EIXO TEMÁTICO 2: ESTRATÉGIAS, MATERIAIS E RECURSOS DIDÁTICOS NA EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E BIOLOGIA. MODALIDADE: ATELIÊ DE CRIAÇÃO – AC.41
DINÂMICA DA COISA: O USO DO LÚDICO NA ABORDAGEM DA NATUREZA DA CIÊNCIA (NdC) NO ENSINO FUNDAMENTAL.
Mário Cézar Amorim de Oliveira, UECE,
[email protected] Rodrigo Percevalli Pires da Silva, SEDUC-CE,
[email protected]
RESUMO Para tratar da natureza da ciência (NdC) abordando questões de história, filosofia e sociologia da ciência, de forma lúdica e prazerosa, elaboramos uma dinâmica de grupo que denominamos de ‘Dinâmica da Coisa’. A ‘coisa’ foi confeccionada com material plástico de sucata reutilizado para esse fim, tais como: corneta de brinquedo, botão de roupa, enfeite natalino, pedaço de fio de cobre encapado e etc. Os itens foram fixados entre si com cola quente para artesanato e cola instantânea para acabamento. Utiliza-se ainda uma sacola escura de tecido (TNT) para acondicionar a coisa durante a atividade, que foi organizada em duas aulas geminadas, totalizando 4 horas/aula. No primeiro encontro, os alunos foram convidados a explicar o porquê do nome da disciplina ser Ciências (plural) e não apenas Ciência (singular), para instigá-los a expor seus conhecimentos prévios e ressaltar que é atribuída à disciplina a responsabilidade de estudar fenômenos muito distintos. Em seguida, são apresentados alguns modelos científicos representativos, como mapas cartográficos e globo terrestre, modelos anatômicos humanos e de animais, a partir dos quais os alunos foram estimulados a apontar as possibilidades e limitações de cada modelo apresentado. No segundo encontro, inicia-se a dinâmica a partir da organização dos alunos em até seis equipes. O material necessário é simples: massa de modelar, jornal (para forrar as carteiras em que serão manipuladas as massas de modelar) e a ‘coisa’, que é apresentada escondida dentro da sacola de TNT. O procedimento da dinâmica é proposto e explicado para a turma. Nesse momento, as equipes são convidadas a atuarem como grupos de cientistas encarregados em elaborar um modelo científico que explique um objeto desconhecido, ora denominado de a ‘coisa’.
Apresenta-se a sacola com a ‘coisa’ em seu interior. A partir de seu manuseio pelo professor, que a balança para que sons sejam produzidos, os alunos são estimulados a expressar verbalmente suas opiniões do que poderia ser o objeto desconhecido. Estas são anotadas no caderno e irão compor as hipóteses iniciais acerca da ‘coisa’. Cada grupo recebe um recipiente com massa de modelar de uma cor que passará a identificar a equipe: amarela, azul, branca, marrom, verde e vermelha. Com as hipóteses iniciais anotadas, os alunos devem, individualmente, utilizar apenas uma das mãos para manusear a ‘coisa’ que se encontra dentro da sacola, não sendo permitida sua retirada da sacola, sua visualização ou o uso das duas mãos. Após essa primeira rodada de experimentação, os alunos são convidados a revisar suas hipóteses iniciais a partir das percepções obtidas da primeira experimentação, devendo reformulá-las (novas hipóteses) para melhor compreensão do objeto. Em seguida, cada membro da equipe será convidado a participar da experimentação e o grupo deverá utilizar da massa de modelar para representar a ‘coisa’, discutindo sobre as características do objeto em estudo que puderam ser percebidas através do tato e construindo o modelo de forma coletiva. Na etapa de conclusão da dinâmica, os modelos construídos são agrupados na mesa do professor para apreciação de toda a turma e é feita a eleição do modelo da ‘coisa’ que melhor representa a opinião de todos. O modelo eleito representará a ‘coisa’ e será considerado por toda a turma como a melhor explicação do objeto em estudo. Finaliza-se a dinâmica com uma discussão acerca da representatividade do modelo em relação ao objeto de estudo, das limitações das técnicas de coleta de dados, das possibilidades de se avançar no conhecimento do objeto em estudo e em sua contribuição para a melhoria do modelo representativo elaborado e outras questões que envolvem o fazer científico e que compõem áreas como filosofia, história e sociologia da ciência. Desse modo, esses conhecimentos são (re)construídos a partir de uma brincadeira prazerosa e que torna mais significativa as discussões acerca da natureza da ciência (NdC) no ensino fundamental.
