Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise

June 6, 2017 | Autor: C. Pereira da Sil... | Categoria: International Economics, International Relations, International Trade, International Political Economy, Argentina, Regional Integration, Mercosur/Mercosul, História do Brasil, Argentinian Foreign Affairs, Brasil, Historia Argentina, Brazilian Foreign policy, Relaciones Internacionales, Relações Internacionais, PROCESOS DE INTEGRACION, DEPENDENCIA EN AMERICA LATINA, ECONOMIA INTERNACIONAL, DELITOS TRASNACIONALES, DERECHOS HUMANOS, NEGOCIACION INTERNACIONAL, ETC., História da Política Externa Brasileira, Integración Regional, Finanzas Y Relaciones Internacionales, Economia internacional, RELACIONES COMERCIALES, Integración Economica Regional America Latina, Política exterior de Argentina, Integração Regional, Economía Política Internacional Y Del Desarrollo, Integracion regional-Mercosur, Regional Integration, Mercosur/Mercosul, História do Brasil, Argentinian Foreign Affairs, Brasil, Historia Argentina, Brazilian Foreign policy, Relaciones Internacionales, Relações Internacionais, PROCESOS DE INTEGRACION, DEPENDENCIA EN AMERICA LATINA, ECONOMIA INTERNACIONAL, DELITOS TRASNACIONALES, DERECHOS HUMANOS, NEGOCIACION INTERNACIONAL, ETC., História da Política Externa Brasileira, Integración Regional, Finanzas Y Relaciones Internacionales, Economia internacional, RELACIONES COMERCIALES, Integración Economica Regional America Latina, Política exterior de Argentina, Integração Regional, Economía Política Internacional Y Del Desarrollo, Integracion regional-Mercosur
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise Carlos Frederico Pereira da Silva Gamai As ações externas do novo presidente da Argentina causaram frisson na política mundial. Em 50 dias de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões políticas e invocou a cláusula democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas na Venezuela, reabriu negociações com investidores internacionais, buscou canais de negociação com o Reino Unido na disputa pelas Malvinas/Falklands, foi protagonista no Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça) e anunciou uma “reaproximação” com Europa, Estados Unidos...e Brasilii. No cômputo geral, a investida diplomática em múltiplas frentesiii contrasta fortemente com a política externa insular da ex-presidenta justicialista Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015). As novidades na Argentina provocaram ondas de euforia e pânico em doses desiguais nos vizinhos. Para o Brasil, o timing é dos piores. Confrontada com um processo de impeachment, Dilma Rousseff não foi a Davos. Em meio a denúncias de corrupção em diversos níveis de governo, a economia patina – além da queda do PIB, a inflação superou o teto da meta, aumentou o endividamento das famílias, o Real perdeu metade do seu valor e empresas como a Petrobrás viram seu valor de mercado desabar. Promessas de liderança regional permanecem apenas em discursos do passado recente. Rousseff acaba de anunciar uma redução do investimento em organismos internacionaisiv. Subitamente, a carruagem altiva se tornou, a contragosto, abóbora. Não surpreende que o flamante mandatário argentino busque ser visto como liderança emergente. Mas é inusitada ver pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como seu parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrelaçam num impasse incômodo. O estágio de interligação das economias tornou realidade o velho sonho da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção, 30 anos após a reaproximação nuclear após o fim de suas ditaduras civis-militares, Brasil e Argentina são parceiros de primeira ordem. Junto com a integração, veio interdependência assimétrica. O Brasil absorve 46% das exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem seu PIB declinar, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014. Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações no Brasilv, exportações de veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços para aumentar a competitividade conjunta, os dois países investem em próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, Rousseff assinou acordos de comércio e investimentos com China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos em 2015. Na Argentina, o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as exportações sob CFK (ExportAr) cederá lugar para uma agência de atração de investimento externo direto (Agencia de Inversiones) criada a partir de um pool de ministériosvi. Essa decisão de Macri faz parte do plano estruturado para quebrar o isolamento da gestão CFK – ao custo de dolorosas negociações com os “fundos abutres”vii. Após a moratória técnica de 2014, investimentos externos minguaram na Argentina. A nova Agencia despertou interesse no retorno a Davos, após 13 anosviii. O efeito combinado dos desequilíbrios interdependentes é massivo. Em 4 anos, o comércio BrasilArgentina se reduziu 42%ix – retornando a patamares da crise mundial de 2008.

