Ecologia alimentar do bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans) no P.E. de Itapuã: Relatórios da pesquisa 372-SEMA

May 29, 2017 | Autor: Óscar M. Chaves | Categoria: Primatology, Behavioural Ecology of Primates
Share Embed


Descrição do Produto

Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Relatórios de atividades de pesquisa do projeto 372-SEMA, Parque Estadual de Itapuã 2011-2014

Elaborados por: Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Porto Alegre, 12 de outubro de 2016

1

Relatórios de atividades de pesquisa 2011

2

Relatório parcial Nº 1 Parque Estadual de Itapuã 12 a 21 de setembro de 2011 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas no período de 12 a 21 de setembro 2011 foram: 1.1. Levantamento na Praia da Pedreira Este levantamento foi realizado no dia 13 de setembro. Um grupo de bugios (G3, ver composição na Tabela 1) foi observado em figueiras próximas à área de camping após 4 horas de caminhada. Devido ao fato deste grupo utilizar uma área frequentada por turistas, o grupo é impróprio para os objetivos do projeto. O comportamento dos membros deste grupo sugere que eles já estão habituados à presença humana. 1.2. Levantamentos no Morro do Campista Estes levantamentos foram realizados entre os dias 14 e 19 de setembro. Foi possível a localização de, pelo menos, três grupos de bugios-ruivos em uma zona de encosta com aproximadamente 40 ha. Contudo, parece haver uma sobreposição considerável na área de vida destes grupos, pois eles utilizam algumas áreas de alimentação em comum, o que dificulta a identificação individual. Por isso, só um grupo (G1, ver composição na Tabela 1) foi selecionado para o projeto com base na viabilidade de acompanhamento devido à localização das áreas utilizadas para dormir, a identificação dos seus membros e sua composição, pois contém um filhote dependente com uma ferida na cabeça. O comportamento evasivo dos indivíduos dos grupos sugere que não sejam habituados à presença humana. No entanto, após três dias de acompanhamento, os bugios demonstraram uma maior tolerância à presença do pesquisador. Acredita-se que ainda serão necessários vários meses de acompanhamento para atingir a habituação. 1.3. Levantamentos na Praia da Onça Estes levantamentos foram realizados entre os dias 21 e 23 de setembro. Foi possível localizar dois grupos que utilizam com frequência as mesmas áreas de forrageio no morro a uma distância de 100 m da praia. Por isso, os grupos passam longos períodos em conflitos intergrupais caracterizados por fortes roncos pelos machos adultos. As sessões de vocalização iniciam quando um grupo invade a área de forrageio de outro. Além disso, ambos os grupos foram muito evasivos e os machos adultos não toleraram a aproximação do pesquisador por uma distância menor que 50 m, situação na qual começavam a vocalizar novamente. Após o segundo dia de acompanhamento, os indivíduos de ambos os grupos foram mais tolerantes à presença do pesquisador. Estima-se que será necessário um período de dois a cinco meses de 3

acompanhamento para se atingir a habituação. O grupo G2 (ver composição na Tabela 1) é mais factível para acompanhar porque parece se deslocar menos que o outro grupo e porque suas áreas de descanso já são melhor conhecidas.

Tabela 1. Composição de três grupos de bugio-ruivo observados no Parque Estadual de Itapuã. Grupo G1 G2 G3

Localização Morro do Campista Praia da Onça Praia da Pedreira

Composição* MA FA MS MJ FI 2 2 1 1 0 2 2 1 1 2 2 1 0 1 1

FD Total 1 7 0 8 0 5

*Siglas: MA= macho adulto, FA= fêmea adulta, MS= macho subadulto, MJ= macho juvenil, FI= filhote independente, FD=filhote dependente.

2. Informações dos espécimes coletados Durante esta campanha não foram realizadas coletas de material biológico. As espécies vegetais consumidas pelos bugios foram apenas fotografadas.

3. Informações sobre as amostras de fezes e o conteúdo fecal Nenhuma amostra fecal foi coletada durante esta campanha. Contudo, 16 bolos fecais foram analisados in situ para identificação das sementes encontradas (Tabela 2).

Tabela 2. Quantidade aproximada de sementes de cada espécie nos bolos fecais analisados in situ no Morro do Campista e na Praia da Onça. Espécie Eugenia rostrifolia Syagrus romanzoffiana Ficus cestrifolia Ficus sp. Guaripa opposita Enterolobium contortisiliquum Diospyros inconstans

Família Myrtaceae Arecaceae Moraceae Moraceae Nyctaginaceae Fabaceae Ebenaceae

No. sementes/bolo fecal 6-29 1-9 >100 >100 1-6 1-3 1-3

Porto Alegre, 21 de outubro de 2011.

