Dissertacao para Classificacao e Ingresso nas Unidades Cescon e Cesin - Educação de Jovens e Adultos

June 14, 2017 | Autor: Beta Leitora | Categoria: Educação de Jovens e Adultos, Andragogía
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Dissertação para Classificação e Ingresso nas Unidades Cescon e Cesin Secretaria de Educação da Prefeitura de São Vicente - SEDUC

Betânia Maria do Nascimento

São Vicente 2015

A Educação de Jovens e Adultos: Processo de Aquisição e Construção do Conhecimento

Ao trabalhar com jovens e adultos, deve-se levar em consideração pontos importantes que constituem o perfil destes educandos, como: os diversos níveis sociais, a diferença de idade entre eles, seus interesses e expectativas com relação à sua atuação no mercado de trabalho. A observância destes itens possibilitarão que o professor, enquanto facilitador, atente para as reais necessidades deste aluno, trabalhando com temas relevantes que o seduzam, de modo que este estudante participe ativamente, interagindo com os demais, posicionando-se como autor de seu processo de aquisição e construção do conhecimento, desenvolvendo habilidades e competências as quais são imprescindíveis para a sua atuação enquanto cidadão e profissional, frente às demandas da sociedade atual. Conhecer a clientela com a qual se está trabalhando, é impreterível para o professor que deseja contribuir com o êxito do processo de aprendizagem de seus alunos. Pois não há como corresponder às expectativas destes educandos, sem que se conheça de onde eles vêm, o que buscam, o que pretendem, o que fazem, o que sabem. Atentar para estes aspectos, possibilitarão ao professor elaborar atividades condizentes com a realidade de seus estudantes. Este tipo de trabalho, requer do educador uma postura diferenciada, ou seja, ele e seus alunos serão parceiros nesta jornada do saber, pois juntos se disporão a descobrir e construir. O professor assumirá a posição de facilitador, trazendo à sala de aula atividades que provoquem seus alunos à pesquisa, ao debate, à indagação para que todos, incluindo o professor, se posicionem trazendo contribuições acerca do que sabem, do que já vivenciaram, tornando o aprendizado dinâmico e significativo. Em um trabalho deste cunho, estabelece-se a participação do educando, para a promoção de um aprendizado no qual, o estudante tem autonomia em seu processo de obtenção do saber, possibilitando que ele se assuma o seu papel na parceria com o educador. Trabalhar desta forma, não somente trará benefícios no tocante a aprendizagem dos conhecimentos trazido para a sala de aula, mas também, corroborará para a prática da cidadania, pois este educando atuará de maneira consciente, participativa ao longo de seu aprendizado, enxergando neste tipo de processo o que é necessário para ser cidadão: conhecer e por em prática, seus direitos e deveres, estando ciente de suas

responsabilidades, entendendo que a sua atuação é mais do que importante para que se possa obter resultados satisfatórios para si e para toda a comunidade. Este tipo de aprendizado possibilita ao educando conhecer a si mesmo, bem como suas limitações e a necessidade de crescimento não somente enquanto pessoa, mas também visando o seu crescimento, no que diz respeito a sua postura frente à sociedade, no seu ambiente de trabalho, tendo em vista que muitos destes estudantes, devido a sua faixa etária, já se encontram no mercado de trabalho, ou buscam sua recolocação. Promover experiências que preparem os estudantes para situações reais dentro da sociedade, deve ser o foco do processo de aquisição e aprendizagem de jovens e adultos, pois este tipo de trabalho não somente vai ao encontro de suas reais necessidades, devido a sua faixa etária, bem como contribui para o seu crescimento enquanto cidadão e ser competente. Acerca desta perspectiva de aprendizado, Nogueira declara: “É com referência a esta subjectividade, inerente ao processo de aprender, que o sujeito vai atribuir relevância diferencial às experiências que vivencia, interpretando-as e integrando-as. A aprendizagem deriva, por conseguinte, da construção activa do sujeito sobre o mundo e constitui-se como motor de transformação e de desenvolvimento dos indivíduos.” (p.6, 2004)

Fazer do espaço da sala de aula, um ambiente de vivências que constituam parte integrante do ser, possibilitando ao aluno experiências significativas para a sua vida é primordial para a Educação de Jovens e Adultos. E para auxiliar o professor em tal trabalho, é interessante que haja uma real interação entre ele e a equipe gestora, a qual juntamente com toda a comunidade escolar (funconários, pais, demais alunos e professores) deverá vislumbrar em seu Projeto Político Pedagógico (PPP) ações que facilitem a atuação do professor, favorecendo a integração da comunidade escolar em atividades relevantes, promovendo uma atmosfera organizacional que privilegie o aprendizado em grupo, a troca entre alunos, professores e demais funcionários, fazendo com que o aluno enxergue o dinamismo da sala de aula como uma extensão das demais experiências que contribuem para o seu crescimento e evolução em todo o âmbito escolar. Com relação a isso, Nogueira (p.10-11, 2004) afirma: “A elaboração do plano de aprendizagem deve ser formulada através da conjugação dos problemas e preocupações existenciais dos adultos e dos propósitos do facilitador e das instituições em que eles trabalham (...)”

Promover um espaço condizente com as reais necessidades de aprendizagem dos estudantes de uma forma geral e principalmente daqueles que cursam a Educação para Jovens e Adultos é indispensável para que este estudante sinta-se à vontade para questionar e contribuir, cultivando assim, o sentimento de pertencimento e de coresponsabilidade em tudo o que se refere à escola e à aprendizagem. O estímulo a este tipo de postura dentro de uma escola e em suas salas de aula, possibilita à escola um maior estreitamento entre os laços de amizade dos alunos com a comunidade escolar a qual está inserido e corrobora com as mudanças positivas de comportamento, para quais a escola deve contribuir. A promoção deste tipo de postura, que une educandos, professores, equipe gestora, bem como, toda a comunidade escolar, em busca de ações que contribuam com o crescimento dos estudantes, ampliem seus horizontes com relação a si mesmos e suas expectativas acerca de suas experiências profissionais atuais ou futuras, faz com que a escola se torne parte integrante da construção do aluno enquanto cidadão consciente, crítico, participativo e preparado para as demandas da sociedade atual. Desta forma, o sucesso da aprendizagem implica no entendimento e compreensão de toda a comunidade escolar, enquanto participante do processo de obtenção e construção do conhecimento, de forma que todos devem se manter envolvidos, cônscios de que são responsáveis pelo seu próprio crescimento e o crescimento do outro, no tocante a forma como a aprendizagem deve ser conduzida, privilegiando as vivências trazidas à escola pelos indivíduos envolvidos. Portanto, a aquisição e construção do conhecimento do aluno da Educação de Jovens e Adultos perpassa pelos veios de uma educação que busca, por intermédio de vivências significativas dentro e fora da sala de aula, bem como com o auxílio de educadores que se posicionam como aprendizes e facilitadores deste processo, contribuir para a evolução destes educandos, de modo que se sintam estimulados a concluir os seus estudos, objetivando o seu desenvolvimento de forma consciente e autônoma, pois como diz Nogueira (p.20, 2004): “O facilitador de aprendizagem não é uma pessoa ausente do processo de aprendizagem, é uma entidade sempre presente e com elevadas responsabilidades. O auxílio que ele fornece aos adultos é que é diferente do tradicional; tal como indica o célebre provérbio chinês “não lhes dá o peixe, ensina-os a pescar”.

Referência:

NOGUEIRA, Sônia Mairos. A andragogia: que contributos para a prática educativa? Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação/Universidade de Coimbra, 2004. Disponível em: < http://cmapspublic.ihmc.us >

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