DIFUSÃO ESPACIAL DA FÉ E O CONSUMO MIDIÁTICO NO SÉCULO XXI: A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA E AS NOVAS COMUNIDADES

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO

DIFUSÃO ESPACIAL DA FÉ E O CONSUMO MIDIÁTICO NO SÉCULO XXI: A RENOVAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA E AS NOVAS COMUNIDADES JEFFERSON RODRIGUES DE OLIVEIRA1

Resumo: O objetivo deste trabalho é destacar o tempo a partir da análise geográfica dentro de um contexto da hipermodernidade, marcada pelo individualismo e a busca pelo self tomando por base o homem religioso. Desta maneira buscaremos identificar de que maneira a Igreja Católica Apostólica Romana tem se inserido nesse contexto atual do tempo como categoria de análise geográfica para criação de estratégias para difusão da fé. Visando atender o objetivo proposto no âmbito da geografia da religião e geografia cultural pós-1980 no Brasil, o presente trabalho será dividido em três partes: a) O estudo do mundo contemporâneo interconectado através de redes de informação e o ciberespaço; b) O movimento de Renovação Carismática Católica na hipermodernidade e; c) Novas Comunidades Católicas como estratégias políticas, econômicas e sociais para difusão e manutenção da fé.

Palavras-chave: Hipermodernidade; Ciberespaço; Renovação Carismática Católica; Difusão; Novas Comunidades Católicas.

Abstract: The objective of this study is to highlight the time from the geographical analysis within the context of hypermodernity, marked by individualism and the quest for self building on the religious man. In this way we will seek identify how the Roman Apostolic Catholic Church has inserted this current context of time as geographical analysis category for creating strategies for spreading the faith. In order to meet the objective proposed in the context of geography of religion and cultural geography post-1980 in Brazil, this paper will be divided into three parts: a) The study of contemporary interconnected world through information networks and cyberspace; b) The Catholic Charismatic Renewal movement in hypermodernity and; c) New Catholic Communities as political, economic and social strategies for dissemination and maintenance of faith.

Key-words: Hypermodernity; Cyberspace; Catholic Charismatic Renewal; Diffusion; New Catholic Communities.

1 – Introdução As relações entre o homem e o divino, uma divindade nas religiões monoteístas ou divindades nas religiões politeístas tornou-se campo de analise em diversas ciências, onde cada uma possui sua especificidade nos estudos. Na antropologia – que se preocupa com seu objeto primordial: o homem em sua 1

- Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. E-mail de contato: [email protected]

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dimensão biológica e cultural; a sociologia que se preocupa com as formas e processos nos quais as interações intrinsecamente humanas se realizam; a filosofia que se preocupa com o homem enquanto animal rationale e symbolicum bem como os métodos dedutivos que permitem aceder ao conhecimento epistemológico; a teologia que se atém ao sagrado e suas múltiplas manifestações, metalinguagens e hierocracia. A geografia como ciência do homem, se preocupa na análise da dimensão espacial do sagrado em suas múltiplas esferas de interpretações repleta de simbolismos e significados, e que é capaz de realizar transformações espaciais marcantes no tempo e no espaço a partir dos peregrinos, devotos, religiosos entre outros, como agentes modeladores do espaço. A interpretação geográfica será o eixo principal de análise dessa pesquisa. A partir desse pressuposto e da atual conjuntura mundial de nossa sociedade inserida em um contexto da hipermodernidade (LIPOVETSKY e SERROY, 2011), onde o tempo cada vez mais escasso é exprimido. A noção de tempo com o passar do tempo foi sendo modificada, ou seja, as maneiras como se o sente acompanha de perto as transformações das sociedades, porque o tempo sentido, vivido e experienciado sendo fundado pelo cotidiano é a tradução direta do movimento das conformações sociais. Desta maneira, quanto mais intensas e aceleradas são as atividades de um coletivo, mas seus indivíduos sentirão o tempo de maneira corrida e igualmente acelerado. O tempo que conhecemos porque sentimos tem sofrido uma aceleração, de maneira alucinante nas sociedades contemporâneas. A aceleração do tempo acrescida pela tecnologia favorece ao homem a criação de novos espaços, dentre os quais podemos destacar o ciberespaço (LÉVY, 1999). O objetivo deste trabalho é destacar o tempo a partir da análise geográfica dentro de um contexto da hipermodernidade, marcada pelo individualismo e a busca pelo self tomando por base o homem religioso (OLIVEIRA e ROSENDAHL, 2014). Muitas vezes os avanços da sociedade contemporânea era visto como fator que possibilitaria o surgimento de um secularismo religioso, uma queda gradativa das relações entre o homem e o sagrado, o que não ocorreu (BERGER, 1985, 2000), pelo contrário, observamos transformações nas bases de diferentes religiões, em

