DIAS, V. S. (2015). A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia. In QUARESMA, J. C., ed. - Ad Aeternitatem. Os espólios funerários de Ammaia a partir da colecção Maçãs do Museu Nacional de Arqueologia. Évora: Universidade de Évora/HERCULES, 2015, (p. 53-96). ISBN: 978-989-20-5717-0.

June 7, 2017 | Autor: Vítor Dias | Categoria: Roman Archaeology
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Ad Aeternitatem Os espólios funerários de Ammaia a partir da colecção Maçãs do Museu Nacional de Arqueologia

Ad Aeternitatem Os espólios funerários de Ammaia a partir da colecção Maçãs do Museu Nacional de Arqueologia

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA José Carlos Quaresma COORDENAÇÃO EXECUTIVA Sofia Borges CONSULTOR CIENTÍFICO Carlos Fabião

AGRADECIMENTOS A presente edição aconteceu com a concertação de esforços entre o Museu Nacional de Arqueologia e a Fundação Cidade de Ammaia, nomeadamente nas pessoas dos respectivos directores, António Carvalho e Carlos Melancia. Na primeira instituição cumpre ainda agradecer todo o empenho de Amélia Fernandes e Luísa Guerreiro; na segunda instituição, o empenho de Joaquim Carvalho e João Aires. Por último, ao suporte financeiro do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora, ao abrigo do projecto IMAGOS, e ao empenho de António Candeias e José Mirão, sem os quais esta edição não teria sido possível.

TEXTOS DE ESTUDO José Carlos Quaresma Vítor Dias Mário Cruz José Ruivo Graça Cravinho FOTOGRAFIAS DOS CATÁLOGOS Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu Nacional de Arqueologia (MNA), excepto os nºs 6-12, 18, 19, 25, 29-31, do capítulo 2, e os nºs 30, 31, 44 e 45, do capítulo 3, dos respectivos autores. FOTOGRAFIA DE CAPA Jarro em vidro (MNA n.º inv.º 13667). Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu Nacional de Arqueologia (MNA): Júlia Redondo A presente publicação apresenta-se no âmbito do protocolo de colaboração estabelecido entre a Direção-Geral do Património Cultural, o Museu Nacional de Arqueologia e a Fundação Cidade de Ammaia, tendo em vista o estudo e a exposição temporária no Museu desta Fundação da designada ;Coleção Maçãs< do acervo do Museu Nacional de Arqueologia.

NOTA EDITORIAL Foi dada total liberdade aos autores dos textos para seguirem ou não o acordo ortográfico.

Índice 7

Prefácios António Carvalho Carlos Melancia

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1 - Introdução. Ammaia, António Maçãs e José Leite de Vasconcelos José Carlos Quaresma

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2 -Terra sigillata, paredes finas e lucernas dos sectores funerários de Ammaia José Carlos Quaresma

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3 - A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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4 - Espólio funerário de Ammaia. A joalharia

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5 - Moedas dos mortos, dinheiro dos vivos

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6 - Espólio funerário de Ammaia. Os vidros

Vítor Dias

Graça Cravinho

José Ruivo

Mário da Cruz

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Prefácios A ligação do Museu Nacional de Arqueologia à cidade romana de Ammaia é centenária. Como ocorreu em outros casos, a relação entre Museu e sítio arqueológico, manifestou-se através do interesse do fundador do Museu – o Doutor José Leite de Vasconcelos – na investigação orientada para a incorporação de espólio no Museu. Neste caso, o acervo era, no essencial, proveniente das necrópoles da cidade romana. Como em muitas outras situações, a relação assentava numa ligação pessoal estreita a uma personalidade local. Desta feita com António Maçãs. Claro que um sítio arqueológico com esta monumentalidade mereceu a atenção do fundador do Museu que, no início do século XX, ali também desenvolveu escavações arqueológicas. O ano de 1913, em que é publicado o terceiro e último volume das Religiões da Lusitânia, é também o ano em que António Maçãs visita o então Museu Etnológico Português, em Belém, despertando para a Arqueologia, e criando-se entre ele e Leite de Vasconcelos, a partir desse momento, uma profunda relação de amizade. Após o desaparecimento do fundador do Museu, a história da instituição e da cidade romana não se voltaram a cruzar de forma digna de nota, até ao momento em que Delmira Maçãs, filha de António Maçãs, legou ao Museu, por testamento elaborado em 1983, o acervo, também proveniente das necrópoles, herdado de seu pai e que tinha em seu poder, num gesto que pode ser interpretado como uma vontade de evitar a dispersão do espólio, reagrupando-o no Museu fundado pelo seu padrinho de baptismo e ao qual o seu pai tinha entregado, como outros, numerosas peças. Em 2001, o Museu Nacional de Arqueologia e a Fundação Cidade de Ammaia, constituída em 1997, estabeleceram por protocolo um relacionamento institucional, que culminava um processo de aproximação entre ambas as instituições, destinado a regular e enquadrar o apoio técnico que o Museu Nacional de Arqueologia iria prestar à Fundação Cidade de Ammaia, nomeadamente através da instalação de um Laboratório no Museu da Fundação e a realização de duas exposições (em 2001 e em 2007) no Museu do sítio, em São Salvador de Aramenha. Na vertente das escavações arqueológicas da antiga cidade romana, uma nova dinâmica regista-se a partir de 1990. Após diferentes campanhas e trabalhos publicados dignos de nota, os resultados alcançados com o projecto internacional Radio-Past divulgados em 2013, merecem especial atenção por nos apresentarem uma primeira imagem da cidade.

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Prefácios

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Breves palavras Actualmente, o projecto IMAGOS - desenvolvido por um consórcio científico que integra centros de investigação das Universidades de Évora e de Lisboa - realiza trabalhos arqueológicos na cidade romana e estudou detalhadamente, vidros, cerâmicas, moedas e jóias que compõem a denominada “Colecção Maçãs”, do Museu Nacional de Arqueologia. Como no passado, o Museu Nacional de Arqueologia, por ser a instituição museológica nacional de referência no domínio da Arqueologia e ter uma ligação especial à cidade romana da Ammaia, não pôde pois deixar de considerar o projecto e colaborou dentro das suas possibilidades. O estudo que agora se publica, da autoria de um grupo de investigadores portugueses, é pois essencial para que a comunidade científica e o próprio Museu Nacional de Arqueologia conheçam melhor o espólio que conserva, através da existência de um catálogo de uma das suas colecções mais importantes, pretexto para uma exposição. Deseja-se que o estudo deste espólio constitua um estímulo para que se continue a investigar o tema e volte, tanto quando possível, a reconstituir os contextos, seja do ponto de vista do conhecimento científico, seja do ponto de vista museográfico. Este tipo de estudo contribuirá também para podermos vir a compreender, a partir do cruzamento da investigação no terreno com o estudo dos materiais, se as três necrópoles identificadas pelos trabalhos anteriores pertencem a épocas diferentes ou se a sua distribuição espacial e o espólio funerário dos antigos habitantes da Ammaia traduzem algum significado social, cultural e político. Importa aqui enfatizar a importância maior desta colaboração entre o Museu Nacional de Arqueologia e a Fundação Cidade de Ammaia, desta feita também com as universidades, seja por via do apoio à investigação, que permite actualizar a fortuna crítica sobre este acervo, seja através da cedência de peças da “Colecção Maças” que podem informar uma exposição temporária de referência, dando expressão concreta ao espírito que se pretende sempre renovado e estimulante. Aliás, o actual projecto de investigação e valorização de Ammaia, IMAGOS, que sucede no terreno ao projecto Radio-Past e que se deseja que origine no futuro outras linhas de trabalho, vai permitir colocar Ammaia num lugar de destaque nas investigações que se fazem em Portugal no domínio das cidades romanas não sobrepostas pelas cidades actuais, que têm em Conímbriga e Miróbriga dois notáveis exemplos. O Museu Nacional de Arqueologia, fiel à sua história, estará sempre disponível para colaborar com a Fundação Cidade de Ammaia e com os projectos delineados por equipas de investigadores interessados em estudar esta importante cidade da Lusitânia romana.

António Carvalho Director do Museu Nacional de Arqueologia

A Fundação Cidade de Ammaia foi constituída em Novembro de 1997 com o objetivo central de proteger, estudar e divulgar o património deste monumento nacional votado ao abandono. Durante estes anos, com o recurso a fundos comunitários, temos desenvolvido uma série de investigações das quais sublinho as referentes ao projecto RadioPast, liderado pela Universidade de Évora, através do qual é possível hoje conhecer, por meios não destrutivos, a extensão das ruínas existentes da cidade que abrangem uma área de cerca de 25 ha. A colecção “Maçãs” tem origem na Cidade Romana da Ammaia e foi coleccionada pelo Dr. António Maçãs, a quem presto uma merecida homenagem neste momento, por ter sido pioneiro na tentativa de suster a delapidação do espólio da cidade que estava em curso há muitos anos. No início do séc. XX, uma parte importante deste espólio foi enviada por ele para o MNA ao cuidado do Professor Leite de Vasconcelos e por iniciativa deste museu já esteve exposto no museu do sítio de Ammaia entre Junho de 2001 e Fevereiro de 2007. Uma segunda parcela do espólio recolhido ficou no entanto na posse da filha (Dr.ª Delmira Maças), que, após a criação da Fundação Cidade de Ammaia, quis estudar a hipótese de assegurar que esta parcela podia finalmente ser exibida ao público; assim aconteceu entre Fevereiro de 2007 e Fevereiro de 2010, no museu de sítio. Como, após a sua morte, o protocolo que tinha assinado connosco para o efeito tinha um valor jurídico inferior ao seu testamento, que não foi alterado à luz do protocolo referido, como era sua intenção, esta parte do espólio foi entregue à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa como herdeira Universal, com o destino expresso de ser entregue ao MNA. É assim que, em face destas vicissitudes, só agora é possível estudar o conjunto destas duas parcelas do espólio Maçãs, mais uma vez por iniciativa do MNA, o que é para nós de uma importância vital porque a sua divulgação permite elevar o nível de “museu de sítio” a uma escala internacional condigna com a importância da Cidade Romana da Ammaia. Deus escreve direito por linhas tortas e a Fundação vê hoje mais uma vez publicamente reconhecida a sua acção em prol do património, uma vez que a classificação destas ruínas como monumento nacional em 1949 não se mostrou suficiente para o efeito.

