É possível uma História Medieval de Gênero?

June 20, 2017 | Autor: Carol Fortes | Categoria: Cultural History, Gender Studies, Medieval History, Theory of History
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Fazendo gênero e rompendo fronteiras: gênero, idade média e interdisciplinaridade. ST 50 Carolina Coelho Fortes UFRJ/UGF Palavras-chave: História Medieval – Gênero – Hagiografia

É Possível Uma História Medieval de Gênero? Considerações a Respeito da Aplicação do Conceito Gênero em História Medieval

Um dos principais elementos do conceito gênero é seu caráter relacional, ou seja, a necessidade de uma análise baseada ao mesmo tempo nos aspectos femininos e masculinos estudados. Mas como esse caráter relacional pode se estabelecer quando o período no qual se aplica o conceito é a Idade Média, que dá ao homem o monopólio quase absoluto sobre a escrita? Responder essa pergunta é o nosso objetivo neste trabalho.

O Conceito Gênero Gênero é o termo, utilizado desde a década de 70, para teorizar a questão da diferença sexual. Primeiramente utilizado pelas feministas para acentuar o caráter social das distinções baseadas no sexo, rejeitava o determinismo biológico implícito em palavras como "sexo", por exemplo. O gênero prioriza o caráter relacional entre mulheres e homens, e pode ser entendido como a organização social da relação entre os sexos. Desta forma, a compreensão dos sexos não se dá pelo estudo dos dois separadamente, ou seja, mulheres e homens são definidos em termos recíprocos e nenhuma compreensão destes seria possível se fossem estudados em separado. Para Scott, gênero como categoria de análise, se baseia na relação entre duas proposições: “gênero tanto é um elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos, quanto uma maneira primária de significar relações de poder”.1 Enquanto a primeira proposição se refere ao “processo de construção das relações de gênero” e sublinha a importância “dos procedimentos de diferenciação pelos quais, em cada contexto histórico, são formuladas e reformuladas, em termos dicotômicos, os conteúdos aparentemente fixos e coerentes do masculino e do feminino”,2 a segunda proposição se refere à pertinência do gênero como categoria de compreensão e explicação histórica de outras relações de poder. O aspecto essencial do gênero formulado por Scott é expor as estratégias de dominação que sustentam a construção binária da diferença entre os dois sexos. Gênero também é o “saber a respeito das diferenças sexuais”.3 Scott entende saber como foi definido por Foucault, ou seja, como compreensão produzida pelas culturas e sociedades sobre as

