Dois irmãos: e o estudo do espaço na obra de Milton Hatoum

October 4, 2017 | Autor: Pablo Rodrigues | Categoria: Literatura, Milton Hatoum, Topoanálise
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE LETRAS


PABLO BAPTISTA RODRIGUES




















DOIS IRMÃOS: e o espaço na obra de Milton Hatoum

































RIO DE JANEIRO
2012

PABLO BAPTISTA RODRIGUES
























DOIS IRMÃOS: e o espaço na obra de Milton Hatoum










Trabalho de conclusão de curso para
obtenção de nota referente à
disciplina de FUNDBRAS2 cursada no
primeiro período de 2012


Professora: Eleonora Ziller











RIO DE JANEIRO
2012
Ao se olhar para a Literatura Brasileira pode-se ver inúmeras obras
literárias que abalaram a percepção dos leitores, bem como a crítica
literária. Homens como Aluísio de Azevedo, José de Alencar, Machado de
Assis, que são extremamente importantes para a Literatura nacional e deixam
marcas por onde passam. Seja na consolidação da literatura brasileira, seja
nos presentes dias, os leitores ainda procuram a próxima obra que mexerá
com suas emoções e sensações. Olhando para atualidade, e não somente ao
passado glorioso da literatura nacional, o público leitor encontra autores
como Milton Hatoum, que ganham cada vez mais espaço na atual Literatura
nacional e internacional.
Nascido em Manaus, formado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
USP e com Pós-Graduação em Literatura Comparada pela Sorbonne (Paris III),
Milton Hatoum é um dos atuais e renomados escritores do romance brasileiro,
tendo sua obra escrita em dez línguas e publicada em catorze países. Obras
que lhe renderam inúmeras premiações, entre elas o prêmio Jabuti na
categoria romance para as obras Relato de um certo oriente, Dois Irmãos,
Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado. Foi indicado pela obra Dois Irmãos
ao prêmio IMPAC-DUBLIN, sendo eleito o melhor romance brasileiro no período
de 1990-2005 em pesquisa realizada pelos jornais Correio Braziliense e O
Estado de Minas. Foi também finalista do Prêmio Multicultural do Estadão
pela mesma obra. Porém, suas obras não só geraram inúmeras premiações, como
também inúmeros artigos e trabalhos acadêmicos, muitos deles baseados na
história dos irmãos Yakub e Omar, presentes na obra Dois irmãos.
Deparar-se com a o romance Dois Irmãos, antes de se aprofundar na
análise da obra que retrata a família de origem libanesa que vive em
Manaus, há o questionamento sobre o que é o romance. Não é de agora que se
pode observar que definições são complexas e muitas vezes não englobam e
satisfazem todo o significado. Então como definir o que seria o romance
para poder falar um de um romance?
Um dos teóricos que tenta elucidar essa pergunta é Mikhail Bakhtin, em
seu livro: Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Em
especial foi utilizado o capítulo Epos e romance: sobre a metodologia do
estudo do romance, em que o autor faz uma comparação do romance com a
epopeia. Bakhtin apresenta traços que marcam o romance e que ajudam a
chegar mais próximo de sua definição, o autor diz: "O estudo do romance
enquanto gênero caracteriza-se por dificuldades particulares. Elas são
condicionadas pela singularidade do próprio objeto: o romance é o único
gênero por se constituir, e ainda inacabado" (BAKHTIN, 1993). O autor nos
alerta desde o inicio a dificuldade de analisar a o romance.
Um dos contrastes que Bakhtin cria é que o romance é novo, logo
pertencente a um mundo escrito, em contra partida a epopeia pertence à
antiguidade, ao mundo da oralidade: "O romance não é simplesmente mais um
gênero ao lado dos outros. Trata-se do único gênero que ainda está
evoluindo no meio de gêneros já há muito formados e parcialmente mortos."
(BAKHTIN, 1993). Lidamos então, com o gênero da modernidade, o que
"introduz uma problemática" (BAKHTIN, 1993), indo de encontro ao mundo
problemático. Diferente da epopeia que representa o homem com "um passado
absoluto e de uma representação longínqua. […] inteiramente perfeito e
terminado" (BAKHTIN, 1993). No romance temos o oposto. O homem é
incompleto, inadequado ao seu destino e a sua situação. Temos então, o
homem moderno.
Passando por Mikhail Bakhtin, pode-se ver que suas descrições vão de
encontro ao que é descrito por Hatoum. Temos Nael, o narrador da história,
que durante boa parte da narrativa procura a sua paternidade. Ele busca a
explicação de sua realidade através da resposta: Quem será o meu pai? Vemos
que a personagem além de ter uma história inacabada também possui um
destino incerto.
Dois irmãos, conta história de dois irmãos gêmeos de origem libanesa
que residem no estado Manaus. Filhos de Zana e Halim, os gêmeos têm a sua
rivalidade iniciada desde o momento de seu nascimento. Temos, então,
semelhanças entre a narrativa judaico-cristã, e as diversas histórias que a
compõe envolvendo rivalidade, como também em Machado de Assis, no conto
Esaú e Jacó.
Entre as personagens principais que compõe obra temos Halim o pai dos
gêmeos. Homem de origem libanesa, e casado com Zana, vê sua vida mudar com
a chegada dos filhos. Ele busca o sustento da família através da sua loja:


"Quando os meninos nasceram, Halim passou dois meses sem poder tocar
no corpo da Zana. Ele me contou como sofreu: achava um absurdo o
período de resguardo, e mais ainda a devoção da esposa pelo caçula.
Ele passa o dia na loja, entretido com os fregueses e os vadios que
perambulavam pelos arredores do porto […]" (HATOUM, 2000)


"Dormiu duas noites no depósito da loja, não suportava uma intromissão
no leito conjugal." (HATOUM, 2000)

Zana, a matriarca da família também libanesa, era a mulher que
consegui dobrar Halim e de certa forma ocupava grande importância na
família. Diferente do que se pode esperar, Hatoum rompe com o
patriarcalismo e apresenta o matriarcalismo. Vemos que Zana é a mulher que
influência e gerencia a casa:

"Não queria três filhos; alías, se dependesse da vontade dele, não
teria nenhum. Repetiu isso várias vezes, irratado, mordendo o bico do
narquilé." (HATOUM, 2000)
"Quer dizer que vamos passar a vida sozinhos neste casarão? […] "Três,
querido. Três, nem mais nem menos" (HATOUM, 2000)

E graças a insitência de Zana nascem Yakub, Osmar e Rânia. Yakub era o
jovem "matemático, e também o rapaz altivo e circunspecto que não dava bola
para ninguém; o enxadrista" (HATOUM, 2000). Omar era o que "tomava impulso,
pulava, rodopiava no ar […]" (HATOUM, 2000). Descrições, que feitas na
juventude já revelavam o caráter que as personagens teriam. Já Rânia era a
filha que indepentente, era com "uma águia nos negócios" (HATOUM, 2000).
Havia, também a empregada Domingas: "Uma menina mirrada, que chegou
com a cabeça cheia de piolhos e rezas cristãs" (HATOUM, 2000) e que Yakub
tratava "como se ela fosse sua mãe e não a empregada" (HATOUM, 2000).
Juntamente com o seu filho Nael, o narrador da história que procura saber
quem é seu pai durante boa parte da narrativa.
Entre as desavenças dos irmãos, podemos incluir outra personagem. Além
da rivalidade causada pelo nascimento devido ao cuidado excessivo de Zana
por Omar, temos a presença de Lívia que se encanta por Yakub, desde a
infância e torna-se sua esposa. Sendo esta a causa mais marcante da
rivalidade dos gêmeos:


"O Caçula pensava que depois do baile dos Benemou a Lívia ia cheirar e
morder o gogó dele e desfilar com ele nas matinês do Guarany e do
Odeon." (HATOUM, 2000)


"Yakub reservou uma cadeira para Lívia e o Caçula desaprovou com olhar
esse gesto polido. Da escuridão surgiram cenas em preto-e-branco e o
ruído monoto do projeto aumentava o silêncio da tarde […] Uma pane no
gerador apagou as imagens, alguém abriu uma janela e a platéia viu os
lábios de Lívia grudados no rosto de Yakub. Depois, o barulho de
cadeiras atiradas no chão e o estouro de uma garrafa estilhaçada, e a
estocada certeira, rápida e furiosa do Caçula. O silêncio durou durou
uns segundos. E então o grito de pânico de Lívia ao olhar o rosto
rasgado de Yakub." (HATOUM, 2000)

Pode-se ver, que está presente na obra de Milton Hatoum riquezas de
detalhes que tornam a obra singular. Entre as diversas correntes, sobre
como se analisar o romance o espaço é o que mais nos atrae. É possível ver
que ele ganha grande importância na obra Dois irmãos, sendo isso comprovado
nas ínúmeras teses produzidas sobre esse tema.
Encarregada do estudo do espaço na obra literária, a topoálise
literária tem como objetivo estudar a relação do espaço com os outros
constituintes da obra. Segundo Gaston Bachelard, "A topoanálise seria então
o estudo psicológico sistemático dos lugares físicos de nossa vida íntima."
(BACHELARD, 1978). Ozíris Borge Filho, professor da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro diz que:


"Apesar de aceitarmos a sugestão de Bachelard em relação à
terminologia, divergimos do pensador francês em relação à definição.
Por topoanálise, entendemos mais do que o "estudo psicológico", pois a
topoanálise abarca também todas as outras abordagens sobre o espaço.
Assim, inferências sociológicas, filosóficas, estruturais, etc.,
fazem parte de uma interpretação do espaço na obra literária. Ela
também não se restringe à análise da vida íntima, mas abrange também a
vida social e todas as relações do espaço com a personagem seja no
âmbito cultural ou natural." (FILHO, 2008)


Apesar da divergências sobre a definição de espaço, o que se pode
afimar é que este assume um papel importante no decorrer de inúmeras obras.
Isso pode ser visto no detalhes que Milton Hatou nos apresenta em sua obra
Dois irmãos.
Inicialmente podemos ter o espaço como caracterizador dos
personagens. Ele descreve como é o personagem, como este se comportará e
como será o futuro do mesmo. Então quando se lê:

"Ela havia mobiliado o quarto de Yakub com uma cadeira austríaca, um
guarda-roupa de aguano e uma estante com os dezoito volumes de uma
enciclopédia que Halim comprara de um magistrado. Um vaso com tajás
enfeitava um canto do quarto perto da janela aberta para a rua
(HATOUM, 2000)

A oposição fica mais clara quando se lê sobre o quarto de Osmar:

"Os livros do Caçula, romances e poemas que ele lia na rede,
caíram nas minhas mãos. Os livros, os cadernos, as canetas, tudo,
menos o quarto, que era só dele, só para ele. No quarto bagunçado, o
colchão velho e o lençol foram trocados. Mas, antes de viajar, o
Caçula pedira a Domingas que deixasse os objetos nas prateleiras da
estante; ela cobiru com um lençol a coleção de cinzeros, copos,
garrafas cheias de areia, calcinhas, sutiãs, sementes vermelhas, tocos
de batom e baganas manchadas. [...] Era diferente do quarto de Yakub,
vazio, sem marcas ou entulho: abrigo de um corpo, nada mais." (HATOUM,
2000)


O espaço também pode possuir a uma função mais simples, que é de
localizar o personagem. O que vemos na obra é que tanto o Líbano, São
Paulo, Rio de Janeiro e o Estados Unidos ocupam um lugar secundário em
comparação com a cidade de Manaus. Yakub nem menciona o que acontece no
Líbano. O desenrolar de sua vida em São Paulo se ocorre da mesma forma.
Assim também como a ida de seu irmão, Osmar, para os Estados Unidos.
O espaço pode estar realacionado ao envolvimento sentimental que as
personagens viveram. Logo, relebrar desse espaço é encontra antigos
sentimentos. Isso ocorre com a chegada de Yakub do Líbano, quando chega na
sua cidade e em sua casa:


"No caminho do aeroporto para casa, Yakub reconheceu um pedaço da
infância vivida em Manaus, se emocionou com a visão dos barcos
coloridos, atracados às margens dos igarapés" (HATOUM, 2000)


"Yakub demorou no quintal, depois visitou cada aposento, reconheceu os
movéis e objetos, se emocionou ao entrar sozinho no quarto onde
dormira." (HATOUM, 2000)


O lugar que Zana e Nael ocupava era os "fundos do quintal", revelando
o valor que ambos tinham para a família. O lugar que ocupam era periferico
em comparaçao a todo o restante da família. Um lugar onde o uso do
diminutivo "quartinho" revela o valor pejorativo do ambiente onde vivivam
Zana e Nael.
A escrita de Hatoum se relaciona com uma observação de Bachelard. "É
pelo espaço, é no espaço que encontramos os belos fósseis de uma duração
concretizados em longos estágios […] As lembranças são imóveis e tanto
sólidas quando mais bem espacializadas." (BACHELARD, 1978) O narrador Nael
volta no tempo e começa a descrever a história da família graças ao espaço.
A cidade flutuante, a casa da família, o colégio dos irmãos, o quartinho de
Nael. Cada detalhe na obra nos remete ao tempo e ao espaço.
A casa é o centro que envolve a família, e estar fora da casa é
enfrentar a "á hostilidade dos homens e do universo." (BACHELARD, 1978). A
casa é o lugar onde "nossas lembranças estão guardadas." (BACHELARD, 1978)
descaracteriza-la envolve a destruiçao da memória e é o que ocorre.
O narrador começa a descrever as modificaçao que passam a ocorrer na
cidade flutuante e quando a própria casa da família é desfeita. Hatoum
escreve através do narrador: "Olhava com assombro e tristeza a cidade que
se mutiliva e crescia ao mesmo tempo […] irreconciliável com seu passado"
(HATOUM, 2000). Graças as modificações na cidade, a presença de uma nova
elite econômica e diante as complicações dos irmãos com um comerciante
indiano, a casa é vendida.