Eng.º Carlos Melancia O Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Cidade de Ammaia

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Introdução. Ammaia, António Maçãs e José Leite de Vasconcelos

José Carlos Quaresma Bolseiro de Pós-doutoramento FCT. Investigador (CIDEHUS-Un. Évora / UNIARQ-Un. Lisboa)

A cidade e a sua descoberta 

























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Ammaia localiza-se na freguesia de São Salvador de Aramenha, junto ao Rio Sever, que nasce a pouca distância, na Serra de São Mamede. Topónimo indígena, é contudo uma fundação romana imperial, no século I d.C., tendo recebido o estatuto de civitas durante o principado de Cláudio e o de municipium, algures entre estes meados do século I e o ano de 166 d.C., quando uma epígrafe atesta esse estatuto (ENCARNAÇÃO, 1984; MANTAS, 2000). A sua ocupação, tendo em conta as escavações realizadas e os estudos de materiais já desenvolvidos, aponta para um início no século I, talvez ainda na sua primeira metade, e um fim numa data indefinida da Antiguidade Tardia, nunca anterior à primeira metade do século VI, quando se conhece pelo menos uma moeda e uma epígrafe (PEREIRA, 2009; QUARESMA, 2010-2011; 2013; CORSI et Al., 2013; CORSI e VERMEULEN, 2013). As escavações científicas no sítio têm sido desenvolvidas desde os anos 1990 até à actualidade, envolvendo não só a Universidade de Évora, a Fundação Cidade de Ammaia e arqueólogos como Jorge Oliveira, Isabel Cristina Fernandes, Vasco Mantas, José d’Encarnação, Sérgio Pereira, Joaquim Carvalho ou Sofia Borges, mas também, mais recentemente, missões de grande envergadura, com estrutura internacional, como foi o Radio-Past, liderado por Cristina Corsi e Frank Vermeulen das Universidades de Cassino, Gent e Évora (CORSI et Al, 2013; CORSI e VERMEULEN, 2013; VER-

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Introdição. Ammaia, António Maçãs e José Leite de Vasconcelos

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Na Porta Sul, uma outra área comercial estava implantada, o macellum ou mercado. Toda a cidade seria muralhada por uma parede que conferia à cidade um plano sensivelmente quadrangular. A área habitacional, que ocupava uma percentagem esmagadora da cidade, é a menos visível, encontrando-se parcialmente sobre o actual museu de sítio. No exterior da cidade, para além de dois aqueductos que forneciam água aos habitantes, existiria, na colina de Malhadais, imediatamente a Norte, uma pedreira. Era exactamente na área externa das cidades que por regra se deveriam localizar as áreas funerárias e assim acontecia em Ammaia. Segundo Sérgio PEREIRA (2009), a cidade teria pelo menos 3 núcleos necropolares (ver fig. 2, nºs 1-3). A primeira área diagnosticada estava situada a Norte da cidade, junto à igreja de São Salvador de Aramenha, segundo as informações de Laranjo Coelho (1924), dos anos 1920, que referem a 1 - Localização aproximada de Ammaia na Península Ibérica.

MEULEN e TAELMAN, 2010; PEREIRA, 2009; OLIVEIRA e PEREIRA, 2008). Este último projecto (CORSI et Al, 2013; CORSI e VERMEULEN, 2013) permitiu refinar e aprofundar o conhecimento da planta da cidade e a extensão das suas ruínas preservadas no subsolo, através de métodos não intrusivos. A cidade romana possuía interiormente o repertório urbanístico que define uma normal cidade clássica: um forum ou praça pública centralizadora, banhos públicos, vulgarmente conhecidos por termas, uma área habitacional e um plano viário estruturado por duas ruas principais, o cardus Norte-Sul, e o decumanus, Este-Oeste. O forum possuía 88 por 65 metros de lado e era ladeado parcialmente por um criptoporticus, com 6 metros de largura, que elevava parte da praça, em função do declive do terreno. Essa praça propriamente dita media 53x31 metros de lado. No centro da praça, um templum para o culto imperial com 9x17,3 metros e, ao fundo, uma basilica, para a prossecução das funções judiciais, com 46x17 metros e uma nave central de 7 metros de comprimento. A função comercial do forum era desenvolvida numa plêiade de tabernae (lojas), dispostas ao longo do criptoporticus, ao nível da praça. Cada loja media 8,9x4,9 metros de lado. Os banhos públicos, ou termas, mediam 40x40 metros e possuíam, pelo menos numa primeira fase, áreas aquecidas por uma fornalha, bem como uma área aberta de água fria, ou natatio, que se manteve até ao final da utilização do espaço. Este grande tanque aberto media 15x12 metros de lado e tinha uma profundidade de 1,7 metros. O sector mais monumental, em competição com o forum, seria a entrada sul da cidade, a chamada Porta Sul, onde até ao século XVIII pontificava um arco monumental, entretanto retirado, que unia as duas grandes torres de planta circular. Neste sector, marcas profundas de rodado no lajeado comprovam a existência de tráfego rodoviário intenso ao longo dos vários séculos de vida da cidade. Desta entrada partia a primeira grande via estruturante do seu plano urbanístico, o cardus, com orientação norte-sul, que cruzava com o eixo denominado decumanus, no sentido este-oeste, junto ao forum.

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Fig. 2 Planta de Ammaia, com indicação das 3 áreas necropolares identificadas até ao momento (extraído e adaptado de CORSI e VERMEULEN, 2013).



a presença de pregos de ferro, terra queimada, e fragmentos cerâmicos” (PEREIRA, 2009). É este núcleo que em 1924 é referido, como mencionámos acima, por Laranjo Coelho, o qual adianta ainda que um conjunto de peças havia sido doado por particulares ao Museu Etnológico de Belém: “pratos, tigelas, púcaros, cantarinhas, lucernas, vasos, vasilhame, pratos de vidro, unguentários, objectos de vidro, moedas romanas, uma telha e vários mosaicos” (PEREIRA, 2009). É nesta dinâmica de investigação, à luz da época, e de recolhas em moldes antiquaristas, que António Maçãs, proprietário agrícola e pequeno industrial, vai iniciar a sua actividade em Ammaia. António Maçãs havia nascido na Ribeira de Nisa, em 1883, e viria a falecer em 1975. Depois de fazer estudos na cidade do Porto, acaba por ter de regressar à região de Portalegre, quando possuía apenas 16 anos de idade, devido à morte de seu pai. A sua curiosidade pela Arqueologia é despertada por uma visita ao Museu Etnológico de Belém, no ano de 1913 (PEREIRA, 2009), e uma relação de amizade nasce desde então com o já mencionado director do museu, o arqueólogo José Leite de Vasconcelos. Dessa amizade vai nascer uma colecção, depositada, adquirida ou doada ao Museu Etnológico de Belém e dela existe um conjunto epistolar vasto, com cartas, postais e telegramas, publicados em 1991, na obra Livro de Horas dos Olhos de Água, pela filha de António Maçãs, Delmira Maçãs, afilhada do próprio Leite de Vasconcelos (MAÇÃS, 1991), e por Jorge Oliveira e Susana Cunha, em 1994 (OLIVEIRA e CUNHA, 1994).



uição de estruturas e materiais arqueológicos aquando da abertura da estrada em direcção a Portalegre. Nas palavras do autor, “frequentes vezes os trabalhadores deparavam com vasos, sepulturas, inscrições, moedas, objectos de uso doméstico, ânforas e outros achados”. O segundo núcleo estava implantado na área do actual parque de estacionamento, onde é possível observar as fundações de um mausoléu. A terceira área necropolar situava-se em frente à Porta Sul, como ficou diagnosticado pelo projecto Radio-Past (CORSI e VERMELEN, 2013). As primeiras referências ao sítio arqueológico recuam contudo ao século XVI, quando se instala ali a Casa do Deão, relacionada com o cabido de Portalegre. Nesta época são também mencionadas acções de extracção de pedra, naquilo que denominavam como a pedreira dos bispos. Cerca de um século depois, em 1710, o arco abobadado que monumentalizava a porta sul da cidade é transladado para Castelo de Vide, onde permanece até à sua desmontagem e perda nos finais do século XIX, em 1891 (VIDEIRA, 1908). Entretanto dera-se a primeira missão arqueológica no sítio, no domínio da epigrafia, através de José Andrés Cornide de Folgueira, espião da coroa espanhola, o qual, na antevéspera das Guerras Napoleónicas, acaba por passar por Aramenha entre 1798 e 1801 (ABASCAL e CEBRIÁN, 2009). Já dentro o século XIX, um conjunto de cerca de 20 estátuas terá sido levado do sítio – este conjunto revela bem a importância que outrora esta cidade romana terá possuído, bem como a atração que acabou por desenvolver nos colecionadores e antiquários (MANTAS, 2010). d

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António Maçãs e José Leite de Vasconcelos: o nascimento de uma colecção 

















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Ammaia assiste ao desenvolver de uma actividade de recolha, diríamos sistemática, mas sem o recurso a um método científico estruturado, de um possivelmente avultado conjunto de materiais que se destinava sobretudo a antiquários, coleccionadores e mesmo arqueólogos. Em 1913, na obra Religiões da Lusitânia, José Leite de Vasconcelos, arqueólogo e linguísta, director do Museu de Etnografia de Belém, actual Museu Nacional de Arqueologia, refere a aquisição de um mosaico num antiquário de Lisboa, tendo por putativa origem as ruínas de Aramenha. Nesse mesmo ano, a 12 de Agosto, o jornal O Século afirma que havia sido levada “para o museu uma importante colecção de vasos de barro e de vidro”, como resultado de escavações encabeçadas por José Leite de Vasconcelos junto à igreja de São Salvador de Aramenha (área 1 da fig. 2). Essa escavação incidira em sepulturas romanas que se repartiam em 3 tipos: “1º constavam de cova simples; 2º rectangulares, com paredes feitas com fiadas de tijolos assentes uns sobre os outros; 3º se compunham de uma caixa como as do tipo 2º e de uma espécie de prateleiras em volta, feitas também de tijolo. Tratando-se de sepulturas de incineração, registou ainda

Fig. 3 António Maçãs e José Leite de Vasconcelos (fotos extraídas de MAÇÃS, 1991 e VASCONCELOS, 1913).

Esse conjunto epistolar revela uma intensa actividade de recolha directa ou de aquisição de recolhas de terceiros, entre 1913 e 1936. Estes mais de 20 anos de correspondência revelam a relação entre um empresário sem formação académica e um erudito de grande reputação na própria História da Arqueologia portuguesa. Se, em 1913, as missivas começam por Exc. amigo ou V. Exc.ª, já entre 1932 e 1936, a relação entretanto estreitada permitia o trato por prezado amigo ou prezadíssimo amigo. Este conjunto

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Breve nota sobre o estudo ora apresentado P











Neste ano de 1916, as terras onde se localizavam estas áreas funerárias da cidade romana passam a ser propriedade de alguém presumivelmente de Lisboa, já que AM, a 22-7-1916, adverte JLV: “Muito desejaria saber quando V. Exc.ª parte para Lisboa para se entender com o novo dono do cemitério romano de Aramenha”. Mas é o próprio AM que a 21-9-1916 esclarece que “as propriedades onde se encontram as pedras de Aramenha ainda não se venderam mas sim as do cemitério romano que foram compradas pelo Dr. Albino Figueiredo Secretario do Supremo Tribunal de Justiça”. Em 1925, a 7 de Janeiro, temos a menção directa a uma peça, ao anel que provavelmente faz hoje parte da colecção em estudo. Diz AM: “Fui procurado pelo filho do Garção (ourives) que me mostrou um anel d’ouro com o peso de sete gramas e meia e se comprometeu a esperar durante uns dias até que V. Exc.ª mandasse dizer se o pretendia ou não comprar para o museu e no caso afirmativo quanto dá por ele”, sendo “o anel quasi liso e tosco”. A resposta é pronta por JLV: “Quanto ao anel, creio que já o vi em tempo, porém não me lembro do feitio. É melhor que o ourives me mande directamente, ou um desenho mais ou menos aproximado, ou um decalque feito em lacre e me diga ele o preço que deseja, preço modesto”. A última missiva relativa a este anel é novamente de JLV, no mês seguinte (2-2-1925): “Ontem à noite recebi os decalques e muito agradeço o cuidado que teve. Mas os decalques chegaram quebrados; não faço ideia nenhuma se o que tem figurado são letras ou enfeites. No caso de ter portador o melhor será o ourives mandá-lo por em alguma casa onde eu o vá ver; ele é que deve dizer quanto quer pelo grama e quanto pesa”. Esta é a última missiva com informação relativa ao tema que nos levou a propor este catálogo sobre os materiais recolhidos nos contextos funerários de Ammaia, em grande parte ao longo destas décadas recuadas do século XX e em grande parte, também, pertencentes a esta “Colecção Maçãs”.

