Do Rovuma ao Nhamacurra - Moçambique na 1ª Guerra Mundial

September 16, 2017 | Autor: Francisco Garcia | Categoria: Military History
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Moçambique na 1º Guerra Mundial -
do Rovuma ao Nhamacurra
Francisco Proença Garcia
Professor da Academia Militar


Um possível enquadramento


O império africano alemão, constituído pela actual Namíbia, Togo,
Camarões e Tanganica, teve sempre intenções sobre o território de
Moçambique. Os alemães, à semelhança do projecto da Mitteleuropa, sonhavam
no final da 1ª Grande Guerra com uma redistribuição das possessões
coloniais portuguesas, belgas e francesas bem como com o estabelecimento de
uma Mittelafrika alemã. A Inglaterra e a Alemanha quer em 1898 quer em 1913
chegaram a formalizar convenções secretas onde era definida a partilha das
possessões portuguesas[i].
Os diferendos para delimitação da fronteira Norte em Moçambique entre
Portugal e Alemanha remontam à perda por parte do poder português do
"triângulo de Quionga", oficialmente reconhecida a 10 de Setembro de
1894[ii].
Apesar do ataque ao posto de Maziúa, em Agosto de 1914 e de o Governo
Inglês solicitar desde 10 de Outubro desse ano, ao Governo Português o
abandono da sua atitude de neutralidade e assumir a sua posição activamente
ao lado da Inglaterra, Portugal só entra no conflito após a declaração de
guerra feita pela Alemanha a 9 de Março de 1916. O período intermédio é de
uma longa indefinição diplomática entre a neutralidade e a
beligerância[iii]. Isto na Europa, onde os destinos da guerra eram jogados,
pois, mesmo antes da declaração de guerra e da entrada em Teatro europeu,
as operações militares tinham já sido iniciadas e continuadas em solo
africano, onde a estratégia alemã passara da diplomacia tradicional, para
uma diplomacia coerciva e acabara numa guerra aberta.
Em Portugal, a opinião pública estava dividida quanto à intervenção
portuguesa na guerra[iv], mas havia consenso nacional para a defesa e
manutenção da soberania portuguesa no Império Colonial, o que permitiu a
entrada na guerra em Teatro africano[v], correspondendo esse sentimento ao
forte imaginário colonial.
A intervenção em África não era decisiva quer do ponto de vista
diplomático quer militar. Aquele era um Teatro secundário e periférico, que
não obrigava a uma declaração de guerra nem sequer à beligerância[vi].
Visavam-se objectivos mais latos, pelo que o fundamental era marcar
presença no Teatro europeu; este sim, poderia trazer frutos ao nível
internacional e interno. Apesar de tudo, não era despropositado que em
Lisboa se encarasse a possibilidade de, no rescaldo da guerra, Ingleses e
Alemães voltarem a negociar a partilha das colónias portuguesas. Em
Moçambique, o objectivo era duplo: recuperar Quionga e conseguir a passagem
para a margem Norte do Rovuma.
Com a intervenção europeia, Portugal, além de cumprir os seus deveres de
aliado da Inglaterra, libertava-se dos propósitos tutelares daquela por
meio de uma decisão que o creditaria perante todo o mundo e assegurava
ainda a presença na conferência de paz, onde poderia fazer-se ouvir em
defesa da inviolabilidade dos seus domínios ultramarinos.
A situação política interna era instável: transitava-se de Regime e a
luta pelo Poder entre os diversos partidos era uma constante, os governos
sucediam-se, formando-se e caindo a um ritmo vertiginoso.
Ao nível internacional, Portugal sofria ainda do constrangimento do
reconhecimento oficial da nova República, um processo moroso e complexo que
decorreu ao longo de onze meses, em três fases distintas[vii]. Assim, foi
também a necessidade de legitimidade e de consolidar politicamente o Regime
que acabaram por levar a República para a guerra na frente ocidental
europeia, na Flandres.