Óscar M. Chaves

4

Relatório parcial Nº 2 Parque Estadual de Itapuã 28 outubro-7 novembro de 2011 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas no período de 28 de outubro a 7 de novembro 2011 foram: 1.4. Acompanhamento de grupo de bugios no Morro do Campista Durante os primeiros dias desta campanha acompanhei o grupo G1 no Morro do Campista. O objetivo principal foi continuar a habituação do grupo, saber melhor as áreas utilizadas pelos bugios para sua alimentação, descanso e atividades sociais. Em geral, os indivíduos foram relativamente tolerantes à presença do pesquisador e não responderem com vocalizações fortes como aconteceu na campanha anterior. Depois desses 5 dias foi possível determinar que o grupo concentra suas atividades em uma área de 2 ha localizada nas coordenadas 30º23′305”S, 51º02′545”O. Além disso, as principais espécies de plantas consumidas pelos bugios nesta campanha foram identificadas (Tabela 1). Tabela 1. Lista das principais plantas utilizadas como alimento pelos bugios do Morro do Campista. Espécie Allophylus edulis Guaripa opposita Chrysophyllum inornatum Coussapoa microcarpa Ficus cestrifolia Syagrus romanzoffiana Machaerium sp.

Família Sapindaceae Nyctaginaceae Sapotaceae Moraceae Moraceae Arecaceae Leguminosae

Item consumido Fruto maduro Fruto maduro e verde Fruto maduro Fruto maduro e verde Fruto maduro e verde Fruto maduro Folhas novas

1.5. Acompanhamento de grupo de bugios na Praia da Onça Estes acompanhamentos foram realizados nos últimos 5 dias da campanha e foi possível observar até 4 grupos distintos na área de estudo. Entretanto, os acompanhamentos e habituação foram enfocados no grupo G2. O macho adulto deste grupo foi mais tolerante à presença do pesquisador em comparação com a campanha anterior. Em geral, o grupo G2 fez suas atividades (e.g., alimentação, descanso, locomoção) de forma relativamente normal, mais ainda é preciso continuar com a habituação sistemática do grupo. 5

O grupo concentra suas atividades em uma área de 4 ha localizada nas coordenadas 30º20′985”S, 51º02′910”O. Foi possível verificar que o grupo utiliza com frequência as mesmas áreas de forrageio utilizadas por outros dois grupos. 1.6. Georreferenciação e amostragem fenológica de plantas. Com o objetivo de estimar a disponibilidade de alimento para os bugios nas duas áreas de estudo, Morro do Campista e Praia da Onça, foram amostradas entre 3 e 6 plantas das 20 espécies listadas na Tabela 2. As amostragens seguiram a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974). De acordo com este método, utilizando binóculos 10 x 42 se faz uma varredura de toda a copa a fim de estimar a quantidade de cada item vegetal (e.g., folhas maduras e novas, frutos maduros e verdes, flores) em uma escala de 0 (ausência do item) até 4 (75-100%). Tabela 2. Espécies de plantas consideradas nas amostragens de fenologia no Morro do Campista e Praia da Onça. Família

Sapindaceae Salicaceae Cannabaceae Sapotaceae Urticaceae Ebenaceae Leguminosae Erythroxylaceae Moraceae Clusiaceae Nyctaginaceae Leguminosae Malvaceae Celastraceae Primulaceae Euphorbiaceae Moraceae Arecaceae Meliaceae Rutaceae

Espécie

Allophylus edulis (A.St.-Hil., A.Juss. & Cambess.) Radlk. Banara parviflora (A. Gray) Benth. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Chrysophyllum inornatum Mart. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Diospyros inconstans Jacq. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Erythroxylum argentinum O.E.Schulz Ficus cestrifolia Schott Garcinia gardneriana Guaripa opposita (Vell.) Reitz Inga striata Benth Luehea divaricata Mart. Maytenus sp. Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Sebastiania sp. Sorocea bonplandii (Baill.) Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Trichilia claussenii C. DC. Zanthoxylum caribaeum Lam.

Forma de vida Árvore Árvore Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Palma Árvore Árvore

2. Informações dos espécimes coletados Durante esta campanha só foram realizadas coletas de dois ramos de cada espécie citada na Tabela 3. Tabela 3. Espécies de plantas coletadas no Morro do Campista e Praia da Onça.

6

Espécie Chrysophyllum inornatum Inga striata Passiflora sp.1 Passiflora sp.2 Allophylus edulis Coussapoa microcarpa .

Família Sapotaceae Leguminosae Passifloraceae Pasifloraceae Sapindaceae Moraceae

Item (s) coletado Ramo com frutos Ramo de folhas Ramo com fruto e flores Ramo com fruto e flores Ramo com frutos Frutos

3. Informações sobre as amostras de fezes e o conteúdo fecal Foram coletadas 18 amostras de fezes de diferentes indivíduos do grupo G1. As espécies de sementes mais comuns pertenciam a Allophylus edulis, Guaripa opposita e Coussapoa microcarpa. Também foram coletadas outras 10 fezes para fazer análises de parasitos intestinais. No grupo G2 foram coletadas 14 fezes de diferentes indivíduos e as espécies de sementes mais comuns pertenciam a Allophylus edulis, Guaripa opposita e Chrysophyllum inornatum. Também foram coletadas outras 9 fezes para fazer análises de parasitos intestinais. As análises parasitológicas serão realizadas no Laboratório de parasitologia Biomédica da Faculdade de Biociências da PUCRS pelo pós-doutorando Felipe Amorim Fernandes. Os resultados serão disponibilizados na ocasião oportuna.

