Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise Carlos Frederico Pereira da Silva Gamai As ações externas do novo presidente da Argentina causaram frisson na política mundial. Em 50 dias de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões políticas e invocou a cláusula democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas na Venezuela, reabriu negociações com investidores internacionais, buscou canais de negociação com o Reino Unido na disputa pelas Malvinas/Falklands, foi protagonista no Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça) e anunciou uma “reaproximação” com Europa, Estados Unidos...e Brasilii. No cômputo geral, a investida diplomática em múltiplas frentesiii contrasta fortemente com a política externa insular da ex-presidenta justicialista Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015). As novidades na Argentina provocaram ondas de euforia e pânico em doses desiguais nos vizinhos. Para o Brasil, o timing é dos piores. Confrontada com um processo de impeachment, Dilma Rousseff não foi a Davos. Em meio a denúncias de corrupção em diversos níveis de governo, a economia patina – além da queda do PIB, a inflação superou o teto da meta, aumentou o endividamento das famílias, o Real perdeu metade do seu valor e empresas como a Petrobrás viram seu valor de mercado desabar. Promessas de liderança regional permanecem apenas em discursos do passado recente. Rousseff acaba de anunciar uma redução do investimento em organismos internacionaisiv. Subitamente, a carruagem altiva se tornou, a contragosto, abóbora. Não surpreende que o flamante mandatário argentino busque ser visto como liderança emergente. Mas é inusitada ver pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como seu parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrelaçam num impasse incômodo. O estágio de interligação das economias tornou realidade o velho sonho da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção, 30 anos após a reaproximação nuclear após o fim de suas ditaduras civis-militares, Brasil e Argentina são parceiros de primeira ordem. Junto com a integração, veio interdependência assimétrica. O Brasil absorve 46% das exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem seu PIB declinar, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014. Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações no Brasilv, exportações de veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços para aumentar a competitividade conjunta, os dois países investem em próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, Rousseff assinou acordos de comércio e investimentos com China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos em 2015. Na Argentina, o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as exportações sob CFK (ExportAr) cederá lugar para uma agência de atração de investimento externo direto (Agencia de Inversiones) criada a partir de um pool de ministériosvi. Essa decisão de Macri faz parte do plano estruturado para quebrar o isolamento da gestão CFK – ao custo de dolorosas negociações com os “fundos abutres”vii. Após a moratória técnica de 2014, investimentos externos minguaram na Argentina. A nova Agencia despertou interesse no retorno a Davos, após 13 anosviii. O efeito combinado dos desequilíbrios interdependentes é massivo. Em 4 anos, o comércio BrasilArgentina se reduziu 42%ix – retornando a patamares da crise mundial de 2008.
Transformações no perfil internacional dos dois países acentuaram as contradições de sua relação. O Brasil se tornou o segundo maior produtor global de alimentos e acaba de colher safra recorde (mais de 209 milhões de toneladas de grãosx) mesmo numa baixa internacional das commodities. Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao fim da gestão CFK). Suas primeiras medidas puseram fim ao câmbio artificial e desoneraram a exportação de produtos agrícolasxi. Em 2016, a Argentina começou a exportar grãos para países emergentes como Vietnã e Coréia do Sul (mercados considerados estratégicosxii para o Brasil de Rousseff). Impasses na agricultura, indústria e serviços motivaram o governo CFK a bloquear negociações do MERCOSUL com a União Europeiaxiii. Estas incluíam comercio e investimentos que poderiam vitalizar a combalida economia brasileira no governo Rousseff. O Brasil ofereceu à Argentina negociações de livre comércio para acelerar as negociações com a UExiv. Macri reluta em aceitar esses termosxv. O descompasso tem um alto preço. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital)xvi. A integração logística da América do Sul – pensada há 25 anos como tarefa do MERCOSUL – está nas mãos da China, na tentativa de implementar uma ferrovia transoceânica (que atravessará a Floresta Amazônica). Em negociações bilaterais complementadas pela CELAC, a China relegou ao ostracismo o MERCOSUL. Brasil e Argentina lidarão com outra interdependência assimétrica muito em brevexvii. Na última década, a China passou a ser a maior parceira comercial e investidora dos membros do MERCOSUL. Em meio à desindustrialização no Brasil (declínio de 8.3% em 2015xviii), investimentos chineses assumiram obras de infraestrutura consideradas estratégicas no PAC IIxix. E empréstimos chineses compensaram a escassez de investimentos internacionais na Argentina pós-moratóriaxx. À medida que Argentina e Brasil foram se afastando, paradoxalmente, pelo incremento de sua interdependência, outros poderes regionais e mundiais ganharam oportunidades de ação. Além da China, Chile, Peru, Colômbia e México projetam sua Aliança do Pacífico rumo ao norte. E os EUA encontraram terreno fértil para propor sua Parceria Trans-Pacíficaxxi mais rápido que se imaginava. A sintonia de palavras entre Cristina e Dilma velou muitos desequilíbrios na interdependência assimétrica. Após a cortina de fumaça, o abismo se fez visível. Hora de conversar em outros termos. O apoio pregresso de Dilma ao candidato derrotado Daniel Sciolixxii não ofusca as cartas na mesa. A tentativa da Argentina de Macri se reaproximar do Brasil de Dilma é uma necessidade pragmática. Diálogo indireto principiou durante as eleições na Venezuela. Após críticas de Macrixxiii, o Brasil se pronunciou. Via Itamaraty, defendeu inequivocamente o estado democrático de direito e a escolha soberana do eleitorado localxxiv. Não há mais espaço na América do Sul para golpismos e aventuras. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desafio que Argentina e Brasil podem encarar separados. Estatísticas e expectativas convergem para uma imagem pendular: em termos relativos, a Argentina sobe e o Brasil desce. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz com que toda decisão seja sentida de lado a lado. O aumento da interdependência política e econômica nos trouxe dilemas e contradições comuns. E conversas sobre a proximidade incômoda. Assuntos não faltam: MERCOSUL, UE, Venezuela, China.