As forças em confronto


As campanhas de 1914-1918 travadas em África diferem em muito da campanha
que se desenrolava ao mesmo tempo na Europa. A guerra em solo africano era
de movimento, pertencendo a vantagem a quem tomasse a iniciativa.
As forças em confronto eram substancialmente diferentes quer quantitativa
quer qualitativamente. As tropas da Schutztruppe eram comandadas por Paul
Emil Von Lettow Worbeck, estavam organizadas em companhias e contavam com
cerca d 12000 Askaris e 3000 europeus.
Apesar de serem numericamente inferiores às forças aliadas, os alemães
partiam em vantagem pois conheciam o terreno e tinham efectuado os seus
treinos em ambiente africano[viii]. A sua actuação para atacar as forças
aliadas exaustas e mal treinadas assentava numa superior mobilidade e
independência. Utilizavam uma táctica de guerrilha, um emprego massivo das
metralhadoras e de acções de reconhecimento, aliado a uma estratégia
desprendida da posse do terreno, visando, numa manobra de acção indirecta,
atrair o Inimigo, desgastá-lo e ocupar ao máximo o seu tempo. Procuravam
sempre obter a superioridade local nos pontos que lhe eram mais favoráveis,
evitavam o combate decisivo, retiravam sempre que em desvantagem,
concentrando para combater de forma implacável.
Com esta forma de actuação, os alemães além de forçarem os aliados a um
"(...) esforço relativamente grande para alcançarem objectivos limitados
(...)"[ix], contribuíam para fixar e mesmo mobilizar recursos que já não
seriam empregues em Teatro europeu onde a luta se decidia.
Lettow Worbeck, desde o bloqueio de 1915 não conseguia comunicar com a
metrópole, não recebendo nem abastecimentos nem reforços, pelo que passou a
viver e a combater à custa do Inimigo. Tecnologicamente, os alemães estavam
em desvantagem pois a sua arma individual era a Mauser de 1877 de pólvora
de fumo.
Os aliados estavam tecnologicamente mais avançados, possuindo, por
exemplo, a arma Mauser de 1904[x], a primeira esquadrilha expedicionária
portuguesa e camiões FIAT.
As forças aliadas que conseguiram sempre manter a ligação com as
respectivas metrópoles, acumularam no período do confronto um efectivo
entre os 210000 e os 250000[xi]. Os ingleses e sul-africanos, constituíam o
grosso da força aliada, bem comandados por oficiais experientes no Teatro
de Operações, principalmente os Boers, sendo o Comandante Supremo Aliado, o
General Smuts, também ele um Boer.
O contingente português atingiu números próximos dos 20000 homens, entre
as forças desembarcadas e o recrutamento local, com um efectivo, grosso
modo, de 12000 africanos[xii] sem contabilizar os aproximadamente 90000
carregadores[xiii].
Porém, em todas as fases em que o conflito se desenvolveu Portugal
apresentou as suas forças com falta de preparação, muito desorganizadas e
desmoralizadas[xiv], com um comando incompetente, dividido e que foi
substituído inúmeras vezes.
O General Gomes da Costa sintetiza a falta de preparação e de organização
ao referir: "(...) Preparação é coisa que não existe em Portugal: tudo se
faz por impulsos, bruscamente, segundo as necessidades do momento, e por
isso tudo nos sai torto e desafinado; será o que Deus quiser! O fatalismo
muçulmano! A experiência, o saber, a inteligência para nada servem.
Resultado: Desastre (...)"[xv].
As companhias indígenas tinham pouca instrução e o seu armamento era
constituído pelas velhas Snider de cartuchame com invólucros de cartão o
papel e o equipamento desconjuntava-se[xvi].
Nestas campanhas Portugal iria enfrentar outros três inimigos de peso
além das forças alemãs comandadas por Lettow Worbeck,[xvii]:
o clima e as condições sanitárias inacreditáveis causadores de mais
baixas do que o combate com os alemães[xviii];
e a desorganização e ineficácia do Estado que se reflectiriam na
preparação dos contingentes;
Os King´s African Rifles Britânicos que se comportavam como um
verdadeiro exército de ocupação e inclusivamente sublevavam as
populações contra os portugueses.

1º Expedição

Seguindo um rumo diferente dos seus aliados europeus, Portugal envia
forças expedicionárias para o território. O decreto que mandou organizar as
primeiras expedições militares para Moçambique e Angola data de 18 de
Agosto de 1914. A primeira expedição para Moçambique, constituída com base
no Batalhão de Infantaria 15 num total de 1527 homens sob o comando do
Tenente-Coronel Pedro Massano de Amorim, desembarcou em Porto Amélia a 1 de
Novembro de 1914 e guarneceu a linha de fronteira com postos militares ao
longo do Rovuma. Contudo o ataque ao posto de Maziúa, na fronteira daquele
rio, verificara-se já na noite de 24 para 25 de Agosto. Este incidente de
fronteira provocou a morte dos soldados da guarnição da Companhia do
Niassa, tendo as autoridades diplomáticas alemãs apresentado desculpas ao
Governo Português pelo ataque a um posto de fronteira de um país neutral.
Em Outubro do mesmo ano, surgem os primeiros confrontos no Sul de Angola.
Abriam-se assim duas frentes de guerra em território africano.
Esta primeira expedição chegou a Porto Amélia a 1 de Novembro. Parecia
não ser esperada. Numa altura em que se iniciava a estação das chuvas, as
tropas ficaram em palhotas sem sequer terem cobertura em zinco. Na Baia de
Pemba os navios não podiam atracar, pois o cais só permitia a atracagem de
lanchas e botes, e mesmo assim só com a maré cheia. O serviço de saúde era
muito deficiente, a alimentação, constituída por enlatados de sardinha,
bacalhau e de "rancho confeccionado", não era adequada. Os soldados dormiam
em quinandas. Porém, a protecção de mosquiteiros era descurada pelos
próprios denotando a falta de preparação para actuar em África[xix].
Com a época das chuvas o estado sanitário era mau, pois todos os dias
baixavam um grande número de homens[xx]. Ao fim de meio ano de expedição o
resultado deste acumular de erros foi de 21% de baixas por doença, e isto
sem combaterem ou mesmo saírem de Porto Amélia.
Numa altura em que Portugal ainda permanecia neutral, a expedição recebe
ordens para ocupar Quionga. Devido ao desgaste provocado pelas precárias
condições sanitárias uma acção ofensiva seria inviável, além do mais a
missão inicial era de defesa do Rovuma, sendo necessário preparar o ataque.
O saldo da actividade deste primeiro Contingente, a nível operacional,
traduz-se praticamente na abertura de algumas estradas[xxi], que viriam a
ser muito úteis para as operações posteriores.
Pedro Massano de Amorim, devia entre outras missões conter os africanos
com comportamentos de sublevados "por sua própria iniciativa ou por
instigação do estrangeiro"[xxii]
A intromissão política nos assuntos militares é já notória nesta altura.
Pimenta de Castro chegou a dar ordens para o regresso do 1º contingente,
pelo que com a sua demissão veio a contra-ordem[xxiii].


