DO ENCONTRO ENTRE A CRIANÇA E A HISTÓRIA EM QUADRINHOS: REFLEXÕES SOBRE A \"TURMA DA MÔNICA\"

May 29, 2017 | Autor: Dulce Márcia Cruz | Categoria: Media Studies, Digital Media, Digital Media & Learning
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legendas têm limitações técnicas de ordem temporal e espacial que restringem as opções tradutórias (DÍAZ CINTAS; REMAEL, 1997). O público infantojuvenil, por sua vez, requer da tradução atenção especial devido principalmente fatores como seu nível de amadurecimento linguístico para a leitura e ao destinatário duplo (SHAVIT, 2003) a que esses materiais se destinam. A animação traduzida traz consigo aspectos meritórios de atenção por retratar contexto cultural desconhecido do grande público brasileiro: Hanuman é uma divindade presente em alguns dos clássicos da literatura e religião hindus. Em face dos desafios encontrados, esperamos que a tradução hora proposta possa oferecer ambiente favorável ao desenvolvimento do multiletramento, na sua dimensão dupla, propiciando o letramento multimodal assim como espaço de negociações discursivas. Palavras-chave: Legendagem. Público Infantojuvenil. Multiletramento.

DO ENCONTRO ENTRE A CRIANÇA E A HISTÓRIA EM QUADRINHOS: REFLEXÕES SOBRE A “TURMA DA MÔNICA” (CE14) Dulce Márcia Cruz (Universidade Federal de Santa Catarina) [email protected] Mônica Cristina Dutra Grumiché (Universidade Federal de Santa Catarina) [email protected] Resumo: Pensar a criança e a sua relação com as histórias em quadrinhos, de modo especial, a “Turma da Mônica”, é o que nos propomos a apresentar nesta comunicação em forma de resultado parcial de nossa pesquisa de doutorado na linha Educação e Comunicação. Para além das discussões que enveredam por tentativas de classificações e limites entre a literatura infantil e as histórias em quadrinhos, propomos realizar reflexões que fazem borrar as fronteiras imaginárias entre esses gêneros e avançarmos na compreensão acerca da criança que interage com as histórias em quadrinhos, assim como aquela que é retratada em suas páginas. Neste ínterim conceitos como infância, leitura e imagem foram aprofundados em pesquisa eminentemente teórica e serão apresentados buscando dar pertinência a reflexão sobre a formação humana a partir das histórias em quadrinhos. Nosso foco é o de tentar elucidar porque o fenômeno editorial provocado pela Mauricio de Sousa Produções, responsável pela publicação da “Turma da Mônica”, se faz, há muitos anos, tão presente no cotidiano de muitas crianças brasileiras, especialmente aquelas que iniciam o processo de alfabetização. Daí que tentar entender a espécie de “Cultura da Convergência”, como diria Henry Jenkins, explorada pelo autor/artista/empresário Mauricio de Sousa se faz necessária com vistas à compreensão do fascínio provocado no universo infantil pelas histórias e personagens criados por ele. Nossas hipóteses parcialmente elucidadas até aqui 74

caminham para o entendimento de que a linguagem, tanto visual como textual, apresentada nas páginas da “Turma da Mônica” aproximam-se da realidade vivida por muitas crianças brasileiras em termos de escolhas de atitudes e dilemas psicológicos pertinentes justamente às suas condições enquanto crianças, e não como futuros adultos. Feito alcançado pelo autor dos quadrinhos em questão e atualmente tão perseguido por aqueles que se propõem a realizar a difícil tarefa educar. Palavras-chave: Infância. Histórias em Quadrinhos. “Turma da Mônica”.

ENTRE A FUNÇÃO MODELAR E A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: AS CRENÇAS DOS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DE ALAGOINHAS – BAHIA SOBRE A NATUREZA EDUCATIVA DA LITERATURA INFANTOJUVENIL (C910) Dulciene Anjos de Andrade e Silva (Universidade do Estado da Bahia) [email protected] Resumo: A presente comunicação tem por objetivo refletir sobre a influência que a função modelar da literatura infantojuvenil tem exercido, ainda em nossos dias, no trabalho pedagógico do professor de Língua Portuguesa, a partir do diálogo com uma pesquisa em curso no campus II da UNEB cujo objetivo é investigar as representações dos professores de Alagoinhas, Bahia, no que tange à função educativa da literatura infantojuvenil. Tal pesquisa busca investigar se o fenômeno da instrumentalização do gênero é, de fato, uma ocorrência significativa no universo dos docentes de Alagoinhas, já que estudos monográficos desta instituição sobre o binômio literatura infantojuvenil e formação do leitor têm demonstrado que professores sujeitos de dessas pesquisas, ao fazerem a mediação da leitura do gênero, sobretudo da narrativa ficcional, apoiamse em produções que revelam uma dimensão utilitarista ao pretenderem explicitamente ensinar valores e comportamentos que se acreditam necessários à formação dessas crianças. Apoiando-se em Cândido (1972, 1989, 2004), Held (1980), Calvino (1990), Compagnon (2009) e Zilberman (2009), a pesquisa defende que a função educativa da literatura infantojuvenil não se reduz a ensinamentos diretivos que conduzem o leitor a uma interpretação unidirecional do texto. Obras com esse perfil furtam do leitor mirim a possibilidade de viver uma aventura com a linguagem e seus efeitos lúdicos e estéticos, desviando-o do prazer, da gratuidade, da liberdade e da recorrente possibilidade de transgressão tão peculiares à arte literária e que, ao tornarem sua experiência tão significativa e essencial, indubitavelmente contribuem para a consolidação do gosto e do hábito de ler. De fato, é indiscutível que a literatura educa e que abre as fendas para que se possa através dela ressignificar criticamente o real: mas o faz exatamente num percurso contrário ao didatismo e instrumentalização do texto literário. Palavras-chave: Arte Literária. Mediação Pedagógica. Formação do Leitor. 75

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