Porto Alegre, 9 de novembro de 2011.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

Relatório parcial Nº 3 Parque Estadual de Itapuã 22 novembro a 1 de dezembro de 2011

7

Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram: 1.1. Habituação dos grupos do estudo e acompanhamentos sistemático Durante esta campanha foram acompanhados os dos grupos de estudo (i.e., grupo de Morro do Campista e grupo da Praia da Onça) com o objetivo de continuar com a habituação dos animais a presença do pesquisador e para conhecer melhor suas áreas de alimentação, descanso e atividades sociais. Esses acompanhamentos foram feitos durante 4-5 dias consecutivos por grupo, utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas a intervalos de 10 min durante os quais se observar cada individuo durante ca. 30 s e se registrar a atividade predominante (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos. Também foi observado o padrão de defecação, o seja, sem os animais defecam de forma isolada ao longo de sua área de vida ou de forma simultânea dentro das latrinas produzindo grandes conglomerados de fezes. .Durante tudas as observaciones foram usados binócultos de alta resolução (Swarosvki SLC 10x42) o que garantir a calidade das observaciones independentemente das condiciones de luminosidade e estrato vertical utilizados pelos animais. Em geral, depois dos acompanhamentos do novembro os indivíduos foram mais tolerantes a presença do pesquisador e não responder com vocalizações fortes como aconteceu em as campanhas anteriores.

1.2. Georreferenciação e amostragem de fenologia de plantas. Para estimar a disponibilidade de alimento para os grupos de estudo, em cada sito de estudo foram referenciadas entre 3 e 7 plantas das 25 espécies listadas na Tabela 1 utilizando 8

um GPS de alta precisão (Garmin 60CSx). Essas espécies foram eleitas devido a que são reportadas como as espécies mais consumidas pelos bugios ruivos ao longo de sua distribuição geográfica em Brasil (revisão por Chaves & Bicca-Marques, artigo submetido em American Journal of Primatology) e porque os dados preliminares indicar que elas também são importantes em nos 6 grupos de estudo. Em total, foram amostradas 188 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). De acordo com esse método, em cada árvore se faz uma varredura de toda a copa (usando binóculos 10 x 42) a fim de estimar a quantidade de cada item vegetal (i.e., folhas maduras e novas, frutos maduros e verdes, flores) em uma escala de 0 (ausência do item) até 4 (75-100%). Os dados de fenologia ainda não são analisados, mas no campo é possível observar uma clara correlação entre a composição da dieta e a disponibilidade estacional dos recursos, particularmente em o caso dos frutos e flores.

Tabela 1. Espécies de plantas consideradas nas amostragens de fenologia nos sitos do estudo. Família

Sapindaceae Salicaceae Meliaceae Salicaceae Cannabaceae Sapotaceae Urticaceae Ebenaceae Leguminosae Erythroxylaceae Myrtaceae Moraceae Moraceae Clusiaceae Nyctaginaceae Leguminosae Malvaceae Celastraceae Primulaceae Primulaceae Euphorbiaceae Moraceae Arecaceae Meliaceae Rutaceae

Espécie

Allophylus edulis (A.St.-Hil., A.Juss. & Cambess.) Radlk. Banara parviflora (A. Gray) Benth. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Casearia sylvestris Sw. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Chrysophyllum inornatum Mart. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Diospyros inconstans Jacq. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Erythroxylum argentinum O.E.Schulz Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Garcinia gardneriana Guaripa opposita (Vell.) Reitz Inga striata Benth Luehea divaricata Mart. Maytenus sp. Myrsine coriaceae (Aubl.) Kuntze Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Sebastiania serrata (Baill. ex Müll.Arg.) Müll.Arg. Sorocea bonplandii (Baill.) Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Trichilia claussenii C. DC. Zanthoxylum caribaeum Lam.

Forma de vida Árvore Árvore Árvore Árvoreta Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Palma Árvore Árvore

9

1.3.Coleta de material Durante os acompanhamentos deste mês foram coletadas amostras de plantas (3 amostras de cada uma) consumidas pelos bugios com a finalidade de estabelecer uma coleção de refencia e constatar a identidade de cada p lanta no herbário. Em total foram coletadas amostras (1-4 ramos) das 8 espécies indicadas na tablela 2. A nomenclatura taxonômica estará atualizada de acordo com as bases de dados do Royal Botanical Garden e Missouri Botanical Garden (http://www.theplantlist.org/). O material coletado será depositado como espécimes-testemunho no herbário da UFRGS, no herbário do Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS, e no Laboratório do Primatología da PUCRS. É importante clarificar que a maior partes dessas amostras foram coletadas do chão pelo que não foi preciso utilizar podadora extensível.