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permite pois perceber um pouco do pensamento da época e encontrar pistas sobre a origem concreta de algumas peças, ou geralmente a provável área de recolha de muitas das peças que viriam a fazer parte da colecção do museu central (OLIVEIRA e CUNHA, 1994). No que toca a peças romanas de Aramenha, a primeira carta é de 10-8-1914 ( JLV para AM) e nela o director procura saber o nome de um sócio da firma lisboeta Ramos & Silva, no Chiado, que havia recebido peças do sítio. Em missiva de 22-8-1914, AM refere ser o sócio de nome Silva... Nesta altura, já JLV havia encetado escavações, em 1913, como referimos acima, mas revela-se que a dinâmica de recolhas levava peças para longe da cidade romana, até um público mais ou menos erudito, de rendimentos acima da média. Em 1915, uma série de cartas fala-nos já dos primeiros conjuntos de materiais em processo de estudo por parte de JLV. Assim, a 20-1-1915, AM escreve. “Como V. Exc.ª me falla em fotografias do vidro de Aramenha para um artigo diga-me se ainda irão a tempo dos bocadinhos de vidro que me trouxeram e que depois de reconstruídos com jeso devem formar um testo. Lembro isto porque ainda lá não tem nenhum objecto destes”. Em nova missiva de 25-3-1915, o mesmo AM volta a referir vidros e as contingências de peças arqueológicas quando não devidamente depositadas em museus: “dos objectos que lhe falei há dias já me partiram alguns vidros, quando sem minha autorização removeram alguns móveis onde os tinha guardado. Fiquei com muita pena de uma botelhazinha de vidro que o Museu ainda não possuía e egual a uma que em tempos ofereci ao Dr. Lino Netto”. A resposta de JLV, a 15-3-1915, não é menos eloquente: “Fiquei, como costuma dizer-se, das bandas da morte com a notícia que me deu”. Em Setembro do mesmo ano (20-9-1915), AM volta a referir 7 objectos de vidro e de barro e a 3 de Janeiro de 1916, JLV procura coordenadas para os achados entretanto recolhidos: “pedia-lhe o favor de me dizer se tanto os vasos e vidros como as moedas são do local donde vieram os outros objectos: de sepulturas?”. As coordenadas oferecidas por AM são deveras interessantes, pois a 4-1-1916 responde: “o que lhe mandei é tudo de Aramenha, sendo os vidros e barros do mesmo cemitério dos que ahí tem e do tempo das candeias sem asa”. Parece termos aqui uma correlação senão estratigráfica, pelo menos sectorial, em que formas vítreas e cerâmicas aparentam conviver com possíveis lucernas de volutas, alto-imperiais (sem asa), tipologia dominante nas peças estudadas neste catálogo que ora publicamos! Nesse ano de 1916, a 18 de Junho, AM refere novas estruturas necropolares: “Ultimamente apareceu mais uma sepultura onde estavam dois pregos grandes de ferro e uma bilha, objectos que já estão em meu poder”. Na mesma carta, AM indicia preocupações quanto à existência de outros coleccionadores/vendedores na área e faz um alerta: “Quando me escrever diga-me se de há um anno a esta parte tem recebido alguma coisa de Aramenha que não seja enviada por mim”. A resposta de JLV é novamente elucidativa em relação à voragem dos tempos. Nega outros contactos e escreve: “peço-lhe esteja sempre alerta por causa das pedras”. Estas mais não são do que as várias epígrafes recolhidas na área, abordadas pelos dois ao longo dos anos de correspondência. 

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necropolares de Ammaia, nomeadamente as cerâmicas finas (terra sigillata, paredes finas e lucernas), a cerâmica comum, os vidros, os numismas e as pedras de anel (tipologia a que acresce um anel e um colar ou pulseira). O grande fornecedor do espólio foi naturalmente a colecção Maçãs, incorporada no Museu Nacional de Arqueologia, mas sendo que nos propúnhamos a editar um estudo com os espólios funerários como tema de fundo, decidimos então coligir igualmente os espólios de cerâmicas finas que são atribuíveis a escavações de sectores funerários da cidade e que se encontram depositados no Museu da Fundação Cidade de Ammaia. Por essa razão, o capítulo dedicado às cerâmicas finas é assim um estudo estatístico completo sobre as referidas tipologias finas, provenientes destes sectores da cidade.

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Bibliografia Introdução. Ammaia, António Maçãs e José Leite de Vasconcelos

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47

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

Vítor Dias Bolseiro de Doutoramento FCT . Investigador (CIDEHUS-Un. Évora)

Nota introdutória e orientações metodológicas 





















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pientes de cerâmica comum presente no Museu Nacional de Arqueologia e oriundos de São Salvador de Aramenha. Parte deste acervo foi já analisado por Josefa Neves, remontando a primeira publicação sobre este conjunto a 1972 (NEVES, 1972). A atual análise surge na sequência do estudo monográfico de coleções, em parceria como o Museu Nacional de Arqueologia. A ocasião surge como oportunidade para a apresentação/comparação de resultados dum conjunto singular de recipientes oriundos de São Salvador de Aramenha, com localização cartográfica não especificada. O acervo do Museu Nacional de Arqueologia referente à cerâmica comum de São Salvador de Aramenha resulta essencialmente de recipientes provenientes da designada coleção Maçãs. Este conjunto é em grande medida resultado da dinâmica desenvolvida entre José Leite de Vasconcelos e António Eusébio Benito Maçãs, bem como, do subsequente interesse de sua filha Delmira Maçãs. Volvidos cerca de 100 anos da primeira correspondência que documenta a angariação de recipientes cerâmicos de São Salvador de Aramenha para o então Museu Etnológico Português (OLIVEIRA; CUNHA,

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com terra sigillata e vidros, um conjunto apreciável de recipientes inteiros de cerâmica comum (NEVES, 1972). Ocorre inclusive antes da primeira grande abordagem nacional concretizada por Jorge de Alarcão em Conímbriga (ALARCÃO, 1975) e das abordagens realizadas por Jeannette Nolen essencialmente na década de oitenta (NOLEN, 1981; 1985; 1988; 1994). O conjunto cerâmico oriundo dum contexto funerário evoca os exemplos estudados por Adília Alarcão e Jorge de Alarcão em Valdoca (ALARCÃO e ALARCÃO, 1966), Jorge de Alarcão em Monte Farrobo (ALARCÃO, 1974), ou mesmo, os casos pioneiros de Abel Viana em meados da década de cinquenta no concelho de Elvas (VIANA, 1956 e VIANA e DEUS, 1955). Significativo é o hiato ocorrido desde 1972 até à presente data. Volvidas mais de quatro décadas representativas dos lentos avanços que a temática da cerâmica comum tem sido alvo. Pretende-se com esta sucinta análise ampliar, integrar e comparar o número de exemplares oriundos da região de São Salvador de Aramenha. Identificado o contributo mais valioso, não se podem igualmente ignorar as doações de Adolfo Ernesto Mota e José Sequeira Fialho, mesmo que registem como no segundo caso, valores residuais quando comparados com todo o universo cerâmico desta produção. Muitos dos recipientes de cerâmica comum oferecidos por estas duas personalidades, pelo facto de figurarem em menor número mas provirem do mesmo local são muitas vezes agrupados e “silenciados” pelo vasto conjunto doado pela família Maçãs. O conjunto selecionado começou a ser analisado em 2012, juntamente com o restante acervo, no Museu Nacional de Arqueologia. A amostra apresentada não pode ser entendida individualmente como produção autónoma das restantes presentes neste estudo conjunto (vidros, lucernas, paredes finas, terra sigillata, pedras de anel, numismas), mas sim como parte integrante de materiais com proveniência funerária idêntica. Consideraram-se todos os fragmentos depositados no Museu Nacional de Arqueologia com o objetivo de posteriormente poder integrar e comparar toda a informação, com os restantes indivíduos exumados na sequência das diversas intervenções arqueológicas desenvolvidas na cidade de Ammaia. A selecção gráfica privilegiou as formas não desenhadas na publicação dos anos setenta, apesar da evidente proximidade morfológica de todo o conjunto. Privilegia-se a análise quantitativa, caracterização morfológica e técnica, com aprofundamento da associação entre fabricos/formas e tratamento de superfície. Presta-se especial atenção à comparação tecnológica tal como, à apresentação de orientações cronológicas, salientando a inexistência de informação estratigráfica. Este atualizado olhar tem como aliciante adicional a possibilidade de posteriormente integrar e comparar os atuais dados morfológicos e tecnológicos, com a informação dos fragmentos e recipientes de cerâmica comum exumados na área intramuros da cidade de Ammaia. O espólio de contexto urbano é resultante dos trabalhos arqueológicos iniciados na década de noventa e foi estudado no âmbito de dissertação de doutoramento, contrastando com o carácter fúnebre da coleção Maçãs. Antecedendo os contactos entre os dois contextos apresenta-se uma breve análise quantitativa das características técnicas e formais do conjunto funerário. Posteriormente poder-se-á melhor