O passado tem utilidade limitada. No governo Carlos Menem (1989-2000) o Brasil era um parceiro comparativamente menor. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) pouco fez para ajudar uma Argentina comparativamente menor em meio ao abismo político-econômico de 2001. Na cooperação, não há respostas prontas. Na crise, Argentina e Brasil podem redefinir sua relação. i
Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pesquisador do BRICS Policy Center http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1737861-macri-se-afasta-de-bolivarianos-e-busca-reaproximacao-combrasil-e-eua.shtml iii http://www.cfr.org/argentina/futureargentinaconversationsusanamabelmalcorra/p37519 iv http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1738670-para-economizar-governo-vai-rever-participacao-em-orgaosinternacionais.shtml v http://oglobo.globo.com/economia/montadoras-operam-com-50-da-capacidade-menor-nivel-em-25-anos-18491592 vi http://www.lanacion.com.ar/1869375lanzanlaagenciaquebuscarainversionesparaelpais vii http://www.infomoney.com.br/bloomberg/mercados/noticia/4610032/governomacrinaoperdetempoentrajusticaparap agardivida viii http://www.lanacion.com.ar/1864758mauriciomacrisobresuvisitaadavosargentinafuerecibidaconunenormeentusiasmo ix http://www.ieco.clarin.com/economia/comercio-Brasil-Argentina-cayo-mitad_0_1501650092.html#cxrecs_s x http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil-bate-recorde-de-colheita-de-graos-em-2015 xi http://www.clarin.com/br/Receitaagricolaargentinomedidasgoverno_0_1502250126.html xii http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1730186-dilma-quer-priorizar-acordo-comercial-com-ue-orientemedio-e-asiaticos.shtml xiii http://www.pagina12.com.ar/diario/economia/229200020160208.html ii
xiv
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-02/brasil-vai-propor-argentina-livre-comerciono-setor-automotivo xv
http://www.lanacion.com.ar/1870238-el-gobierno-rechazara-la-pretension-de-brasil-de-liberar-el-comercio César, G.R.C.C. "Integração da América Latina". Jornal dos Economistas, n.319 (2016), pp.3-6. xvii Gama, C.F.P.S. (2015). "A Aliança Brasil-China num Sistema Internacional em Transformação". SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/249738 xviii http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1736192-industria-cai-83-em-2015-e-tem-pior-resultado-desde2003.shtml xix http://brazilmodal.com.br/2015/jornalmultimodal/semcaixagovernadoresnegociamprojetosdiretamentecomasiaticos/ xx http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/internacional/1451250863_783895.html xxi Gama, C.F.P.S. (2015). "A parceria Trans-Pacífica e os Desafios da Economia Global em Recuperação". SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/256015 xxii http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/10/candidato-presidencia-da-argentina-confia-em-dilma-e-nademocracia xxiii http://www.lanacion.com.ar/1852137-tras-la-derrota-del-chavismo-macri-no-pedira-aplicar-la-clausula-democraticacontra-venezuela xxiv Ministério das Relações Exteriores do Brasil, "Nota: Inauguração da Assembleia Nacional Venezuelana". Disponível em: http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12819:inauguracao-da-assembleianacional-venezuelana&catid=42&Itemid=280&lang=pt-BR xvi
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama
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The SinoIndian Border Dispute and its Consequences for Asian Security, by Bruna Bosi
Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil rede截\nem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama 26/02/2016
Américas
0
Moreira
Entre a dança
do elefante e a força do Dragão: a instabilidade nas relações India e China, por André S. Campos Redução de
As ações externas do novo presidente da Argentina
causaram
frisson
na
política
mundial. Em 50 dias de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões
políticas
e
invocou
a
cláusula
democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas na Venezuela, reabriu negociações com
investidores
internacionais,
buscou
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama
barreiras à
canais de negociação com o Reino Unido na
importação de
disputa
grãos na
protagonista no Fórum Econômico Mundial
Argentina:
(Davos,
possíveis
“reaproximação”
impactos no
Unidos…e Brasil[i].