"Ele [Yakub] não explicou por que falhara a construção do hotel,
apenas escreveu que agora seria mais sensato vender a casa e uma boa
parte do terreno a Rochiram. Se isso não fosse feito, Omar sofreria as
consequências. Rânia não mostrou a carta à mãe. Ela não sabia, nunca
soube se havia um acordo entre Yaqub e Rochiram. Entendeu que a venda
da casa pouparia Omar. Vi Rânia insistir para que a mãe assinasse a
escritura de venda. "Estás louca? A minha casa... para um aventureiro?
Olha o que ele fez com o Omar." "Assina, mama, para o bem dos teus
filhos.. . para evitar o pior. E o pior a gente nunca sabe..."
(HATOUM, 2000)


O envolvimento dos irmãos nos negócios seria a esperança de Zana para
a reconciliaçao dos gêmeos, o que não ocorre obrigando a família a vender a
casa para o indiano Rochiram. Vemos que a Manaus de Hatoum é modifica e com
isso é apagado a história das personagens. O narrador descobre que Omar é
seu pai e todo o ministério que esta na paternidade de Nael é encerrado.
Nada mais resta que o quartinho, que foi poupado na venda.
As marcas que vemos em Dois Irmão entra de encontro com a própria da
sociedade brasileira. Pode-se dizer que sua miscegenação contribui para o
recebimento de inúmeros estrangeiros, entre ele a família de Zana e Halim.
Indo contra a uma sociedade patriarcal, descrita por Gilberto Freyre em
Casa-grande & Senzala, Hatoum coloca Zana superior nos revelando o mundo
matriarcal.
Domingas é a indigena que mantém a sua cultura viva no decorrer das
páginas de dois irmãos seja madicina que tratou "gonorréia galopoante" que
Omar adiquiriu, seja nos utensílio de madeira que esculpia ou na rede
presente na casa. Tudo isso descrito por Freyre:


"Por seu intermédio [da mulher gentia] enriqueceu-se a vida no Brasil,
como adiante veremos, de uma série de alimentos ainda hoje em uso, de
drogas e remédios caseiros […] Ela nos deu ainda a rede em que se
embalaria o sono" (FREYRE, 2003)


"Eu [Nael] lhe pedia que repousasse, mas ela só se deitava à noite;
tombava na rede, queria apenas a minha presença." (HATOUM, 2000)


Da mesma forma vemos presente às características descritas por Sergio
Buarque de Holanda em seu livro Raízes do Brasil. Temos "uma religiosidade
de superfície menos atenta ao sentido intimo das cerimônias" (HOLANDA,
1995). Zana e Domingas "rezavam juntas as orações que uma aprendeu em
Bíblos e a outra no orfanato das freiras" (HATOUM, 2000), ainda que
houvesse diferença em ambas as crenças. Isso causava a admiração por parte
de Halim, de como a religião as unia.
Conclui-se que a obra de Milton Hatoum, em especial Dois Irmãos ocupa
grande importância da atual literatura nacional. Ao escrever sua narrativa
Hatoum a faz com riquezas de detalhes que não podem ser percebidos com um
olhar desatento do leitor. Ainda que Casa Grande & Senzala e Raízes do
Brasil sejam obras de puro caráter sociológico a narrativa revela seus
traços, o da sociedade brasileira. Desde já, não se esgotam as inúmeras
pesquisas que podem se feitas através das obras do autor de origem libanesa
Milton Hatoum.







BIBLIOGRAFIA


BACHELARD. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de teoria e de estética. a teoria do romance.
Trad. Aurora F. Bernardini ET alii. São Paulo, Unesp/Hucitec, 1993

Biografia Milton Hatoum. (s.d.). Acesso em 8 de outubro de 2012, disponível
em Milton Hatoum: http://www.miltonhatoum.com.br/biografia/a-historia-do-
autor

FILHO, O. B. Espaço e literatura: introdução à topoanálise. XI Congresso
Internacional da ABRALIC: Tessituras, Interações, Convergências. São Paulo:
[s.n.]. 2008.

FREYRE, G. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o
regime da economia patriarcal. 48. ed. São Paulo: Global, 2003.

HATOUM, M. Dois Irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

HOLANDA, S. B. D. Raizes do Brasil. 26. ed. São Paulo : Companhia das
Letras, 1995.

MANTOVANI, A. A. Espaço em ruínas: meio social, conflito familiar e a casa
em ruínas em Os Dois Irmãos de Germano Almeida e Dois Irmãos de Milton
Hatoum. São Paulo, 2009. Tese de Doutorado (Obtenção do Grau de Doutor em
Letras) - Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.
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