DISCUSSÃO SOBRE A EFICIENCIA DOS CONTEÚDOS APLICADOS NOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FISICA.docx

May 28, 2017 | Autor: Jefferson Lopes | Categoria: Physics Education
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DISCUSSÃO SOBRE O ENSINO E APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS APLICADOS SOBRE LUTAS NOS CURSOS DE EDUCAÇÃO FISICA - LICENCIATURA DO ESTADO DE SÃO PAULO.
Dd. Jefferson Campos Lopes – [email protected] – UNIBR.
Pedro????
Resumo
As lutas estão presentes nos currículos dos cursos de licenciatura da educação física para que os futuros profissionais possam ter competências no ensino dos alunos no contexto da educação física escolar. Dentro deste processo vemos um problema que ao termino da graduação os mesmos não estão aptos a lecionar gerando assim uma perda da oportunidade de utilização das lutas como cultura corporal do movimento a ser desenvolvida. Este artigo será fundamentado numa pesquisa bibliográfica descritiva e exploratória visando apresentar quais são estas dificuldades e possibilidades de soluções para melhoria do ensino das lutas no universo universitário.
Palavras chaves: Lutas, educação física escolar, metodologias e ensino superior.
Abstract
The fights are present in the curricula of physical education degree courses for future professionals may have skills in the students' education in the context of physical education. Within this process we see a problem that the end of the graduation they are not able to teach generating a loss of use of opportunity struggles as body culture movement to be developed. This article is based on a descriptive and exploratory bibliographic research in order to present what are these difficulties and possibilities of solutions to improve the teaching of struggles in the university universe.
Keys words: Fights, physical education, methodologies and higher education.
Introdução
As lutas são consideradas uma das mais antigas amostras de diversificação cultural. Desde a antiguidade há evidências que o home estava em constante disputa com ele mesmo para sua sobrevivência, alimentação e reprodução (CORREIA e FRANCHINI, 2010).
Gostariamos de forma apresentar as diretrizes pelos quais as lutas estão inseridas dentro do contexto da educação física escolar através (PCNS, 1998) nos blocos de Esportes, Jogos, lutas e ginásticas nos quais podemos desenvolver através de categorias dos blocos conceituais, atitudinais e procedimentais.
Dessa forma a definição de lutas segundo (BRASIL, 1998) são " As lutas são disputas em que o(s) oponente(s) deve(m) ser subjugado(s), mediante técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização, ou exclusão de um determinado espaço na combinação de ações de ataque e defesa."
Tylor (apud LARAIA, 2006) define Cultura Corporal do Movimento como uma complexa união de conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos que o homem adquire na sociedade em que vive. Desta forma os conteúdos da Educação Física devem abranger conhecimentos produzidos pela Cultura Corporal e também conteúdos que contemplem áreas diversificadas que permitam aos educandos compreender o corpo integrado, sem fragmentá-lo em físico e cognitivo (BRASIL apud FERREIRA, 2005).
Sabe-se que a profissão EF foi regulamentada em 1º de setembro de 1998, efetivada pela lei 9696/98. Essa lei ampliou a visibilidade social e acadêmica da profissão, consagrando seus diversos campos de intervenção profissional. A partir desta, todo profissional graduado em Instituições de Ensino Superior (IES) e registrado no Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) e nos Conselhos Regionais (CREF's) tem direito de ministrar atividades físicas e esportivas (MARTINS et al, 2005).
Apesar do profissional de EF ter sua identidade marcada pelo perfil do educador, observa-se que os cursos de licenciatura em EF dão pouca ênfase à escola como terreno fértil de estudo, investigação, produção e implementação coletiva. Percebe-se assim que ocorre um distanciamento entre os cursos de formação e o contexto escolar, decorrente de hierarquia entre a universidade e a escola quanto ao status e tarefas pedagógicas destinadas e esperadas de cada um desses segmentos (KUNZ, 2005).
Neste sentido para (NASCIMENTO e ALMEIDA, 2007) existem alguns problemas para que os profissionais de educação física utilizem as lutas no contexto escolar que são: a primeira é a falta de vivência dos docentes sobre o tema tanto na formação acadêmica e em suas histórias de vida; a segunda é que a violência seria intrínseca às lutas, e sua prática estimularia a agressividade dos alunos e a terceira e a falta de segurança para aplicação das aulas. Porém existem outras justificativas como a falta de estudos sobre o tema, formação docente indesejável, a falta de materiais, mais horas de aulas e apoio da direção são somadas as dificuldades.
Dentro do ensino superior (DEL VECCHIO e FRANCINI, 2006) ressaltam que não é possível assumir a prática isolada de uma ou outra modalidade. Os autores propõem que a abordagem do ensino das lutas deveria propiciar aos graduandos a aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes que os auxiliem a analisar criticamente esta prática corporal, compreendendo tanto os processos didáticos envolvidos quanto a assimilação de conteúdos que os possibilitem a aprender e ensinar.