Transformações no perfil internacional dos dois países acentuaram as contradições de sua relação. O Brasil se tornou o segundo maior produtor global de alimentos e acaba de colher safra recorde (mais de 209 milhões de toneladas de grãosx) mesmo numa baixa internacional das commodities. Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao fim da gestão CFK). Suas primeiras medidas puseram fim ao câmbio artificial e desoneraram a exportação de produtos agrícolasxi. Em 2016, a Argentina começou a exportar grãos para países emergentes como Vietnã e Coréia do Sul (mercados considerados estratégicosxii para o Brasil de Rousseff). Impasses na agricultura, indústria e serviços motivaram o governo CFK a bloquear negociações do MERCOSUL com a União Europeiaxiii. Estas incluíam comercio e investimentos que poderiam vitalizar a combalida economia brasileira no governo Rousseff. O Brasil ofereceu à Argentina negociações de livre comércio para acelerar as negociações com a UExiv. Macri reluta em aceitar esses termosxv. O descompasso tem um alto preço. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital)xvi. A integração logística da América do Sul – pensada há 25 anos como tarefa do MERCOSUL – está nas mãos da China, na tentativa de implementar uma ferrovia transoceânica (que atravessará a Floresta Amazônica). Em negociações bilaterais complementadas pela CELAC, a China relegou ao ostracismo o MERCOSUL. Brasil e Argentina lidarão com outra interdependência assimétrica muito em brevexvii. Na última década, a China passou a ser a maior parceira comercial e investidora dos membros do MERCOSUL. Em meio à desindustrialização no Brasil (declínio de 8.3% em 2015xviii), investimentos chineses assumiram obras de infraestrutura consideradas estratégicas no PAC IIxix. E empréstimos chineses compensaram a escassez de investimentos internacionais na Argentina pós-moratóriaxx. À medida que Argentina e Brasil foram se afastando, paradoxalmente, pelo incremento de sua interdependência, outros poderes regionais e mundiais ganharam oportunidades de ação. Além da China, Chile, Peru, Colômbia e México projetam sua Aliança do Pacífico rumo ao norte. E os EUA encontraram terreno fértil para propor sua Parceria Trans-Pacíficaxxi mais rápido que se imaginava. A sintonia de palavras entre Cristina e Dilma velou muitos desequilíbrios na interdependência assimétrica. Após a cortina de fumaça, o abismo se fez visível. Hora de conversar em outros termos. O apoio pregresso de Dilma ao candidato derrotado Daniel Sciolixxii não ofusca as cartas na mesa. A tentativa da Argentina de Macri se reaproximar do Brasil de Dilma é uma necessidade pragmática. Diálogo indireto principiou durante as eleições na Venezuela. Após críticas de Macrixxiii, o Brasil se pronunciou. Via Itamaraty, defendeu inequivocamente o estado democrático de direito e a escolha soberana do eleitorado localxxiv. Não há mais espaço na América do Sul para golpismos e aventuras. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desafio que Argentina e Brasil podem encarar separados. Estatísticas e expectativas convergem para uma imagem pendular: em termos relativos, a Argentina sobe e o Brasil desce. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz com que toda decisão seja sentida de lado a lado. O aumento da interdependência política e econômica nos trouxe dilemas e contradições comuns. E conversas sobre a proximidade incômoda. Assuntos não faltam: MERCOSUL, UE, Venezuela, China.

O passado tem utilidade limitada. No governo Carlos Menem (1989-2000) o Brasil era um parceiro comparativamente menor. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) pouco fez para ajudar uma Argentina comparativamente menor em meio ao abismo político-econômico de 2001. Na cooperação, não há respostas prontas. Na crise, Argentina e Brasil podem redefinir sua relação. i

Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pesquisador do BRICS Policy Center http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1737861-macri-se-afasta-de-bolivarianos-e-busca-reaproximacao-combrasil-e-eua.shtml iii http://www.cfr.org/argentina/futureargentinaconversationsusanamabelmalcorra/p37519 iv http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1738670-para-economizar-governo-vai-rever-participacao-em-orgaosinternacionais.shtml v http://oglobo.globo.com/economia/montadoras-operam-com-50-da-capacidade-menor-nivel-em-25-anos-18491592 vi http://www.lanacion.com.ar/1869375lanzanlaagenciaquebuscarainversionesparaelpais vii http://www.infomoney.com.br/bloomberg/mercados/noticia/4610032/governomacrinaoperdetempoentrajusticaparap agardivida viii http://www.lanacion.com.ar/1864758mauriciomacrisobresuvisitaadavosargentinafuerecibidaconunenormeentusiasmo ix http://www.ieco.clarin.com/economia/comercio-Brasil-Argentina-cayo-mitad_0_1501650092.html#cxrecs_s x http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil-bate-recorde-de-colheita-de-graos-em-2015 xi http://www.clarin.com/br/Receitaagricolaargentinomedidasgoverno_0_1502250126.html xii http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1730186-dilma-quer-priorizar-acordo-comercial-com-ue-orientemedio-e-asiaticos.shtml xiii http://www.pagina12.com.ar/diario/economia/229200020160208.html ii

xiv

http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-02/brasil-vai-propor-argentina-livre-comerciono-setor-automotivo xv

http://www.lanacion.com.ar/1870238-el-gobierno-rechazara-la-pretension-de-brasil-de-liberar-el-comercio César, G.R.C.C. "Integração da América Latina". Jornal dos Economistas, n.319 (2016), pp.3-6. xvii Gama, C.F.P.S. (2015). "A Aliança Brasil-China num Sistema Internacional em Transformação". SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/249738 xviii http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1736192-industria-cai-83-em-2015-e-tem-pior-resultado-desde2003.shtml xix http://brazilmodal.com.br/2015/jornalmultimodal/semcaixagovernadoresnegociamprojetosdiretamentecomasiaticos/ xx http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/internacional/1451250863_783895.html xxi Gama, C.F.P.S. (2015). "A parceria Trans-Pacífica e os Desafios da Economia Global em Recuperação". SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/256015 xxii http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/10/candidato-presidencia-da-argentina-confia-em-dilma-e-nademocracia xxiii http://www.lanacion.com.ar/1852137-tras-la-derrota-del-chavismo-macri-no-pedira-aplicar-la-clausula-democraticacontra-venezuela xxiv Ministério das Relações Exteriores do Brasil, "Nota: Inauguração da Assembleia Nacional Venezuelana". Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12819:inauguracao-da-assembleianacional-venezuelana&catid=42&Itemid=280&lang=pt-BR xvi