C

e/ou MAÇÃS, 1991), volta-se a analisar o acervo já estudado parcialmente em 1972. Destaca-se da relação estabelecida entre a família Maçãs e José leite de Vasconcelos os duradouros e positivos resultados na preservação de artefactos, que permitem várias gerações depois reanalisar parte do espólio que viajou de comboio entre São Salvador de Aramenha e Lisboa. Este legado documenta de forma sólida a paixão pela atividade arqueológica e a génese do reconhecimento da importância do registo arqueológico. Numa época em que predominava a valorização do artefacto e é ténue a fronteira entre o colecionismo, a Arqueologia e os caçadores de tesouros, não será estranho que alguns juízos geracionais salientem a ambiguidade e perversidade de determinadas práticas. Todavia, se por vezes a distinção destas metodologias se afigura como difícil tarefa aos olhos da contemporaneidade, não restam dúvidas que as ações de ambos se destacam dos seus “pares” e apresentam resultados científicos profícuos e duradouros, que a oportunidade da presente reflexão é prova irrefutável. Da correspondência trocada entre ambos sobressai igualmente o carácter obstinado que o arqueólogo ainda hoje necessita de possuir e a consciente noção do que hoje se chama: causa pública (OLIVEIRA e CUNHA, 1994). A dinâmica estabelecida entre ambos permitiu não só, a salvaguarda de inúmero e diverso espólio arqueológico, como está na origem do esclarecimento da localização precisa da cidade de Ammaia, que até 1935 se julgava implantada na cidade de Portalegre (VASCONCELOS, 1935). O significado da distinção entre Ammaia e Medóbriga tem a valiosa dimensão de corrigir um erro secular divulgado desde a época do grande Humanista André de Resende, onde se associava Salvador de Aramenha a Medódriga e Ammaia a Portalegre. A desmistificação deste equívoco tem início com a correspondência enviada a 15-07-1931 por António Maçãs a Leite de Vasconcelos, e que se expõe fragmento: «juntamente enviu cópia da inscrição que não era da ara como julgava mas que deve interessar a Portalegre pois fala em AMMAEENSIS que tem ligação com AMMAIA palavra encontrada naquele sipo que está na camara de Portalegre. Muito e muito me obsequiava se me mandasse na volta do correio a tradução da inscripção. Esta pedra é de mármore e foi encontrada naquela quinta do Corsino Caldeira» (OLIVEIRA; CUNHA, 1994, p. 129). O reconhecimento da ação de ambos pode ser avaliado e contextualizado com o pormenor que diversas publicações o permitem, graças igualmente ao interesse que sua filha, Delmira Maçãs “herdou” das ações do pai, António Maçãs (MAÇÃS, 1991). Somente esta continuidade geracional nas temáticas de interesse patrimonial e arqueológico possibilita um integral entendimento do percurso deste acervo. Uma sumária análise diacrónica às diversas personalidades, investigadores e práticas arqueológicas envolvidas, demonstram como denominador comum a paixão pelo tema. Este inato fascínio garantiu uma continuada renovação de contributos de diversos estudiosos que consolidaram o rigor científico de sucessivas abordagens geracionais. A primeira publicação dedicada a parte deste conjunto cerâmico coloca “precocemente” São Salvador de Aramenha e a cidade de Ammaia, na senda dos estudos nacionais da cerâmica comum romana. Josefa da Conceição Neves apresenta juntamente C

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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conjunto diversificado (pratos: 23; tigelas: 4; potes: 3; potinhos: 36; bilhas: 17; garrafas: 8; jarros: 2; tampas: 2; púcaro: 1; taça: 1; busto de terracota: 1). A distribuição das categorias morfológico-funcionais expostas registou os seguintes resultados: pratos: 1 (nº 1); tigelas: 1 (nº 2); potes: 1 (nº 7); potinhos: 4 (nº 3, nº 4, nº 5, nº 6); bilhas: 2 (nº 9 e nº 10); púcaro: 1 (nº 8); garrafas: 1 (nº 11); jarros: 0; tampas: 0; busto de terracotas: 0). Todos correspondem a doações de António Eusébio Benedito Maçãs à exceção do nº 8, cujo doador foi Adolfo Ernesto Mota, e do nº 11 com incorporação desconhecida no MNA. Como o número de exemplares em estampa não é significativo, não sendo por esse motivo capaz de documentar todas as características dignas de destaque do acervo do MNA, considerou-se pertinente destacar as particularidades técnicas e formais mais representativas de todo o conjunto. Caso nos limitássemos aos onze recipientes representados, a escassez de indivíduos face ao todo, impossibilitaria uma visão do conjunto cerâmico, tornando a presente abordagem truncada e consequentemente redutora.

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Tabela 1 Síntese do número de recipientes analisados no MNA e em estampa no actual estudo.

O acervo do Museu Nacional de Arqueologia 







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nha e presente no MNA foi alvo de análise. Para o efeito foi materializado inventário, sistematizado em base de dados elaborada especificamente para o efeito (Filemaker Pro 11 Advanced), adaptando os parâmetros e campos às características morfológicas e funcionais do universo cerâmico em análise. Cada ficha de inventário ficou ordenada e subdividida por campos com o objetivo de registar a informação mais significativa correspondente à proveniência, forma, fabrico, paralelos bibliográficos e cronologia de cada fragmento. Os valores correspondentes aos três primeiros indicadores foram registados em campos de dados que proporcionam maior detalhe e que em conjunto aglomeram toda a informação referente a estes itens: proveniência (campanha; área; sector; ficha nº; quadrado; plano; estratigrafia; Z), fabrico (grupo de fabrico, código de cor, grupo de amostras; tratamento de superfície) e forma (diâmetro exterior do bordo/fundo; diâmetro interior do bordo/fundo; altura; fotografia; desenho; categoria; tipo; forma; variante). Desde os primeiros momentos do estudo que se tentou registar e quantificar o máximo de dados, apresentando-os de forma a possibilitar comparações. Depois de estarem determinadas as categorias morfológicas foram desenhados os tipos de morfologia mais representativos e posteriormente analisados os paralelos bibliográficos. Os objetivos foram gradualmente moldados pela quantidade de informação oferecida pelos indivíduos inventariados. 









 



 

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A cerâmica comum

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ese do número de recipientes analisados no MNA e em estampa no actual estudo





o contributo integrador dos dois contextos. Reflete-se no momento, em exclusivo sobre o significado da informação técnica e formal do acervo do MNA. Como se poderá verificar este conjunto cerâmico pela riqueza da sua informação morfológica e técnica, permite alcançar dados que mesmo o fluir do tempo parece não encerrar. A preservação deste tipo de coleções mesmo sem contextualização estratigráfica ou de sítio possibilitou graças à aplicação de contemporâneas técnicas de restauro, a comprovação de novas surpresas, em “velhos” espólios, que se julgavam completamente retratados. Os critérios que nortearam a selecção relacionam-se com factores de diversa índole, sendo que a ponderação dos indivíduos a expor considerou incontornavelmente as questões logísticas relacionadas com as dimensões físicas do material cerâmico, dos expositores e das salas, nunca ignorando a problemática da forma, fabrico e função. Seguindo estes critérios foi objetivo primeiro tentar apresentar morfologias, fabricos e funções dissemelhantes e percentualmente representativas do universo total de recipientes analisados no Museu Nacional de Arqueologia. O reduzido número de recipientes expostos quando comparado com os noventa e sete observados, afigurou-se como o primeiro grande desafio, “simplificado” pelas condicionantes logísticas. Agradecemos à direção do Museu Nacional de Arqueologia a possibilidade de estudar este conjunto, alargando o reconhecimento às equipas de inventário e de conservação e restauro, a quem estamos gratos pelas informações prestadas e pelo trabalho desenvolvido. De igual modo, e por motivos em tudo idênticos, estamos reconhecidos à Fundação Cidade Ammaia, cuja disponibilidade e contributo de toda a equipa está na origem da investigação.

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A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia





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A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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Os fabricos 



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Categorias morfológicas: breve análise quantitativa das principais características técnicas e formais A

























nal desta produção cerâmica em contexto doméstico está na base desta característica atestada pelos espólios arqueológicos.

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morfologia, privilegiando uma divisão ordenada segundo categorias morfológicas. Analisou-se igualmente o lote cerâmico através das características das pastas e da sua morfologia, privilegiando uma divisão ordenada segundo categorias morfológicas. As pastas foram inicialmente separadas recorrendo à ajuda de uma lupa manual segundo os critérios de definição de um tipo de fabrico, ou seja, dividiram-se os fragmentos tendo em conta a natureza, percentagem e proporções. Baseou-se a concretização e definição dos grupos de fabrico nas características da argila, surgindo os acabamentos e o tratamento da superfície em segundo plano. Dado que todo o processo de fabrico cerâmico tem início no barreiro e na selecção praticada pelo oleiro, resolveu-se seguir este critério tecnológico partindo do pressuposto de que a experiência do oleiro perspetiva já no momento da recolha da argila, qual o tipo de peças que seriam concebidas depois de concretizada a transformação da argila em pasta. As características contempladas no estudo das pastas foram: descrição; elementos não plásticos presentes; granulometria dos elementos não plásticos; percentagem de elementos não plásticos; arredondamento e esfericidade das partículas; porosidade. Na definição dos fabricos definiu-se primeiro as características das pastas e posteriormente descreveu-se os tipos de tratamento de superfície aplicados com maior frequência a cada grupo de pastas. Deste modo, espera-se alcançar uma caracterização mais ampla e uniformizadora de cada grupo de fabrico funcionando esta descrição não quantificada, como indicador das características gerais desse grupo de pastas. Depois de agrupados de acordo com as suas características mineralógicas, os fragmentos foram divididos em 15 grupos de fabrico (A, B, C, D, E, F, G, H1, H2, I, J, K, L, M, O) sendo alguns deles subdivididos em subgrupos cuja familiaridade foi reavaliada aquando da análise arqueométrica realizada pelo Centro HERCULES da Universidade de Évora. É frequente o principal obstáculo no estudo de cerâmica comum ser simultaneamente a sua característica mais marcante: o índice de fragmentação de recipientes. Se os perfis completos costumam ser exceção neste tipo de produção cerâmica, no presente caso do acervo do MNA em estudo, invertem-se os índices de fragmentação dado que os fragmentos incompletos praticamente não existem. Tal realidade tem explicação no contexto funerário de onde os materiais são oriundos e na extraordinária qualidade do acervo em causa. Apesar de não existir a dificuldade de obter perfis completos foi sempre objetivo tentar aumentar o número de informações de cada recipiente/fragmento e a sua posterior quantificação. A elevada fragmentação da cerâmica comum é uma característica que associada à aparente parca atenção despendida no tratamento de superfície deste tipo de produção, poderá estar na origem de estereótipos, que acervos como o presente poderão ajudar a questionar. Como se poderá observar mais adiante no capítulo correspondente, a observação de recipientes inteiros de cerâmica comum não corrobora esta visão. Na verdade esta perspetiva é truncada pela fragmentação cerâmica. A ausência de algo no registo arqueológico não significará forçosamente a sua inexistência. O carácter quotidiano e

categorias morfológicas, donde se destacam os potinhos (36), os pratos (23), as bilhas (17) e as garrafas (8). As restantes formas correspondem a tigelas (4), potes (3), jarros (2), tampas (2), estando os púcaros e as taças apenas representados por um único exemplar. Não foi intencionalmente incluído um busto feminino de terracota (MNA nº 2011-10-115) por carecer de conformidade com o restante conjunto. Apresentam-se igualmente números de inventário definidos pelo Museu Nacional de Arqueologia de modo a permitir comparações mais seguras com o estudo de Josefa Neves. Esta distribuição enquadra-se modelarmente nos padrões geralmente registados em contextos funerários.

