberto para o canal de uma sessão de streaming ou poscast. Com o uso destas tecnologias, e a construção do protocolo de streaming de voz, as web rádios deram um salto de 50 unidades no Brasil em 2001 para mais de 12000 web rádios em 2015. Esta mudança de ambiente presencial para ambiente virtual, permitindo que se estabeleça igualmente uma comunicação, entretanto, fora da comunicação locativa dos ambientes, permitindo deste modo a virtualização da informação e mais ultimamente, o termo desterritorialização. Se considerarmos que a invenção do rádio, na década de 20, do século passado, desde os dias de hoje, estabeleceram nitidamente alguns territórios novos, diferentes da tradicional presença dos indivíduos para que houvesse uma comunicação entre duas ou mais pessoas. A estas alterações e a outras que se seguiram após esta, estabeleceram as diretrizes para estudos dos diferentes ambientes ou territórios, que passaram a construir informação e comunicação. Os conceitos que veremos a seguir estão ligados diretamente aos dois aspectos principais desta abordagem: educação, enquanto projeto escolar, e comunicação, enquanto modalidade de troca de mensagens de qualquer natureza.

Ao se analisar o contexto da existência da desterritorialização na educação, há de considerar a fragilidade crescente existente entre os territórios constitutivos na escola, Professor e Aluno e sistema envolvido, Pedagogia. A visão proposta desta estratégia de ensino é considerar a desterritorialização como uma nova visão contemporânea de observar as variáveis existentes no sistema educacional, tratar como entidades “territórios”, verificar até que ponto estes territórios estão sendo desterritorializados em função das propostas metodológicas de um movimento de desterritorialização, buscando o entrelaçamento destes diferentes territórios, bem como, propor novos papeis distintos para aumentar a comunicação, interação e colabo9ração existentes entre eles. Apesar do termo ser emprestado da geografia humana, a desterritorialização na geografia irá tratar aspectos dos movimentos dos seres humanos pelo planeta e suas implicações no nascimento de grupos distintos, desenvolvimento de culturas, globalização e interações planetárias modificando a natureza cultural, provocando hibridismos culturais contemporâneos, e o nascimento de novas civilizações advindas da desterritorialização migratória. Também na educação, este movimento será notado, graças as tecnologias de informação e comunicação que vão elencar inúmeras possibilidades de novos territórios, antes apenas presenciais, e agora potencialmente virtuais. Na geografia, os estudos sobre a territorialização iniciou com o livro de Torsrten Malmberg, escreveu “Territorialidade Humana”, escrito originalmente em 1976. Embora seja um livro referência no mundo, sofreu severas críticas do movimento behaviorista. Torsten irá surpreendentemente descreve r o movimento da territorialidade humana, diferentemente da proposta de Robert Ardrey, que em 1969, escreveria sobre a territorialidade animal, do ponto de vista biológico migratório. Ao analisar o aspecto humano como projeto de migração territorial, Torsten estabelece um novo horizonte para a análise das migrações humanas pelo mundo.1 Na educação, pegando o termo emprestado da desterritorialização, o movimento surge com força a partir da análise de modelos educacionais híbridos, que vão desde as análises de Pierre Lévy sobre a Cibercultura , onde percorre o caminho da desterritorialização dos modelos tradicionais de acumulação de informação e conhecimento, tendo em vista uma nova velocidade proporcionada pelos avanços científicos dos equipamentos de consulta e armazenamento da informação, bem como,

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Referências de: http://pt.scribd.com/doc/129651100/HAESBAERT-Rogerio-Cap-2-Definindo-territoriopara-entender-a-desterritorializacao-pdf#scribd

da constituição criativa de um modelo de apresentação baseada na hipertextualização do conhecimento, ideia que perdura até os dias de hoje. Nesta perspectiva, esta estratégia de ensino irá demonstrar os territórios existentes na educação tradicional, e a proposta de desterritorializar os territórios existentes, atribuindo novos papeis aos atores existentes na educação, promovendo com a ajuda dos atributos tecnológicos, uma sensibilidade na observação dos caminhos possíveis para uma educação que se deseja para o século XXI.