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especial a cristã católica para se inserir nesse novo contexto atual da sociedade contemporânea e assim agregar e diminuir a perda de fiéis. Desta maneira buscaremos identificar de que maneira a Igreja Católica Apostólica Romana tem se inserido nesse contexto atual do tempo para criar estratégias de evangelização (KRIEGER, 2007; BENEDETTI, 2009; CAMURÇA 2009; CARRANZA 2009, 2011; CARRANZA e MARIZ, 2009; CLEARY, 2011; OLIVEIRA, 2010 E 2011; ROSENDAHL, 2012; ROSENDAHL, INÉDITO). Visando atender o objetivo proposto no âmbito da geografia da religião e geografia cultural pós-1980 no Brasil, o presente trabalho será dividido em três partes: a) O estudo do mundo contemporâneo interconectado através de redes de informação e o ciberespaço;

b)

O

movimento

de

Renovação

Carismática

Católica

na

hipermodernidade e; c) Novas Comunidades Católicas como estratégias políticas, econômicas e sociais para difusão e manutenção da fé. 2 – Desenvolvimento

a) O estudo do mundo contemporâneo interconectado através de redes de informação e o ciberespaço A sociedade hipermoderna (LIPOVETSKY e SERROY, 2011) é marcada pela volta do indivíduo ao seu self, ou seja, olhar para o seu próprio interior, em detrimento do mundo exterior. É interessante observarmos que as relações interpessoais e culturais estão muito mais baseadas no universo do ciberespaço, principalmente através de uma cibercultura, aquilo que o filósofo francês Pierre Lévy destaca em seu livro Cibercultura como: O ciberespaço (que também chamarei de rede) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial de computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo. Quanto ao neologismo “cibercultura”, especifica aqui o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço. (LÉVY, 1999, p. 17)

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As definições de Pierre Lévy é de estrema relevância para nossos estudos, principalmente para buscar um entendimento das relações existentes entre um espaço geográfico físico, concreto, ou imaterial, para estudarmos um espaço geográfico virtual, ou seja, um novo mundo ligado a partir de redes de informação – internet. Essa perspectiva entraria no contexto da dimensão de análise da Dimensão do Ciberespaço em que podemos destacar a difusão e abrangência da fé através da Internet e tecnologias da informação; a Cibercultura; a Ciberteologia; Religião Virtual; Mídias Sociais/Redes Sociais (Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Flickr, LinkeIn, Blogger); Smartphones, Tablets entre outros. O interessante nessa perspectiva é trazer para o estudo geográfico essas relações sociais plurais e que se encontram em grande expansão em um universo paralelo, que é individual, mas ao mesmo tempo coletivo a partir das mídias e redes sócias. Ressaltamos, que nossa visão não parte do pressuposto de darmos profundidade a uma análise aos estudos e trabalhos voltados para o universo do marketing digital e publicitário2, mas sim entender a dinâmica atual em que se insere nossa sociedade e perceber o quanto as empresas estão investindo maciçamente em uma publicidade virtual visando aumentar seus lucros em um nicho econômico crescente. A partir disto, podemos buscar verificar que a partir de um universo paralelo ou digital que concentra praticamente 3 bilhões de pessoas no mundo a partir da dados atuais na literatura e praticamente 80% da população do Brasil, de que maneiras a religião entraria nesse contexto? Desta maneira, buscamos não somente analisar o universo do ciberespaço, mas também, a dimensão de análise proposta para estudar o poder midiático, em especial das emissoras de TV e rádio. Para que a partir desses contexto, possamos inserir a Igreja Católica Apostólica Romana, a partir do movimento de Renovação

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Durante as pesquisas de gabinete percebemos o grande universo corporativo dos estudos voltados para a análise das mídias e redes sociais principalmente a partir do marketing digital e publicitários, que através de levantamentos estatísticos, conseguem elaborar projeções e métodos para empresas e outros setores que veem nesse setor uma ótima oportunidade de crescimento para suas empresas ou negócios.

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Carismática Católica, principal movimento difusor do catolicismo através dessas duas novas dimensões de análise. Na escolha do movimento da RCC para entendimento desta pesquisa, traremos como exemplo no item c deste artigo, as novas comunidades, visando descortinar as questões relacionadas a conjuntura atual de nossa sociedade principalmente em relação ao crescimento de Igrejas Pentecostais no Brasil, ou de movimentos extremistas como verificamos atualmente na mídia, o chamado Estado Islâmico, além é claro de outros movimentos.

b) O movimento de Renovação Carismática Católica na hipermodernidade

Para muitos autores, o momento atual em que vivemos em nossa sociedade é considerado um período pós-moderno, período de grandes transformações e mudanças

na

sociedade.

