Diplomacia e Guerra ao serviço de um governador \"expansionista\": o caso de Francisco Barreto (1555-1558) - Workshop \"Nas Fronteiras do Estado da Índia\", Março 2016, FCSH-UNL.

June 5, 2017 | Autor: Nuno Vila-Santa | Categoria: Military History, Political History, Social History, History of the Portuguese Empire
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Diplomacia e Guerra ao serviço de um governador "expansionista": o caso de Francisco Barreto (1555-1558)
Nuno Vila-Santa (CHAM-FCSH-UNL/UAÇ)

Bolsa de Pós-Doutoramento da Linha Temática
A Europa do Renascimento, os Velhos e os Novos Mundos
Conclusões


Francisco Barreto como um pleno governante de transição entre as tendências joaninas e a expansão do Estado da Índia em inícios do reinado de D. Sebastião;

Figura que gere habilmente as fronteiras da Diplomacia e da Guerra em prol dos seus intentos expansionistas: manipula situações de guerra para alcançar a paz (Império Otomano e Calicute) e manipula situações de paz para declarar guerra (Guzerate e Bijapur);

A sua actuação demonstra uma concepção de poder centralizado e uma agenda governativa atípica para um governador de sucessão e mais próxima da agenda de um vice-rei nomeado com plenos poderes a partir de Lisboa.
Propostas para a reestruturação do Estado da Índia
Pano de fundo: Necessidade de resposta a um conjunto de irregularidades administrativas e desafios político-militares;

Política sistemática de reconstrução da armada de guerra:
Desde o incêndio da ribeira de Goa (1555) à "mais potente Armada, que a India teve" a propósito da jornada ao Achém (Diogo do Couto - 1558);
Importância decisiva da armada nos desfechos militares do cerco de Goa e do morro de Chaul (1557-1558);
Papel fundamental do financiamento dos cristãos-novos e judeus de Goa e Cochim para esta política na base da política religiosa mais tolerante do Governador e das suas posições face aos Hindus, à Inquisição e à devassa de 1557;
Aumento do corso malabar, guerras da pimenta e problemas na Carreira da Índia na base da criação da Casa das Drogas de Goa para financiar o cabedal necessário à compra de especiarias na Índia;
Redução de despesas: proposta de extinção da capitania-mor do mar da Índia; obrigação dos capitães de navios e fortalezas pagarem mesas aos soldados; início da reorganização dos soldos e residências;
Tentativa de centralizar despachos da fidalguia na Índia em vez de Lisboa;

Projectos alternativos
Pano de fundo: Interesse do Governador em diversificar receitas financeiras e esferas de intervenção político-militar do Estado da Índia;
Madagáscar: envio pelo Governador da esquadra de Baltasar Lobo de Sousa no auge da polémica da partida da expedição à Etiópia (1556);
Achém: preparativos militares do Governador para a jornada e adiamento da partida devido à chegada do vice-rei D. Constantino de Bragança (1558);
China e Japão: apoio do Governador ao aprofundamento das relações comerciais com a China e Japão e eventual interesse nas dinâmicas missionárias (1556-1557);
Ceilão: Baptismo do soberano de Kotte, Dharmapala, e desinteresse do Governador pelo investimento político-militar na ilha (1557);

Primeiras conclusões:
Paz com o Império Otomano como a premissa fundamental de toda a política do Governador, razão pela qual recusa expedição à Etiópia;
Prioridade governativa ao aprofundamento da territorialização "ofensiva" na Província do Norte em detrimento da territorialização "defensiva" em Goa;
Goa e o Decão
Pano de fundo: Lutas entre Bijapur, Ahmadnagar e Vijayanagar pela predominância político-militar no Decão:
Antecedentes da guerra com Bijapur:
Necessidade de estabilizar a fronteira político-militar em Bârdez e Salsete;
Aclamação de Ali Bin Yusuf ("Meale") pelo vice-rei D. Pedro Mascarenhas e Francisco Barreto, como sultão de Bijapur e a concessão de praças no Concão (1555);

Acção do Governador:
Ordem de retirada geral do Concão perante a derrota de Ali Bin Yusuf em Bijapur frente às forças coligadas de Bijapur e Vijayanagar (1555-1556);
Negociação com Ahmadnagar para a libertação de Ali Bin Yusuf e coligação para ataque a Bijapur enquanto decorre o cerco de Goa; Sucesso político-militar de Francisco Barreto durante o cerco (1557);