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Tijelas Jarros

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Taças

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Potinhos

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tigelas compostas por quatro exemplares apresentam prevalência dos bordos direitos sem inflexão (3) e um único caso de bordo extrovertido. Lábios essencialmente boleados (2) e perfil troncocónico invertido (2). São tantos os fabricos como os exemplares, demonstrando elevada diversidade (A, C, E, H1). Esta realidade poderá indiciar uma discrepância entre o espólio preservado e o original registo arqueológico, podendo esta categoria morfológica assumir valores percentuais mais elevados do que os registados com esta quantificação. Condizente com esta possibilidade é a diversidade de cores, oscilando entre o vermelho pálido (2.5YR 6/2), o rosa (2.5YR 8/4; 5YR 7/4) e o castanho (7.5YR 5/4). O tratamento de superfície regista em dois casos, ténue aguada.

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Púcaros Tampas

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Potes

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três exemplares de potes privilegiam os bordos extrovertidos, ora de aba soerguida (1), ora de aba horizontal. Forma fechada, manifesta natural tendência para perfil ovóide com aperto na zona superior. Neste caso não abundam os fabricos resumindo-se a apenas dois (E e O). De igual modo os códigos de cor oscilam entre o vermelho amarelado (5YR 6/8; 7.5YR 5/4) e o castanho (7.5YR 6/6).

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pratos apresentam diâmetro exterior do bordo variando entre os 9, 4 cm e os 24,5 cm, oscilando a altura entre os 1,8 cm e os 4,7 cm. Convirá acrescentar sobre estas dimensões, que existe um claro afastamento entre os valores registados nos indivíduos provenientes de contexto funerário e doméstico. Em suma, quando comparados os pratos oriundos de necrópoles, com pratos exumados da área intramuros da cidade de Ammaia, (também estudados mas não apresentados neste contexto) os primeiros são claramente mais pequenos. Manifestam um predomínio do bordo direito sem inflexão (12), seguidos do bordo extrovertido (9) e do bordo extrovertido de aba horizontal (2). Os fabricos que se encontram associados a esta forma são o E (11), C (7), A (3) e B (2) indiciando um clara preferência pelas duas primeiras escolhas técnicas (E e C). Os dois códigos de cor mais identificados são o 5YR 6/6 e o 5YR 6/8 existindo uma clara tendência para os tons vermelhos amarelados e algumas exceções variando entre o rosa e o branco (Munsell, 1994). Do tratamento de superfície destaca-se um ténue engobe (10), alisamento (5), aguada (2) e o polimento (1).

Taças 

Pratos

cronologia aparentemente pré-romana. Esta provável discordância cronológica adensa as interrogações sobre a exata proveniência destes recipientes, suscitando questões sobre qual o número de necrópoles exploradas e qual a relação espacial das áreas fúnebres com a urbe ammaiense. O esclarecimento desta relação poderia consequentemente depreender novos dados igualmente sobre a coleção Maçãs. A proximidade deste fabrico com o definido como fabrico O, com origem nitidamente romana e proveniente de fragmentos localizados na área intramuros da cidade de Ammaia, fortalece a natural possibilidade de continuidade na utilização dos mesmos barreiros no período pré-romano e romano na região da Aramenha.

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A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

Potinhos

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potinhos são por clara maioria a forma mais encontrada representando 38 % do total de recipientes inventariados. Esta clara preferência, seguida de longe pelos pratos (24%), reforça o quadro tipológico cerâmico característico das necrópoles conhecidas do Alto Alentejo. Esta realidade estatística demonstra uma escolha e predileção consciente por esta forma. O diâmetro exterior do bordo varia entre os 4 cm e os 10,4 cm, estando os valores da altura balizados entre 5,7 cm e 12,8 cm. O tipo de potinhos é bastante diversificado, existindo todavia, uma evidente primazia pelos bordos extrovertidos de aba soerguida (21). É tanto mais evidente a moda por esta forma, se atentarmos que o bordo extrovertido (7), o bordo direito sem inflexão (1), o bordo introvertido (1) e o bordo extrovertido de aba horizontal (1), todos juntos perfazem apenas 10 exemplares, sendo as três últimas formas meramente residuais. Como seria de esperar esta morfologia é essencialmente envasada (34), contra apenas duas exceções de formas esvasadas. O perfil ovóide com aperto na zona superior (34) lidera com grande destaque. Os fabricos são sete: A (1), B (8), C (1), E (10), F (2), H1 (6) e O (8). Notando-se uma “especialização” centrada nas técnicas B, E e O. As cores registam enorme variedade alternando essencialmente entre o castanho (5YR 6/6; 7.5YR 5/4), cinza muito escuro (5YR 3/1), castanho amarelado (10YR 6/4), castanho esbatido (10YR 8/4), verde acinzentado (GLEY 8/1 10 Y), preto (GLEY 2/5 N), castanho muito esbatido (WHITE 10 YR_/2 8.5), vermelho amarelado (7.5YR 7/6) e o rosa (7.5YR 7/4). A constância do tratamento de superfície denota especial atenção a esta categoria morfológica que regista exemplares idênticos ao nº 26, nº 28, nº 29, nº 30, nº 31 e nº 33 nas necrópoles alentejanas (NOLEN, 1985, est. XXV nº 30, 39, 42, em Conimbriga (ALARCÃO, 1975, pl. XXVII, p. 97) e em Mérida (SANCHEZ SANCHEZ, 1992, fig. 14, nº 69-75) registando todos os paralelos cronologia flávia. A ampla disseminação desta forma denuncia um elevado índice de aceitação destacando-se a decoração polida (5) com motivos geométricos no colo e meandros horizontais em torno do bojo. O engobe (9), as caneluras (4), as ranhuras e a decoração incisa por carretinha ou roleto (3) são outros dos recursos técnicos frequentes na categoria morfológica que regista maiores cuidados e intencionalidade decorativa.

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extrovertido com ligeira aba horizontal. Sobressaem das características técnicas a aplicação de engobe e a correspondência dos fabricos B e L respetivamente com as cores rosa amarelada (WHITE 7.5YR 2/ 9) e castanho (7.5YR 5/4).

Bilhas d

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bilhas, depois dos potinhos e dos pratos são a forma mais frequente deste acervo. A sua expressão numérica, tal como nos casos mencionados, reforça a tendência para a predileção destas formas em contextos fúnebres na região norte alentejana. Registam diâmetros exteriores do bordo com valores entre os 2 cm e os 5,2 cm, altura entre os 11 cm e os 24 cm e diâmetro exterior da base entre os 4,5 cm e os 8,5 cm. Imperam os bordos extrovertidos de aba, ora soerguida, ora horizontal, bem como os perfis ovóides com aperto na zona superior. Os fabricos B (8) e E (6) são os mais representados, estando residualmente também presentes o fabrico C e I apenas com um exemplar cada. As cores variam entre o castanho muito esbatido (10YR 8/2, 10YR 8/3, 10YR 8/4), o rosa (7.5 YR 7/4) e o vermelho amarelado (7.5 YR 6/6 e 7.5 YR 7/6). O tratamento de superfície destaca-se essencialmente pela frequência da aplicação de engobe (5) (5 YR 7/6) e aguada (4). É nesta forma que se identificou o caso de decoração pintada, que desenvolveremos mais adiante (nº 45), sendo demonstrativo do cuidado e atenção manifestados no tratamento de superfície destes recipientes. Destaca-se igualmente das restantes bilhas, não pela decoração mas pela dimensão a bilha identificada no MNA com o nº 2011-10-101 (NEVES, 1972, Est. VI, nº 41). Sabemos graças à equipa de conservação e restauro que as generosas dimensões são precisamente 2969,85 g de massa e 4860 ml de capacidade. Este recipiente singulariza-se igualmente por registar decoração com grafito inciso na parte superior do bojo. Com altura de 25 cm e 22,5 cm de diâmetro, regista a capacidade de 4860 ml. Pertencente ao fabrico O, tem cor castanha (7.5YR 5/4).

púcaros estão representados por um único exemplar (nº 8) de reduzidas dimensões (diâmetro exterior do bordo: 6 cm; altura: 9,8 cm; diâmetro interior do fundo: 3,4 cm). No entanto, a exuberância da decoração polida impõe a esta peça uma atenção especial. Com perfil ovóide com aperto na zona superior e bordo extrovertido, enquadra-se no fabrico H1 e apresenta um tom cinzento-escuro (5Y 4/1).

oito exemplares de garrafa (nºs 53, 54 e 11) patenteiam semelhanças evidentes com os modelos publicados na região de Elvas por J. Nolen (NOLEN, 1985, Est. XI, nº 80, 81, 83, 136: Flávio-séc. II), e mesmo pelas “distantes” publicações de Abel Viana (VIANA e DEUS, 1955, nº 137, 153; VIANA, 1958, est. XVIII, nº 176). Os paralelos também ocorrem na região de Aljustrel (ALARCÃO e ALARCÃO, 1966, Est. XXIII, sepultura 318, nº1, p. 68-69: Augusto-inícios II), e em Mérida (SÁNCHEZ SÁN-

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Garrafas

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Púcaros

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A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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CHEZ, 1992, fig. 13, nº 79, p. 81). Depois dos potinhos, dos pratos e das bilhas são a forma mais documentada. Caracterizam um conjunto coerente de recipientes de reduzida dimensão: diâmetro exterior do bordo variando entre os 4,5 cm e os 5,5 cm; altura entre os 12 cm e os 19,5 cm, e o diâmetro exterior da base entre os 6,8 cm e os 10,3 cm. Somente o fabrico B (6) e E (2) estão documentados, registando-se reduzida variedade igualmente nas cores, verificando-se o registo de castanho muito esbatido (10YR 8/3 e 8/4) e do vermelho amarelado (7.5YR 6/6 e 5YR 7/6).

fragmentos, mas também, tentar equiparar as capacidades das diferentes formas. No atual contexto sepulcral onde por vezes se detetam recipientes com dimensões mais reduzidas do que as verificadas na zona urbana da cidade de Ammaia, evidencia-se a obtenção da capacidade média dos pratos (352,77 ml), tigelas (207,75 ml), potes (3000 (?) ml) potinhos (360 ml) e bilhas (2660 ml).

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Tabela 3 - Distribuição do valor de massa e capacidade dos recipientes por categoria morfológica.