pelas
Malvinas/Falklands,
Suíça)
e
anunciou
com
Europa,
foi uma
Estados
agronegócio da soja no
No cômputo geral, a investida diplomática em
Paraguai, por
múltiplas frentes[ii] contrasta fortemente com
Lorena Izá
a política externa insular da ex-presidenta
Pereira
justicialista Cristina Fernández de Kirchner
Donald Trump: eleições nos EUA e a política pop, por David Fernando Nogueira da Silva Joseph Stiglitz’s views on the economic crisis, By Liza Valença
(2007-2015). As novidades na Argentina provocaram ondas de euforia e pânico em doses desiguais nos vizinhos. Para o Brasil, o timing é dos piores. Confrontada
com
um
processo
de
impeachment, Dilma Rousse䌛 não foi a Davos. Em meio a denúncias de corrupção em diversos níveis de governo, a economia patina – além da queda do PIB, a in ação superou o teto da meta, aumentou o endividamento das famílias, o Real perdeu metade do seu valor e empresas como a Petrobrás viram seu valor de mercado desabar. Promessas de liderança regional permanecem apenas em discursos do passado recente. Rousse䌛 acaba de anunciar
Ramos
uma redução do investimento em organismos
BRICS:
altiva se tornou, a contragosto, abóbora.
prioridades, interesses e performance, por Thaís Moretz-Sohn Fernandes Política externa brasileira para a África nos governos FHC, Lula e Dilma: re exões sobre
internacionais[iii]. Subitamente, a carruagem
Não surpreende que o
amante mandatário
argentino busque ser visto como liderança emergente. Mas é inusitada ver pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como seu parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrelaçam num impasse incômodo. O estágio de interligação das economias tornou realidade o velho sonho da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção, 30 anos após a reaproximação nuclear após o 截\m de suas ditaduras civis-
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mudanças e
militares, Brasil e Argentina são parceiros de
incertezas, por
primeira ordem.
Walace Ferreira União Africana assume compromisso com alimentação escolar, por Daniel Balaban Política Industrial de Defesa brasileira em tempos de crise: os principais desa截\os para o PAED 2016, por Peterson
Junto com a integração, veio interdependência assimétrica.
O Brasil absorve 46% das
exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem seu PIB declinar, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014. Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações
no
Brasil[iv],
exportações
de
veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços para aumentar a competitividade
conjunta,
os
dois
países
investem em próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, Rousse䌛 assinou acordos de comércio e investimentos com China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos em 2015. Na Argentina, o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as
Silva
exportações sob CFK (ExportAr) cederá lugar
A Igreja
externo direto (Agencia de Inversiones) criada a
Católica, o meioambiente e a governança global, por Estevan Coca Os Limites da Lei Antiterrorismo no Brasil, por Maurício Kenyatta Barros da
para uma agência de atração de investimento partir de um pool de ministérios[v]. Essa decisão
de
Macri
faz
parte
do
plano
estruturado para quebrar o isolamento da gestão
CFK
–
ao
custo
de
dolorosas
negociações com os “fundos abutres”[vi]. Após a moratória técnica de 2014, investimentos externos minguaram na Argentina. A nova Agencia despertou interesse no retorno a Davos, após 13 anos[vii]. O
efeito
combinado
dos
desequilíbrios
interdependentes é massivo. Em 4 anos, o comércio Brasil-Argentina se reduziu 42%[viii] – retornando a patamares da crise mundial de
Costa
2008.
Palestra
Transformações no per截\l internacional dos
“Mulheres, Paz e Segurança”
dois países acentuaram as contradições de
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The energy internet: managing electricity in the 21st Century, por Larissa Basso and Luciano Viola
sua relação. O Brasil se tornou o segundo maior produtor global de alimentos e acaba de colher safra recorde (mais de 209 milhões de toneladas de grãos[ix]) mesmo numa baixa internacional das commodities. Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao 截\m da gestão CFK). Suas primeiras medidas puseram 截\m ao câmbio arti截\cial e desoneraram a exportação de produtos agrícolas[x]. Em 2016, a Argentina
Desenvolvime
começou
nto
emergentes como Vietnã e Coréia do Sul
Sustentável:
(mercados considerados estratégicos[xi] para
breve
o Brasil de Rousse䌛).
a
exportar
grãos
para
países
histórico e “evolução” do
Impasses na agricultura, indústria e serviços
conceito,
motivaram
por Matilde de
negociações do MERCOSUL com a União
Souza
Europeia[xii].