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relações humanas, nesse caso, sobre as relações entre homens e mulheres. Tal saber é sempre relativo. Seus usos e significados nascem de uma disputa política, e são os meios pelos quais as relações de poder (de dominação e subordinação) são construídas. “O saber é uma forma de organizar o mundo e, como tal, não antecede a organização social, mas é inseparável dela.”4 Dessa afirmação segue-se que gênero é a “organização social da diferença sexual”. O que não quer dizer que gênero se baseie nas diferenças fixas e "naturais" entre homens e mulheres, mas que este é o “saber que estabelece significados para as diferenças corporais”.5 Esses significados variam de acordo com as culturas, os grupos sociais e o tempo, já que o corpo não determina univocamente como a divisão social será definida. Nosso saber sobre o corpo se reflete nas diferenças sexuais. Logo, a organização social não se baseia unicamente na diferença sexual - a diferença sexual não é o único motor da organização social - mas esta se vale de outros fatores. Um dos questionamentos da história de gênero se refere a como as hierarquias são construídas e legitimadas. Esta forma de abordar a história indica um estudo que se preocupa com processos, postos em movimento por causas múltiplas, e que se evidenciam através da retórica e dos discursos. Voltando-se, assim, contra o estudo das origens, as explicações baseadas em causas únicas, e nas ideologias. Em se tratando de gênero, é importante lembrar que não existe masculino e feminino, mas masculinos e femininos, homens e mulheres, com suas diferenças de classes, etnia, cultura, religião etc. O historiador deve se desvencilhar de "mulher" e "homem" - de gênero - como uma noção abstrata, devem, outrossim, ser pensados como diferenciados no âmbito da historicidade de suas relações. A história de gênero preocupa-se em mostrar que as referências culturais são sexualmente produzidas, e tenta evitar as posições fixas e naturalizadas. Para o caso do estudo da Idade Média não será diferente. A visão que aquela sociedade produziu em relação aos sexos constrói-se de acordo com seu próprio entendimento do que é ser homem e mulher, calcando-se, para isso, em uma série de fatores determinados por seu ambiente cultural específico. Entender que a realidade histórica é social e culturalmente constituída é um pressuposto central para o pesquisador que usa gênero como categoria analítica. Uma crítica que Rachel Sohiet faz à teoria de Scott é que esta não dá espaço para que venha à tona as particularidades das relações entre os sexos, das quais não podemos excluir a alianças e consentimentos por parte das mulheres. Em relação a esta questão Chartier afirma que é arriscado investir a diferença entre os sexos de uma força explicativa universal, “o que torna essencial dirigir a atenção para os usos diferenciados de modelos culturais comuns aos dois sexos.”6 Gênero é um aspecto geral da organização social. Assim, o saber social e cultural a respeito da diferença sexual é produzido no decorrer da maior parte dos eventos e processos estudados. Para

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encontrar gênero na história, entretanto, é necessária uma exegese diferente da que a história está acostumada. Para Scott o trabalho dos críticos literários pós-estruturalistas é de extrema importância, pois valorizam tanto a textualidade (a forma como os argumentos são estruturados e apresentados), quanto do que é literalmente dito. A análise não deve ser baseada em posições fixas, mesmo quando esta se apresenta, pois costumam mascarar a heterogeneidade dos termos. A "desconstrução", conceituada por Derrida, torna possível estudar os processos conflitivos que produzem o significados como história.7 Perrot afirma que “posto que a diferença entre os sexos é uma construção, pode-se, assim, desconstruí-la, em todos os níveis (teorias e práticas, representações e fatos materiais, palavras e coisas)”.8 O pós-estruturalismo dá à história de gênero ferramentas fundamentais para a problematização de conceitos como identidade e experiência, apresentando interpretações dinâmicas do gênero que enfatizam a luta, a contradição ideológica e as complexidades das relações de poder em transformação.9 A história, segundo essa abordagem, será o registro das mudanças da organização social do sexo e, além disso, figura como participante da produção do saber sobre a diferença sexual. Tentamos descartar a tendência que há de relegar gênero à instituição da família, já que gênero, de fato, é um aspecto geral da organização social. E será encontrado em muitas partes, pois os significados da diferença sexual são utilizados em muitos tipos de luta pelo poder. Como fez a Igreja ao delegar à mulher um certo local na sociedade, estipulando-lhe modelos, para que assim pudesse exercer maior poder sobre ela.

É possível uma história medieval de gênero? Propomo-nos, em nossa pesquisa, a fazer uma história de gênero, na medida em que nossos objetos são textos de homens que escrevem também sobre mulheres, como é o caso de tantas outras fontes do período medieval, e a elas atribui características que lhes garantem o título de perfeição de comportamento.10 Assim realiza-se o caráter relacional da história de gênero. Fiéis ao objetivo desta história, procuramos marcar que as construções dos perfis dos dois sexos se dá um em função do outro, já que se constituem social, cultural e historicamente. Contudo, perguntamo-nos se é possível fazer uma história de gênero voltada para a visão de um sexo sobre o outro, e não suas inter-relações? Temos em mãos uma fonte que nos permite avaliar o que um homem acredita ser uma mulher perfeita. Mas dessa mulher temos somente a imagem, o ideal imaginado por um homem. Logo ela não está em relação direta com ele. Para responder a essa pergunta valemo-nos, sobretudo, da abordagem historista. Tal método aponta para a escolha do lugar, da situação, da posição relativa ao grupo social ou mulheres a serem