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The SinoIndian Border Dispute and its Consequences for Asian Security, by Bruna Bosi

Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil rede截\nem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama  26/02/2016

 Américas

0

Moreira



Entre a dança







do elefante e a força do Dragão: a instabilidade nas relações India e China, por André S. Campos Redução de

As ações externas do novo presidente da Argentina

causaram

frisson

na

política

mundial. Em 50 dias de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões

políticas

e

invocou

a

cláusula

democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas na Venezuela, reabriu negociações com

investidores

internacionais,

buscou

http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 1/11

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barreiras à

canais de negociação com o Reino Unido na

importação de

disputa

grãos na

protagonista no Fórum Econômico Mundial

Argentina:

(Davos,

possíveis

“reaproximação”

impactos no

Unidos…e Brasil[i].

pelas

Malvinas/Falklands,

Suíça)

e

anunciou

com

Europa,

foi uma

Estados

agronegócio da soja no

No cômputo geral, a investida diplomática em

Paraguai, por

múltiplas frentes[ii] contrasta fortemente com

Lorena Izá

a política externa insular da ex-presidenta

Pereira

justicialista Cristina Fernández de Kirchner

Donald Trump: eleições nos EUA e a política pop, por David Fernando Nogueira da Silva Joseph Stiglitz’s views on the economic crisis, By Liza Valença

(2007-2015). As novidades na Argentina provocaram ondas de euforia e pânico em doses desiguais nos vizinhos. Para o Brasil, o timing é dos piores. Confrontada

com

um

processo

de

impeachment, Dilma Rousse䌛 não foi a Davos. Em meio a denúncias de corrupção em diversos níveis de governo, a economia patina – além da queda do PIB, a in ação superou o teto da meta, aumentou o endividamento das famílias, o Real perdeu metade do seu valor e empresas como a Petrobrás viram seu valor de mercado desabar. Promessas de liderança regional permanecem apenas em discursos do passado recente. Rousse䌛 acaba de anunciar

Ramos

uma redução do investimento em organismos

BRICS:

altiva se tornou, a contragosto, abóbora.

prioridades, interesses e performance, por Thaís Moretz-Sohn Fernandes Política externa brasileira para a África nos governos FHC, Lula e Dilma: re exões sobre

internacionais[iii]. Subitamente, a carruagem

Não surpreende que o

amante mandatário

argentino busque ser visto como liderança emergente.   Mas é inusitada ver pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como seu parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrelaçam num impasse incômodo. O estágio de interligação das economias tornou realidade o velho sonho da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção, 30 anos após a reaproximação nuclear após o 截\m de suas ditaduras civis-

http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 2/11

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mudanças e

militares, Brasil e Argentina são parceiros de

incertezas, por

primeira ordem.

Walace Ferreira União Africana assume compromisso com alimentação escolar, por Daniel Balaban Política Industrial de Defesa brasileira em tempos de crise: os principais desa截\os para o PAED 2016, por Peterson

Junto com a integração, veio interdependência assimétrica. 

O Brasil absorve 46% das

exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem seu PIB declinar, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014.  Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações

no

Brasil[iv],

exportações

de

veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços para aumentar a competitividade

conjunta,

os

dois

países

investem em próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, Rousse䌛 assinou acordos de comércio e investimentos com China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos em 2015. Na Argentina, o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as

Silva

exportações sob CFK (ExportAr) cederá lugar

A Igreja

externo direto (Agencia de Inversiones) criada a

Católica, o meioambiente e a governança global, por Estevan Coca Os Limites da Lei Antiterrorismo no Brasil, por Maurício Kenyatta Barros da

para uma agência de atração de investimento partir de um pool de ministérios[v]. Essa decisão

de

Macri

faz

parte

do

plano

estruturado para quebrar o isolamento da gestão

CFK



ao

custo

de

dolorosas

negociações com os “fundos abutres”[vi]. Após a moratória técnica de 2014, investimentos externos minguaram na Argentina.  A nova Agencia despertou interesse no retorno a Davos, após 13 anos[vii]. O

efeito

combinado

dos

desequilíbrios

interdependentes é massivo. Em 4 anos, o comércio Brasil-Argentina se reduziu 42%[viii] – retornando a patamares da crise mundial de

Costa

2008.

Palestra

Transformações no per截\l internacional dos

“Mulheres, Paz e Segurança”

dois países acentuaram as contradições de

http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 3/11

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The energy internet: managing electricity in the 21st Century, por Larissa Basso and Luciano Viola

sua relação. O Brasil se tornou o segundo maior produtor global de alimentos e acaba de colher safra recorde (mais de 209 milhões de toneladas de grãos[ix]) mesmo numa baixa internacional das commodities. Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao 截\m da gestão CFK). Suas primeiras medidas puseram 截\m ao câmbio arti截\cial e desoneraram a exportação de produtos agrícolas[x]. Em 2016, a Argentina

Desenvolvime

começou

nto

emergentes como Vietnã e Coréia do Sul

Sustentável:

(mercados considerados estratégicos[xi] para

breve

o Brasil de Rousse䌛).

a

exportar

grãos

para

países

histórico e “evolução” do

Impasses na agricultura, indústria e serviços

conceito,

motivaram

por Matilde de

negociações do MERCOSUL com a União

Souza

Europeia[xii].