2ª Expedição


Em Outubro de 1915, parte para Moçambique uma 2ª expedição organizada à
volta do Batalhão de Infantaria 21, com um total de 1543 homens. No
desembarque em Porto Amélia a 7 de Novembro esta expedição encontra as
mesmas condições precárias da 1ª. De acordo com o relatado da Monografia do
3º Batalhão expedicionário do RI n.º 21 à Província de Moçambique em 1915,
nada estava preparado para a receber. As tropas continuavam em palhotas sem
cobertura de zinco. O cais continuava a não permitir a atracagem de navios,
e com a maré vazia "(...) passava-se das pequenas embarcações para os
ombros de um pretalhão, e «à cochita», como as crianças, agarrado à sua
cabeça rapada e luzidia (...)"[xxiv]. O serviço de saúde e a alimentação
permaneciam deficientes.
O resultado foi ainda mais desastroso, cerca de 75% de baixas,
principalmente pelo efeito desgastante do clima[xxv]. O descontrolo e a
falta de acção de comando eram evidentes, desconhecendo o próprio
comandante da expedição, Major de Artilharia Moura Mendes, ao fim de 5
meses de missão, a real situação militar na fronteira[xxvi].
Com esta nova expedição seguiu também o novo Governador-Geral, Álvaro de
Castro, capitão na situação de licença ilimitada e licenciado em Direito.
Apesar de desconhecerem a real situação militar na fronteira Norte de
Moçambique, Álvaro de Castro e o Governo de Lisboa, procurando obter
dividendo políticos, cedem às pressões do Poder de Londres, e por sua vez
pressionavam o comando militar da expedição para ocupar Quionga. A
expedição estava quase em ruptura e solicitava reforços. E a 30 de Março o
governo acaba por decidir enviar nova expedição, sob o comando do coronel
Ferreira Gil, mas é ainda Moura Mendes que a 10 de Abril de 1916, sem
encontrar resistência, irá ocupar Quionga.
Por norma a historiografia actual, refere o desconhecimento português
sobre a ocupação ou não de Quionga por forças alemãs. Porém, na Monografia
do 3º Batalhão expedicionário do RI n.º 21 é referido que o Major Portugal
da Silveira recebera instruções para ocupar Quionga, efectuando
reconhecimentos preparatórios para poder determinar a linha de infiltração;
além do mais, pela espionagem, cujo chefe era um monhé de nome Simba
Ibraímo que tinha um soldo de 60$00, sabia-se que Quionga estava
desguarnecida e que o residente alemão andava a Norte do Rovuma a tentar
arranjar forças para a defender, sugerindo ainda uma actuação rápida e de
surpresa para evitar reforços[xxvii].
O plano do Poder português visava ainda transpor o Rovuma e atacar o
núcleo principal dos alemães em Tábora[xxviii], pelo que em Maio, o
Governador-Geral, com reforços trazidos do Sul, tenta atravessar o Rovuma,
recebendo para tal o apoio naval sobretudo do cruzador Adamastor e da
canhoneira Chaimite.
Esta operação que foi forçada pelo poder político (o Governador não
prescindia de dirigir a guerra a partir de Lourenço Marques), realizou-se
com inúmeros erros, destacando-se a falta de meios militares e a sua
coordenação, pautando-se toda a operação por uma desorganização geral.
Do cruzador esperava-se capacidade de fogo para apoiar a travessia do
Rio, porém não tinha munições convenientes para bater posições terrestres,
e quando foi necessário abrir fogo, os observadores avançados não tinham
forma de comunicar, não sendo assim o tiro regulado, com as consequências
daí advindas. Assim, a tentativa efectuada para atravessar aquele rio
fronteira a 26 e 27 de Maio de 1916, falhou.
Após a ocupação de Quionga e até à travessia do Rovuma, os ataques
alemães aos postos fronteiriços foram uma constante, mantendo os
portugueses numa instabilidade constante.


