Deteção, localização e inspeção dos destroços do caça minas \"Roberto Ivens\"

June 1, 2017 | Autor: Paulo Costa | Categoria: Great War, ROV, Sidescan Sonar, Multibeam, Ship Wrecks, Magnetometer
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Deteção, localização e inspeção dos destroços do caça minas "Roberto Ivens" F. Ferreira(1), P. Costa(2), M. Miranda (1) e C. Fradique(1) (1) Instituto Hidrográfico, [email protected] (2) Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa Resumo:

O Instituto Hidrográfico (IH) tem a capacidade através de diferentes equipamentos e meios técnicos de detetar e localizar objetos afundados, com recurso a técnicas de sonar lateral, multifeixe, magnetometria, auxiliados com Veículos Operados Remotamente (ROV). Estas técnicas permitem reunir informação que poderá ser utilizada no apoio a atividades militar, arqueológica e para fins comerciais (prestações de serviço). Pretendemos realizar um enquadramento histórico e identificar os equipamentos utilizadas na deteção, localização e inspeção dos destroços do caça minas "Roberto Ivens".

INTRODUÇÃO

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO

A definição do caça minas “Roberto Ivens” como alvo foi 1906 - Construção do 1916 – Em 1917 – A 26 de julho, durante Década de 70 – 2013 – Analisando os diários de guerra dos submarinos estabelecida, tendo em consideração as comemorações do navio no Reino Unido, março Portugal uma missão de rocega na barra do Comunidade piscatória imperiais alemães, foi possível conhecer a localização de 100º aniversário da entrada de Portugal na 1ª guerra mundial, destinado à pesca de entra na grande rio Tejo, colidiu com uma mina referencia um destroço minas em águas nacionais, nomeadamente na barra do Tejo, 9 de março de 2016. Após contatos prévios efetuados pelo colocada pelo submarino imperial arrasto, foi batizado guerra. a sul do Bugio. verificando a discrepância em relação à localização conhecida Instituto de História Contemporânea (IHC) com a Marinha alemão UC54 e afundou-se. “Lord Nunburnholme”. do afundamento. Portuguesa, foi lançado o desafio ao IH de detetar, localizar e inspecionar o “Roberto Ivens”. A coordenação desta atividade de cooperação foi assumida pela Comissão Cultural de 2000 2010 1910 1920 1970 2020 1980 1900 Marinha (CCM). Em fevereiro de 2016, foram empenhados na deteção, localização e identificação dos destroços do “Roberto Ivens” os sistemas de sonar de pesquisa lateral, magnetometria, posicionamento acústico e ROV (Remotely Operated Vehicle) a 1914 - Em maio tornou-se 1917 – A 27 de julho, uma nota oficiosa 2008 – Obtenção dos diários de bordo do NRP “Andrómeda e, de sondador multifeixe a bordo 2016 – Em fevereiro o IH, o IHC e propriedade da Sociedade guerra dos submarinos imperiais emitida pelo Ministério da Marinha que da UAM “Atlanta”. a Marinha realizaram uma de Pescarias a Vapor, com 1916 – Em abril a Marinha situou o afundamento do “Roberto Ivens” alemães e mapas fornecidos pelo O local dos trabalhos foi estabelecido pelos investigadores do campanha conjunta onde sede no Porto, que o Portuguesa requisitou-o ao “um pouco a norte do cabo Espichel” e “12 Almirantado Britânico à Marinha IHC, que de acordo com a investigação em curso suspeitavam detetaram e localizaram os batizou como “Lordelo”. seu proprietário civil, milhas a sul de Cascais”. Portuguesa após o fim da guerra. da zona onde poderiam estar os destroços. destroços 5 milhas a sul do Bugio. classificando-o de caçaEsta publicação pretende descrever os meios e técnicas que minas. foram utilizados pelo IH, na deteção, localização e inspeção dos destroços do caça minas “Roberto Ivens” e um breve enquadramentos histórico.

Caça minas “Roberto Ivens” SISTEMA UTILIZADO INSPEÇÃO

SISTEMAS UTILIZADOS NA DETEÇÃO E LOCALIZAÇÃO

Arquivo Fotográfico da Marinha

Sonar Lateral

ROV

Magnetómetro Sondador Multifeixe

RESULTADOS Registo Sonar Lateral KLEIN 5000

Registo Sondador Multifeixe

Planos do navio

Os quadrados a vermelho representam os poços de acesso ao porão

Registo Magnético “Roberto Ivens” CENÁRIO PROFUNDIDADE

North Yorkshire County Record Office ZZU 2/5/377/1

CONSIDERAÇÕES FINAIS As imagens acústicas de elevada resolução (sonar de pesquisa lateral, multifeixe e ROV) identificaram a natureza do destroço, tendo o magnetómetro registado uma anomalia de 116 nT. O levantamento realizado com o sonar lateral permitiu reconhecer os quatro poços de acesso ao porão (verificando o menor espaçamento entre os poços centrais) e a caldeira concordantes com a planta do navio. Os levantamentos realizados com os diversos métodos de deteção de objetos (sonar de pesquisa lateral, sondador multifeixe e magnetometria) e o sistema ROV mostraram ser indicados para a deteção, localização e identificação de objetos com interesse histórico/arqueológico. A localização do destroço numa posição distinta daquela onde sempre se presumiu que o “Roberto Ivens” se tinha perdido permite-nos uma nova perspetiva de estudo quanto à dimensão da ameaça submarina alemã em águas portuguesas durante a Grande Guerra.

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