Tabela 2. Lista das plantas coletadas durante o mês de novembro no PE Itapuã. Família Salicaceae Myrtaceae Leguminosae Sapotaceae Urticaceae Leguminosae Myrtaceae Anacardiaceae

Espécie Banara parviflora (A. Gray) Benth. Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. Canavalia bonariensis Chrysophyllum inornatum Mart. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Erythrina falcata Benth. Eugenia rostrifolia D.Legrand Lithraea brasiliensis Marchand

Forma de No. de vida ramos Arvore 2 Arvore 3 Trepadeira 1 Arvore 4 Arvore 3 Arvore 2 Arvore 3 Arvore 3

Também foram coletadas um total de 43 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analises preliminares de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto. O resultado dos analises de laboratório provavelmente estar pronto para janeiro ou fevereiro de 2012. Além de essas fezes, também foram coletadas outras 16 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Pari isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm (ver Fig. 1).

10

Figura 1. Peneiras utilizadas para analisar contendo de sementes nas fezes de bugio. A peneira da direita tem furos de 4 mm e a peneira da esquerda tem furos de 1 mm.

2. Resultados preliminares da dieta Depois do analise preliminar de ca. 74 horas acompanhamento em os grupos do estudo se identificar um total de 21 espécies de plantas (incluindo lianas e trepadeiras). Em a Tabela 3 se indicar alguns das espécies más comuns em a dieta (ver Tabela 3).

Tabela 3. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelos diferentes grupos de Itapuã durante o mês de novembro de 2011. Família Bignoniaceae Sapindaceae Bignoniaceae Salicaceae Myrtaceae Leguminosae Cannabaceae Sapotaceae Urticaceae Bignoniaceae

Espécie Adenocalymma marginatum (Cham.) DC. Allophylus edulis (A.St.-Hil., A.Juss. & Cambess.) Radlk. Amphilophium crucigerum (L.) L.G.Lohmann Banara parviflora (A. Gray) Benth. Campomanesia guaviroba (DC.) Kiaersk. Canavalia bonariensis Celtis sp. Chrysophyllum inornatum Mart. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann

Forma de vida Liana Arvore Liana Arvore Arvore Trepadeira Liana Arvore Arvore Trepadeira 11

Item1 flor fl,F fl fl,F F flor fl F,f F,f FL,fl

Leguminosae Leguminosae Erythroxylaceae Moraceae Moraceae Apocynaceae Nyctaginaceae Leguminosae Asteraceae Myrtaceae Arecaceae 1

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Erythrina falcata Benth. Erythroxylum argentinum O.E.Schulz Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Forsteronia leptocarpa (Hook. & Arn.) A.DC. Guapira opposita (Vell.) Reitz Machaerium sp. Mikania involucrata Myrciaria cuspidata O.Berg Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

Arvore fl,for,F Arvore flor Arvore fl Arvore fl,f,F Arvore fl,FL Trepadeira fl Arvore fl,f,F Arvore FL,fl Trepadeira FL,fl Arvore F,f Palma F,f

Item consumido: F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

Porto Alegre, 14 de dezembro de 2011.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

12

Relatórios de atividades de pesquisa 2012

13

Relatório parcial Nº 1-2012 Parque Estadual de Itapuã 11-18 de janeiro de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram basicamente as mesmas descritas no último relatório do 2011, mas enfocadas no grupo da Praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático do grupo da Praia da Onça Durante esse período foram acompanhados por 5 dias consecutivos o grupo da Praia da Onça (30º 20′ 548”S, W 51º 02′ 339” W). Esses acompanhamentos foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos. Também foi observado o padrão de defecação, o seja, sem os animais defecam de forma isolada ao longo de sua área de vida ou de forma simultânea dentro das latrinas produzindo grandes conglomerados de fezes. Em geral, o padrão de defecação predominante foi agregado (93% de 23 fezes).

1.4. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos Durante os dias 16-17 de janeiro foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies listadas na Tabela 1. Em total, foram amostradas 93 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974). De acordo com esse método, em cada árvore se faz uma varredura de toda a copa (usando binóculos 10 x 42) a fim de estimar a quantidade de cada item vegetal (i.e., folhas maduras e novas, frutos maduros e verdes, flores) em uma escala de 0 (ausência do item) até 4 (75-100%). Das espécies indicadas na Tabela 1, unicamente seis (Ficus cestrifolia, Coussapoa microcarpa, Diospyros inconstans, Inga 14

striata, Garcinia gardneriana, e Trichilia claussenii) tinha frutos. As outras espécies apenas tinham folhas.

Tabela 1. Espécies de plantas consideradas nas amostragens de fenologia nos sitos do estudo. Família

Sapindaceae Salicaceae Meliaceae Salicaceae Cannabaceae Sapotaceae Urticaceae Ebenaceae Leguminosae Erythroxylaceae Myrtaceae Moraceae Moraceae Clusiaceae Nyctaginaceae Leguminosae Malvaceae Celastraceae Primulaceae Primulaceae Euphorbiaceae Moraceae Arecaceae Meliaceae Rutaceae

Espécie

Forma de vida

Allophylus edulis (A.St.-Hil., A.Juss. & Cambess.) Radlk. Banara parviflora (A. Gray) Benth. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Casearia sylvestris Sw. Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Chrysophyllum inornatum Mart. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Diospyros inconstans Jacq. Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Erythroxylum argentinum O.E.Schulz Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Garcinia gardneriana Guaripa opposita (Vell.) Reitz Inga striata Benth Luehea divaricata Mart. Maytenus sp. Myrsine coriaceae (Aubl.) Kuntze Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Sebastiania serrata (Baill. ex Müll.Arg.) Müll.Arg. Sorocea bonplandii (Baill.) Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Trichilia claussenii C. DC. Zanthoxylum caribaeum Lam.