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informação poderá permitir a comparação com os valores alcançados na área urbana da cidade de Ammaia. Estes valores poderão consentir não só, uma projeção aproximada da quantidade de recipientes mediante a comparação da massa total dos















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mados da área intramuros da cidade de Ammaia. Mencionam-se os fabricos que foram identificados na coleção Maçãs sendo por isso comuns a ambas as proveniências: coleção Maçãs e cidade de Ammaia. Todos os dados arqueométricos foram oportunamente desenvolvidos depois de minuciosamente analisados pelo Centro HERCULES da Universidade de Évora. A confrontação da informação arqueométrica dos recipientes da coleção Maçãs, oriundos das necrópoles da mesma urbe foi juntamente com o valor morfológico de peças inteiras, uma das principais motivações para procurar este encontro e contextualização cerâmica. A distribuição estatística dos fabricos demonstra que em muitas das categorias morfológicas não é possível alcançar valores de predileção devido ao baixo número de exemplares e elevada variedade de fabricos. Contudo, poder-se-á em alguns casos, estabelecer tendências que apesar de fortemente condicionadas pelo reduzido valor da amostra são factos incontornáveis. O que mais se destaca de todo o conjunto é a frequência do fabrico E, nas formas de pratos, potinhos e bilhas apesar de também surgir com as tigelas e com os potes. Sendo os três primeiros casos as morfologias mais representadas (24%+37%+18%=79%) a amostra assume neste exemplo, considerável solidez numérica, indiciando uma preferência pelas formas mencionadas e evidente maior representatividade deste fabrico (33 %) em relação aos restantes. Curioso é sabermos que se trata, juntamente com o fabrico L, duma produção com fabrico de proveniência não local. Atestada esta origem, sugere ;

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Relação entre categorias morfológicas e fabricos A

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duas tampas identificadas representam uma clara minoria. Ambos os casos parecem indiciar que o corpo do recipiente que as combinava terá sido perdido ou não descoberto. Distinguem-se do restante conjunto pela função e pela profusa decoração incisa, que as transformam em exemplos convincentes do carácter estético que se pretendia dar ao conjunto sepulcral (nº 55 e nº 56). Com o fabrico B associado ao tom vermelho acastanhado (5YR 5/3) e o fabrico H1 ao cinza esverdeado (GLEY 1 5 10Y), registam dimensões reduzidas: diâmetro exterior 12, 3 e 8,4; altura 4,3 e 2,1. Considerando a integralidade das morfologias tentou-se alcançar valores de massa e de capacidade dos recipientes.

alto império, com preferência para o período compreendido entre a segunda metade do século I e o início do século II. O afinamento desta informação é conseguido essencialmente depois de atestados paralelos com os espólios escavados por Alarcão e Nolen respetivamente em Valdoca (ALARCÃO e ALARCÃO, 1966) e Monte Farrobo, (ALARCÃO, 1974). Aljustrel, e Elvas (NOLEN, 1985) ou Santo André (NOLEN e DIAS, 1981). E ainda por exemplos de Mérida (SÁNCHEZ SÁNCHEZ, 1992) ou Conimbriga (ALARCÃO, 1975).



Tampas









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Orientações cronológicas

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da neste universo cerâmico. Os fabricos que se encontram associados à forma dos pratos são o E (11), C (7), A (3) e B (2), indiciando preferência pelas duas primeiras escolhas técnicas: E e C. As tigelas registam elevada diversidade de fabricos existindo tantos fabricos como o número de exemplares (A, C, E, H1). No caso dos potes os fabricos resumem-se a dois (E e O) num universo restrito de apenas três exemplares. A única taça identificada de aparente cronologia pré-romana apresenta fabrico O. A forma com maior representatividade são os potinhos (37%) que se traduz igualmente numa grande diversidade de fabricos (7). Nota-se uma tendência centrada em B, E e O. O único púcaro estudado regista fabrico H1. A reduzida representatividade dos jarros divide-se pelos fabricos B e L. As bilhas demonstram predileção pelos fabricos B (7) e E (6), estando residualmente também presentes o fabrico C e I apenas com um exemplo cada. As garrafas apresentam reduzida variedade igualmente nas cores, estando somente o fabrico B (6) e E (2) documentados. Por fim, as tampas apenas com dois exemplares de fabricos distintos: B e H1, destacam-se pela atenção decorativa evidenciada no tratamento de superfície.



indício tecnológico, não só, a valorização do simbolismo associado ao ato fúnebre, mas também, a singularidade do contexto arqueológico. O segundo fabrico mais representado é o B (27%) surgindo associado aos pratos, potinhos, jarros, bilhas garrafas e tampas. Apresenta grande variedade morfológica, sendo no entanto, a sua presença nas tampas e garrafas meramente residual. O fabrico O (12%) foi identificado em potes, no único exemplar de taça, na categoria morfológica dos potinhos e bilhas e distancia-se numericamente da representatividade dos dois primeiros grupos tecnológicos. Com percentagem semelhante, o fabrico C (10%) associa-se a pratos, tigelas, potinhos e bilhas, estabelecendo um limite credível para a atribuição de valores de representação razoáveis. O fabrico H1 com apenas 9% do número total de indivíduos distribuídos por tigelas, potinhos, púcaros e tampas separa-se dos valores meramente residuais dos fabricos A (5%), I (1%) e L (1%). O significado dos resultados estatísticos destaca não só, a maior representação dos fabricos E, B, O e C, como uma grande variedade de formas adotadas por cada fabrico. Confirmou-se uma oscilação máxima entre quatro a seis formas distintas por fabrico.

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Tratamento de superfície

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nadas todas as condicionantes e variáveis que possam afetar o índice de preservação dos recipientes cerâmicos. Ou seja, depois de observado todo o universo cerâmico em estudo facilmente se observa que na esmagadora maioria dos casos os recursos técnicos dos tratamentos de superfície apenas estão preservados e visíveis em pequenas percentagens das paredes exteriores ou interiores. A análise de todo o universo cerâmico, acentuada pelos casos de recipientes que após tratamento de restauro documentaram polimento e mesmo pinturas, indicia e reforça a sensação de que grande parte do acervo teria tratamento de superfície cuidado, não estando atualmente visível no registo cerâmico. Este lote permite obter uma noção de conjunto demonstrativa que o todo é necessariamente mais do que a soma das partes. Vejamos por exemplo, o caso do jarro nº 44, identificado no MNA com o nº 2011-10-58 e apresentado por Josefa Neves (NEVES, 1972, Est. V, nº 37) sem polimento ou menção a ténues vestígios de engobe. Estas características não tinham sido detetada no trabalho de 1972 simplesmente porque ainda não tinha sido algo de limpeza/tratamento por parte de técnicos de conservação e restauro do Museu Nacional de Arqueologia. 

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A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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nº 30 (NEVES, 1972, Est. IV, nº 26) e nº 31 (NEVES, 1972, Est. IV, nº 25), ambos com bandas paralelas polidas levemente oblíquas localizadas entre o colo e o bojo, igualmente não identificadas em 1972. A dimensão estética de todos os recipientes adquire contornos e impactos completamente distintos. Um dos casos mais marcante é o identificado na bilha nº 45 (NEVES, 1972, Est. V, nº 36), onde não surpreende que na publicação de 1972 estejam ausentes as pinturas no ombro e bojo. Mais surpreendente é que passadas quatro décadas entre estes dois trabalhos, e quase um século desde o início da formação da colecção Maçãs, ainda se consigam identificar técnicas e novidades em recipientes com tão longa história. Esta dimensão quase duplamente arqueológica, permitiu constatar que neste intervalo de quatro décadas, este mesmo recipiente (nº 45) sofreu ligeira fratura no bordo e que o potinho nº 30 ficou sem uma asa em virtude do seu descolamento. Este caso de estudo, alerta para a importância da boa prática da questionação e aconselha a moderação quanto ao alcance das “certezas” e “verdades” quantificáveis no contexto da cultura cerâmica. Relembra simultaneamente, o grande desafio que representa para a prática arqueológica a perecibilidade de inúmeras realidades materiais, e um ensinamento que facilmente se olvida: a ausência de algo no registo arqueológico, não significa a sua direta inexistência. Relembramos que estas peças para além de terem sido estudadas em 1972, foram inclusive expostas e permaneceram longos anos classificadas sem qualquer decoração de superfície. O privilégio de perante as atuais circunstâncias, poder analisar diversos recipientes inteiros de cerâmica comum, oriundos do mesmo sítio, faculta a oportunidade de com razoável segurança, dilatar a dimensão decorativa das peças de cerâmica comum. Na verdade, o que geralmente é analisado são pequenos fragmentos de cerâmica com considerável desgaste e onde geralmente não resiste a decoração de superfície mais delicada. A observação deste conjunto de formas inteiras, possibilitou não só, o mais espontâneo enquadramento morfológico de diminutos fragmentos, como possibilitou conhecer um patamar de informação técnica credível que autoriza questionar a generalização das práticas decorativas da dita cerâmica comum. A reduzida percentagem de fragmentos de cerâmica comum com decoração, poderá ser explicada não apenas, por causas relacionadas com a matéria-prima, técnicas ou opções de fabrico, mas também, e em grande medida, pelas diversas condicionantes do registo arqueológico e índices de fragmentação/ preservação cerâmica.

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Considerações finais Maçãs e Leite Vasconcelos na preservação e salvaguardada deste espólio. Este legado documenta a paixão que se encontra associada à prática arqueológica e a necessidade de introduzir constantes melhorias às metodologias aplicadas. O significado dos dados alcançados esbarra igualmente na importância desempenhada pela longa diacronia metodológica experimentada durante uma centúria. Este caso de estudo é um exemplo de como a interdisciplinaridade faculta resultados aparentemente inacessíveis. As indicações da arqueometria e das práticas de conservação e restauro orientadas pela Arqueologia representam um progresso informativo expressivo. A função exercida pelos museus nesta dinâmica adquire uma renovada importância na preservação, estudo e divulgação de acervos, que doutro modo estariam ou dispersos ou irreparavelmente perdidos. Muitos são os pensadores que atribuem a paternidade desta caminhada a Leite de Vasconcelos. Curioso é constatar que a colecção Maçãs está associada a esses primórdios. O presente exemplo demonstra que não é “orçamentável” a dimensão cultural, geracional e simbólica que os museus podem desempenhar para a identidade das comunidades, regiões e nações. Expostas as principais características técnicas e formais deste conjunto cerâmico seria pertinente o rumo de futuras investigações não ignorar a crucial importância que representa a localização precisa das necrópoles que estão na origem do espólio da coleção Maçãs. Sérgio Pereira (PEREIRA, 2009, p. 171) em 2009 apresenta sugestões sobre a localização da área urbana e respetivas necrópoles. Todavia, o afinamento cartográfico mais preciso desta informação, permitiria retomar os atos que precedem a correspondência entre António Maçãs e Leite de Vasconcelos e quiçá alcançar informação que se considera há muito fatalmente perdida. Poder-lhe-íamos chamar uma contextualização adiada. Na verdade as diversas peripécias desta coleção retratam de certo modo parte da evolução das práticas e metodologias arqueológicas aplicadas no atual território português.

64

Catálogo1 A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

1 A informação materializada em catálogo apresenta os dados inseridos e quantificados na base de dados considerados relevantes para publicação: categoria morfológica; forma; variante; fabrico; código de cor;

observações; medidas de diâmetro externo do bordo e/ou da base/fundo (cm); quando possível, valores de massa (g) e de capacidade (ml). Nem sempre todos os fragmentos inventariados apresentam as mesmas características. Por isso mesmo, o catálogo adapta-se à informação recolhida, não sendo uniformes e estanques os itens apresentados. Quando algum campo se encontra em branco estando omisso do catálogo é porque não foi possível o seu preenchimento, ou porque a informação foi considerada não credível.