Estas

incluíam

comercio

e

e Daniela

investimentos

que

poderiam

vitalizar

a

Perdigão

combalida economia brasileira no governo

Zika Vírus e a efetivação da saúde na agenda global, por Maíra S. Fedatto Meridiano 47: reinvenção e rede截\nição com inovação contínua na comunicação cientí截\ca em RI no Brasil, por Antônio

o

governo

CFK

negociações de livre comércio para acelerar as negociações com a UE[xiii]. Macri reluta em aceitar esses termos[xiv]. O descompasso tem um alto preço. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital)[xv]. A integração logística da América do Sul – pensada



25

anos

como

tentativa

de

implementar

Amazônica).

Em

Paulo Roberto

uma

negociações

ferrovia bilaterais

complementadas pela CELAC, a China relegou

Brasil

mundial, por

do

transoceânica (que atravessará a Floresta

A posição

economia

tarefa

MERCOSUL – está nas mãos da China, na

ao ostracismo o MERCOSUL.

Brasil na

bloquear

Rousse䌛. O Brasil ofereceu à Argentina

Carlos Lessa

bizarra do

a

e

Argentina

interdependência

lidarão

assimétrica

com muito

outra em

breve[xvi]. Na última década, a China passou a ser a maior parceira comercial e investidora dos membros do MERCOSUL. Em meio à

http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 4/11

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de Almeida Fulbright seleciona candidatos para Cátedra de Estudos Brasileiros na Emory University

desindustrialização no Brasil (declínio de 8.3% em

2015[xvii]),

assumiram

investimentos

obras

de

chineses

infraestrutura

consideradas estratégicas no PAC II[xviii]. E empréstimos

chineses

compensaram

a

escassez de investimentos internacionais na Argentina pós-moratória[xix]. À medida que Argentina e Brasil foram se afastando, paradoxalmente, pelo incremento

Fulbright

de sua interdependência, outros poderes

oferece nolsa

regionais e mundiais ganharam oportunidades

para pesquisa

de ação. Além da China, Chile, Peru, Colômbia

sobre

e México projetam sua Aliança do Pací截\co

Democracia e

rumo ao norte. E os EUA encontraram terreno

Desenvolvime

fértil

nto Humano

Pací截\ca[xx] mais rápido que se imaginava.

“Elections as

A sintonia de palavras entre Cristina e Dilma

circus”: os EUA e as raízes domésticas e globais de uma era de radicalismos, por Bruno Hendler

para

velou

propor

muitos

sua

Parceria

Trans-

desequilíbrios

na

interdependência assimétrica. Após a cortina de fumaça, o abismo se fez visível. Hora de conversar

em

outros

termos.

O

apoio

pregresso de Dilma ao candidato derrotado Daniel Scioli[xxi] não ofusca as cartas na mesa. A

tentativa

da

Argentina

de

Macri

se

reaproximar do Brasil de Dilma é uma necessidade pragmática. Diálogo indireto principiou durante as eleições na Venezuela. Após críticas de Macri[xxii], o Brasil se pronunciou. Via Itamaraty, defendeu inequivocamente o estado democrático de direito e a escolha soberana do eleitorado local[xxiii]. Não há mais espaço na América do Sul para golpismos e aventuras. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desa截\o que Argentina e Brasil podem

encarar

separados.

Estatísticas

e

expectativas  convergem para uma imagem pendular: em termos relativos, a Argentina http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 5/11

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sobe e o Brasil desce. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz com que toda decisão seja sentida de lado a lado. O aumento da interdependência política e econômica nos trouxe dilemas e contradições comuns. E conversas sobre a proximidade incômoda. Assuntos não faltam: MERCOSUL, UE, Venezuela, China. O passado tem utilidade limitada. No governo Carlos Menem (1989-2000) o Brasil era um parceiro comparativamente menor. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) pouco

fez

para

ajudar

uma

Argentina

comparativamente menor em meio ao abismo político-econômico de 2001. Na cooperação, não há respostas prontas. Na crise, Argentina e Brasil podem rede截\nir sua relação. [i] http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/0 2/1737861-macri-se-afasta-de-bolivarianos-e-



busca-reaproximacao-com-brasil-eeua.shtml [ii] http://www.cfr.org/argentina/futureargentin aconversationsusanamabelmalcorra/p37519 [iii] http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/0 2/1738670-para-economizar-governo-vairever-participacao-em-orgaosinternacionais.shtml [iv] http://oglobo.globo.com/economia/montado ras-operam-com-50-da-capacidade-menornivel-em-25-anos-18491592 [v] http://www.lanacion.com.ar/1869375lanzanl http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 6/11