Estas
incluíam
comercio
e
e Daniela
investimentos
que
poderiam
vitalizar
a
Perdigão
combalida economia brasileira no governo
Zika Vírus e a efetivação da saúde na agenda global, por Maíra S. Fedatto Meridiano 47: reinvenção e rede截\nição com inovação contínua na comunicação cientí截\ca em RI no Brasil, por Antônio
o
governo
CFK
negociações de livre comércio para acelerar as negociações com a UE[xiii]. Macri reluta em aceitar esses termos[xiv]. O descompasso tem um alto preço. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital)[xv]. A integração logística da América do Sul – pensada
há
25
anos
como
tentativa
de
implementar
Amazônica).
Em
Paulo Roberto
uma
negociações
ferrovia bilaterais
complementadas pela CELAC, a China relegou
Brasil
mundial, por
do
transoceânica (que atravessará a Floresta
A posição
economia
tarefa
MERCOSUL – está nas mãos da China, na
ao ostracismo o MERCOSUL.
Brasil na
bloquear
Rousse䌛. O Brasil ofereceu à Argentina
Carlos Lessa
bizarra do
a
e
Argentina
interdependência
lidarão
assimétrica
com muito
outra em
breve[xvi]. Na última década, a China passou a ser a maior parceira comercial e investidora dos membros do MERCOSUL. Em meio à
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de Almeida Fulbright seleciona candidatos para Cátedra de Estudos Brasileiros na Emory University
desindustrialização no Brasil (declínio de 8.3% em
2015[xvii]),
assumiram
investimentos
obras
de
chineses
infraestrutura
consideradas estratégicas no PAC II[xviii]. E empréstimos
chineses
compensaram
a
escassez de investimentos internacionais na Argentina pós-moratória[xix]. À medida que Argentina e Brasil foram se afastando, paradoxalmente, pelo incremento
Fulbright
de sua interdependência, outros poderes
oferece nolsa
regionais e mundiais ganharam oportunidades
para pesquisa
de ação. Além da China, Chile, Peru, Colômbia
sobre
e México projetam sua Aliança do Pací截\co
Democracia e
rumo ao norte. E os EUA encontraram terreno
Desenvolvime
fértil
nto Humano
Pací截\ca[xx] mais rápido que se imaginava.
“Elections as
A sintonia de palavras entre Cristina e Dilma
circus”: os EUA e as raízes domésticas e globais de uma era de radicalismos, por Bruno Hendler
para
velou
propor
muitos
sua
Parceria
Trans-
desequilíbrios
na
interdependência assimétrica. Após a cortina de fumaça, o abismo se fez visível. Hora de conversar
em
outros
termos.
O
apoio
pregresso de Dilma ao candidato derrotado Daniel Scioli[xxi] não ofusca as cartas na mesa. A
tentativa
da
Argentina
de
Macri
se
reaproximar do Brasil de Dilma é uma necessidade pragmática. Diálogo indireto principiou durante as eleições na Venezuela. Após críticas de Macri[xxii], o Brasil se pronunciou. Via Itamaraty, defendeu inequivocamente o estado democrático de direito e a escolha soberana do eleitorado local[xxiii]. Não há mais espaço na América do Sul para golpismos e aventuras. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desa截\o que Argentina e Brasil podem
encarar
separados.