Novas Territorialidades Neste ambiente estabelecido durante centenas de anos, professores e alunos trocam mensagens através de diálogos presenciais, perguntas e respostas, aulas expositivas, disciplinas sendo escritas numa lousa, alunos copiando os conteúdos, provas e avaliações, intervalos, exercícios e uma infinidade de atividades, tornando a escola um local territorialmente conhecido e estabelecido por regras bem definidas, por princípios pedagógicos determinados e por legislação educacional padronizados. Agora imagine, que sejam introduzidos equipamentos, tecnologias, metodologias inovadoras, sistemas de representação diferentes da escrita, da composição normativa de livros, revistas e jornais, como padrão de armazenamento das informações e das ideias sobre as coisas e os fenômenos estudados. A esse conjunto de inovações tecnológicas e metodológicas daremos o nome de MULTITERRITORIALIDADE, isto é, cada uma destas especificações reinará sobre um território distinto, e será interpretado como um universo que possui sua própria representação, codificação, simbologia e sentido. Também vamos determinar que esta potencialidade para produção de significados gere uma produção distinta de informações, que vestem distintas roupagens, e se traduzem em ambientes que produzem sua própria significação, velocidades distintas, propósitos de sentidos e representação gráfica Mais a frente vamos descrever cada um destes territórios, mas por hora vamos citar apenas alguns: computadores, celulares, tablets, áudios, vídeos, e-books, blogs, sites, redes sociais, infográficos, etc. Como se não bastasse a diversificação das informações em diferentes formas de apresentação e representação, possuem distintas velocidades de produção, tempo de vida, representação gráfica e proposta para a comunicação entre os indivíduos. Por exemplo, os arquivos de áudios gravados para diferentes motivações, são transmitidos

através de programas de computador que ao executarem tais arquivos, produzem sons nas caixas de som. Músicas, entrevistas, palestras, são alguns exemplos desta utilização. Três princípios básicos para definição do termo na Educação:  No mundo contemporâneo, a globalização traz o sentido amplo do conceito de desterritorialização, como uma diminuição das características territoriais, locais, geograficamente cercadas, por indumentárias que se vestem de múltiplos acordes culturais, isto é, a experiência de um grupo de indivíduos é vista pelo mundo como uma possibilidade. Um exemplo típico desta utilização são as últimas notícias do modelo educacional finlandês mostrado para o mundo globalizado.  Processo capitalista impõe um modelo de universalização da educação, como se um modelo ou padrão internacional de educação possa ser construído, esquecendo-se as contextualizações locais e multiculturais dos povos. É o lado perverso da globalização que impõe modelos dos impérios ditos de sociedades mais adiantadas, para o restante dos países do terceiro mundo, por exemplo.  Na visão de Piere Lévy, que utiliza largamente o termo em seus escritos, a desterritorialização seria a não mais obrigação de obedecer padrões presenciais para produção, estabelecendo, por exemplo no ambiente de Cibercultura, uma política de território em rede, como veremos mais adiante. Na Educação iremos estabelecer como território, a extensão predefinida do ambiente escolar, sala de aula, pátio, biblioteca, salão de esportes, laboratórios e administração escolar. Esta territorialização estabelece e enumera regras bem definidas de comportamento, produção de significados e conjuntura técnico-epistemológica da pedagogia adotada. O sentido de localização e espacialização é muito fortemente estabelecido, bem como, construção de marcos regulatórios do sistema dito educacional. Na territorialização, a escola é um local previamente desenhado pelas economias, desde a fase mercantilista, passando pela industrialização e pós industrialização. Até hoje, a escola tradicional estabelece seus muros que vão desde o prédio físico, até as suas obrigações legais, etc. Na desterritorialização, a definição de escola tradicional, ganha outra dimensão, estabelecendo agora que não é mais o espaço físico que a define, mas a combinação de vários tipos de territórios, presenciais e virtuais, desconstruindo a valorização do espaço físico, como único elemento de observação, para elevar-se ao universo de condições

múltiplas de formas, contextos, tecnologias e metodologias, permitindo que a educação possa estabelecer novos parâmetros para sua dimensão espaço-tempo.

