Do sorriso de Jô à sisudez de Zé do Caixão.

DO SORRISO DE JÔ À SISUDEZ DE ZÉ DO CAIXÃO




Iraci del Nero da Costa

São Paulo, maio de 2015






Muito provavelmente pajeada por seu marqueteiro, a atual presidente da
República buscando aproximar-se do grande público que a repudia e ao PT
adotou uma atitude absolutamente descabida quando se pensa nos
procedimentos afetos ao poder presidencial, pois convidou a visitá-la um
apresentador de televisão dedicado a entrevistas, o qual, certamente, nada
tem a ver com o poder republicano a não ser por sua condição de eleitor.

A explicação para ato tamanhamente absurdo viu-se demonstrada pelo
fecho do estrambótico convite: a presidente prometeu retribuir a visita de
Jô Soares comprometendo-se a comparecer em seu programa televisivo.

Revelou-se, assim, a urdidura embutida no anômalo convite, qual seja,
um grotesco e rocambolesco expediente para justificar a aparição
presidencial em um programa tido como simpático por muitos telespectadores.


Desvenda-se, assim, o aparente mistério, pois deve parecer pleno de
amenidade e de sincera amizade o fato de haver a retribuição de uma gentil
visita quando contraposto ao aparecimento abrupto da figura presidencial
frente aos inocentes televisores sintonizados num programa no qual
predominam as entrevistas marcadas largamente por compromissos menos
comprometidos com as desditas na Nação.

A pergunta que fica ressoando no cérebro de muitos brasileiros é a de
se não seria mais aconselhável, em face das condições econômicas criadas
pela política presidencial, um convite ao nosso querido e dileto Zé do
Caixão e a respectiva retribuição da presidente que visitaria tão eminente
personagem no mundo fantástico e tétrico por ele engendrado.
















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