3ª Expedição


A terceira expedição para Moçambique, a maior de todas (128 oficiais e
4356 praças), partiu de Lisboa em sucessivos navios, nos meses de Maio a
Julho de 1916, sob o comando do então Coronel Ferreira Gil. Esta expedição
contava com 3 Batalhões de Infantaria, 2 batarias de artilharia, 3 de
metralhadoras 2 de engenharia e um hospital provisório[xxix]. A estas
forças juntaram-se as tropas da segunda expedição e ainda 10 companhias de
recrutamento local, e operaram em território da África Oriental Alemã até
Dezembro desse ano. O Major Moura Mendes passou a comandar a Artilharia.
O comando militar português não tendo em atenção as lições que deveriam
ter sido aprendidas nas anteriores expedições, não corrigiu os erros
cometidos até então, pelo que o primeiro navio da terceira expedição quando
chega a Tungué, encontra um cenário do desembarque e do acantonamento das
tropas semelhante ao das expedições anteriores e uma situação sanitária
catastrófica. Depois do desembarque era ainda necessário completar a
instrução de combate.
O General Smuts, sabendo da chegada da nova expedição portuguesa, pede,
em telegrama datado de 8 de Julho de 1916, uma ofensiva a norte do Rovuma.
Ferreira Gil que tinha instruções para invadir a Őstafrika alemã e para
ocupar os diversos portos até à proximidade do rio Rufigi, responde com a
necessidade de concentrar forças antes de efectuar qualquer operação, mas
acabará por ceder ás insistências do General Smuts a que se acresciam as
fortes pressões governamentais. Lisboa estava mal informada, para ela
Lettow Worbeck estaria a retirar, porém a realidade era bem diferente.
A terceira expedição tinha uma missão tão ambiciosa como grandiosa[xxx].
O General Smuts pretendia mesmo que os portugueses avançassem sobre Liwale,
o que significava uma penetração em território inimigo de cerca de 400 Km,
mas Ferreira Gil aceita apenas ir até Lukeledi através de Nevala e
Massassi[xxxi].
Com 3 colunas e cerca de 4000 Homens, com o apoio de 10 metralhadoras e
14 peças, as forças de Ferreira Gil atravessam a fronteira fluvial a 19 de
Setembro[xxxii]. Do outro lado a força alemã havia retirado. Pensamos que
por novamente se efectuar uma incorrecta avaliação da situação, as forças
portuguesas enviam uma das colunas no encalce dos alemães até Nevala (200
Km a Norte), que Ferreira Gil manda conquistar. Este posto será ocupado sem
combate a 26 de Outubro.
De Nevala, a 8 de Novembro, sai uma coluna (aproximadamente 1000 homens)
em direcção a Lilundi. Esta força comandada pelo Major Leopoldo da Silva,
acaba por ser emboscada no Kiwambo. Nevala fica isolada e será atacada a
22, acabando por ceder a 28 desse mês, pondo-se os sobreviventes em fuga
para o Sul do Rovuma. A operação ofensiva portuguesa saldara-se assim num
fiasco e numa derrota[xxxiii].
Em Nevala um espólio de toneladas de mantimentos, armamento (4 canhões de
75, 7 metralhadoras Maxim) equipamento (dois camiões FIAT) e munições fica
para os alemães.
Os alemães após Nevala iniciam um contra-ataque para Sul expulsando as
forças de Ferreira Gil, que regressou a Portugal a "(...) pretexto de uma
oportuna doença (...)"[xxxiv] e o Governador-Geral, Álvaro Xavier de Castro
assume o comando directo das forças e transfere a Base de Palma para
Mocímboa da Praia, o que implicou a construção de novas instalações. Esta
área pantanosa trouxe consequências graves para o estado sanitário e para a
vidas das tropas, pelo que, o mesmo Governador ainda tentou transferir os
contingentes para Chomba, a 141 Km para o interior e a 800 m de altitude,
em pleno planalto maconde, que na altura estavam sublevados.
As Forças portuguesas combateram em solo alemão aproximadamente 3 meses,
mas não enfrentaram directamente Lettow Worbeck, este encontrava-se a Norte
a conter as ofensivas do General Smuts.
Apesar da pausa nos combates provocada pela estação das chuvas, os
Aliados continuavam a avançar para o Rovuma, empurrando os alemães cujas
forças estavam quase intactas.
Em Agosto de 1917, as forças portuguesas são reforçadas com unidades da
metrópole e mudam de postura, passam à defensiva ao longo do Rovuma,
através de uma linha de postos, cometendo novamente o erro de dispersar as
forças ao longo de centenas de quilómetros. Nesta altura, o reforço contava
com 3 aviões monomotores Farman, porém, o facto de o aparelho do tenente
Sousa Gorgulho sofrer um acidente e na mesma altura adoecer um dos
principais mecânicos levam à paralisia operacional da esquadrilha.
Mário Costa no seu livro É o inimigo que fala – subsídios inéditos para o
estudo da Campanha da África Oriental 1914 – 1918,[xxxv] apresenta um
diário de campanha atribuído ao comando alemão, onde se descreve que o
General Wahle, que actuava independente do Lettow Worbeck (o seu chefe),
enviou em Abril de 1917 uma força sob o comando do capitão Von Stuemer,
para leste do lago Niassa em busca de mantimentos e equipamentos e com
instruções para viver tanto quanto possível exclusivamente do
inimigo[xxxvi].
Atravessado o Rovuma, Von Stuemer apodera-se do posto de Mitomoni, e em
poucas semanas ocupou toda a região dos ajauas e respectiva periferia:
Mataca, Metarica, Serra Mecula, Mwembe, Mluluca, Maúa, Metarica e Mandimba
- Neste período, os portugueses enfrentavam a revolta do Barué, na
Zambézia, situação que para sua, não foi aproveitada pelos alemães.
Portugueses e ingleses reorganizam-se e lançam-se no encalço dos alemães,
reocupando os postos perdidos, acabando o destacamento alemão por retirar
para o Rovuma, abandonando por completo a Serra Mecula em princípios de
Setembro. Esta primeira invasão de Abril a Setembro, além de ter servido
para recolher meios de subsistência de diversa ordem, terá sido um
reconhecimento em força preparatório de uma grande invasão a partir de
Novembro.