Resultados e consequências: Manutenção de Salsete e Bârdez e perda das praças do Concão; Humilhação de Ahmadnagar e Bijapur por Vijayanagar e agudizar da tensão no Decão rumo a Talikota;
Conclusões
Governante genericamente bem-sucedido e cujas iniciativas governativas são precursoras de dinâmicas político-militares que se consolidaram nas décadas de 1560-70:

Defensor do investimento na Província do Norte consolidado com a ocupação de Damão e com a importância crescente das armadas de patrulha na região;

"Ideólogo" da tentativa falhada de paz de 1562-64 com o Império Otomano;

Importância das relações estabelecidas com Bijapur e Ahmadnagar no deflagrar da crise político-militar de 1565-75;

Alargamento dos interesses de expansão ao Achém e Extremo Oriente;

Jornada à Etiópia e relações luso-otomanas
Pano de fundo: Antecedentes da ordem joanina de expedição à Etiópia em 1556:
Vinda do patriarca D. João Nunes Barreto e do bispo D. André de Oviedo;
Chegada do provincial jesuíta D. Gonçalo da Silveira e do teólogo Francisco Rodrigues;
Ordem ao Governador de partida imediata da expedição com 600 homens para "conversão" daquele Império;

Recusa do Governador do envio com argumento de falta de efectivos militares e riscos para o patriarca; Verdadeiras motivações:

Fracasso da segunda tentativa de ocupação de Baçorá e proposta de tréguas de Francisco Barreto com o Império Otomano (1556);
Interesse do governador na expansão a Norte e em Madagáscar;
Previsibilidade do cerco de Goa de 1557;

Resultados e consequências: Não concretização da expedição nos moldes delineados por D. João III e adiamento da temática etíope durante todo o reinado de D. Sebastião;
Introdução

Francisco Barreto, Governador da Índia (1555-1558) por via de sucessão do vice-rei D. Pedro Mascarenhas;

Governante do Estado da Índia aquando da transição dos reinados de D. João III e D. Sebastião;

Considerado um governador "expansionista e ambicioso" (Subrahmanyam, 2012) e com acção regeneradora ao nível da armada (Rodrigues, 1998);


Como geriu este governador "expansionista" e "regenerador" as ténues fronteiras da Diplomacia e da Guerra em meados de Quinhentos e quais as consequências das suas opções para o posterior posicionamento do Estado da Índia na Ásia?





A prioridade cimeira: A Província do Norte
Pano de fundo: Desagregação do sultanato guzerate e o reavivar das ideias de conquista; acção do capitão D. Diogo de Noronha na capitania de Diu e projectos locais de ocupação de Damão e Surrate;

Acções do Governador:
Primeira negociação da concessão de Damão: embaixada de Tristão de Paiva a Itimad Khan (1555);
Jornada a Baçaim: ocupações militares de Asserim e Manorá e expedição de Pero Barreto Rolim ao Sind (1556);
Segunda negociação da concessão de Damão: polémica do "farman" de doação (1557);
Guerra com Ahmadnagar em Chaul devido à ideia de Barreto, a pretexto da ameaça otomana, de militarização do "morro": adiamento da ocupação de Damão e dos projectos de ocupação do sultanato guzerate (1557-1558);

Resultados e consequências: expedição de ocupação de Damão do vice-rei D. Constantino de Bragança (1558-1561), em Fevereiro de 1559.
Apresentação da figura
Antecedentes de uma ascensão rápida ao governo da Índia (1520-1555):
Secundogénito de família associada à alcaidaria-mor de Faro e ao governo do Reino do Algarve e com ligações ao Infante D. Luís;
Nomeação de capitão-mor da armada de 1547 e indigitação régia para a capitania de Baçaim;
Capitania de Baçaim (1549-1552) e conflito com o vice-rei D. Afonso de Noronha (1550-1554);
Indigitação governativa na primeira via de sucessão do vice-rei D. Pedro Mascarenhas (1554-1555), em 1554;
Papel destacado no efémero governo de Mascarenhas;
Chegada ao governo da Índia, em Junho de 1555, aos 35 anos;

Carreira posterior ao governo da Índia (1558-1573):
Nomeação do cardeal D. Henrique para o comando da esquadra portuguesa de auxílio à reconquista castelhana do Pinhão de Velez e episódio do medalhão de Filipe II (1564);
Indigitação por D. Sebastião para capitão das galés de Portugal (1568) e comandante da expedição ao Monomotapa (1569-1573);
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