Árvore Árvore Árvore Árvoreta Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Palma Árvore Árvore

1.5.Coleta de material Em total foram coletados 3 ramos das 6 espécies indicadas na tablela 2. É importante clarificar que a maior partes dessas amostras foram coletadas do chão pelo que não foi preciso utilizar podadora extensível.

Tabela 2. Lista das plantas coletadas na Praia da Onça. 15

Família Passifloraceae Menispermaceae Anacardiacea Fabaceae Clusiaceae

Espécie Pasiflora elegans Hyperbaena domingensis Lithraea brasiliensis Inga striata Garcinia gardneriana

Forma de No. de vida ramos Trepadeira 3 Trepadeira 3 Arvore 4 Arvore 3 Arvore 3

Também foram coletadas um total de 22 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os análises de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 19 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm.

2. Resultados preliminares Durante esta campanha de campo o grupo de Praia da Onça se alimentar de um total de 13 espécies de plantas (incluindo lianas e trepadeiras, Tabela 3).

Tabela 3. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo de Praia da Onça durante o mês de janeiro de 2012. Família Cannabaceae Urticaceae Bignoniaceae Moraceae Moraceae Apocynaceae Nyctaginaceae Leguminosae Asteraceae Clusiaceae Passifloraceae Fabaceae Anacardiacea 1

Espécie Celtis sp. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Forsteronia leptocarpa (Hook. & Arn.) A.DC. Guapira opposita (Vell.) Reitz Machaerium sp. Mikania involucrata Garcinia gardneriana Passiflora elegans Inga striata Lithraea brasiliensis

Forma de vida Liana Arvore Trepadeira Arvore Arvore Trepadeira Arvore Arvore Trepadeira Arvore Trepadeira Arvore Arvore

Item consumido: F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

16

Item1 FL, fl F,f FL,fl fl,f,F fl,FL fl fl FL,fl FL,fl F F F F

Finalmente, nas fezes analisadas se encontrar sementes das seguintes 7 espécies: Lithraea brasiliensis, Garcinia gardneriana, Passiflora elegans, Ficus cestrifolia, F. luschnathiana, e Coussapoa microcarpa.

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

17

Relatório parcial Nº 2-2012 (8-14 fevereiro) Parque Estadual de Itapuã 3 de março de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Esses acompanhamentos dos bugios deste grupo foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos. Também foi observado o padrão de defecação, o seja, sem os animais defecam de forma isolada ao longo de sua área de vida ou de forma simultânea dentro das latrinas produzindo grandes conglomerados de fezes. Em geral, o padrão de defecação predominante foi agregado (93% de 33 fezes).

1.6. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos Durante os dias 8 e 13 de fevereiro foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 88 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). De acordo com esse método, em cada árvore se faz uma varredura de toda a copa (usando binóculos 10 x 42) a fim de estimar a quantidade de cada item vegetal (i.e., folhas maduras e novas, frutos maduros e verdes, flores) em uma escala de 0 (ausência do item) até 4 (75-100%). Em geral, unicamente cinco espécies tiveram frutos maduros para esta data: Garcinia gardneriana, Ficus cestrifolia, Banara parviflora, Vitex megapotamica, e Inga striata, e sete espécies tiveram frutos verdes: Syagrus romanzoffiana, Coussapoa microcarpa, Diospyros inconstans, Sebastiania sp., 18

Trichilia claussenii, Erythroxylum argentinum, e Celtis iguanaea. As outras espécies apenas tinham folhas e/ou flores.

1.7.Coleta de material Em total foram coletados 3 ramos das 4 espécies indicadas na tablela 1. É importante clarificar que a maior partes dessas amostras foram coletadas manualmente ou no chão pelo que não foi preciso utilizar podadora extensível.

Tabela 1. Lista das plantas coletadas no Morro do Campista Família Lamiaceae Cannabaceae Erythroxylaceae Clusiaceae

Espécie Vitex megapotamica Celtis iguanaea Erythroxylum argentinum Garcinia gardneriana

Forma de No. de vida ramos Trepadeira 3 Trepadeira 3 Arvore 4 Arvore 3

Também foram coletadas um total de 27 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 15 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm.

2. Resultados preliminares Durante esta campanha de campo o grupo de Morro do Campista se alimentar de um total de 14 espécies de plantas (incluindo lianas e trepadeiras, Tabela 2). No entanto, ca. 70% dos registros de alimentação foram enfocados na espécie G. gardneriana (bacoparí), espécie que até agora não foi relatada como fonte de alimento para os bugios em nehum dos estudos publicados (revisado por Chaves & Bicca-Marques, em prensa). A preferencia dos bugios por os frutos de bacoparí pode ter importantes implicações regeneración e dinámica poblacional desta espécies, mas ainda se precisar de mais anos de amostragem e estudos complementar para para obter resultados mais robustos.