4ª Expedição


A quarta expedição, sob o comando Coronel de Cavalaria Tomás de Sousa
Rosa (este era já o quinto comandante desde Agosto de 1914), chega a
Mocímboa da Praia a 12 de Setembro de 1917. Nesta altura o comando aliado
informa Sousa Rosa das suas intenções de continuar a empurrar o inimigo
para o Rovuma, e dá indicações através de Von der Venter (na altura
Comandante-Chefe das forças aliadas na África Oriental), para que os
portugueses reforcem a defesa daquele rio, oferecendo inclusivamente forças
para o efeito. Portugal acedeu ao pedido e Sousa Rosa escrevia no seu
relatório de Operações que assim os ingleses mostravam "(...) vontade não
valorizar nosso esforço para bom resultado final (...)", concluindo que
"(...) estávamos sendo iludidos (...)"[xxxvii].
Sousa Rosa considerando não necessitar desse apoio, efectua apenas um
reforço do dispositivo anterior. O novo dispositivo assentava em 5 postos
principais e uma dúzia de postos secundários; estes postos secundários
tinham indicações para estabelecerem postos de observação separados não
mais de 25 quilómetros, possibilitando um reforço rápido de qualquer posto
atacado. Apesar da postura defensiva adoptada, Sousa Rosa mantinha
intenções de passar à ofensiva mal estivessem criadas as
condições[xxxviii].
Os Britânicos que tinham na sua posse os maiores portos alemães e
ocupavam a maior parte da Őstafrika, enfrentam de 15 a 17 de Outubro em
Nyango, Lettow Worbeck que sofre pesadas baixas. Este, procurando conservar
a sua liberdade de acção, opta por ir combater para dentro das fronteiras
do próprio inimigo indo em busca de víveres e munições[xxxix]. Com esta
atitude forçava as forças aliadas a concentrar recursos que poderiam ser
mais úteis noutras paragens, assistindo os portugueses a uma guerra entre
ingleses e alemães no seu próprio território.
A 2 de Novembro, uma força alemã, aquilo que podemos considerar de guarda
avançada, toma o posto de Nangar. A 25 do mesmo mês, Lettow Worbeck ao
comando de 300 europeus e 1700 Askaris e 3000 carregadores com as
respectivas famílias[xl], atravessa o Rovuma a vau perto do posto de
Negomano e entra no território de Moçambique.
A partir, de 1917 todo o Norte de Moçambique foi atingido por um conflito
internacional estando a margem direita do Rovuma a ser sustentada por uma
espécie de fantasmas de militares[xli], para quem sobreviver era a palavra
de ordem.
Os alemães eram perseguidos pelas forças inglesas, que para Sousa Rosa,
"(...) perderam o contacto e nós agora que nos aguentemos em força, sem
qualquer auxílio imediato (...)"[xlii].
Negomano é conquistado sem grande dificuldade, sucumbindo o seu
comandante, Major Teixeira Pinto, nos primeiros minutos de combate. Com
grande parte da guarnição em fuga, os alemães apoderam-se mais uma vez dos
preciosos víveres, munições e das valiosas Mauser de 1907.
Depois de conquistar Negomano, Lettow Worbeck subdivide a sua coluna em
diversos destacamentos, constituindo aquilo a que René Pélissier designou
por "(...) uma longa serpente central muito móvel, cujas contorções foram o
pesadelo do Exército inglês e acessoriamente, do português (...)"[xliii]
As forças alemãs continuaram depois ao longo do Lugenda e chegam a
Nanguar a 2 de Dezembro, a Chirumba a 11 e Muembe a 19 e, a 21, transpunham
o rio Lúrio, forçando as guarnição de Muíte a retirar. O destacamento que
seguia ao longo da margem esquerda do Lúrio, em direcção à foz, chega a
Mecúfi a 2 de Janeiro de 1918 e a 7 deste mês, numa tentativa portuguesa de
travar a progressão alemã, veio a dar-se um segundo combate em Muíte.
Os alemães continuaram sempre para Sul pilhando tudo e recolhendo o que
podiam de víveres, armamento e munições. Ao Sul do Lúrio, Lettow Worbeck,
muda de táctica, concentrando forças e constituindo uma guarda avançada, a
poucos dias de marcha do grosso da Schutztruppe, seguida de uma guarda de
retaguarda.
Em Dezembro de 1917, Sousa Rosa recebe instruções para abandonar Porto
Amélia, que viria a ser ocupado pelos ingleses. Porém, os alemães já tinham
abandonado a região em direcção a Sul, atravessando zonas até então
consideradas intransitáveis no período das chuvas. A oposição ao seu avanço
é praticamente insignificante, e os Aliados só dão conta da sua localização
através das notícias da queda sucessiva dos diferentes postos. Lettow
Worbeck é, no entanto, perseguido por forças Aliadas comandadas por Von der
Venter, que tinha sob seu comando as forças portuguesas[xliv]. Estas
limitavam-se apenas a efectuar tarefas de guarnição, pois Von der Venter
assim o impunha.
Malena, perto de Nampula e situada a uma latitude idêntica à da Ilha de
Moçambique, conta com a presença alemã em Fevereiro de 1918. A proximidade
da Nampula leva a uma concentração de forças Aliadas para a defenderem.
Este será mais um erro de avaliação Aliada. A estratégia alemã era a de
contornar os centros urbanos.
No final deste mês (Fevereiro), os aliados tentam efectuar um cerco com a
progressão de várias colunas: do Norte vinham forças quenianas e
nigerianas, da costa vinham ingleses, indianos e sul-africanos, aguardando
os portugueses com apoio inglês mais a Sul.
Grande parte dos reforços portugueses que chegavam da metrópole estavam a
ser empregues em operações de afirmação da soberania nas zonas atravessadas
e sublevadas pelos alemães. Se a primeira invasão alemã não pode ser
relacionada com a submissão dos macondes[xlv], a segunda invasão viria
reacender a dissidência dos portugueses com os Ajauas e inflamar a
resistência macua-lomué e, perifericamente, teria efeitos no sector
suaíli[xlvi].
Lettow Worbeck esboça intenções de se dirigir para Norte. Para acautelar
essa eventualidade, em Março os ingleses desembarcam na Ilha um milhar de
homens com destino a Nampula. Contudo, o General alemão continua para Sul
em direcção a Quelimane, conseguindo fugir ao cerco aliado. Com esta
inflecção, os Aliados, cometendo novamente erros nas avaliações do
comandante alemão, temem um ataque ao importante porto de Quelimane,
concentrando aí forças e encetando uma marcha forçada de Norte, procurando
encurralar novamente os alemães. Estes aproveitam para ocupar uma série de
pequenos postos, incluindo Nhamacurra (ou Kokossani), local muito próximo
de Quelimane e onde estava sediada a Companhia do Boror. Nahmacurra, um
eldorado de mantimentos e munições, fora indicada aos alemães pelas
populações.
Entre 1 e 3 de Julho a Schutztruppe vence a mais forte posição aliada em
Moçambique, Nhamacurra, onde infligem pesadas baixas à força anglo-
portuguesa. No comando desta posição estava o tenente coronel Gore Brown
dos King´s African Rifles. No final do combate, o precioso espolio de
armamento, equipamento, mantimentos e medicamentos foi aproveitado para
suprir as faltas logísticas alemãs e o que não foi possível aproveitar foi
simplesmente queimado.
Nhamacurra foi praticamente o fim das operações dos Portugueses contra os
Alemães. Von der Venter procurava manter as tropas portuguesas e inglesas
afastadas, evitando possíveis "contaminações", e o Governador-Geral, Pedro
Massano de Amorim, numa verdadeira economia de forças, aproveita a
oportunidade para as deixar na costa para depois as poder utilizar na
reocupação do território e submissão das revoltas[xlvii].
Depois de Nhamacurra, como já tinha feito em Nampula, Lettow Worbeck
evita a cidade de Quelimane e inflecte para nordeste, seguindo
paralelamente à costa e, evitando, sempre o contacto com as forças que os
perseguiam, dirige-se para Angoche, de onde parte em direcção a Oeste. A 24
está a atravessar o rio Licungo, a 4 de Setembro o rio Lúrio, em Mtetere. O
Lugenda foi passado próximo de Luambala e a 28 do mesmo mês o Rovuma, 30 km
a Leste de Mitomoni, de volta à Őstafrika[xlviii].
O Coronel Sousa Rosa que assumira a defesa de Quelimane é exonerado e
substituído em Julho pelo tenente-coronel Alberto Salgado, sendo o sexto
comandante desde o começo da guerra.
Lettow Worbeck actuava sobre os prisioneiros e sobre as populações de uma
forma pouco usual. Quer por insuficiência de meios quer por intenção
deliberada, aos prisioneiros, centenas, libertava-os de imediato com a
promessa de não mais voltarem a pegar em armas contra os alemães. Depois
procurava conquistar a adesão das populações e instigar à sua revolta
contra os Aliados, chegando a armá-la. As populações além de cederem
alimentos, mulheres e guias, serviam ainda de órgão de informação sobre o
dispositivo Aliado[xlix].