Estatísticas
e
expectativas convergem para uma imagem pendular: em termos relativos, a Argentina http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogosindiretosargentinaebrasilredefinemumarelacaoemcriseporcarlosfredericopereiradasilvagama/ 5/11
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sobe e o Brasil desce. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz com que toda decisão seja sentida de lado a lado. O aumento da interdependência política e econômica nos trouxe dilemas e contradições comuns. E conversas sobre a proximidade incômoda. Assuntos não faltam: MERCOSUL, UE, Venezuela, China. O passado tem utilidade limitada. No governo Carlos Menem (1989-2000) o Brasil era um parceiro comparativamente menor. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) pouco
fez
para
ajudar
uma
Argentina
comparativamente menor em meio ao abismo político-econômico de 2001. Na cooperação, não há respostas prontas. Na crise, Argentina e Brasil podem rede截\nir sua relação. [i] http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/0 2/1737861-macri-se-afasta-de-bolivarianos-e-
busca-reaproximacao-com-brasil-eeua.shtml [ii] http://www.cfr.org/argentina/futureargentin aconversationsusanamabelmalcorra/p37519 [iii] http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/0 2/1738670-para-economizar-governo-vairever-participacao-em-orgaosinternacionais.shtml [iv] http://oglobo.globo.com/economia/montado ras-operam-com-50-da-capacidade-menornivel-em-25-anos-18491592 [v] http://www.lanacion.com.ar/1869375lanzanl http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogosindiretosargentinaebrasilredefinemumarelacaoemcriseporcarlosfredericopereiradasilvagama/ 6/11
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama
aagenciaquebuscarainversionesparaelpais [vi]http://www.infomoney.com.br/bloomberg /mercados/noticia/4610032/governomacrina operdetempoentrajusticaparapagardivida [vii] http://www.lanacion.com.ar/1864758maurici omacrisobresuvisitaadavosargentinafuerecib idaconunenormeentusiasmo [viii] http://www.ieco.clarin.com/economia/comer cio-Brasil-Argentina-cayomitad_0_1501650092.html#cxrecs_s [ix] http://exame.abril.com.br/economia/noticias /brasil-bate-recorde-de-colheita-de-graosem-2015 [x] http://www.clarin.com/br/Receitaagricolaarg entinomedidasgoverno_0_1502250126.html [xi] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016 /01/1730186-dilma-quer-priorizar-acordocomercial-com-ue-oriente-medio-easiaticos.shtml [xii] http://www.pagina12.com.ar/diario/economi a/229200020160208.html [xiii] http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/n oticia/2016-02/brasil-vai-propor-argentinalivre-comercio-no-setor-automotivo [xiv] http://www.lanacion.com.ar/1870238-elgobierno-rechazara-la-pretension-de-brasilde-liberar-el-comercio [xv] César, G.R.C.C. “Integração da América http://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogosindiretosargentinaebrasilredefinemumarelacaoemcriseporcarlosfredericopereiradasilvagama/ 7/11
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama
Latina”. Jornal dos Economistas, n.319 (2016), pp.3-6. [xvi] Gama, C.F.P.S. (2015). “A Aliança BrasilChina
num
Sistema
Transformação”.
SRZD.
Internacional
em
Disponível
em:
http://www.sidneyrezende.com/noticia/2497 38 [xvii] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016 /02/1736192-industria-cai-83-em-2015-e-tempior-resultado-desde-2003.shtml [xviii] http://brazilmodal.com.br/2015/jornalmulti modal/semcaixagovernadoresnegociamproje tosdiretamentecomasiaticos/ [xix] http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/int ernacional/1451250863_783895.html [xx] Gama, C.F.P.S. (2015). “A parceria TransPací截\ca e os Desa截\os da Economia Global em Recuperação”.
SRZD.
Disponível
em:
http://www.sidneyrezende.com/noticia/2560 15 [xxi] http://www.ebc.com.br/noticias/politica/201 5/10/candidato-presidencia-da-argentinacon截\a-em-dilma-e-na-democracia [xxii]
http://www.lanacion.com.ar/1852137-
tras-la-derrota-del-chavismo-macri-nopedira-aplicar-la-clausula-democraticacontra-venezuela [xxiii] Ministério das Relações Exteriores do Brasil, “Nota: Inauguração da Assembleia Nacional
Venezuelana”.
Disponível
em:
http://www.itamaraty.gov.br/index.php? option=com_content&view=article&id=12819: inauguracao-da-assembleia-nacionalhttp://www.mundorama.net/2016/02/26/dialogosindiretosargentinaebrasilredefinemumarelacaoemcriseporcarlosfredericopereiradasilvagama/ 8/11
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama
venezuelana&catid=42&Itemid=280&lang=ptBR
Carlos
Frederico
Pereira
da
Silva
Professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e pesquisador do BRICS Policy Center
Como citar este artigo: Editoria Mundorama. "Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil rede截\nem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama". Mundorama - Revista de Divulgação Cientí截\ca em Relações Internacionais, [acessado em 26/02/2016]. Disponível em: .
