Diogo do Couto e Belchior Nunes Barreto: similitudes e diferenciações de dois interventores contemporâneos - Colóquio Internacional Diogo do Couto: história e intervenção política de um escritor polémico (ANTT/CHAM, Dezembro 2016)

May 26, 2017 | Autor: Nuno Vila-Santa | Categoria: History of India, History of the Portuguese Empire, History of Portugal
Share Embed


Descrição do Produto

Diogo do Couto e Belchior Nunes Barreto: similitudes e diferenciações de dois interventores políticos contemporâneos


Colóquio internacional Diogo do Couto: história e intervenção política de um escritor polémico



Nuno Vila-Santa (CHAM - FCSH/UNL/UAÇ)

Bolsa de Pós-Doutoramento do CHAM da Linha Temática A Europa do Renascimento, os Velhos e os Novos Mundos
Couto, Nunes Barreto e as relações do vedor João da Fonseca e do arcebispo D. Jorge Temudo


João da Fonseca: vedor e capitão de Cochim e opositor do vice-rei D. Antão.

Coincidência com Couto na crítica à fidalguia, nos triénios vice-reais, na defesa de uma política de guerra aberta com o Samorim e numa política expansionista moderada.

Proximidade a Belchior Nunes Barreto na defesa da conquista da China e de Jafanapatão e da capitalidade de Goa.

Defesa com o arcebispo da privatização dos comércios da Ásia e das ordenanças.

Relação de Fonseca com forte pendor económico-financeiro e defensora dos interesses do Malabar no Estado da Índia.

Couto, Nunes Barreto e as relações do vedor João da Fonseca e do arcebispo D. Jorge Temudo

D. Jorge Temudo: bispo de Cochim (1560-1567), arcebispo de Goa (1567-1571) e o seu papel na aplicação de Trento à Índia;

Coincidência flagrante com Couto no diagnóstico dos três males da Índia: falta de justiça, triénios vice-reais e ociosidade da fidalguia;

Proximidade a Belchior Nunes Barreto na defesa de uma política expansionista realista no Ceilão e Achém;

Destaca-se pela variedade de propostas reformistas: nomeações gerais confirmadas pelos vice-reis; criação do conselho da Índia; extinção da matrícula da Índia e incremento das ordenanças; divisão do governo de Malaca; nomeação de um cronista da Índia;

Relação de D. Jorge Temudo mais reformista que Couto, Belchior Nunes e Fonseca e aquela que tinha, à partida, melhores condições de ser escutada pelo poder político pela importância política e social do seu autor;
D. Sebastião e as políticas reformistas para o Estado da Índia

Impacto do malogro das políticas reformistas de D. Sebastião no Estado da Índia na emergência de novos escritos arbitristas;

Coincidência não inocente da governação de António Moniz Barreto (1573-1577) com a ideia contemporânea do abandono do Estado da Índia aos fidalgos.

Relevância da segunda nomeação do vice-rei D. Luís de Ataíde, em 1577, como forma de moralizar e disciplinar a Índia e sedimentação da ideia do fracasso dos reformismos de D. Sebastião;

Sucessão filipina e seu impacto decisivo no aprofundamento da ideia da decadência irreversível, plenamente desenvolvida por Couto nas Décadas, no segundo Soldado Prático e por Francisco Rodrigues da Silveira na Reformação do Estado da Índia Oriental;
Conclusão
Reinado sebástico como um momento fundamental das escritas arbitristas.

Ligação destes arbítrios ao contexto da crise político-militar de 1565-75 e dificuldade da Coroa em reformar o sistema sem alterar substancialmente os fundamentos sobre os quais fora criado o Estado da Índia e sem consequências na gestão do Império;

Menor relevância do primeiro Soldado Prático de Couto na influência das políticas da Coroa relacionadas com o menor estatuto do autor;

Couto comparativamente aos restantes como o "reformista" menos assumido, razão pela qual as ideias de Nunes Barreto, Fonseca e Temudo tiveram mais impacto no impulso reformista de D. Sebastião;

Importância de estudar o segundo Soldado Prático e a Reformação de Silveira em articulação com as consequências político-culturais criadas pelo malogro das políticas de D. Sebastião;
Couto e Nunes Barreto: discursos paralelos ou de confronto?

Diferenças:

Reforço da cooperação entre os vice-reis e o poder eclesiástico e suas consequências;

- Capitalidade de Goa e conquista da China;


Concordância no "diagnóstico" e diferenciação nas propostas de resolução;


Oposição de Couto ao reforço da intervenção eclesiástica na esfera política a qual não defende suficientemente os casados e pequena fidalguia e não augura reforma do sistema, por oposição a Nunes Barreto que encara essa cooperação como a única forma de relançar a expansão e restaurar o sistema;
D. Sebastião e as políticas reformistas para o Estado da Índia
Qual a influência de Couto, Belchior Nunes Barreto, João da Fonseca e do arcebispo D. Jorge Temudo nas políticas da Coroa para a Ásia Portuguesa?