Balanço Possível


Apesar de em 1919, através de deliberação do Tratado de Versalhes,
Portugal ter obtido o reconhecimento, pelos aliados, da incorporação de um
território de que se considerava o proprietário legítimo (o Triângulo de
Quionga), a Guerra em Moçambique foi do ponto de vista militar foi um
desastre. Nenhum objectivo militar foi alcançado, o inimigo efectuou duas
invasões, uma de seis meses e outra de 10, as baixas foram consideráveis –
2007 portugueses (9,8% das forças mobilizadas) e 2804 indígenas[l], e as
populações locais sublevavam-se e apoiavam o inimigo logisticamente e ao
nível de intelligence.
As justificações para este desastre são inúmeras mas destacamos as
seguintes:
- Em Portugal a sociedade estava dividida quanto à beligerância ou não,
incluindo o próprio corpo de oficiais, os governos eram também
sucessivos, e algumas das forças expedicionárias foram
propositadamente enviadas por forma a mante-las afastadas da
metrópole;
- Não houve uma concentração de poderes entre o Governador e o
Comandante Chefe, interferindo o Governo com frequência na esfera
militar com o inconveniente de nem sempre estar devidamente informado
sobre a real situação no terreno;
- As tropas não estavam mal apetrechadas, faltava-lhes sim preparação,
coordenação, organização e um bom apoio sanitário;
- Entre os portugueses a valsa do comando foi significativa;
- Deu-se uma resposta convencional a um inimigo que actuava
subversivamente com uma táctica de guerrilha, sem objectivos fixos, e
sem alvos territoriais.