TERRITÓRIO

ESPAÇO

TEMPO

Espaço Escola Geral Constituído de Prédio, Salas e sujeitos ou indivíduos com funções específicas

Território demarcado pelos muros que a cercam e que a definem como sendo de localização e espacialização definidas geograficamente.

O presente, estabelecido pelo horário em que abre as postas e pelo horário que fecha as postas.

Universidade - Grande extensão de terra, ou andares de um prédio, estabelecendo uma comunidade de ensinos e aprendizagens

Espaço determinado pelo endereço de logradouro. Território físico e aprisionado numa espacialização definida

Somente o presente - O passado não existe, é história e o futuro não é acessível pelas tecnologias existentes

Parte I – Quadro de definição do espaço-tempo do sujeito ESCOLA

Na Territorialização, os atores professores e alunos estão definidos como personagens de uma trama bem definida e arquitetada com papeis distintos, cabendo a cada um a representação de ensinante e aprendente. A distribuição geofísica da escola é basicamente uma territorialização constituída por unidades chamadas de salas de aulas. Podendo existir outros territórios dentro da escola como bibliotecas, laboratórios, pátios, sala de recreação, de esportes, de música, de teatro e de cenários temáticos. Numa perspectiva política, o Estado, enquanto Nação, está se debilitando, porque a desterritorialização faz com que haja perda da força enquanto território físico, onde a importância de territórios não é mais hegemonicamente de lugar e de localização, mas sim, demarcada pelas novas propostas de relação que os sujeitos estabelecem nesta constituição globalizada. Um exemplo desta perda hegemônica de localização e espacialização é a multinacionalização das organizações, transcendendo os territórios da matriz para outros países e redesenhando um novo cenário geoeconômico, demarcando pelas forças de mercado internacional. Uma evidência clara da desterritorialização é o peso cada vez menor dos muros que separam as nações, haja vista que as comunicações e o sistema virtual de produção de informação não se materializam em contextos físicos, mesmo quando representadas pelos letramentos multissemióticos como livros, oralidade, figuras, infográficos, mapas mentais, produção de áudios e vídeos.

Assim como na política, na educação, a desterritorialização irá assumir novos papeis pedagógicos e epistemológicos, fora dos territórios físicos de escola, enquanto lugar definido para ensino e aprendizagem. A desterritorialização cria uma gama de novas dimensões tornando a pedagogia multidimensional, construindo cenário fora do espaço-tempo escolar e construindo uma outra escola assentada nos projetos de globalização e padronização internacionais. Um exemplo clássico destas multidimensionalidades são os cursos a distância nas grandes universidades mundiais. O regime estabelece uma língua padrão internacional, uma linguagem de baixa interpretação cultural, para que todos possam acompanhar intelectualmente, e de uma representação simbólica determinada pelo uso das mídias-educação, da deslocalização e espacialização de dimensões planetárias. Outro exemplo que deixa claramente as intenções de desterritorialização são as redes sociais estabelecendo grupos de indivíduos de várias nações em um mesmo ambiente desterritorializado, cujo consenso apenas se dá pela necessidade atávica dos indivíduos de se submeterem a globalização das ideias, da cultura e de uma uniformização ditada pelas grandes potências. O lado perverso da globalização é a falta de contextualização geográfica como exemplificação dos fenômenos estudados. Outro forte argumento da educação desterritorializada é a concepção de que não há mais sociedades locais, estabelecendo-se uma única sociedade em rede, capaz de ser educada para o consumo de informações e doutrinada pelos novos tipos de submissão global. Exemplo disto, é a preocupação de Mark do FACEBOOK em colocar a sua rede social em ambientes inóspitos que ainda não possuem contato com o mundo globalizado. Esta nova ordem social e econômica mundial irá estabelecer que todos os povos para serem usuários e consumidores potenciais, precisam estar conectados nesta rede mundial de computadores. O deslocamento do movimento imperialista mundial, que durante décadas foi disputado por dois países: EUA e Rússia, passa hoje para o imperialismo

desterritorializado da informação e da comunicação. Haja vista que as maiores empresas-nação da atualidade são as companhias de telecomunicações, estabelecendo nitidamente uma nova ordem mundial econômica, regida e protegida pelas forças internacionais de mercado, e que estão espalhadas em muitos territórios nacionais.