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aagenciaquebuscarainversionesparaelpais [vi]http://www.infomoney.com.br/bloomberg /mercados/noticia/4610032/governomacrina operdetempoentrajusticaparapagardivida [vii] http://www.lanacion.com.ar/1864758maurici omacrisobresuvisitaadavosargentinafuerecib idaconunenormeentusiasmo [viii] http://www.ieco.clarin.com/economia/comer cio-Brasil-Argentina-cayomitad_0_1501650092.html#cxrecs_s [ix] http://exame.abril.com.br/economia/noticias /brasil-bate-recorde-de-colheita-de-graosem-2015 [x] http://www.clarin.com/br/Receitaagricolaarg entinomedidasgoverno_0_1502250126.html [xi] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016 /01/1730186-dilma-quer-priorizar-acordocomercial-com-ue-oriente-medio-easiaticos.shtml [xii] http://www.pagina12.com.ar/diario/economi a/229200020160208.html [xiii] http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/n oticia/2016-02/brasil-vai-propor-argentinalivre-comercio-no-setor-automotivo [xiv] http://www.lanacion.com.ar/1870238-elgobierno-rechazara-la-pretension-de-brasilde-liberar-el-comercio [xv] César, G.R.C.C. “Integração da América http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogos­indiretos­argentina­e­brasil­redefinem­uma­relacao­em­crise­por­carlos­frederico­pereira­da­silva­gama/ 7/11

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Latina”. Jornal dos Economistas, n.319 (2016), pp.3-6. [xvi] Gama, C.F.P.S. (2015). “A Aliança BrasilChina

num

Sistema

Transformação”.

SRZD.

Internacional

em

Disponível

em:

http://www.sidneyrezende.com/noticia/2497 38 [xvii] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016 /02/1736192-industria-cai-83-em-2015-e-tempior-resultado-desde-2003.shtml [xviii] http://brazilmodal.com.br/2015/jornalmulti modal/semcaixagovernadoresnegociamproje tosdiretamentecomasiaticos/ [xix] http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/int ernacional/1451250863_783895.html [xx] Gama, C.F.P.S. (2015). “A parceria TransPací截\ca e os Desa截\os da Economia Global em Recuperação”.

SRZD.

Disponível

em:

http://www.sidneyrezende.com/noticia/2560 15 [xxi] http://www.ebc.com.br/noticias/politica/201 5/10/candidato-presidencia-da-argentinacon截\a-em-dilma-e-na-democracia [xxii]

http://www.lanacion.com.ar/1852137-

tras-la-derrota-del-chavismo-macri-nopedira-aplicar-la-clausula-democraticacontra-venezuela [xxiii] Ministério das Relações Exteriores do Brasil, “Nota: Inauguração da Assembleia Nacional

Venezuelana”.

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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama

venezuelana&catid=42&Itemid=280&lang=ptBR  

Carlos

Frederico

Pereira

da

Silva

Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pesquisador do BRICS Policy Center

   

Como citar este artigo: Editoria Mundorama. "Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil rede截\nem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama". Mundorama - Revista de Divulgação Cientí截\ca em Relações Internacionais, [acessado em 26/02/2016]. Disponível em: .

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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama

"Encontros e Desencontro s: o lugar da Argentina na política externa brasileira", de Miriam Gomes Saraiva, por Eduardo Gomes de Almeida Souza Durante o ano corrente, a editora Fino Traço tem Em publicado "Américas"

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retrocessos e novos desa截\os, por Manoel Paulino Secundino Neto Março de 2011 é uma data signi截\cativa para os países do Em "Américas"

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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise Publicado por Colaboradores

As ações do novo presidente da Argentina causaram frisson no meio político continental. Em menos de  2  meses  de  governo,  Maurício  Macri  (da  coalizão  Cambiemos)  condenou  prisões  políticas  na Venezuela, invocou a cláusula democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas naquele país, reabriu  negociações  com  os  “fundos  abutres”,  manifestou  intenção  de  reabrir  canais  de  negociação com  o  Reino  Unido  sobre  as  Malvinas/Falklands,  foi  recebido  com  pompa  no  Fórum  Econômico Mundial (Davos, Suíça) e anunciou uma “reaproximação” com Europa, Estados Unidos…E Brasil[1]. No  cômputo  geral,  a  investida  diplomática  em  múltiplas  frentes[2]  marca  um  acentuado  contraste com a política externa insular da justicialista Cristina Fernández de Kirchner (2007­2015). As novas mensagens foram acolhidas com euforia e pânico em doses desiguais pelo gigante vizinho. Para  o  Brasil,  o  timing  é  dos  piores.  Dilma  não  prestigiou  o  retorno  da  Argentina  a  Davos.  As agruras  do  impeachment  se  arrastam  em  meio  a  denúncias  de  corrupção  e  a  economia  patina (queda  do  PIB,  aumento  da  inflação,  endividamento  das  famílias,  desvalorização  do  Real,  perda  de valor  de  mercado  de  empresas  como  a  Petrobrás).  Promessas  de  liderança  regional  se esvaneceram  nos  discursos  de  outrora.  Rousseff  acaba  de  anunciar  uma  revisão  orçamentária  do investimento  em  organismos  internacionais[3].  Subitamente,  a  carruagem  altiva  virou  uma constrangida abóbora. Não  é  surpreendente  que  o  flamante  mandatário  argentino  busque  status  de  liderança  emergente.  Mas é inusitado que haja pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como parceiro prioritário. A  ascensão  relativa  da  Argentina  e  a  queda  relativa  do  Brasil  se  entrecruzam  em  incômodo