Por outro lado, os alemães enfrentavam os Aliados com um efectivo muito
superior, e Lettow Worbeck acabou por ser expulso da África Oriental Alemã,
que passara para mãos britânicas. Contudo, a campanha não acabara. Os
King´s African Rifles Britânicos, em número muito superior, enfrentaram a
Schutztruppe na Őstafrika alemã e, no seu encalce, introduziram-se em
Moçambique, onde, apoiadas por algumas tropas portuguesas, os perseguiram e
combateram até à sua retirada, a 28 de Setembro de 1918.
Lettow Worbbek, adoptando uma táctica de guerrilha, um emprego massivo
das metralhadoras, de acções de reconhecimento e com grande qualidade de
comando, foi derrotando sistematicamente todas as forças que enfrentava,
evitando sempre o combate quando em situação desvantajosa sendo que após um
percurso de milhares de quilómetros, conseguiu assegurar o seu objectivo ao
longo de toda a Guerra: o de não ser capturado[li].
Os alemães sofreram inúmeras baixas em combate mas a maioria foi afectada
pelas doenças como a varíola e a pneumónica; no total perderam 45% do
efectivo europeu e 90% de Askaris[lii]
Lettow Worbeck viria a render-se voluntariamente a 25 de Novembro de 1918
na Rodésia do Norte, duas semanas após o armistício.
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[i] ALMADA, José de, Convenções Anglo-Alemãs relativas às colónias
portuguesas. Lisboa: Estado Maior do Exército, 1936.
[ii] Ficando a fronteira demarcada pelo paralelo de Cabo Delgado, 10º 40´
Sul, formando pelo seu traçado geográfico a figura geométrica triangular
com 450 Km2.
[iii] TEIXEIRA, Nuno Severiano, Colónias e colonização portuguesa na cena
internacional (1885-1930). In Bethencourt, Francisco, e Chaudhuri, Kirti,
"História da expansão portuguesa". Navarra: Círculo de Leitores, 1998.
Vol. IV, p. 514.
[iv] BESSA, Gomes, O Combate de Muíte: aspectos relacionados com a
participação portuguesa na guerra de 1914-18 em Moçambique, Lisboa, in
Separata doa "«Anais» da Academia Portuguesa de História", 1986, p. 145.
[v] TEIXEIRA, Nuno Severiano, O Poder e a Guerra 1914-1918. Objectivos
nacionais e estratégias políticas na entrada de Portugal na Grande Guerra.
Lisboa: Ed. Estampa, 1992, p. 112.
[vi] Idem, Colónias e colonização portuguesa na cena internacional (1885-
1930). In Bethencourt, Francisco, e Chaudhuri, Kirti, "História da
expansão portuguesa". Navarra: Círculo de Leitores, 1998. Vol. IV, p. 515.
[vii] Numa primeira fase, as Repúblicas sul-americanas, numa segunda fase,
os EUA e a França e por último, a 11 de Setembro de 1911, o reconhecimento
oficial e conjunto das monarquias europeias. Estas fases encontram-se
detalhadamente descritas in TEIXEIRA, Nuno Severiano, O Poder e a Guerra
1914-1918. Objectivos Nacionais e Estratégias Políticas na Entrada de
Portugal na Grande Guerra, p. 88-99.
[viii] CANN, John, Moçambique, África Oriental Alemã e a Grande Guerra, in,
"Revista Militar" n.º 5, Maio de 2002. p. 372.
[ix] Idem, p. 367
[x] Espingarda de repetição e que utilizava pólvora sem fumo, com as
vantagens daí advindas.
[xi] Lettow Worbeck diz 300000.
[xii] OLIVEIRA, General Ramires de, História do Exército Português (1910-
1945). Lisboa: Estado-Maior do Exército, 1993. Vol. II, p. 171.
[xiii] Portugal mobilizou para aquele território, ao longo dos vários anos
19.438 militares da metrópole, 985 portugueses recrutados localmente e
10.278 africanos, e recrutou 90000 carregadores, 60000 fornecidos ao
Exército português e 30000 às forças britânicas. MARTINS, Azambuja, A
campanha de Moçambique, in MARTINS, Ferreira, "Portugal na Grande Guerra",
Vol. II, Lisboa, 1938, p. 186.
[xiv] O tenente Mário Costa no seu livro É o inimigo quem fala, descreve as
condições caracterizadoras desta falta de preparação, do treino, ao
fardamento e equipamento, passando pela alimentação, pela baixa moral e
pela assistência sanitária, In COSTA, Mário, É o inimigo que fala –
subsídios inéditos para o estudo da Campanha da África Oriental 1914 –
1918, Lourenço Marques, Imprensa Nacional, 1932, p. 33. Para Gomes da