Hibridismo Cultural Contemporâneo O Hibridismo cultural contemporâneo é uma vertente de pensamento que estabelece os novos marcos para a transculturação, heterogeneidade cultural e globalização das culturas híbridas. O filósofo e antropólogo argentino, radicado no México, Nestor Garcia Canclini, estabelece que com a possibilidade de contato global, pelas comunicações, a produção de informação tornouse obra da miscigenação cultural e deste hibridismo possível, nasce um dialeto mundial, acima das multiculturalidades, que cobre o planeta como se fosse um grande guardachuva de produções culturais, sociais, políticas e por que não, educacionais. Dentro da perspectiva educacional, os sistemas institucionais de educação tornam-se frágeis diante da perspectiva de homogeneização da cultura social, que adentra as escolas propondo mudança no modelo pedagógico, e sugerindo uma perspectiva híbrida de modelos, técnicas, didáticas, pedagogias, novas capacitações e habilidades para lidar com o novo objeto escola e seus múltiplos territórios. Com esta definição de Canclini, fica claro que o mundo está caminhando para uma nova concepção de fronteiras, não mais determinadas pelos regimes métricos e espaço-tempo, mas agora também regido pela multiplicidade de ambientes e representações que a informação assume, bem como, os novos papeis que a escola deve assumir para se integrar ao modelo global de participação híbrida. Desta forma estabelece uma igualdade de valores entre o seu conceito de hibridismo cultural e a desterritorialização. Mas se num primeiro momento, o fenômeno da globalização leva a uma desterritorialização, e num momento seguinte, quando todas as forças são conhecidas e descansam sobre o novo regime híbrido, há um movimento natural de reterritorialização. As escolas, em geral, se submetem o tempo todo as mudanças pedagógicas, tecnológicas, metodológicas, a cada nova capacitação de professores e gestores escolares. Nestas novas instruções, se inserem as mudanças e as nascentes de novos territórios, sejam eles pedagógicos ou tecnológicos.

Como não há um regime organizado de avanços de novos territórios, as escolas disputam em cenários territoriais para mostrar seus avanços e resultados na aprendizagem, acarretando uma constante mudança nas regras da instituição, por melhores opções, adaptações e flexibilizações dos modelos educacionais adotados. Se imaginarmos como as escolas estão neste movimento neste sistema de globalização, pode-se observar claramente, o estágio em que cada escola está e como ele está construindo os diferentes objetos que constituem o hibridismo cultural. ESTÁGIO

MODELO

ESCOLAR

PEDAGÓGICO

RESULTADOS ESPERADOS

MODELO DISCIPLINAR

TRADICIONAL

AVALIAÇÃO POR NOTAS

ÁREAS TEMÁTICAS

MODERNO

CONCEITOS

APRENDIZAGENS POR PROJETO

SEM DISCIPLINAS

CONTEXTUAL

CONTEXTUAL

SOLUÇÃO SITUACIONAL

BASEADO NA EXPEIRIÊNCIA DOS PAIS

CONSTRUÇÃO CIDADANIA

APRENDIZAGEM PROBLEMAS

BASEADA

EM

MOVIMENTO DE DESESCOLARIZAÇÃO

Quadro comparativo de modelos educacionais

DE

Fonte: PORTAL EAD BRASIL

Qualquer que seja o modelo educacional em que a escola esteja inserida, estará construindo territórios para estabelecer as diretrizes que irão sustentar o modelo pedagógico adotado. Por exemplo, dependendo do modelo educacional adotado, a escola constrói seu PPP – Projeto Político Pedagógico baseado nestes territórios estabelecidos. No modelo de educação tradicional, as escolas estabelecem os territórios que serão conhecidos por todos os atores, professores, gestores e alunos. O resultado deste modelo é a medição da aprendizagem através de provas e atribuição de notas. Analisando sob o ponto de vista da desterritorialização, a avaliação enquanto território distinto onde o(a) professor(a) é o ator dominante e o aluno e o ator que é posto à prova para saber se houve o conhecimento.