Objetivo
O objetivo geral deste trabalho é refletir sobre questões do ensino de lutas nas aulas de Educação Física, com o foco nos saberes profissionais docentes ensinados no ensino superior e apresentar possibilidades para sua melhoria.
Materiais e Métodos
Este estudo caracteriza-se como descritivo e exploratório sobre o ensino das lutas dentro do contexto escolar pelos profissionais graduados em licenciatura.
O levantamento de dados foi realiado através de pesquisa bibliográfica de dados de autores que contribuíram com publicações nos últimos 10 anos.
Resultados
Abaixo apresentamos o quadro sugerido como pesquisa da Tese de qualificação do Doutorado em Ciências do desporto (Lopes, 2015) sobre a formação inicial nas universidades em artes marciais ou lutas.
Tabela 1 – ensino das lutas no ensino superior no estão de São Paulo
Nome
Licenciatura/bacharelado
Ciclo
Tipo
UNAERP
s
5
karate
Unisanta
s
5
lutas
Unimes
s
3
lutas
Unip
s
3
lutas
Usp
s
5
optativa livre
Unicamp
s
3
lutas
Unifesp
n


Unesp
s
8
judô
Unibr
s
6
Artes marciais
Scelisul
s
5
Artes marciais
Unoeste
s
4
lutas
Anhembi
n


Puc
s
6
Lutas
Unifev
s
4
Lutas
São Judas tadeu
s
4
Lutas
Uninove
s
6
Esportes de combate
Anhanguera
s
6
Lutas
Umesp
s
3
Artes marciais
Esefj
s
6
Lutas
Fefisa
n


Fib
s
4
Lutas
Dom bosco
n


Unicastelo
s
5
Artes marciais
Ung
s
4
Lutas
Uniabc
s
6
Artes marciais
Fam
s
5
Lutas
Unisa
s
4
Capoeira
Uniban
s
5
Lutas/AM
Unisuz
n


Unimesp
s
7
Lutas
Firp
s
6
Lutas
Ufsj
s
6
Esporte de lutas
Ufop
n


feevale
s
1
Combates
Fit
n


Univali
s
7
Lutas
Unicsul
s
5
Artes marciais
Famesc
n


Unimar
s
4
Lutas
Metrocamp
n


Unicid
s
4
Artes marciais
Unisantana
s
4
Lutas
Unib
s
5
Lutas
Unifae
s
5
Artes marciais
São judas
s
4
Esportes de lutas
FONTE ADAPTADA DA RELAÇÃO DE UNIVERSIDADE EM SP http://ruf.folha.uol.com.br/2014/rankingdecursos/educacaofisica.
Como podemos verificar atualmente os cursos de Educação Física que contemplam em sua grade curricular alguma disciplina - obrigatória ou optativa - relacionada às lutas contemplam apenas em um semestre apenas dentro de seus cursos resultando em um certo distanciamento do professor de Educação Física do universo cultural das lutas em geral. Para a aplicação das atividades de lutas no contexto escolar não são necessárias condições materiais extravagantes ou inviáveis, tão pouco requerem o que o autor chamou de professor especialista.
Vemos que ao falarmos do currículo do estado de São Paulo estaremos tendo como base à PPC-EF paulista (SÃO PAULO, 2008), que são explicitados principalmente dois conceitos que subsidiam toda a proposta: Cultura de Movimento e Se movimentar onde as lutas são atividades curriculares onde estão em todas as escolas estaduais do ensino fundamental II e Ensino Médio onde desta forma todo profissional habilitado terá em suas aulas de educação física a obrigatoriedade do ensino das lutas conforme segue o quadro 2 de autoria adaptada destes autores.
Quadro 2 – Lutas na educação física escolar – SP.