Costa, as expedições marchavam para os TO com uma organização atabalhoada,
"(...) sem ciência nem consciência, à pressa sem cuidado algum como quem
embarca rezes para o matadouro (...)", in Portugal na Guerra: A Guerra nas
Colónias, Lisboa, 1925, p. 253-254.
[xv] COSTA, Gomes da, ob. cit., p. 68.
[xvi] SILVA, Capitão Rodrigues da, Monografia do 3º Batalhão expedicionário
do RI n.º 21 à Província de Moçambique em 1915, Lisboa, Imprensa Beleza,
s.d., p. 47.
[xvii] BESSA, Gomes, ob. cit., p. 181.
[xviii] Sobre as condições sanitárias podemos complementar no livro do
médico LIMA, Américo Pires de, Na Costa d´África - memórias de um médico
expedicionário a Moçambique, Gaia 1933.
[xix] "(...) mosquiteiros não lhes foram dados, e como eles, na sua triste
ignorância não acreditavam na transmissão das febres pela picada do
mosquito e sorriam estupidamente incrédulos quando lho diziam, em geral
não os adquiriam (...)", in, SILVA, Capitão Rodrigues da, ob. cit. p. 31.
[xx] Idem, p. 36.
[xxi] BESSA; Gomes, ob. cit., p. 148.
[xxii] AHU, Ano de 1914 a 1916. Pasta ª Moçambique. N.º 1593, n.º 1 ª 1914.
Expedição de Moçambique e instruções dadas ao seu comandante, Sr. Amorim.
[xxiii] BESSA; Gomes, ob. cit., p. 148.
[xxiv] SILVA, Capitão Rodrigues da, ob. cit., p. 29.
[xxv] MARTINS, Azambuja, Nevala, Expedição a Moçambique, Famalicão, 1935.
p. 75.
[xxvi] TELO, António, Campanha de Moçambique 1916-1918, in AAVV, "Portugal
na Grande Guerra 1914-1918", Diário de Notícias, Lisboa, 2003, p. 157.
[xxvii] SILVA, Capitão Rodrigues da, p. 48.
[xxviii] OLIVEIRA, General Ramires de , ob. cit., p. 205.
[xxix] Idem, p. 210.
[xxx] CANN, John, ob. cit., p. 381.
[xxxi] COSTA, Gomes da, A guerra nas colónias 1914-1918, Lisboa 1925., pp.
165-169.
[xxxii] MARTINS, Ferreira, ob. cit., p. 159
[xxxiii] DUARTE, António, Esboço para uma leitura estratégica sobre a
campanha de Moçambique (1914-1918). In "Revista Militar" n.º 8/9,
Agosto/Setembro de 1998. p. 694.
[xxxiv] TELO, António, ob. cit., p. 455.
[xxxv] Costa, Mário, ob. cit., p. 151.
[xxxvi] Idem, pp. 148-153.
[xxxvii] ROSA, Souza, Relatório das operações contra os alemães no Leste
Africano, 1ª parte, Arquivo Histórico Militar, 2ª Div., 7ª Sec., n.º 271,
caixa 12.
[xxxviii] Idem, p. 17-19.
[xxxix] WORBECK, Lettow, As minhas memórias da África Oriental, Lisboa,
s.d., p. 261-263.
[xl] Idem, p. 263.
[xli] PÉLISSIER, René, História de Moçambique - Formação e oposição 1854-
1918. Lisboa: Ed. Estampa, 1994, Vol. I, p 399.
[xlii] ROSA, Souza, relatório citado, p. 17-19.
[xliii] PÉLISSIER, René, ob. cit., p. 420.
[xliv] Em telegrama de 6 de Janeiro de 1918, Inglaterra solicita a
disponibilização de as forças portuguesas serem colocadas sobre o Comando
de Von der Venter, aquilo a que hoje se designa de Comando Operacional, o
que é aceite por Portugal, in Ministério dos Negócios Estrangeiros,
Portugal na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), Tomo II, As negociações
diplomáticas e a acção militar na Europa e em África, Lisboa, 1997. Os
ingleses que perseguiam a Schutztruppe não aceitaram combater sob as
ordens dos portugueses, constituindo um verdadeiro segundo exército de
ocupação, in PÉLISSIER, René, ob. cit., p. 432.
[xlv] A campanha de pacificação contra os macondes foi comandada por Neutel
de Abreu, à frente de cerca de 2000 auxiliares macuas.
[xlvi] PÉLISSIER, René, ob. cit., p. 417.
[xlvii] Idem, p. 428.
[xlviii] BOTELHO, José Justino Teixeira, História militar e política dos
Portugueses em Moçambique – de 1833 aos nossos dias. Coimbra: Imprensa da
Universidade, Coimbra, 1921. Vol. II. pp. 717 – 722.
[xlix] WORBECK, Lettow, ob. cit., p. 272.
[l] Morreram mais tropas no Teatro de Operações de Moçambique do que na
Flandres, porém, aqui a causa principal foi a doença e não o combate.
[li] Sibley, Major R. Tanganyikan guerrilla: East Asfrican Campaign 1914-
18. New York: Ballantine Books, 1971, pp. 28-29 e 44
[lii] Chegou a ter 3007 alemães e 12100 Askaris, no armistício contava com
155 alemães e 1156 Askris.
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