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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise | NEMRI ­ Núcleo de Estudos Multidisciplinar de Relações Internacionais impasse. O  estágio  de  interligação  das  economias  tornou  realidade  um  velho  sonho  dos  proponentes  da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção e 30 anos após a reaproximação nuclear após as ditaduras civis­militares, Brasil e Argentina se tornaram parceiros de primeira ordem. Junto  com  a  integração,  veio  a  interdependência  assimétrica.    O  Brasil  absorve  46%  das exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem declínio do PIB, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014.  Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações no Brasil[4], as exportações de veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços em prol do aumento de competitividade conjunto, os dois países investem em  suas  próprias  matrizes  produtivas  e  disputam  acesso  a  mercados  externos.  Sem  consultas  ao MERCOSUL, em 2015 Rousseff assinou acordos de comércio e investimentos com China, Alemanha, Colômbia  e  Estados  Unidos.  Sinal  dos  tempos:  o  órgão  criado  com  capital  público  e  privado  para impulsionar  as  exportações  argentinas  sob  CFK  (ExportAr)  cederá  lugar  para  uma  agência  de atração  de  investimento  externo  direto  (Agencia  de  Inversiones)  criada  a  partir  de  um  pool  de ministérios[5].  Essa  decisão  de  Macri  faz  parte  do  plano  estruturado  para  quebrar  o  isolamento  no qual a Argentina se viu na gestão CFK (que inclui uma dolorosa volta à mesa de negociações com os

 Seguir

“fundos  abutres”[6]).    Após  a  moratória  técnica  declarada  em  2014,  os  investimentos  externos

Seguir “NEMRI Núcleo de Estudos anos[7]. Multidisciplinar de O  efeito  combinado  dos  desequilíbrios  interdependentes  é  sintomático.    Nos  últimos Relações 4  anos,  o comércio Brasil­Argentina se reduziu 42%[8] – retornando aos patamares da crise mundial de 2008. Internacionais” minguaram na Argentina.  A nova Agencia despertou interesse no retorno do país a Davos, após 13

Transformações no perfil internacional dos dois países deram novos contornos a esse drama. Obtenha todo post novo

entregue na sua caixa de entrada. O  Brasil  se  tornou  o  segundo  maior  produtor  global  de  alimentos.  Acaba  de  colher  uma  safra Insira seudas endereço de email recorde  (mais  de  209  milhões  de  toneladas  de  grãos[9])  num  período  de  baixa  internacional  commodities.

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Maurício Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao cabo da  gestão  CFK).  Suas  primeiras  medidas  incluíram  o  fim  do  câmbio  artificial  e  desonerar  a

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exportação  de  produtos  agrícolas[10].  Em  2016,  a  Argentina  exporta  grãos  para  emergentes  como Vietnã e Coréia do Sul (mercados considerados estratégicos[11] para a longa travessia do Brasil de Dilma Rousseff). Impasses  na  agricultura,  indústria  e  serviços  motivaram  o  governo  CFK  a  bloquear  negociações  de comércio  e  investimentos  do  MERCOSUL  com  a  União  Europeia[12]  (que  atenuariam  a desaceleração  econômica  brasileira  sob  Rousseff).  Macri  herdou  muitas  dificuldades  para  mudar esse quadro[13]. O  preço  do  descompasso  é  alto.  Apenas  um  décimo  das  exportações  do  MERCOSUL  se  originam  de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital)[14]. A integração logística da América  do  Sul  –  pensada  há  25  anos  como  tarefa  do  MERCOSUL  –  depende  agora  da  China,  em tratativas  para  implementar  a  ferrovia  transoceânica  (que  atravessará  a  Floresta  Amazônica).  Em negociações bilaterais complementadas pela CELAC, a China legou o MERCOSUL ao ostracismo. Brasil e Argentina lidarão com uma outra interdependência assimétrica muito em breve[15]. Na  última  década,  a  China  se  tornou  a  maior  parceira  comercial  e  investidora  dos  membros  do MERCOSUL.  Contra  o  pano  de  fundo  da  desindustrialização  no  Brasil  (declínio  de  8.3%  em 2015[16]),  investimentos  chineses  assumiram  obras  de  infraestrutura  previstas  no  PAC  II[17].

Empréstimos  chineses  compensaram  a  escassez  de  investimentos  internacionais  na  Argentina  pós­ moratória[18]. À  medida  que  Argentina  e  Brasil  foram,  paradoxalmente,  se  afastando  pelo  incremento  de  sua interdependência, outros poderes regionais e mundiais tiveram oportunidades importantes. Além da China,  Chile,  Peru,  Colômbia  e  México  projetam  sua  Aliança  do  Pacífico  rumo  ao  norte.  Os  EUA encontraram o contexto ideal para propor sua Parceria Trans­Pacífica[19]. A proximidade de palavras entre mandatárias (Cristina e Dilma) era uma cortina de fumaça a velar desequilíbrios  na  interdependência  assimétrica.  Agora  o  abismo  se  fez  visível.  Temos  que conversar. O  apoio  de  Dilma  ao  candidato  derrotado  na  Argentina  Daniel  Scioli[20]  não  ofusca  as  cartas  na mesa.