Atualmente,

porém,

a

partir

destas

mesmas

transformações, observamos que a sociedade no século XXI, passa por um processo crescente da busca pelo self, ou seja, uma buscar por uma maior individualidade. Isso é algo cada vez mais marcante nos grandes centros onde os encontros pessoais começam a ser trocados pelo uso dos smartphones, dos computadores, tablets, entre outras tecnologias da informação que tem tirado muitas pessoas do convívio social. As relações entre o tempo e o espaço estão cada vez mais sobrepostas entre si, trazendo para o mundo uma constante necessidade de criação de veículos de comunicação que possam abarcar a atual conjuntura adentrada no universo de uma sociedade hipermoderna (LIPOVETSKY e SERROY, 2011). Se observarmos os grandes transportes de massa nos grandes centros como Rio e São Paulo, os smartphones são o principal meio de contato entre as pessoas. Normalmente, uma viagem que antes tinha um contato social, agora tornou-se virtual, onde o Facebook, Twitter, Youtube, entre outros meios e redes de comunicação virtuais, tornaram-se quase que parte da vida cotidiana de uma pessoa.

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A Igreja a partir dessa nova realidade e com a perda de fiéis, entende que ter domínio sobre um grande e poderoso meio de comunicação é de extrema relevância para manutenção e aquisição de novas estratégias de evangelização. Desta maneira, o Mass Media e as Online Communities, ou seja, os meios de comunicação - TV, Rádio, Internet - e sistemas operacionais móbile - como Android da Google e iOS da Apple – e as mídias/redes sociais – Facebook, YouTube, Twitter, Tumblr, Google+, Instagram, Flick - possibilitam a Igreja a ter novas frentes de domínio. A difusão da fé através dos meios de comunicação em suas diferentes esferas e escalas de uso possibilita ao devoto um maior contato com o divino. Observamos uma mudança na tradicionalidade da Igreja, onde antes o contato com o divino só poderia ocorrer dentro das Igrejas e através de uma difusão por contato; atualmente em um período pós-moderno ou hipermoderno (LIPOVETSKY e SERROY, 2011) como podemos chamar a atual condição da sociedade pela busca do seu self, a busca da individualidade e a modernização da sociedade atual, o devoto pode participar da Missa, rezar o terço, acender uma vela virtual, ler a palavra – a Bíblia e o evangelho do dia, participar de shows, palestras e inúmeras outras opções sem sair de casa pela TV, pela Internet ou pelo celular. Essa nova conjuntura se insere até mesmo nos tipos de peregrinações (OLIVEIRA, 2011) e ao mesmo tempo em que traz o novo, a estratégia da Igreja é a de trazer à sociedade a busca do tradicional, o conservadorismo na Igreja (CARRANZA e MARIZ, 2009). Nesse sentido, vale ressaltar que apesar de existir essas novas frentes de evangelização, o católico praticamente ainda assim, deverá participar fisicamente na Igreja. Dentro desse atual contexto de difusão da fé na hipermodernidade, o movimento de Renovação Carismática Católica, que teve sua gênese em 1967 na Universidade de Duquesne em Pittsburgh, Pensilvânia – Estados Unidos da América vêm sendo um importante difusor dessa nova lógica seguida pela Igreja Católica Apostólica Romana. Um bom exemplo disso, é o crescimento e o surgimento de novas comunidade católicas que ajudam nesse processo através dos meios de comunicação, das mídias sociais e do ciberespaço.

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c) Novas Comunidades Católicas como estratégias políticas, econômicas e sociais para difusão e manutenção da fé.