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Diálogos Indiretos: Argentina e Brasil redefinem uma relação em crise, por Carlos Frederico Gama – Revista Mundorama
"Encontros e Desencontro s: o lugar da Argentina na política externa brasileira", de Miriam Gomes Saraiva, por Eduardo Gomes de Almeida Souza Durante o ano corrente, a editora Fino Traço tem Em publicado "Américas"
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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise Publicado por Colaboradores
As ações do novo presidente da Argentina causaram frisson no meio político continental. Em menos de 2 meses de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões políticas na Venezuela, invocou a cláusula democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas naquele país, reabriu negociações com os “fundos abutres”, manifestou intenção de reabrir canais de negociação com o Reino Unido sobre as Malvinas/Falklands, foi recebido com pompa no Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça) e anunciou uma “reaproximação” com Europa, Estados Unidos…E Brasil[1]. No cômputo geral, a investida diplomática em múltiplas frentes[2] marca um acentuado contraste com a política externa insular da justicialista Cristina Fernández de Kirchner (20072015). As novas mensagens foram acolhidas com euforia e pânico em doses desiguais pelo gigante vizinho. Para o Brasil, o timing é dos piores. Dilma não prestigiou o retorno da Argentina a Davos. As agruras do impeachment se arrastam em meio a denúncias de corrupção e a economia patina (queda do PIB, aumento da inflação, endividamento das famílias, desvalorização do Real, perda de valor de mercado de empresas como a Petrobrás). Promessas de liderança regional se esvaneceram nos discursos de outrora. Rousseff acaba de anunciar uma revisão orçamentária do investimento em organismos internacionais[3]. Subitamente, a carruagem altiva virou uma constrangida abóbora. Não é surpreendente que o flamante mandatário argentino busque status de liderança emergente. Mas é inusitado que haja pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrecruzam em incômodo
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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise | NEMRI Núcleo de Estudos Multidisciplinar de Relações Internacionais impasse. O estágio de interligação das economias tornou realidade um velho sonho dos proponentes da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção e 30 anos após a reaproximação nuclear após as ditaduras civismilitares, Brasil e Argentina se tornaram parceiros de primeira ordem. Junto com a integração, veio a interdependência assimétrica. O Brasil absorve 46% das exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem declínio do PIB, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014. Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações no Brasil[4], as exportações de veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços em prol do aumento de competitividade conjunto, os dois países investem em suas próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, em 2015 Rousseff assinou acordos de comércio e investimentos com China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos. Sinal dos tempos: o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as exportações argentinas sob CFK (ExportAr) cederá lugar para uma agência de atração de investimento externo direto (Agencia de Inversiones) criada a partir de um pool de ministérios[5]. Essa decisão de Macri faz parte do plano estruturado para quebrar o isolamento no qual a Argentina se viu na gestão CFK (que inclui uma dolorosa volta à mesa de negociações com os
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“fundos abutres”[6]). Após a moratória técnica declarada em 2014, os investimentos externos
Seguir “NEMRI Núcleo de Estudos anos[7]. Multidisciplinar de O efeito combinado dos desequilíbrios interdependentes é sintomático. Nos últimos Relações 4 anos, o comércio BrasilArgentina se reduziu 42%[8] – retornando aos patamares da crise mundial de 2008. Internacionais” minguaram na Argentina. A nova Agencia despertou interesse no retorno do país a Davos, após 13
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Maurício Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao cabo da gestão CFK). Suas primeiras medidas incluíram o fim do câmbio artificial e desonerar a
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exportação de produtos agrícolas[10]. Em 2016, a Argentina exporta grãos para emergentes como Vietnã e Coréia do Sul (mercados considerados estratégicos[11] para a longa travessia do Brasil de Dilma Rousseff). Impasses na agricultura, indústria e serviços motivaram o governo CFK a bloquear negociações de comércio e investimentos do MERCOSUL com a União Europeia[12] (que atenuariam a desaceleração econômica brasileira sob Rousseff). Macri herdou muitas dificuldades para mudar esse quadro[13]. O preço do descompasso é alto. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital)[14]. A integração logística da América do Sul – pensada há 25 anos como tarefa do MERCOSUL – depende agora da China, em tratativas para implementar a ferrovia transoceânica (que atravessará a Floresta Amazônica). Em negociações bilaterais complementadas pela CELAC, a China legou o MERCOSUL ao ostracismo. Brasil e Argentina lidarão com uma outra interdependência assimétrica muito em breve[15]. Na última década, a China se tornou a maior parceira comercial e investidora dos membros do MERCOSUL. Contra o pano de fundo da desindustrialização no Brasil (declínio de 8.3% em 2015[16]), investimentos chineses assumiram obras de infraestrutura previstas no PAC II[17].
Empréstimos chineses compensaram a escassez de investimentos internacionais na Argentina pós moratória[18]. À medida que Argentina e Brasil foram, paradoxalmente, se afastando pelo incremento de sua interdependência, outros poderes regionais e mundiais tiveram oportunidades importantes. Além da China, Chile, Peru, Colômbia e México projetam sua Aliança do Pacífico rumo ao norte. Os EUA encontraram o contexto ideal para propor sua Parceria TransPacífica[19]. A proximidade de palavras entre mandatárias (Cristina e Dilma) era uma cortina de fumaça a velar desequilíbrios na interdependência assimétrica. Agora o abismo se fez visível. Temos que conversar. O apoio de Dilma ao candidato derrotado na Argentina Daniel Scioli[20] não ofusca as cartas na mesa.