Tabela 2. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo de Morro do Campista durante o mês de fevereiro de 2012. Família

Espécie

Forma de 19

Item1

Salicaceae Cannabaceae Urticaceae Bignoniaceae Moraceae Moraceae Nyctaginaceae Leguminosae Clusiaceae Fabaceae Euphorbiaceae Arecaceae Bignoniaceae Anacardiacea 1

Banara parviflora Celtis sp. Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Guapira opposita (Vell.) Reitz Machaerium sp. Garcinia gardneriana Inga striata Sebastiania brasiliensis Syagrus romanzoffiana Tabebuia sp. Lithraea brasiliensis

vida Árvore Liana Arvore Trepadeira Arvore Arvore Arvore Arvore Arvore Arvore Árvore Palma Arvore Arvore

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

Finalmente, nas fezes analisadas se encontrar sementes das seguintes 5 espécies: Garcinia gardneriana, Vitex megapotamica, Lithraea brasiliensis, Ficus cestrifolia, e Coussapoa microcarpa.

Porto Alegre, 4 de março de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

20

F FL, fl F,f FL,fl fl,f,F fl,FL fl FL,fl F F fl Fw Fw F

Relatório parcial Nº 3-2012 (6-12 abril) Parque Estadual de Itapuã 2 de maio de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos do grupo em Morro do Campista Durante os acompanhamentos dos bugios foram se registrar o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em total os bugios usaram 16 espécies de plantas: 12 árvores, 2 lianas, 1 trepadeira e 1 palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies das 16 plantas consumidas pelos bugios de Morro do Campista durante abril de 2012. Família

Espécie Amphilophium crucigerum (L.)

Forma de vida

Item1

Bignoniaceae

L.G.Lohmann

Liana

FL,fl

Annonaceae

Annona cacans Warm.

Árvore

F,FL,Fl

Salicaceae

Banara parviflora (A. Gray) Benth.

Árvore

F

Cannabaceae

Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.

Liana

F,FL,fl

Boraginaceae

Cordia ecalyculata

Árvore

F

Urticaceae

Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini

Árvore

F,f

Ebenaceae

Diospyros inconstans

Árvore

F

Bignoniaceae

Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann

Trepadeira

FL,fl

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

Árvore

fl,f,F

Moraceae

Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.

Árvore

fl,FL

Nyctaginaceae

Guapira opposita (Vell.) Reitz

Árvore

fl

Malvaceae

Luehea divaricata Mart.

Árvore

Fw,f

21

Euphorbiaceae

Sebastiania serrata

Árvore

Fl,f

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

Palma

Fw

Meliaceae

Trichilia claussenii C. DC.

Árvore

F

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Árvore

Fl

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

1.8. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos Durante os dias 11-12 de abril foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 82 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 68% das 25 espécies amostradas tiveram frutos (maduros e/ou verdes) em março (ver Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de março na Praia da Onça. Família Annonaceae Cannabaceae

Annona cacans Celtis iguanaea

Espécie

Forma de vida Árvore Trepadeira Árvore

Sapotaceae Boraginaceae

Chrysophyllum gonocarpum Cordia ecalyculata

Urticaceae

Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini

Árvore

Ebenaceae Fabaceae Myrtaceae

Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Eugenia rostrifolia D.Legrand

Árvore Árvore Árvore

Moraceae Moraceae Menispermaceae Malvaceae

Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Hyperbaena domingensis Luehea divaricata Mart.

Árvore Árvore Trepadeira Árvore

Euphorbiaceae Loganiaceae Arecaceae

Sebastiania brasiliensis Strychnos brasiliensis Syagrus romanzoffiana

Árvore Trepadeira Palma

Meliacea Rutaceae

Trichilia claussenii Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Árvore

Árvore Árvore

Tipo de fruto Maduro Maduro verde Maduro Maduro e verde Maduro e verde verde verde Maduro e verde verde verde verde Maduro e verde Maduro verde Maduro e verde Maduro

22

1.9.Coleta de material Foram coletados 3 ramos das lianas Amphilophium crucigerum e Celtis iguanaea. É importante clarificar que a maior partes dessas amostras foram coletadas manualmente ou no chão pelo que não foi preciso utilizar podadora extensível. Também foram coletadas um total de 24 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 15 fezes frescas para analisar o contendo de sementes.

Porto Alegre, 2 de maio de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

23

Relatório parcial Nº 5-2012 (5-11 de maio) Parque Estadual de Itapuã 2 de junho de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Praia da Onça 1.1. Acompanhamentos Durante os acompanhamentos dos bugios se registrar o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em total os bugios usaram 16 espécies de plantas: 8 árvores, 4 lianas, 1 trepadeiras, 2 epífitas e 1 palma (Tabela 1). No entanto, a diversidade de espécies consumidas por dia variou entre 5 e 11 espécies.

Tabela 1. Lista das espécies das 16 plantas consumidas pelos bugios de Morro do Campista durante maio de 2012. Família

Espécie Amphilophium crucigerum (L.)

Bignoniaceae

L.G.Lohmann

Annonaceae

Annona sylvatica A. St.-Hil.

Aristolochiaceae

Aristolochia triangularis Cham.

Salicaceae

Casearia decandra Jacq.

