Discutir a participacao em planeamento na perspectiva da auto organizacao
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Paulo Silva (Universidade de Aveiro) Helena Farrall (CAHSystems)
IV Conference of Regional and Urban Planning - PARTICIPATION IN PLANNING AND PUBLIC POLICY,_Aveiro 23-24 Feb 2017
A urbanização informal oferece um bom manancial de informação que
serve o propósito de aferir o papel da participação/colaboração na construção do espaço.
As acções dos cidadãos escapam às tradicionais relações de poder, sendo
estes movimentos tipicamente bottom-up vistos como uma reacção da urbanização informal às formas de planear top-down.
O papel do planeadores é frequentemente questionado pelo utilizador das
ocupações não planeadas. (alinhamento com o poder instituído, veículo de transmissão das normas que os excluem – legalidade versus legitimidade)
Áreas Urbanas de Génese Informal (AUGI) - “experiência” inovadora na
relação entre instituições de planeamento e cidadãos no contexto da formalização dos denominados bairros clandestinos, desenvolvida em Portugal.
Questionar a dicotomia top-down versus bottom-up
frequentemente associada aos processos de decisão em contexto de complexidade.
Explorar o papel dos agentes com saber técnico
especializado (planeadores, urbanistas, ....) na interacção com outros agentes nos processos de planeamento.
ABORDAGEM EM 2 PONTOS Sistema Complexo versus Sistema Complicado Mais valia do uso do conceito em Planeamento
MODELO CYNEFIN
MODELO CYNEFIN
MATRIZ de STACEY
ABORDAGEM EM 2 PONTOS Auto-organização versus movimento browniano Mais valia do uso do conceito em Planeamento
Auto-organização é a co-adaptação e co-
evolução de elementos autónomos de um Sistema. [Heylighen, 2008]. Através das suas interacções, estes elementos desenvolvem uma rede de relações (jogo de feedbacks + e feedbacks -) que coordenam as suas actividades. Auto-organização é o processo espontâneo através do qual os sistemas emergem e evoluem, tornando-se mais complexos, mais adaptativos e mais resilientes [Heylighen, 2002].
A auto-organização pode ser entendida como um processo
bottom-up. Se os processos de planeamento continuam a ser dominados por abordagens top-down, a sua ineficácia/contestação tem levado à defesa de abordagens bottom-up, sobretudo em situações em que os actores envolvidos têm menor voz, devido à sua natureza desfavorecida (e.g. moradores de bairros informais). Processos de auto-organização têm como consequência a emergência de novas estruturas que podem alterar os processos de planeamento.
Na visão top-down do planeamento, os planeadores
tendem a ocupar um papel de topo nos processo, muito associados à tomada e à qualidade da decisão;
Em situações excepcionais os processos bottom-up
ganham importância em situações extremas de impasse na resolução de problemas;
As experiências do passado revelam o papel que os
planeadores podem desempenhar nesses momentos.
“Experiência 0” – Quinta do Conde
O sucesso deste processo consubstanciou-se na rapidez da aprovação da lei das AUGI,
fruto de décadas de experimentação de soluções e de interacção de grupos a diferentes níveis: as comissões de moradores e as instituições de planeamento
Regista-se neste processo uma situação que se afasta da tradicional oposição top-
down / bottom-up, substituída antes por uma complementaridade, que ganha relevância em contextos complexos
Neste processo, em que ganha mais importância a constante interacção entre: elementos mais dinâmicos (as comissões de moradores) elementos mais estáveis (as instituições de planeamento)
a aparentemente a importância do saber técnico per si esbate-se Este foi mais importante na fase inicial de acumulação de experiências do que na fase
de elaboração
O saber técnico aparece associado à mediação dos intervenientes no processo de
elaboração da lei das AUGI
A participação/colaboração associada a dinâmicas bottom-up aparenta ter
um papel decisivo no processo, mas confinado à fase de experimentação
À medida que o conhecimento se vai acumulando, o processo de decisão
vai-se concentrando em elementos chave do mesmo, legitimados, por aqueles que estes representam (residentes, legisladores, politicos)
Nesta fase, a participação no sentido tradicional do termo esbate-se; a
necessidade de uma intensa troca de comunicação dá ao planeador facilitador / planeador mediador / planeador técnico uma importância que se sobrepõe à dicotomia entre dinâmicas top-down e bottom-up.
OBRIGADO IV Conference of Regional and Urban Planning - PARTICIPATION IN PLANNING AND PUBLIC POLICY,_Aveiro 23-24 Feb 2017
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