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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise | NEMRI Núcleo de Estudos Multidisciplinar de Relações Internacionais A tentativa da Argentina de Macri se reaproximar do Brasil de Dilma é uma necessidade pragmática. Um diálogo indireto começou nas eleições na Venezuela. Após as críticas de Macri[21], o Brasil se pronunciou (via Itamaraty) defendendo em termos inequívocos o estado democrático de direito e a escolha soberana do eleitorado local[22]. Não há espaço na América do Sul para aventuras golpistas. O momento de cada país é inquietante. Problemas complexos nos cercam. Começar a responder é um desafio que Argentina e Brasil podem encarar separadamente. A densidade de nossos vínculos, entretanto, faz toda decisão ser sentida de lado a lado. Invocar o passado tem utilidade limitada. No governo Carlos Menem (19892000) o Brasil era um parceiro comparativamente menor. O Brasil de Fernando Henrique Cardoso (19952002) pouco fez para ajudar uma Argentina comparativamente menor no abismo políticoeconômico de 2001. Na cooperação, não há respostas prontas. Mesmo num contexto adverso, Argentina e Brasil podem reconstruir sua relação. Carlos Frederico Pereira da Silva Gama
DOUTOR EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELO IRI/PUCRIO (2011). MESTRE EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELO IRI/PUCRIO (2005). BACHAREL EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS PELA PUCMINAS (2002).
[1]
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1737861macriseafastadebolivarianose
buscareaproximacaocombrasileeua.shtml [2] http://www.cfr.org/argentina/futureargentinaconversationsusanamabelmalcorra/p37519 [3]
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1738670paraeconomizargovernovairever
participacaoemorgaosinternacionais.shtml [4] http://oglobo.globo.com/economia/montadorasoperamcom50dacapacidademenornivelem 25anos18491592 [5] http://www.lanacion.com.ar/1869375lanzanlaagenciaquebuscarainversionesparaelpais [6]http://www.infomoney.com.br/bloomberg/mercados/noticia/4610032/governomacrinaoperdetempoentrajusticaparapagardivida [7]http://www.lanacion.com.ar/1864758mauriciomacrisobresuvisitaadavosargentinafuerecibidaconunenormeentusiasmo [8]
http://www.ieco.clarin.com/economia/comercioBrasilArgentinacayo
mitad_0_1501650092.html#cxrecs_s [9] http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasilbaterecordedecolheitadegraosem2015 [10] http://www.clarin.com/br/Receitaagricolaargentinomedidasgoverno_0_1502250126.html [11]
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1730186dilmaquerpriorizaracordo
comercialcomueorientemedioeasiaticos.shtml [12] http://www.pagina12.com.ar/diario/economia/229200020160208.html [13] http://www.lanacion.com.ar/1870238elgobiernorechazaralapretensiondebrasildeliberar elcomercio [14] César, G.R.C.C. “Integração da América Latina”. Jornal dos Economistas, n.319 (2016), pp.36. [15] Gama, C.F.P.S. (2015). “A Aliança BrasilChina num Sistema Internacional em Transformação”.
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Diálogos indiretos: Brasil e Argentina redefinem uma relação em crise | NEMRI Núcleo de Estudos Multidisciplinar de Relações Internacionais SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/249738 [16] http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1736192industriacai83em2015etempior resultadodesde2003.shtml [17]http://brazilmodal.com.br/2015/jornalmultimodal/semcaixagovernadoresnegociamprojetosdiretamentecomasiaticos/ [18] http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/27/internacional/1451250863_783895.html [19] Gama, C.F.P.S. (2015). “A parceria TransPacífica e os Desafios da Economia Global em Recuperação”. SRZD. Disponível em: http://www.sidneyrezende.com/noticia/256015 [20]
http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2015/10/candidatopresidenciadaargentinaconfia
emdilmaenademocracia [21] http://www.lanacion.com.ar/1852137trasladerrotadelchavismomacrinopediraaplicarla clausulademocraticacontravenezuela [22] Ministério das Relações Exteriores do Brasil, “Nota: Inauguração da Assembleia Nacional Venezuelana”.