Cannabaceae

Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.

Ebenaceae

Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum

Fabaceae

(Vell.) Morong

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

Nyctaginaceae

Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Compositae

Mikania glomerata Spreng.

F.V.

Item1

Liana

FL,fl

araticum

Árvore

FL,fl

papo-de-peru

Trepadeira

FL

guaçatonga

Árvore

F

esporão-de-galo

Liana

F,FL,fl

caquisinho

Árvore

F,FL

Árvore

F,f

figueira

Árvore

fl,f,F

Maria-molle

Árvore

FL

guaco-liso

Liana

fl

Nome popular pente-de-macaco

timbaúva

24

Apocinaceae

Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso Orthosia scoparia

Nyctaginaceae

Pisonia aculeata

Cactaceae

Rhipsalis teres (Vell.) Steud.

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Lauraceae

1

imbúia

Árvore

FL

Epifita

Fw, F

Liana

FL

Epifita

F

jerivá

Palma

F,f

Mamica de cadela

Árvore

Fl

espora-de-galo

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

Interessantemente, esta é a primeira vez que se registra o consumo da epifita Orthosia scoparia pelos bugios-ruivos ao longo de sua distribuição. No entanto, eu acho que provavelmente isso é devido a que esta espécie é erroneamente identificada como Ripsalis sp. em estudos prévios.

1.10.

Fenologia de plantas e disponibilidade de rec ursos

Durante os dias 11-12 de abril foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 91 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 73% das 25 espécies amostradas teve frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de março na Praia da Onça. Família Cannabaceae

Espécie Celtis iguanaea

Sapotaceae Urticaceae Ebenaceae Fabaceae Myrtaceae Moraceae Moraceae Menispermaceae Malvaceae

Chrysophyllum gonocarpum Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Hyperbaena domingensis Luehea divaricata Mart.

Euphorbiaceae

Sebastiania brasiliensis

Loganiaceae Arecaceae

Strychnos brasiliensis Syagrus romanzoffiana

Nome popular esporão-de-galo Aguaí-da-serra

Tipo de fruto Maduro Maduro e verde

Mata-pau caquisinho timbauva figueira figueira Trepadeira açoita-cavalo

Maduro e verde Maduro Maduro e verde verde Maduro e verde Maduroe e verde verde Maduro e verde

leteiro, mata-berne

Maduro

esporão-de-galo

jerivá

Maduro Maduro e verde

25

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Mamica-de-cadela

Maduro

1.11. Coleta de material Solamente foram coletados 3 ramos de Casearia decandra e da epifita Orthosia scoparia para realizar a identificaçao no laboratório de botánica da PUCRS. Também foram coletadas um total de 32 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS.

Porto Alegre, 2 de junho de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

26

Relatório parcial Nº 7-2012 (8-12 de julho) Parque Estadual de Itapuã 3 de agosto de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista 1.1. Acompanhamentos Os acompanhamentos deste mês foram limitados pela constante chuva e nubocidade presente ao longo dos seguimentos. Por isso, solamente foi possível obter uma descrição parcial da dieta dos bugios. Se registrar o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em total os bugios usaram 11 espécies de plantas: 6 árvores, 3 lianas e 1 palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios de Morro do Campista durante junho de 2012. Família

Espécie Amphilophium crucigerum (L.)

F.V.

Item1

Liana

FL,fl

ipé

Arvore

F

esporão-de-galo

Liana

F,FL,fl

caquisinho

Árvore

F,FL

Nome popular pente-de-macaco

Bignoniaceae

L.G.Lohmann

Bignoniaceae

Tabebuia alba

Cannabaceae

Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg.

Ebenaceae

Diospyros inconstans

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

figueira

Árvore

fl,f,F

Moraceae

Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.

figueira

Árvore

fl,f,F

Nyctaginaceae

Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Maria-molle

Árvore

FL

Compositae

Mikania glomerata Spreng.

guaco-liso

Liana

fl

Euphorbiaceae

Sebastiania serrata

branquilho

Tree

FL

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

jerivá

Palma

F,f

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Mamica de cadela

Árvore

FL

27

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

1.12.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante os dias 11 e 12 de junho foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 86 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 70% das 25 espécies amostradas tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de junho 2012 no Morro do Campista. Família Cannabaceae Cactaceae

Espécie Celtis iguanaea Cereus hildmannianus K.Schum.

Nome popular esporão-de-galo

Sapotaceae Ebenaceae Fabaceae Myrtaceae Moraceae Moraceae Menispermaceae Malvaceae

Chrysophyllum gonocarpum Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Hyperbaena domingensis Luehea divaricata Mart.