Os estudiosos da religião abordam as vivências religiosas do homem e as tendências ora de secularização, ora de recrudescimento religioso das sociedades contemporâneas. Alguns intelectuais demonstram a existência da religião cívica em algumas sociedades, assim como, uma queda na formação de profissionais especializados no trabalho religioso (ROSENDAHL, 2001). Corroborando com as ideias de Rosendahl (1999), o senso de santidade acaba sendo levado a um lugar secundário na sociedade, o que favorece perdas ao sagrado, ou seja, um desencanto do sagrado e o abandono de práticas religiosas. O homem torna-se cada vez mais independente da religião e de suas práticas, se centrando em suas experiências reais ou seu cotidiano, o dia a dia. A partir do final da década de 1960, há um movimento de laicidade, ou seja, um processo de secularização, uma maneira de autocompreensão do social, fundamentada em ideologias ou visões de mundo produzidas por outras esferas ou instituições – o Estado, a ciência, o mercado, os meios de comunicação de massa se tornaram mais frequentes. Estamos diante de uma vivência cultural, globalizada de sacralidade, isto é, pessoas, objetos e lugares reconhecidos como sagrados. Isso representa a liberdade do homem frente à religião social e sua submissão à religiosidade cívica e pseudo-religiões (ROSENDAHL, 2001). Podemos aqui ainda acrescentar, a partir dessas novas transformações na sociedade, no século XXI, um período pós-moderno ou hipermoderno (LIPOVETSKY e SERROY, 2011), um século bem tecnológico e com uma individualidade social crescente. Peter Berger (1985), em estudos de sociedades pós-60 acreditava que essa laicidade da sociedade iria continuar perdurando por um longo período de tempo. E poderia ocorrer até mesmo um possível esfriamento religioso do homem na sociedade. Porém apesar de visualizarmos uma mudança cultural no mundo pós-70, observamos um recrudescimento da fé. Isto é, há pessoas que buscam na religião, o contato com o sagrado, algo que transcende seu cotidiano, ou seja, o extracotidiano.

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Observamos que ao longo das leituras na década de 70 é erigido um binômio fé-razão que não necessariamente se opõe, mas um vem como um contraponto do outro encerrando uma dicotomia social e, privilegiaremos o grupo social que optou pela escolha da fé. Seria a manifestação de uma hierocracia no mundo contemporâneo. Essa própria afirmação de um recrudescimento religioso pode ser destacado por Berger (2000), ao mencionar que o processo de secularização da sociedade com a partir de um processo de modernização, não veio a ocorrer totalmente de acordo com o seu pensamento e dos demais cientistas sociais. Para Berger (2000, p.10), A ideia é simples: a modernização leva necessariamente a um declínio da religião, tanto na sociedade como na mentalidade das pessoas. E é justamente essa ideia central que se mostrou estar errada. Com certeza, a modernização teve alguns efeitos secularizantes, em alguns lugares mais do que em outros. Mas ela também provocou o surgimento de poderosos movimentos de contrasecularização.

Com o recrudescimento da fé, notavelmente no final dos anos 60, década estas de inúmeras manifestações culturas e sociais, a religião católica acompanha as mudanças. Lança novos movimentos eclesiais, nova dinâmica na prática e na vivência religiosa do devoto. O destaque dessa mudança é o movimento das comunidades eclesiais ligadas ao movimento da Renovação Carismática – RCC, que surgiu no ano de 1967, pós-Concílio Vaticano II, que reordenou as bases da Igreja Católica frente às indagações que a sociedade da época desejava. Nesta perspectiva, surgiram comunidades, estas de vida e aliança, de pessoas que largavam tudo, familiares e pertences, em busca da evangelização. Aqui no Brasil podemos destacar como grandes difusoras desse processo de Renovação Carismática Católica são as comunidades Canção Nova e Shalom, consideradas as duas maiores ligadas a esse movimento no Brasil. As comunidades inseridas no seio da renovação como assim podemos destacar, tem por objetivo trazer à sociedade atual um novo modelo de vivência social, tanto na política, na família, na arte, na economia, tendo por finalidade a geração de uma nova cristandade em um novo milênio. O aporte teórico nas ciências sociais acerca desse processo de renovação na Igreja Católica, tem

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demonstrando a partir de uma literatura vasta, o real interesse de se aprofundar mais

academicamente

nesse

movimento,

suas

práticas,

suas

ações

e

transformações que a cada novo dia vem modificando de maneira visível as bases da Igreja Católica no Brasil e no Mundo. 3 – Considerações Finais

Ao longo deste artigo, fora possível tornar inteligíveis as transformações os quais nossa sociedade vem perpassando ao longo dos anos, e principalmente nas últimas décadas até sua atual condição no chamado mundo pós-moderno ou hipermoderno

(LIPOVETSKY

e

SERROY,

2011).

