E se o mar acabasse?

July 15, 2017 | Autor: A. Batel Anjo | Categoria: Science Education, Conservation Biology, Biodiversity, Ecotoxicology, Environemental polution
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E se o mar acabasse? Nuno Negrões – Biólogo, Investigador e Divulgador de Ciência António Batel Anjo – Professor e Divulgador de Ciência

Dia Mundial dos Oceanos, 8 de Junho, tem a finalidade de, a cada ano, fazer um tributo aos oceanos e a sua importância para a vida na Terra. Os Oceanos que para além de tudo fornecem o meio de comunicação privilegiado para o comércio global estão sob ameaça da poluição à escala mundial e em muitos casos o consumo excessivo de

peixes

causou

drásticas

reduções

nas

populações

de

muitas espécies. Imagine um por de sol fantástico numa praia de areia branca imaculada e ondas que chegam à praia de um mar azul-turquesa. Tudo mais que perfeito para um último mergulho ao fim do dia onde se espera ver corais e os peixes de mil cores que dançam ao sabor da corrente.

Mas imagine que um destes dias este cenário muda radicalmente e tudo isto deixa de existir. As águas são turbas, os corais estão mortos e os peixes são substituídos por garrafas de plástico! Um cenário irrealista? Se nada se fizer entretanto talvez venha a ser bem real! Este é um dos problemas maiores que assolam os nossos oceanos. Estima-se que existam mais de 5.250.000 milhões de pedaços de plásticos a passear pelos oceanos, sendo que 269 000 toneladas flutuam à superfície e muito mais estão no fundo dos nossos mares. O problema menor é que este cenário estrague os nossos sonhos de verão! Na verdade este lixo, de natureza muito diversa, é muitas vezes confundido com comida é ingerido pelos animais que habitam os oceanos. As baleias, golfinhos, tartarugas, peixes e até mesmo aves são as vítimas desta alimentação pouco saudável e que provoca a obstrução ou dilaceração do estômago ou do intestino e que acaba causando a sua morte. Estimam-se

que morrem mais de 100.000 animais por ano, muitos destes pertencentes a espécies ameaçadas de extinção. Alguns até sobrevivem a esta má alimentação mas absorvem produtos tóxicos que existem nestes plásticos, como DDT, mercúrio e chumbo. Como eles continuam vivo, não parece ser um grande problema para nós! Não nos podemos esquecer que muitos destes animais de que falamos são peixes que acabam irremediavelmente no nosso prato. Na próxima vez que comer um xaréu, uma garoupa ou for jantar sushi lembre-se do que pode estar a ingerir! Os investigadores ainda não compreendem na totalidade as consequências que isto tem e terá no futuro dos oceanos, seus ecossistemas, as espécies que lá vivem e para a nossa vida. Iniciativas, como o recente Mestrado em Ecologia da Universidade do Lúrio a par de outras movimentações sociais e académicas, podem ser o inico de uma resposta da nossa consciência para estes factos dramáticos. Uma coisa é certa, se nada for feito o sonho de uma noite de verão pode ser estragada por um imenso mar multicolorido de milhões de pedaços de plásticos.

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