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estudadas no conjunto de uma sociedade. A partir daí deve-se assumir a temporalidade do tema e problematizar até mesmo o próprio conceito de mulher ou a categoria mulheres. A historicidade empregada em uma sociedade em processo de transformação seria o primeiro passo para estabelecer um método para os estudos de gênero. A partir de um viés historista é possível partir de um "ponto de inserção" do objeto de análise para, a partir daí, construir as baliza do seu conhecimento. Os estudos de gênero não devem ser trabalhados com métodos funcionalistas, utilizados nos estudos de organismos supostamente estáveis. Estudos sobre, por exemplo, a construção das normas culturais da Igreja podem cair neste "equívoco", ou seja, podem aceitar a funcionalidade desta, incorporando as premissas universais em que se baseiam. Para que seja possível uma história medieval de gênero é necessário que se temporalize este conceito, e que este seja inserido no contexto histórico do Ocidente cristão. Assim, gênero pode servir como uma referência instável, mas crítica, pois é uma postura teórica que se constrói como “processo de conhecimento movediço num mundo transitório”.11 É imprescindível que se rompa com os conceitos preexistentes e que se adapte conceitos já existentes, temporalizado-os. Devemos ter referências nos conceitos já formulados para criar nossos próprios conceitos, que se baseiem e se adequem a nossa produção. Os conceitos preexistentes são ponto de partida para a formulação de outros, relativizados. A sociedade é transitória, logo não se pode trabalhar com conceitos estáticos. Deve-se conectar o objeto com o mundo, com o seu contexto. O método historista faz-se útil justamente porque admite as transformações, aceita a transitoriedade do conhecimento e dos valores culturais em processo de mudança no tempo. Como bem notou Silva Dias, “as próprias relações de gênero a que se pretendem de imediato os estudos feministas permitem antever no futuro a transcendência desta dualidade cultural por um pluralismo de nuanças e diferenças multiplicadas.”12 Afinal, a essência da história é recriar permanentemente, ser dinâmica como a própria sociedade que estuda. O direcionamento teórico-metodológico dos estudos de gênero pode ser adequado ao estudo de qualquer época da história, inclusive ao período medieval. A própria Joan Scott, de certa forma, concorda com a utilização do gênero em momentos históricos diferentes, pois acredita que as “representações históricas do passado ajudam a constituir gênero no presente.”13 Para fundamentar a resposta afirmativa à questão colocada, buscou-se respaldo na obra, controversa, mas referencial, História das Mulheres, especificamente em seu segundo volume, que trata do período medieval. Na Introdução, escrita por Christiane Kaplisch-Zuber,14 esta autora se utiliza do conceito gênero, para aplicá-lo ao medievo, mas não se preocupa em justificar sua escolha. Daí depreendemos que a autora não entendeu como necessária uma justificativa, pois tratase, para ela, de algo incontestável.