66

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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Número de inventário: MNA 2011.10.108 I.Prato

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu

Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil troncocónico invertido

Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Medidas: bordo: 15,7; base: 3,8; massa: 200,98 g; capacidade: 140 ml

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Fabrico: E; 5YR 6/8 Bibliografia: NEVES (1972), Est. III, nº 13

XII.Potinho

Número de inventário: MNA 2011-10-72

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu

Fabrico: O; 7.5YR 4/3

Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Medidas: bordo: 4; base: 2 Número de inventário: MNA 2011.10.108

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Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu III. Tigela

Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Fabrico: E; 5YR 6/8

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Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil troncocónico invertido Medidas: bordo: 15,7; base: 3,8; massa: 200,98 g; capacidade: 140 ml

X.Pote

Bibliografia: NEVES (1972), Est. III, nº 13

Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil ovóide com aperto na zona superior

Número de inventário: MNA 2011-10-72

Fabrico: E; 7.5YR 6/6; urna: superfície interna conserva vestígios de cinzas

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu

Medidas: bordo: 10; base: 3,8

Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Bibliografia: NEVES (1972), est. VI, nº 39

 

Número de inventário: MNA 2011.10.102

XII. Potinho

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Fabrico: O; 5YR 5/3; decoração incisa p/ carretilha ou roleto; engobe (5YR 2.5/2)

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Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Medidas: bordo: 13; base: 3,8; massa: 132,37 g; capacidade: 300 ml

XIII. Púcaro

Bibliografia: NEVES (1972), Est. III, nº 21

Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil ovóide com aperto na zona superior

Número de inventário: MNA 2011-10-56

Fabrico: E; 7.5YR 6/6; urna: superfície interna conserva vestígios de cinzas

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu

Medidas: bordo: 10; base: 3,8

Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Bibliografia: NEVES (1972), est. VI, nº 39

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Número de inventário: MNA 2011.10.102

XII.Potinho

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Fabrico: O; 5YR 5/3; decoração incisa p/ carretilha ou roleto; engobe (5YR 2.5/2)

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Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Medidas: bordo: 13; base: 3,8; massa: 132,37 g; capacidade: 300 ml

XV. Bilha

Bibliografia: NEVES (1972), Est. III, nº 21

Bordo extrovertido; perfil ovóide com aperto na zona superior

Número de inventário: MNA 2011-10-56

Fabrico: B; 10YR 8/4; engobe 5 YR 7/6

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu

Medidas: bordo: 6; base: 3,4; massa: 325,84 g

Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

Bibliografia: NEVES (1972), est. V, nº 32

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Número de inventário: MNA 2011.10.91

XII.Potinho Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: O; 7.5YR 4/3 Medidas: bordo: 4; base: 2

Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

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XV. Bilha Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil elipsoidal

Catálogo extra

Fabrico: C; 10YR 8/3; engobe (5YR 6/6) parede exterior Medidas: bordo: 5; base: 6,9; massa: 1107,80 g Bibliografia: NOLEN (1985), Est. III, nº 17, 63 (meados- fins séc. II); VIANA e DEUS (1958), Est. VIII, foto 5, nº 201 e foto 3, nº 211 Número de inventário: MNA 13703 Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu

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Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

XVII. Garrafa Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil cilíndrico Fabrico: B; 10YR 8/3 (aguada) Medidas: bordo: 4,5; base: 10,3; massa: 310,20 g Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. XXXIV, 484, Est. XIV, 198, nº 2, sepultura nº 198 (datada de fim séc. I ou à 1ª metade Séc. II p. 59); NOLEN (1985), Est. XI, próximo nº 80, 81, 83, 136 (Flávio séc. II) Número de inventário: MNA 13683 Fotografia: Direção-Geral do Património Cultural / Arquivo de Documentação Fotográfica (DGPC/ADF) / Museu Nacional de Arqueologia (MNA): Luísa Oliveira

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

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I. Prato

Bordo direito sem inflexão; perfil troncocónico invertido

Bordo direito sem inflexão; perfil troncocónico invertido

Fabrico: 5YR 7/4; superfície interna e externa erodida

Fabrico: C; 2.5YR 8/4; marcas irregulares de fuligem na parede exterior e interior do bordo

Medidas: bordo: 24,5; base: 20,2; massa: 677,36 g Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. III, sepultura 22, nº1 e p. 10-11 (séc. II ou séc. III-IV); NEVES, 1972, Est.

Bibliografia: NOLEN (1985), Est. XXXI, nº 272 (segunda metade séc. I?)

III, nº 12

Número de inventário: MNA 2011-10-76

Número de inventário: MNA 2011.10.99

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Medidas: bordo: 16,8; base: 11; massa: 249,70 g; capacidade: 400 ml

Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

Fabrico: C; 7.5YR 7/4

Fabrico: E; 5YR 6/6

Medidas: bordo: 14,3; base: 8,8; massa: 147,05 g

Medidas: bordo: 16,4; base: 12,3; massa: 305,37 g; capacidade: 300 ml

Número de inventário: MNA 13642

Número de inventário: MNA 2011.10.78

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I. Prato

Bordo direito sem inflexão; perfil troncocónico invertido

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I. Prato

I. Prato

I. Prato

Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

Fabrico: E; 5YR 6/8

Fabrico: E; 5YR 6/8

Medidas: bordo: 14,3; base: 9,8; massa: 137,44 g

Medidas: bordo: 14,7; base: 10; massa: 218,57 g

Bibliografia: NOLEN e DIAS (1981), Est. XXXII, E 2.14, p. 131 (princípio séc. II); NOLEN e DIAS (1981), Est. LXIII, J5.6, p.

Número de inventário: MNA 13645

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Número de inventário: MNA 13643

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132 (finais séc. I-inícios II)

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I. Prato Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

I. Prato

Fabrico: E; 7.5YR 6/6; aguada e alisamento

Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

Medidas: bordo: 15,8; base: 11; massa: 249,38 g; capacidade: 390 ml

Fabrico: E; 5YR 6/6; engobe (5YR 6/6) alisamento

Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. XVII, sepultura 244, nº 5 e p. 59-60

Medidas: bordo:16; base: 10,4; massa: 272,66 g; capacidade: 400 ml

Número de inventário: MNA 2011.10.77

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Número de inventário: MNA 2011-10-75

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Bibliografia: NEVES, 1972, Est. III, nº 10

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I. Prato Bordo direito sem inflexão; perfil troncocónico invertido; marcas irregulares de fuligem na parede exterior e interior

I. Prato

do bordo

Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

Fabrico: C; 5YR 6/3; engobe (5YR 6/6) alisamento

Fabrico: C; 10YR 8/3; engobe (5YR 6/6)

Medidas: bordo: 19; base: 14; massa: 418,37 g

Medidas: bordo: 20,4; base: 16,8; massa: 410,82 g

Número de inventário: MNA 2011.10.110

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Número de inventário: MNA 13673

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Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. XVII, sepultura 22, nº 1 e p. 58 I. Prato Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido Fabrico: C; 5YR 8/2; engobe (5YR 6/6) Medidas: bordo: 19,3; base: 14,7; massa: 361,98 g Bibliografia: NOLEN (1985), Est. XXX, nº 266, 267 (segunda metade séc. I ?) Número de inventário: MNA 13672

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

73

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72

I. Prato

XII. Potinho

Bordo extrovertido; perfil troncocónico invertido

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

Fabrico: E; 5YR 6/6

Fabrico: B; 10YR 8/4; engobe; (5YR 6/6); parede exterior muito desgastada indiciando decoração polida

Medidas: bordo: 9,4; base: 14; massa: 268,43 g

Medidas: bordo: 6,2; base: 4,5; massa: 179,56 g

Bibliografia: NOLEN (19851985), Est. XXXI, nº 271 (segunda metade séc. I ?)

Bibliografia: ALARCÃO (1975), pl. XXVII, nº 553, 565 e 555; SÁNCHEZ SÁNCHEZ (1992), fig. 14, nº 69-74, p.80 (Flávios-

Número de inventário: MNA 13641

séc. III); VIANA e DEUS (1955), fig.6, nº 63, 64, p. 255; fig.7, nº 75, 77, p. 259; fig.8, nº 118,120, p. 262

Ÿ

III. Tigela

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Número de inventário: MNA 13685

Bordo extrovertido; - perfil troncocónico invertido

XII. Potinho

Fabrico: E; 7.5YR 5/4

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: E; 7.5YR 6/4

Medidas: bordo: 14; base: 5,3; massa: 139,92 g

Medidas: bordo: 7,3; base: 4,2; massa: 129 g

Número de inventário: MNA 13644

Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. V, sepultura 44, nº2 e p. 58; DELGADO e MORAIS (2009), p. 55, nº 168;

Ÿ

¢

NOLEN (1985b), Est. XXII, nº149; VIANA e DEUS (1955), fig.7; nº 88, p 259; fig.8, nº 91, 95, 106, p. 262 Número de inventário: MNA 13710

 

Bordo direito sem inflexão; lábio boleado

§

XI. Taça Fabrico: O; 7.5YR 5/4 (engobe); torno lento; Idade do Ferro

XII. Potinho

Medidas: bordo: 12,5; base: 14,8; massa: 38,23 g

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

Número de inventário: MNA 2011.10.138

Fabrico: E; 10YR 6/4

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Medidas: bordo: 10,2; base: 4,8; massa: 162,98 g XII. Potinho

Bibliografia: Neves (1972), Est. III, nº 26 Número de inventário: MNA 2011.10.63

ž

entre o colo e o ombro e esgrafitada no bojo

 

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: 5YR 7/3; decoração polida Medidas: bordo: 6,8; base: 3,6; massa: 155,58 g

XII. Potinho

Bibliografia: ALARCÃO (1975), pl. XXVII, nº 553, 565 e 555; SÁNCHEZ SÁNCHEZ (1992), fig. 14, nº 69-74, p.80 (Flávios-

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

séc. III); VIANA e DEUS (1958), Est. IV, foto 1, nº 55 e foto 7, nº 55

Fabrico: B; 10YR 6/4; brunido vertical junto das asas e engobe na parede interior e exterior (5YR 7/6)

Número de inventário: MNA 13704

Medidas: bordo: 10; base: 4,4; massa: 210,24 g; capacidade: 500 ml

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Bibliografia: Neves (1972), 1972, Est. IV, nº 25 Número de inventário: MNA 2011.10.96

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Perfil ovóide com aperto na zona superior

 

XII. Potinho Fabrico: H1; GLEY 1 8/10Y

XII. Potinho

Medidas: bordo: 6; base: 4; massa: 57,22 g

Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil troncocónico invertido

Bibliografia: ALARCÃO (1975), pl. XXVII, no 553, 565 e 555; NOLEN (1985), Est. XXI, no139, 140, 147, 148, 151, 153 (fins

Fabrico: E; 2.5Y 5/1; decoração incisa p/ carretilha ou roleto

séc. I -1a metade séc. II); Flávio-início séc. II; Flávio 1a metade séc. II); SÁNCHEZ SÁNCHEZ (1992), fig. 14, no 69-74, p.