Disponível
em:
http://www.itamaraty.gov.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=12819:inauguracaodaassembleianacional venezuelana&catid=42&Itemid=280&lang=ptBR Sobre estes anúncios
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17/02/2016 19h03
Proximidade Incômoda: Argentina e Brasil discutem uma relação em crise Carlos Frederico Pereira da Silva Gama* As ações do novo presidente da Argentina causaram frisson no meio político continental. Em menos de 2 meses de governo, Maurício Macri (da coalizão Cambiemos) condenou prisões políticas na Venezuela, invocou a cláusula democrática do MERCOSUL durante eleições legislativas naquele país, reabriu negociações com os "fundos abutres", manifestou intenção de reabrir canais de negociação com o Reino Unido sobre as Malvinas/Falklands, foi recebido com pompa no Fórum Econômico Mundial (Davos, Suíça) e anunciou uma "reaproximação" com Europa, Estados Unidos...E Brasil. No cômputo geral, a investida diplomática em múltiplas frentes marca um acentuado contraste com a política externa insular da justicialista Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015). As novas mensagens foram acolhidas com euforia e pânico em doses desiguais pelo gigante vizinho. Para o Brasil, o timing é dos piores. Dilma não prestigiou o retorno da Argentina a Davos. As agruras do impeachment se arrastam em meio a denúncias de corrupção e a economia patina (queda do PIB, aumento da inflação, endividamento das famílias, desvalorização do Real, perda de valor de mercado de empresas como a Petrobrás). Promessas de liderança regional se esvaneceram nos discursos de outrora. Rousseff acaba de anunciar uma revisão orçamentária do investimento em organismos internacionais. Subitamente, a carruagem altiva virou uma constrangida abóbora. Não é surpreendente que o flamante mandatário argentino busque status de liderança emergente. Mas é inusitado que haja pânico quando a Argentina reconhece o Brasil como parceiro prioritário. A ascensão relativa da Argentina e a queda relativa do Brasil se entrecruzam em incômodo impasse. O estágio de interligação das economias tornou realidade um velho sonho dos proponentes da integração regional. 25 anos após o Protocolo de Assunção e 30 anos após a reaproximação nuclear após as ditaduras civis-militares, Brasil e Argentina se tornaram parceiros de primeira ordem. Junto com a integração, veio a interdependência assimétrica. O Brasil absorve 46% das exportações industriais argentinas (80% das exportações automotivas). Mesmo sem declínio do PIB, a Argentina exportou para o parceiro 27% a menos do que em 2014. Com montadoras dando férias coletivas e fechando instalações no Brasil, as exportações de veículos e peças argentinas caíram 33% em 2015. Ao invés de unir esforços em prol do aumento de competitividade conjunto, os dois países investem em suas próprias matrizes produtivas e disputam acesso a mercados externos. Sem consultas ao MERCOSUL, em 2015 Rousseff assinou acordos de comércio e investimentos com
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China, Alemanha, Colômbia e Estados Unidos. Sinal dos tempos: o órgão criado com capital público e privado para impulsionar as exportações argentinas sob CFK (ExportAr) cederá lugar para uma agência de atração de investimento externo direto (Agencia de Inversiones) criada a partir de um pool de ministérios. Essa decisão de Macri faz parte do plano estruturado para quebrar o isolamento no qual a Argentina se viu na gestão CFK (que inclui uma dolorosa volta à mesa de negociações com os "fundos abutres"). Após a moratória técnica declarada em 2014, os investimentos externos minguaram na Argentina. A nova Agência despertou interesse no retorno do país a Davos, após 13 anos. O efeito combinado dos desequilíbrios interdependentes é sintomático. Nos últimos 4 anos, o comércio Brasil-Argentina se reduziu 42% - retornando aos patamares da crise mundial de 2008. Transformações no perfil internacional dos dois países deram novos contornos a esse drama. O Brasil se tornou o segundo maior produtor global de alimentos. Acaba de colher uma safra recorde (mais de 209 milhões de toneladas de grãos) num período de baixa internacional das commodities. Maurício Macri se elegeu com a promessa de retomar o crescimento econômico (estagnado ao cabo da gestão CFK). Suas primeiras medidas incluíram o fim do câmbio artificial e desonerar a exportação de produtos agrícolas. Em 2016, a Argentina exporta grãos para emergentes como Vietnã e Coréia do Sul (mercados considerados estratégicos para a longa travessia do Brasil de Dilma Rousseff). Impasses na agricultura, indústria e serviços motivaram o governo CFK a bloquear negociações de comércio e investimentos do MERCOSUL com a União Europeia (que atenuariam a desaceleração econômica brasileira sob Rousseff). Macri herdou muitas dificuldades para mudar esse quadro. O preço do descompasso é alto. Apenas um décimo das exportações do MERCOSUL se originam de cadeias regionais de produção (peças, equipamentos, bens de capital). A integração logística da América do Sul - pensada há 25 anos como tarefa do MERCOSUL - depende agora da China, em tratativas para implementar a ferrovia transoceânica (que atravessará a Floresta Amazônica). Em negociações bilaterais complementadas pela CELAC, a China legou o MERCOSUL ao ostracismo.
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Mesmo num contexto adverso, Argentina e Brasil podem reconstruir sua relação.
ღ Viviane Araujo ღ
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@Araujovivianne
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Mais um ano!! Obg Senhor por tudo q tens feito na minha vida! ὤ ὊὊ https://t.co/P3h2DbFaWV2DbFaWV 25 de mar
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Tunico da Vila
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Gente bamba, vamos ajudar?Repostem, compartilhem e vamos anudar a achar essa menina !#Repost @julianaalvesiam with @repostapp・・・Lorrane de 15... 24 de mar
Lucinha Nobre @lucinhanobre
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Fui agarrar o irmão do meu filho pra fazer Crowdynews
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