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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise | NEMRI ­ Núcleo de Estudos Multidisciplinar de Relações Internacionais A  tentativa  da  Argentina  de  Macri  se  reaproximar  do  Brasil  de  Dilma  é  uma  necessidade pragmática. Um  diálogo  indireto  começou  nas  eleições  na  Venezuela.  Após  as  críticas  de  Macri[21],  o  Brasil  se pronunciou (via Itamaraty) defendendo em termos inequívocos o estado democrático de direito e a escolha  soberana  do  eleitorado  local[22].  Não  há  espaço  na  América  do  Sul  para  aventuras golpistas. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desafio que Argentina e Brasil podem encarar separadamente. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz toda decisão ser sentida de lado a lado. Invocar  o  passado  tem  utilidade  limitada.  No  governo  Carlos  Menem  (1989­2000)  o  Brasil  era  um parceiro  comparativamente  menor.  O  Brasil  de  Fernando  Henrique  Cardoso  (1995­2002)  pouco  fez para ajudar uma Argentina comparativamente menor no abismo político­econômico de 2001. Na cooperação, não há respostas prontas. Mesmo num contexto adverso, Argentina e Brasil podem reconstruir sua relação. Carlos Frederico Pereira da Silva Gama

DOUTOR EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELO IRI/PUC­RIO (2011). MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELO IRI/PUC­RIO (2005). BACHAREL EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELA PUC­MINAS (2002).

  [1] 

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1737861­macri­se­afasta­de­bolivarianos­e­

busca­reaproximacao­com­brasil­e­eua.shtml [2] http://www.cfr.org/argentina/futureargentinaconversationsusanamabelmalcorra/p37519 [3] 

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1738670­para­economizar­governo­vai­rever­

participacao­em­orgaos­internacionais.shtml [4] http://oglobo.globo.com/economia/montadoras­operam­com­50­da­capacidade­menor­nivel­em­ 25­anos­18491592 [5] http://www.lanacion.com.ar/1869375lanzanlaagenciaquebuscarainversionesparaelpais [6]http://www.infomoney.com.br/bloomberg/mercados/noticia/4610032/governomacrinaoperdetempoentrajusticaparapagardivida [7]http://www.lanacion.com.ar/1864758mauriciomacrisobresuvisitaadavosargentinafuerecibidaconunenormeentusiasmo [8] 

http://www.ieco.clarin.com/economia/comercio­Brasil­Argentina­cayo­

mitad_0_1501650092.html#cxrecs_s [9] http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil­bate­recorde­de­colheita­de­graos­em­2015 [10] http://www.clarin.com/br/Receitaagricolaargentinomedidasgoverno_0_1502250126.html [11] 

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1730186­dilma­quer­priorizar­acordo­

comercial­com­ue­oriente­medio­e­asiaticos.shtml [12] http://www.pagina12.com.ar/diario/economia/229200020160208.html [13]  http://www.lanacion.com.ar/1870238­el­gobierno­rechazara­la­pretension­de­brasil­de­liberar­ el­comercio [14] César, G.R.C.C. “Integração da América Latina”. Jornal dos Economistas, n.319 (2016), pp.3­6. [15] Gama, C.F.P.S. (2015). “A Aliança Brasil­China num Sistema Internacional em Transformação”.

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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise | NEMRI ­ Núcleo de Estudos Multidisciplinar de Relações Internacionais SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/249738 [16] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1736192­industria­cai­83­em­2015­e­tem­pior­ resultado­desde­2003.shtml [17]http://brazilmodal.com.br/2015/jornalmultimodal/semcaixagovernadoresnegociamprojetosdiretamentecomasiaticos/ [18] http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/internacional/1451250863_783895.html [19]  Gama,  C.F.P.S.  (2015).  “A  parceria  Trans­Pacífica  e  os  Desafios  da  Economia  Global  em Recuperação”. SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/256015 [20] 

http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/10/candidato­presidencia­da­argentina­confia­

em­dilma­e­na­democracia [21]  http://www.lanacion.com.ar/1852137­tras­la­derrota­del­chavismo­macri­no­pedira­aplicar­la­ clausula­democratica­contra­venezuela [22]  Ministério  das  Relações  Exteriores  do  Brasil,  “Nota:  Inauguração  da  Assembleia  Nacional Venezuelana”. 

Disponível 

em: 

http://www.itamaraty.gov.br/index.php?

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17/02/2016 19h03

Proximidade Incômoda: Argentina e Brasil discutem uma relação em crise Carlos Frederico Pereira da Silva Gama* As ações do novo presidente da Argentina causaram frisson no meio político continental. Em menos de 2 meses de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões políticas na Venezuela, invocou a cláusula democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas naquele país, reabriu negociações com os "fundos abutres", manifestou intenção de reabrir canais de negociação com o Reino Unido sobre as Malvinas/Falklands, foi recebido com pompa no Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça) e anunciou uma "reaproximação" com Europa, Estados Unidos...E Brasil. No cômputo geral, a investida diplomática em múltiplas frentes marca um acentuado contraste com a política externa insular da justicialista Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015). As novas mensagens foram acolhidas com euforia e pânico em doses desiguais pelo gigante vizinho. Para o Brasil, o timing é dos piores. Dilma não prestigiou o retorno da Argentina a Davos. As agruras do impeachment se arrastam em meio a denúncias de corrupção e a economia patina (queda do PIB, aumento da inflação, endividamento das famílias, desvalorização do Real, perda de valor de mercado de empresas como a Petrobrás). Promessas de liderança regional se esvaneceram nos discursos de outrora. Rousseff acaba de anunciar uma revisão orçamentária do investimento em organismos internacionais. Subitamente, a carruagem altiva virou uma constrangida abóbora. Não é surpreendente que o flamante mandatário argentino busque status de liderança emergente. Mas é inusitado que haja pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrecruzam em incômodo impasse. O estágio de interligação das economias tornou realidade um velho sonho dos proponentes da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção e 30 anos após a reaproximação nuclear após as ditaduras civis-militares, Brasil e Argentina se tornaram parceiros de primeira ordem. Junto com a integração, veio a interdependência assimétrica. O Brasil absorve 46% das exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem declínio do PIB, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014. Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações no Brasil, as exportações de veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços em prol do aumento de competitividade conjunto, os dois países investem em suas próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, em 2015 Rousseff assinou acordos de comércio e investimentos com