TURMA
TERMO/TIPO DE LUTA
FORMA DE ENSINAR
6 CICLO
LUTA
CONCEITUAL E ATITUDINAL
7 CICLO
JUDO, KARATE, TAEWONDO, BOXE
PROCEDIMENTAL
8 CICLO
CAPOEIRA
PROCEDIMENTAL
3 ANO DO ENSINO MÉDIO
JUDO, KARATE, TAEWONDO, BOXE E CAPOEIRA.
PROCEDIMENTAL
Fonte: São Paulo 2008.
Conclusões
Os resultados desta pesquisa tiveram como foco direcionador as Lutas no contexto da escola junto aos professores de educação física escolar dentro de um currículo empregado no estado de São Paulo. Quanto ao estudo das lutas fica claro que precisa ser muito mais pesquisado dentro da escola, pois ainda existem poucas contribuições pedagógicas aos professores que não são especialistas e tende a aplicar em suas aulas de educação física escolar.
Vemos que a grande maioria da formação inicial não está direcionada ao professor de educação física no contexto escolar, neste sentido a uma grande falha no emprego de propostas pedagógicas relacionadas as luta onde vou verificado que a parte conceitual precisando ser atualizada como filmes, regras e conceitos, na parte atitudinal fica relacionada a unicamente a parte disciplinar e a parte procedimental precisa de constantes capacitações para que o professor possa realizar o desenvolvimento da cultura corporal através das lutas.
Outro aspecto incorporado à complexidade docente é a de que a inserção eficaz das Lutas na escola está condicionada à experiência prévia dos professores e professoras com as práticas desse universo. Argumentos como "eu nunca fiz luta" e "não sou lutador" são recorrentes como negação dessas atividades no tocante ao ofício docente. Ainda sob esse aspecto, também agrega-se o argumento de que "não faço" porque "não sou especialista na determinada luta". Ainda que consideremos que os conhecimentos prévios possam de fato oferecer referências para constituição dos saberes docentes, a iniciativa e a disposição em buscar subsídios estão sempre dadas. Os professores e professoras já têm historicamente empreendido esforços na construção de conhecimentos para si mesmos junto aos outros componentes da cultura corporal (Danças, Esportes, Jogos, Ginásticas, Exercícios Físicos etc.) de maneira processual, gradativa e permanente.
Propomos que as lutas devam ser ensinadas nos cursos de educação física – licenciatura através das dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais para que questões: "o que se deve saber?" (dimensão conceitual); "o que se deve saber fazer?" (dimensão procedimental); e "como se deve ser?" (dimensão atitudinal), possam ter mais eficiência no ensino e aprendizagem no contexto escolar.
Esses conteúdos não devem ser ensinados e aprendidos pelos alunos apenas na dimensão do saber fazer (dimensão procedimental dos conteúdos), mas devem incluir um saber sobre esses conteúdos (dimensão conceitual dos conteúdos) e um saber ser (dimensão atitudinal dos conteúdos), de tal modo que possa efetivamente garantir a formação do cidadão a partir de suas aulas de Educação Física escolar.
Assim propomos o aprendizado das lutas através dos conteúdos da seguinte maneira:
Parte conceitual: História, conceitos e definições evolução, regras e curiosidades que podem ser trabalhadas através da internet, de filmes, de documentários ou apresentações.
Parte atitudinal: valores, comportamento e crenças que podem ser trabalhadas através de debates, reflexões, palestras e atividades de conhecimento interior.
Parte procedimental: habilidades motoras, jogos e iniciação esportiva que podem ser trabalhadas pela competência do professor, de adaptação situacional dos jogos e de apresentações de especialistas.
Assim esperamos que este artigo possa ter contribuído para que as lutas possam ser melhor transmitidas e utilizadas dentro das aulas de educação física escolar pelos profissionais habilitados e sabemos que precisam explorar, pesquisar e apresentar mais artigos para o desenvolvimento do tema.
Referencias
Brasil. Parâmetros Curricular Nacionais (PCN´S).Introdução. Ensino Fundamental. Brasília: Mec/Sef,1998.
CORREIA, W. R.; FRANCHINI, E. Produção acadêmica em lutas, artes marciais e esportes de combate. Motriz, Rio Claro, v. 16, n. 1, p. 1-9, jan./mar. 2010.
DEL VECCHIO, F. B.; FRANCHINI, E. Lutas, artes marciais e esportes de combate: possibilidades, experiências e abordagens no currículo da educação física. In: SOUZA NETO, S.; HUNGER, D. (Org.).Formação profissional em educação física: estudos e pesquisas. Rio Claro: Biblioética, 2006. p. 99-108.
FERREIRA, V. Dança Escolar: um novo rit- mo para a educação física. Rio de Janeiro: Sprint, 2005. 80 p.
KUNZ, E. (Org.). Didática da Educação Física 2. 3. Ed.Ijuí: Ed. Unijuí, 2005. 160 p.
LARAIA, R. de B. Cultura: Um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006. 117 p
LOPES, J.C. Proposta Metodológica para o Ensino de Lutas no processo pedagógico da educação física escolar – conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentais. (Tese de qualificação) .Portugal:UTAD.2015.
MARTINS, I. M de L. et al. Formação Superior em Educação Física: Considerações à luz das Diretrizes Curriculares Nacionais e do Documento de Intervenção do CONFEF. Revista da Educação Física. Ano 5, n. 15; março 2005.
NASCIMENTO, P. R.B. do; ALMEIDA, L. A tematização das lutas na Educação Física escolar: restrições e possibilidades. Revista Movimento. Porto Alegre, v. 13, n.3, p. 91-110, set/dez 2007.
SÃO PAULO (Estado). Proposta curricular do Estado de São Paulo: Educação Física – Ensino Fundamental (5ª a 8ª série) e Ensino Médio. São Paulo: SEE, 2008.






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