Influência clara dos apelos de reforma na indigitação "reformista" do vice-rei D. Luís de Ataíde, em 1568;

Influência de apelos como o de João da Fonseca na decisão sebástica de 1570 de privatizar os comércios da Ásia;

Coincidência da concepção de cooperação entre o poder temporal e o espiritual de Belchior Nunes Barreto com as ordens régias visíveis em episódios do reinado sebástico;

Possível influência de Couto na indigitação de D. António de Noronha, em 1571;

Influência decisiva, ainda que posterior, de Temudo em acontecimentos decorridos no Estado da Índia;
Diogo do Couto e o contexto político-cultural do primeiro Soldado Prático
- Objectivo do primeiro Soldado Prático de ser um manual de governança dos vice-reis visível na forma como Couto estrutura a obra com os conselhos do soldado ao vice-rei nomeado sem experiência da Ásia;

Problemática do vice-rei modelar de Couto: elogio sistemático do Soldado ao vice-rei D. Pedro Mascarenhas desde o Proémio até ao final da obra.

Consonância do perfil e carreira de D. Pedro Mascarenhas (1554-1555) com o do idealizado para a figura do vice-rei.

Intencionalidade de Couto na escrita de obra de teor pedagógico como forma de ultrapassar o baixo estatuto social e político, diferenciar-se dos concorrentes contemporâneos que remetiam relações para o Reino e como garantia que a obra pudesse ser publicada ou escutada pelo poder político;

Introdução
- Diogo do Couto e os arbitristas contemporâneos durante o reinado de D. Sebastião: padre Belchior Nunes Barreto (1566), João da Fonseca (1568), arcebispo D. Jorge Temudo (1569), autor anónimo do Primor e Honra da Vida Soldadesca (1577-78?);

Importância da comparação do primeiro Soldado Prático com as relações contemporâneas mais próximas não apenas de Belchior Nunes Barreto mas também de João da Fonseca e do arcebispo Temudo.


Qual a importância e impacto ao seu tempo do primeiro Soldado Prático de Diogo do Couto?

- Quais os principais pontos de contacto entre Couto e os seus contemporâneos no "diagnóstico" e panaceias defendidas para o Estado da Índia? Qual o impacto das escritas arbitristas de Couto e dos seus contemporâneos nas políticas sebásticas para o Estado da Índia?

Belchior Nunes Barreto (1520-1571): perfil de um jesuíta influente e de um interventor político
Ingresso na Companhia de Jesus em Coimbra (1543).

Chegada à Índia e polémicas de sucessão a Francisco Xavier (1551-1553).

Provincial jesuíta de visita à China e Japão (1554-1557).

Reitor do colégio jesuíta de Cochim (1557-1567).

Defensor dos projectos missionários na Etiópia e China.

Vice-provincial de António de Quadros (1566) e próximidade a D. Jorge Temudo.

Participação nos Concílios Provinciais no debate sobre a aplicação de Trento na Índia (1567-1571).

- Possibilidade de encontro com Diogo do Couto em Goa (1567-69).


Couto e Nunes Barreto: discursos paralelos ou de confronto?

Paralelismos:

Crítica à política triénios vice-reais seguida pela Coroa;

Crítica ao poder excessivo dos vice-reis e aos seus malefícios;

Crítica ao sistema redistributivo das mercês da Coroa;

Crítica à subalternização das armas em prol do comércio;

Propostas de expansão do Estado da Índia: Achém, Ceilão e Guzerate;

Couto defende uma expansão mais moderada mais próxima da lógica do imperialismo marítimo, enquanto Nunes Barreto advoga uma política territorialista mais agressiva como garantia de maior sucesso missionário;
Belchior Nunes Barreto (1520-1571): perfil de um jesuíta influente e de um interventor político
Intervenções políticas de Belchior Nunes Barreto anteriores a 1566:

Defesa das jornadas espirituais e de conquista da China e Etiópia;

Defesa da Inquisição, das políticas de conversão e expulsão de hindus em Goa executadas por D. Constantino de Bragança;

Críticas ao arcebispo D. Gaspar de Leão Pereira, a Francisco Barreto e a D. Francisco Coutinho;

- Relação de Janeiro de 1566 sobre a Cristandade da Índia remetida ao padre Jaime Lainez (DI, vol. VI, doc. 108).

Estatuto social e político consolidado junto do poder político mais forte que o de Diogo do Couto ao escrever o primeiro Soldado Prático.

Ambos escreverem no contexto da eclosão da crise político-militar de 1565-75.
Diogo do Couto e o contexto político-cultural do primeiro Soldado Prático
Carreira militar do soldado Diogo do Couto na Ásia (1559-1569): participação na segunda tentativa falhada de ocupação de Surrate liderada pelo capitão e futuro vice-rei D. António de Noronha (1561);

Proximidade de Couto ao vice-rei D. Antão de Noronha (1564-1568), o vice-rei nomeado pelo cardeal regente D. Henrique e o primeiro a lidar com a crise político-militar de 1565-75;

Redacção do essencial do primeiro Soldado Prático em 1564-65;

Intenção clara de apresentação da obra a D. Sebastião;

Influência da formação humanista na corte portuguesa de Couto na redacção da obra;

Obra pedagógica que se destinava a ser um manual de governança da Índia em resposta à problemática contemporânea da nomeação de vice-reis sem experiência da Ásia desde 1550;
Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
Clique para editar os estilos
11-12-2016


11-12-2016


Clique para editar o estilo
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
Clique para editar os estilos
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Faça clique para editar o estilo
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
11-12-2016


Clique para editar o estilo

Clique para editar os estilos
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
11-12-2016


Clique para editar o estilo
Clique para editar os estilos
Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
11-12-2016



Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.