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26/03/2016

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China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos. Sinal dos tempos: o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as exportações argentinas sob CFK (ExportAr) cederá lugar para uma agência de atração de investimento externo direto (Agencia de Inversiones) criada a partir de um pool de ministérios. Essa decisão de Macri faz parte do plano estruturado para quebrar o isolamento no qual a Argentina se viu na gestão CFK (que inclui uma dolorosa volta à mesa de negociações com os "fundos abutres"). Após a moratória técnica declarada em 2014, os investimentos externos minguaram na Argentina. A nova Agência despertou interesse no retorno do país a Davos, após 13 anos. O efeito combinado dos desequilíbrios interdependentes é sintomático. Nos últimos 4 anos, o comércio Brasil-Argentina se reduziu 42% - retornando aos patamares da crise mundial de 2008. Transformações no perfil internacional dos dois países deram novos contornos a esse drama. O Brasil se tornou o segundo maior produtor global de alimentos. Acaba de colher uma safra recorde (mais de 209 milhões de toneladas de grãos) num período de baixa internacional das commodities. Maurício Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao cabo da gestão CFK). Suas primeiras medidas incluíram o fim do câmbio artificial e desonerar a exportação de produtos agrícolas. Em 2016, a Argentina exporta grãos para emergentes como Vietnã e Coréia do Sul (mercados considerados estratégicos para a longa travessia do Brasil de Dilma Rousseff). Impasses na agricultura, indústria e serviços motivaram o governo CFK a bloquear negociações de comércio e investimentos do MERCOSUL com a União Europeia (que atenuariam a desaceleração econômica brasileira sob Rousseff). Macri herdou muitas dificuldades para mudar esse quadro. O preço do descompasso é alto. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital). A integração logística da América do Sul - pensada há 25 anos como tarefa do MERCOSUL - depende agora da China, em tratativas para implementar a ferrovia transoceânica (que atravessará a Floresta Amazônica). Em negociações bilaterais complementadas pela CELAC, a China legou o MERCOSUL ao ostracismo.

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Brasil e Argentina lidarão com uma outra interdependência assimétrica muito em breve. Na última década, a China se tornou a maior parceira comercial e investidora dos membros do MERCOSUL. Contra o pano de fundo da desindustrialização no Brasil (declínio de 8.3% em 2015), investimentos chineses assumiram obras de infraestrutura previstas no PAC II. Empréstimos chineses compensaram a escassez de investimentos internacionais na Argentina pós-moratória. À medida que Argentina e Brasil foram, paradoxalmente, se afastando pelo incremento de sua interdependência, outros poderes regionais e mundiais tiveram oportunidades importantes. Além da China, Chile, Peru, Colômbia e México projetam sua Aliança do Pacífico rumo ao norte. Os EUA encontraram o contexto ideal para propor sua Parceria Trans-Pacífica. A proximidade de palavras entre mandatárias (Cristina e Dilma) era uma cortina de fumaça a velar desequilíbrios na interdependência assimétrica. Agora o abismo se fez visível. Temos que conversar.

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O apoio de Dilma ao candidato derrotado na Argentina Daniel Scioli não ofusca as cartas na mesa. A tentativa da Argentina de Macri se reaproximar do Brasil de Dilma é uma necessidade pragmática.

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Um diálogo indireto começou nas eleições na Venezuela. Após as críticas de Macri, o Brasil se pronunciou (via Itamaraty) defendendo em termos inequívocos o estado democrático de direito e a escolha soberana do eleitorado local. Não há espaço na América do Sul para aventuras golpistas. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desafio que Argentina e Brasil podem encarar separadamente. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz toda decisão ser sentida de lado a lado. Invocar o passado tem utilidade limitada. No governo Carlos Menem (1989-2000) o Brasil era um parceiro comparativamente menor. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) pouco fez para ajudar uma Argentina comparativamente menor no abismo político-econômico de 2001.

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Na cooperação, não há respostas prontas.

BOMBANDO NA WEB 

true

Mesmo num contexto adverso, Argentina e Brasil podem reconstruir sua relação.

ღ Viviane Araujo ღ

 

 +

@Araujovivianne

*Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pesquisador do BRICS Policy Center

Mais um ano!! Obg Senhor por tudo q tens feito na minha vida! ὤ ὊὊ https://t.co/P3h2DbFaWV2DbFaWV 25 de mar

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Tunico da Vila

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Gente bamba, vamos ajudar?Repostem, compartilhem e vamos anudar a achar essa menina !#Repost @julianaalvesiam with @repostapp・・・Lorrane de 15... 24 de mar

Lucinha Nobre @lucinhanobre

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Fui agarrar o irmão do meu filho pra fazer Crowdynews

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