Frente

a

essas

novas

transformações, a Igreja não poderia ficar à margem desses processos devendo assim, criar estratégias de difusão para se manter no poder. Observamos que o movimento de Renovação Carismática Católica que se caracteriza na diferenciação da busca do novo, ao mesmo favorecendo uma tradicionalidade das doutrinas da Igreja, vêm possibilitando uma mudança crescente de transformações e novas estratégias de difusão e manutenção da fé. Como movimento a RCC é abraçada principalmente pelos jovens que questionam às congregações tradicionais a sua capacidade de atrair devotos. Vale ressaltar que o tema não se esgota, havendo ainda inúmeras outras frentes de estudos acerca do temário aqui abordado. O presente texto servirá de base para um entendimento da nova conjuntura atual de nossa sociedade. Finalizamos este artigo pontuando que religião, política e espaço são dimensões em que a geografia da religião privilegia a experiência religiosa dos indivíduos e dos grupos sociais em suas práticas espaciais. Na conjuntura atual, a revalorização da cultura - em suas manifestações materiais e imateriais - nos informa acerca da existência de um novo ciclo, um processo avançado denominado de hipermoderno, em que a difusão da fé, a escala de atuação e o tempo favorecem novas mudanças do comportamento do homem.

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Referências Bibliográficas 

Livros

BERGER, Peter. L. O Dossel Sagrado: Elementos para uma Teoria Sociológica da Religião. São Paulo: Paulus, 1985. (Coleção Sociologia e Religião). CARRANZA, Brenda. Catolicismo Midiático. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2011. CLEARY, Edward L. The Rise of Charismatic Catholicism in Latin America. Gainesville, FL: University Press of Florida, 2011. KRIEGER, Dom Murilo. Anunciai a boa nova: Os Meios de Comunicação a Serviço da Igreja. São Paulo: Editora Canção Nova, 2007; LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: ED. 34, 1999. 272p. LIPOVETSKY, G. e SERROY, J. A cultura mundo, resposta a uma sociedade desorientada. Tradução: Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2011; ROSENDAHL, Zeny. Primeiro a Obrigação, Depois a Devoção: estratégias da Igreja Católica no Brasil, de 1500 a 2005. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2012. 

Capítulos de livros

BENEDETTI, Luiz Roberto. Novos rumos do catolicismo. In: CARRANZA, Brenda; MARIZ, Cecília e CAMURÇA, Marcelo. (Org.) Novas comunidades católicas: em busca do espaço pós-moderno. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2009, p. 17-32. CAMURÇA, Marcelo Ayres. Tradicionalismo e meios de comunicação de massa: o catolicismo midiático. In: CARRANZA, Brenda; MARIZ, Cecília e CAMURÇA, Marcelo. (Org.) Novas comunidades católicas: em busca do espaço pósmoderno. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2009, p. 59-77. CARRANZA, Brenda. Perspectivas da neopentecostalização católica. In: CARRANZA, Brenda; MARIZ, Cecília e CAMURÇA, Marcelo. (Org.) Novas comunidades católicas: em busca do espaço pós-moderno. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2009, p. 33-58. CARRANZA, Brenda e MARIZ, Cecília Loreto. Novas comunidades católicas: por que crescem? In: CARRANZA, Brenda; MARIZ, Cecília e CAMURÇA, Marcelo. (Org.) Novas comunidades católicas: em busca do espaço pós-moderno. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2009, p. 139-170.

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OLIVEIRA, Jefferson R de; ROSENDAHl, Zeny. Religião, Política e Espaço: a difusão da fé através do Mass Media e as Online Communities. In: MOREIRA, Alberto da [et al.]. Religião, espetáculo e intimidade: múltiplos olhares. Goiânia: Ed. da PUC Goiás, 2014. ROSENDAHL, Zeny. O Espaço, o Sagrado e o Profano. In: ROSENDAHL, Z. e CORRÊA, R. L. Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999. ROSENDAHL, Zeny. Espaço, Política e Religião. In: ROSENDAHL, Z. e CORRÊA, R. L (org.), Religião, Identidade e Território, Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.



Revistas científicas

BERGER, Peter. L. A dessecularização do Mundo: uma visão global. In: Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 21(1): 9-24, 2000. OLIVEIRA, Jefferson Rodrigues de. Hierópolis Carismática em Cachoeira Paulista: Canção Nova e as peregrinações pós-modernas. In: – Espaço e Cultura, Rio de Janeiro: UERJ, PEAGERC/NEPEC, 2010, p. 71-80. ROSENDAHL, Zeny. Tempo e Temporalidade, Espaço e Espacialidade: A Temporalização do Espaço Sagrado. Espaço e Cultura (UERJ), INÉDITO. 

Fontes eletrônicas

OLIVEIRA, Jefferson R. de. Representações e práticas religiosas da Renovação Carismática Católica em Cachoeira Paulista: o exemplo da Canção Nova. Espaço e Cultura (UERJ), v. 30, p. 36-54, 2011. Disponível em: .

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