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Contudo, a autora ressalta o caráter paradoxal de dar a palavra a homens – já que ao homem, e ao homem do clero, prioritariamente, cabia a escrita na sociedade medieval – numa história que se pretende das mulheres. Os discursos são proferidos, em sua quase totalidade, por aqueles representantes do pensamento aparentemente mais fechado às experiências femininas, os membros da alta cultura clerical. Kaplisch-Zuber se pergunta se agir de tal maneira não seria dar o melhor lugar ao domínio e à autoridade masculina por excelência? Não seria, também, dar a predominância aos sistemas de representações sobre os constrangimentos materiais e sociais? E ela responde que o estado atual das investigações não permite que seja diferente. Mas, ela aponta, a obra se preocupa em dar aos leitores instrumentos para considerar uma das características mais marcantes das relações entre os sexos na Idade Média: a presença, em todos os níveis das relações sociais, de modelos de interpretação e, para as mulheres, de comportamento.15 Em nossa dissertação de mestrado utilizamo-nos de um documento que pertence a um gênero literário muito particular: a hagiografia. Em relação à pertinência da utilização de tal registro podemos argumentar que boa parte dos historiadores de gênero apontam para uma utilização mais criativa das fontes já tradicionais, como os próprios documentos da Igreja. Maria Izilda Matos,16 por exemplo, não despreza a literatura e as fontes eclesiásticas como documentos propícios a dar margem a abordagem de gênero. No tocante à metodologia, Scott se posiciona favoravelmente em relação ao estudo da história através de uma metodologia associada a textos. "Os textos de ficção, quando entram no domínio do historiador, são freqüentemente examinados como fonte de material temático que documenta melhor os processos sociais ou eventos políticos que são o foco primário da pesquisa”.17 Em síntese, é possível que um objeto de estudo que tenha como corte temporal a Idade Média - um período no qual quase a totalidade de textos foi escrita por homens - se utilize do conceito gênero como categoria analítica? Em nossa pesquisa tratamos de uma fonte, escrita por um homem pertencente à ordem dominicana e que, muito provavelmente, teve pouco contato com mulheres antes de escrevê-la. Ingressou em um mosteiro por volta dos 14 anos de idade,18 e ainda estava em um mosteiro quando escreveu sua Legenda Aurea. Logo, é difícil imaginarmos que Jacopo de Varazze pudesse falar sobre mulheres por experiência própria. Além disso, sua obra fala sobre santos, criaturas virtuosas, preferidas da graça divina, idealizadas. O autor não falava da mulher real, mas da mulher imaginada e reconhecida como exemplo de virtude pela tradição cristã ocidental. Ele sequer tinha em mente a mulher real como seu público direto. Contudo, escrever sobre ela – e aqui ele fala sobre a Mulher, e não as mulheres - não seria também uma forma de se relacionar com ela? Entendia-a como outra, como diferente, como feminina. E, atribuindo-lhe características, discorrendo sobre ela e sobre suas virtudes, de certa forma, entreva em contato com

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ela. É claro que este relacionamento assume a forma unilateral, porque lidamos com uma fonte literária, na qual a voz masculina abafa a feminina, mas nem por isso a exclui. Marcantemente as identidades de gênero constroem-se com relação uma a outra, dado a mentalidade diacrônica própria da sociedade medieval. E, sem dúvida, gênero pode ser utilizado para o período medieval também como uma forma de significar as relações de poder, sendo o masculino - pelo menos nas fontes eclesiásticas - sempre entendido como superior ao feminino.

Referências: CHARTIER, Roger. Diferenças entre sexos e dominação simbólica. Cadernos Pagu, 4, 1995. KAPLISCH-ZUBER, Christiane. “Introdução.” DUBY, Georges & PERROT, Michelle.(dir.) História das Mulheres – A Idade Média. Porto - São Paulo; Afrontamento - EBRADIL, 1990. MATOS, Maria Izilda S. de. Por uma História da Mulher. Bauru, SP: EDUSC, 2000. PERROT, Michelle. Escrever uma história das mulheres: relato de experiência. Cadernos Pagu, 4, 1995. SCOTT, Joan W. “El Género: una categoria util para el analisis histórico”. In: AMELANG, James et NASH, Mary (eds.) História y Género. La Mujeres en la Europa Moderna y Contemporanea. Valencia: Edicions Alfons el Magnanim, 1990. _________. Preafácio à Gender and Politics of History. Cadernos Pagu, 3, 1994. _________.