O erro deste processo é que o(a) professor(a) não é, na mesma medida, avaliado para saber se houve o ensino. Nesta perspectiva, o estudo de territórios aqui fica bem nítido ao estabelecermos um embate de forças dos papeis assumidos pelos atores e o conceito de território dominado pelo(a) professor(a). No modelo imediatamente seguinte, segue as áreas temáticas colocadas no ensino médio que divide o ensino e a aprendizagem em três grandes eixos, prometendo que em cada eixo, pelo menos, existam as interdisciplinaridades tão exigidas pelo sistema pedagógico de natureza contextualizada e interligada. Nesta característica, o conceito de território se estabelece exatamente na proposição de conexão entre as três áreas e dentro de cada área, com as disciplinas participantes. A desterritorialização vai ocorrer também nesta modelagem porque não deveríamos mais estar falando desta ou daquela disciplina, mas das contribuições que cada disciplina oferece quando se coloca na mesa o assunto ou projeto que se deseja construir com o aluno.

Estrutura Curricular Ensino Médio – Desterritorialização das Temáticas

O importante de analisar esta estrutura é saber se os diferentes territórios existentes na forma de disciplinas, estão interconectadas, interligadas conforme os temas abordados em sala de aula. Para haver a interdisciplinaridade é necessário que as disciplinas “sirvam-se” umas às outras, isto é, se disponibilizam e se completam mutuamente. Para o projeto do ENEM, por exemplo, a avaliação pedagógica pressupõe que os professores puderam interagir, colaborar, uns com os outros, em sala de aula, promovendo encontros e conseguindo propor em sala de aula uma visão mais globalizante, holística, em que cada professor presente estabelece um diálogo de sua área de conhecimento, com os demais professores, promovendo uma rica troca de conhecimentos sobre o que cada área (disciplina) pensa a respeito do objeto que está sendo estudado, ou fenômeno que está sendo observado pelos alunos.

Também deve ocorrer, para bem da avaliação do ENEM que os professores de áreas temáticas diferentes, consigam estabelecer uma aproximação e possam prestar um serviço colaborativo às questões relevantes que estão na fronteira da ciência, isto é, aqueles assuntos que estão entre duas ou mais disciplinas, e que muitas vezes, não são abordados pelos professores, exatamente porque precisam destas interações em sala de aula. Segundo a desterritorialização, as tecnologias permitiram uma aproximação tão grande das ciências, que os territórios estão acessando-se mutuamente, mesmo a grandes distâncias, numa escala planetária. Desterritorializar significa, portanto, em outras palavras, a dimensão planetária de se estar acessando todas as áreas de conhecimento em momentos quase que instantâneos, devido à grande velocidade dos computadores e da banda larga.

NOTA DO AUTOR: Este texto foi extraído do curso WEB RÁDIO NA EDUCAÇÃO, que além de ensinar como instalar e configurar uma web rádio para motivações escolares, também repassa para os participantes do curso vários conceitos, como desterritorialização na educação, Deslocalização e espacialização em sala de aula, Jornalização na educação e redes sociais na educação.

CLÁUDIO DE MUSACCHIO 





Doutor em Informática na Educação pelo PGIE Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre – RS, em andamento. Mestrado em Educação pela Universidade Luterana do Brasil Canoas - RS (2005). Pós-graduação em Engenharia de Software pela Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - RJ, 1996. Graduação em Ciência da Computação pela Universidade UniCarioca (1995), Rio de Janeiro - RJ. Experiência na área de Educação Corporativa, com ênfase em Aprendizagem Organizacional, atuando principalmente nos seguintes temas: grupos de trabalho, trabalhos em grupo pela web, comunicação pela web, construção coletiva de subjetividades, ambiente de aprendizagem organizacional, groupware, interatividade e colaboração. Expertise em desenvolvimento de aplicações educacionais em redes sociais corporativas. CEO e FOUNDER do PORTAL EAD BRASIL, empresa voltada para pesquisas e aplicações tecnológicas nas áreas educacionais e corporativas, com expertise em ambientes virtuais de aprendizagem, EAD, programas educacionais e treinamento corporativo, tendo desenvolvido projetos para empresas como Chase Manhattan Bank e Sulzer do Brasil (Empresa Suíça), FIERGS e IBM.

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