Medidas: bordo: 10,4; base: 3,7; massa: 136,07 g

80 (Flávios- séc. III)

Bibliografia: ALARCÃO (1975), pl. XXVI, nº 552, 549 e 550 forma semelhante (Cláudio e Trajano); NOLEN (1985), Est.

Número de inventário: MNA 2011.10.139

XXV, nº 180; VIANA e DEUS (1958), Est. V, foto 3, nº 40 (urna de barro branco pintada) Número de inventário: MNA 13634

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

75

 

¥

 

 

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XII. Potinho

I. Prato

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

Bordo extrovertido; perfil ovóide com aperto na zona superior

Fabrico: B; WHITE 10YR_/2 8.5; engobe (5YR 6/6) parede exterior e interior

Fabrico: E; 7.5YR 6/6; marcas irregulares de fuligem na parede exterior e interior do bordo

Medidas: bordo: 7,4; base: 3,4; massa: 92,14 g

Medidas: bordo: 6,2; base: 4; massa: 168,76 g

Bibliografia: NOLEN e DIAS (1981), Est. LXIII, J5.6, p. 132 (finais séc. I-inícios II); VIANA e DEUS (1955), fig.7: nº 69, 71,

Bibliografia: NOLEN (1985), Est. XLII, nº 444 (Cláudio -1º quartel do séc. II)

p. 259; VIANA e DEUS (1958), Est. V, foto 2, nº 54 e Est. XXI, nº 140

Número de inventário: MNA 13630

 

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Número de inventário: MNA 13636

XII. Potinho

XII. Potinho

Bordo extrovertido; perfil esférico

Bordo extrovertido; perfil ovóide com aperto na zona superior

Fabrico: H1; 2.5Y 5/1

Fabrico: E; 7.5YR 6/4

Medidas: bordo: 4,4; base: 3; massa: 87,03 g

Medidas: bordo: 11; base: 7; massa: 416,01 g

Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. II, sepultura 11, nº2, p. 5-8; (séc. início I/II-III); VIANA e DEUS (1958),

Bibliografia: NOLEN (1985), Est. XLII, nº 443 (Cláudio -1º quartel do séc. II); VIANA e DEUS (1955), fig. 7, nº 82, p. 259;

Est. XXI,141 e 143

fig. 8, nº 105, p. 262

Número de inventário: MNA 13635

 

¢

XII. Potinho Bordo extrovertido; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: E; 7.5YR 6/8; marcas de fuligem na parede exterior Medidas: bordo: 9; base: 4,8; massa: 312,56 g Número de inventário: MNA 13691

§

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Número de inventário: MNA 13633

XII. Potinho Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: F; 7.5YR 7/4 Medidas: bordo: 6,2; base: 3; massa: 143,23 g Bibliografia: SÁNCHEZ SÁNCHEZ (1992), fig. 8, nº 41 (Cláudio- 1º quartel séc. II); NOLEN (1985), Est. XLI, nº420, 422, 427, 429 (Cláudio -1º quartel do séc. II); NOLEN e DIAS (1981), Est. XIV, D1 (4), p.130 (Nero-flaviana), Est. LXI, J3

 

£

(3), p. 170 (Enterramento do tipo 5 (segunda metade séc. I-inícios II); VIANA e DEUS (1958), Est. XVI,137, 138, 138a, XII. Potinho Bordo extrovertido; perfil ovóide com aperto na zona superior

Est. X, foto 1, nº 50 Número de inventário: MNA 13680

Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. I, sepultura 5, nº 2 (ambos os casos enegrecidos pelo fumo); NOLEN (1985), Est. XLII, nº 454 (Cláudio -1º quartel do séc. II) Número de inventário: MNA 13692

ž

Medidas: bordo: 9,2; base: 5,3; massa: 368,35 g

¡

Fabrico: F; 7.5YR 7/4; superfície exterior enegrecida pelo registo de fuligem XII. Potinho Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: H1; 2.5Y 7/3; engobe (5YR 6/6) parede exterior e interior Medidas: bordo: 5; base: 4; massa: 95,71 g

 

¤

Bibliografia: ALVARADO e MOLANO (1995), p.291, fig.15 (Cláudio - 1º quartel de séc. II) XII. Potinho

Número de inventário: MNA 2011.10.144

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be (5YR 6/6) parede exterior e interior

¡

S – indeterminado; 1- fechada ou envasada; i - perfil ovóide com aperto na zona superior.Fabrico: C; 5YR 7/6; engoMedidas: bordo: 8,3; base: 6,5; massa: 146,22 g

XII. Potinho

Número de inventário: MNA 2011.10.143

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: B; 2.5Y 5/2; decoração incisa p/ guilhoché Medidas: bordo: 6,3; base: 3,5; massa: 130,38 g Bibliografia: ALARCÃO e ALARCÃO (1966), Est. XVII, sepultura 236, nº2 e p. 58; NOLEN (1985), Est. XLI, nº428 (Cláudio -1º quartel do séc. II decoração idêntica aos nº426 e 435); VIANA e DEUS (1958), Est. XX,156 Número de inventário: MNA 13679

77

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¡

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

 

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76

XII. Potinho

XV. Bilha

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: B; 7.5YR 5/4; engobe

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior. Fabrico: B; 10YR 8/2; engobe (su-

(7.5YR 5/4)

perfície muito desgastada) 7.5 YR 7/6

Medidas: bordo: 4,4 base: 3,2; massa: 144,66 g

Medidas: bordo: 4,9; base: 4,2; massa: 336,43 g

Número de inventário: MNA 13632

Bibliografia: NOLEN (1985), Est. XI, nº72 (segunda metade séc. I - início séc. II)

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XIV. Jarro

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Número de inventário: MNA 13638

Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil ovóide com aperto na zona superior Fabrico: B; WHITE 7.5YR_/2 9;

I. Prato

engobe (5YR 6/6); parede exterior e interior linhas vertical e horizontais polidas

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

Medidas: bordo: 5,7; base: 4,2; massa: 220, 46 g

Fabrico: B; 10YR 8/2; aguada/engobe (superfície muito desgastada) 7.5 YR 6/4

Bibliografia: NEVES (1972), Est. V, nº 37

Medidas: bordo: 4,5; base: 4,5

Número de inventário: MNA 2011.10.58

Bibliografia: NOLEN (1985), Est. XI, nº 69 (segunda metade séc. I -início séc. II)

§

XV. Bilha

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Número de inventário: MNA 13687

Bordo direito sem inflexão; perfil ovóide com aperto na zona superior

XV. Bilha

Fabrico: I; 5YR 6/6; decoração pintada (5YR 5/4)

Bordo extrovertido de aba soerguida; perfil ovóide com aperto na zona superior

Medidas: bordo: 4,3; base: 8,5; massa: 514,41 g

Fabrico: E; 5YR 7/8

Bibliografia: NEVES (1972), Est. V, nº 36

Medidas: bordo: 4,2; base: 4,6; massa: 194,54 g

Número de inventário: MNA 13684

Bibliografia: NEVES (1972), Est. V, nº 32 e 33; Nolen, J. U. S. (1985), Est. XI, nº 78 (segunda metade séc. I - início séc. II)

ž

XV. Bilha

¢

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¡

Número de inventário: MNA 13637

Bordo direito sem inflexão; perfil troncocónico invertido

XIV. Bilha

Fabrico: B; 7.5YR 7/4; aguada; marcas irregulares de fuligem na parede exterior e interior do bordo

Bordo extrovertido de aba horizontal; lábio biselado

Medidas: bordo: 4,5; base: 8,5

Fabrico: E; 5YR 6/6

Bibliografia: Neves (1972), Est. V, nº 36

Medidas: bordo 5,2; base: ?; massa: 154,11 g

Número de inventário: MNA 13681

Bibliografia: DELGADO e MORAIS (2009), nº 274, p. 87; ROLO (2011), p. 188, bordo muito próximo das bilhas tipo

¤

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IV, no 50, 51 e 8 Número de inventário: MNA 2011.10.107

Ÿ

Perfil ovóide com aperto na zona superior

¢

XV. Bilha Fabrico: B; 10YR 8/2; aguada

XV. Bilha

Medidas: bordo: 2; base: 4,5; massa: 204,32 g

Bordo extrovertido; perfil ovóide com aperto na zona superior

Bibliografia: NOLEN (1985), Est. IX, nº 64, 65 (segunda metade séc. I - 1ª metade séc. II)

Fabrico: E; 5YR 6/6; aguada

Número de inventário: MNA 13686

Medidas: bordo: 5; base: 6,8; massa: 540 g Bibliografia: NOLEN e DIAS (1981), Est. II, B5.4, p. 131 (enterramento do tipo 2, 1ª metade séc. I); VIANA e DEUS (1958), Est. VIII, foto 2, nº 84 Número de inventário: MNA 13698

 

¢

78

XVII. Garrafa Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil troncocónico invertido Fabrico: B; 10YR 8/3; aguada Medidas: bordo: 4,4; base: 6,8; massa: 327,36 g Bibliografia: NEVES (1972), \Est. IV, nº 28 e 34; NOLEN (1985), Est. XI, próximo nº 80, 81, 83, 136 (Flávio séc. II); SÁNCHEZ SÁNCHEZ (1992), fig. 13, nº 79, p.81, (próximo na forma do corpo Flávios- séc. II); SERRANO RAMOS (1995), fig. 11, nº 95, (próximo); VIANA (1955), nº 137, 153; VIANA (1958), est. XVIII, nº 176

¡

¢

Número de inventário: MNA 13684

XVII. Garrafa Bordo extrovertido de aba horizontal; perfil troncocónico invertido Fabrico: E; 5YR 7/6; alisada Medidas: bordo: 5,5; base: 8,8; massa: 531,75 g Bibliografia: Alarcão e Alarcão (1966), Est. XXIII, sepultura 318, nº1, p. 68-69 (Augusto-inícios II); NOLEN (1985), Est. XI, nº 87; (fins séc. I - 1ª metade séc. II)

¢

¢

Número de inventário: MNA 13682

XIX. Tampa Fundo de base plana; assentamento discoide; lábio direito Fabrico: B 5YR 5/3; decoração incisa p/ estampagem Medidas: comprimento: 12,3; largura: 6,9; massa: 220, 18 g

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Número de inventário: MNA 2011.10.113

XIX. Tampa Bordo extrovertido de aba horizontal; lábio triangular Fabrico: H1; GLEY 1 5/10Y Medidas: comprimento: 8,4; largura: 6,5







F

Número de inventário: MNA 2011.10.65

1— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.







F







F

2— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.

3— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.







F







F

4— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.

5— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.







F







F

6— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.

7— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.

Bibliografia







F

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia

8— Cerâmica comum dos sectores funerários de Ammaia.

¬

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©

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"

A cerâmica comum das necrópoles de Ammaia







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