“História das mulheres”. In: BURKE, Peter (org.) A Escrita da História: novas

respectivas. São Paulo:UNESP, 1992. SILVA DIAS, Maria Odila Leite da. Novas subjetividades na pesquisa histórica feminista: uma hermenêutica das diferenças. Estudos Feministas, 2, 1994. SOIHET, Rachel. “História, Mulheres, Gênero: contribuições para um debate”. In: AGUIAR, Neuma (org.). Gênero e Ciências Humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997. VARIKAS, Eleni. Gênero, experiência e subjetividade: a propósito do desacordo Tilly-Scott. Cadernos Pagu, 3, 1994.

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Cf. VARIKAS, Eleni. Gênero, experiência e subjetividade: a propósito do desacordo Tilly-Scott. Cadernos Pagu, 3, 1994, p. 67, e SCOTT, Joan W. “El Género: una categoria util para el analisis histórico”. In: AMELANG, James et NASH, Mary (eds.) História y Género. La Mujeres en la Europa Moderna y Contemporanea. Valencia: Edicions Alfons el Magnanim, 1990. 2 VARIKAS, Eleni. Op.cit.

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SCOTT, Joan W. Preafácio à Gender and Politics of History. Cadernos Pagu, 3, 1994, p. 12. Idem, p.13. 5 Ibidem. 6 SOIHET, Rachel. “História, Mulheres, Gênero: contribuições para um debate”. In: AGUIAR, Neuma (org.). Gênero e Ciências Humanas: desafio às ciências desde a perspectiva das mulheres. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997, p.106. 7 SCOTT, Joan W. Preafácio à Gender and Politics of History., p.20. 8 Idem, p.24. 9 SCOTT, Joan. “História das mulheres”. In: BURKE, Peter (org.) A Escrita da História: novas respectivas. São Paulo:UNESP, 1992. p.91 10 Em nossa dissertação de mestrado, defendida em meados de 2003 pelo Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ, e orientada pela Profa. Dra. Leila Rodrigues da Silva, tínhamos como fonte principal a Legenda Áurea, uma coletânea de hagiografias organizada pelo frei dominicano Jacopo de Varazze, na segunda metade do século XIII. FORTES, Carolina Coelho. Os Atributos Masculinos das Santas na Legenda Áurea: os casos de Maria e Madalena. Dissertação, PPGHIS/UFRJ, 2003. Além de fazer uso dessa mesma fonte, em nossa pesquisa subseqüente nos utilizamos de cinco outros documentos do mesmo período escritos por dominicanos. Apenas dois deles foram escritos conjuntamente por mulheres e homens: a Vida dos Frades e as cartas entre Jordão da saxônia e Ângela de Andaló. 11 SILVA DIAS, Maria Odila Leite da. Novas subjetividades na pesquisa histórica feminista: uma hermenêutica das diferenças. Estudos Feministas, 2, 1994, p. 376. 12 Idem. 13 SCOTT, Joan W. Preafácio à Gender and Politics of History, p. 13. 14 KAPLISCH-ZUBER, Christiane. “Introdução.” DUBY, Georges & PERROT, Michelle.(dir.) História das Mulheres – A Idade Média. Porto - São Paulo; Afrontamento - EBRADIL, 1990, p.22. 15 Chartier também poderia responder à questão levantada por Kaplisch-Zuber de forma bastante adequada, ao afirmar que um objeto importante da história das mulheres é o estudo dos discursos e das práticas manifestas nos vários registros, que garantem que as mulheres de fato sigam as representações dominantes da diferença entre sexos. “Longe de afastar do real, as representações da inferioridade feminina (...) Se inscrevem nos pensamentos e nos corpos de umas e de outros.” (CHARTIER, Roger. Op.cit., p 40.) A diferença sexual é sempre construída pelo discurso que a funda e legitima. 16 MATOS, Maria Izilda S. de. Por uma História da Mulher. Bauru, SP: EDUSC, 2000, p.22. 17 SCOTT, Joan W. Preafácio à Gender and Politics of History, p. 22. 18 REAMES, Sherry. The Legenda Aurea: A reexaminat of its paradoxical History. Wisconsin: University Press, 1 1985 p. 64. 4

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