Aguaí-da-serra

Tipo de fruto Maduro Madure e verde Maduro e verde

caquisinho timbauva batinga-vermelha figueira figueira Trepadeira açoita-cavalo

Maduro Maduro verde Maduro e verde Maduroe e verde verde Maduro e verde

Euphorbiaceae

Sebastiania brasiliensis

leteiro, mata-berne

Maduro

esporão-de-galo

Loganiaceae Arecaceae

Strychnos brasiliensis Syagrus romanzoffiana

jerivá

Maduro Maduro e verde

1.13. Coleta de material Foram coletadas um total de 12 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS.

Porto Alegre, 3 de julho de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências

28

Relatório parcial Nº 8-2012 (8-13 e 28-31 de julho) Parque Estadual de Itapuã 3 de agosto de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Praia da Onça 1.1. Acompanhamentos Durante este mês se registrar o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em total os bugios usaram 13 espécies de plantas: 9 árvores, 3 lianas e 1 palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios de Praia da Onça durante julho de 2012. Família Sapindaceae

F.V. Árvore

Item1 Fw

Liana

FL,fl

caquisinho

Árvore

F,FL

Espécie Allophylus edulis

Nome popular Chal-chal

Amphilophium crucigerum (L.)

pente-de-macaco

Bignoniaceae

L.G.Lohmann

Ebenaceae

Diospyros inconstans

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

figueira

Árvore

fl,f,F

Moraceae

Ficus luschnathiana (Miq.) Miq.

figueira

Árvore

fl,f,F

Nyctaginaceae

Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Maria-molle

Árvore

FL,fw

Sapindaceae

Matayba elaeagnoides Radlk.

camboatá-branco

Árvore

FL

Compositae

Mikania glomerata Spreng.

guaco-liso

Liana

fl

Lauraceae

Ocotea porosa

canela

Árvore

FL

Nyctaginaceae

Pisonia aculeata L.

esporão-de-galo

Liana

F,FL,fl

Euphorbiaceae

Sebastiania serrata

branquilho

Árvore

FL

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

jerivá

Palma

F,f

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Mamica-de- cadela

Árvore

FL

29

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

1.14.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante os dias 11 e 12 de junho foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 86 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 60% das 25 espécies amostradas tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de julho 2012 na praia da Onça. Família

Espécie

Nome popular Aguaí-da-serra

Tipo de fruto Maduro e verde

Sapotaceae Ebenaceae Myrtaceae Moraceae Moraceae Menispermaceae Malvaceae

Chrysophyllum gonocarpum Diospyros inconstans Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Hyperbaena domingensis Luehea divaricata Mart.

caquisinho batinga-vermelha figueira figueira Trepadeira açoita-cavalo

Maduro verde Maduro e verde Maduroe e verde verde Maduro e verde

Cactaceae Rubiaceae Arecaceae

Rhipsalis teres (Vell.) Steud. Psychotria carthagenensis Syagrus romanzoffiana

Cactus macarrao Café-do-mato jerivá

Maduro Maudro Maduro e verde

1.15. Levantamentos de plantas Como parte das atividades do projeto Projeto Nº 372-SEMA (Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat) foi realizado o primeiro levantamento de plantas na área de vida do grupo de bugios-ruivos da praia da Onça. Neste levantamento participaram um total de seis pessoas vinculadas com a PUCRS (graduados e estudantes). Depois de quatro dias de trabalho de campo se amostraram um total de 1322 plantas correspondentes a 90-120 espécies de plantas (incluindo trepadeiras) dentro de 7500 m2 amostrados. No entanto, o numero total de espécies na área provavelmente é maior, pois o levantamento foi feito exclusivamente dentro da área de vida do grupo de estudo. 1.16. Coleta de material Foram coletadas um total de 28 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no

30

projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Similarmente, durante os levantamentos de plantas foram coletados três ramas das seguintes 13 espécies:

Família Annonaceae Salicaceae

Espécie Annona c.f. sylvatica Banara parviflora

Sapotaceae Boraginaceae Bignoniaceae

Chrysophyllum gonocarpum Cordia americana Cybistax antisyphilitica

Ebenaceae Myrtaceae Myrtaceae Sapindaceae Myrtaceae Lauraceae Lauraceae Rosaceae

Diospyros inconstans Eugenia sp1 Eugenia sp2 Matayba elaeagnoides Myrcianthes pungens Ocotea sp1 Ocotea sp2 Prunus sp1

Nome popular Farinha-seca Aguaí-da-serra guajuvira caquisinho

camboatá-branco canela canela

Porto Alegre, 3 de agosto de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

31

Anexo Fotos do time de trabalho durante os levantamentos de plantas na praia da Onça

32

Relatório parcial Nº 9-2012 (7-12 de agosto) Parque Estadual de Itapuã 30 de agosto de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista 1.1. Acompanhamentos Durante este mês se registrar o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em total os bugios usaram 14 espécies de plantas: 11 árvores, 2 lianas e 1 palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios de Morro do Campista durante agosto de 2012. Família Sapindaceae

Espécie Allophylus edulis

F.V. Árvore

Item1 Fw

Liana

FL,fl

aracutim

Árvore

FL

farinha-seca

Árvore

FL

matapau

Árvore

f

caquisinho

Árvore

F,FL

figueira

Árvore

fl,f,F

Trepadeira

ML

Maria-molle

Árvore

FL,fw

canela

Árvore

FL

branquilho

Árvore

FL

jerivá

Palma

F,f

Ipê-amarelo

Árvore

FL

Mamica-de- cadela

Árvore

FL

Nome popular Chal-chal pente-de-macaco

Bignoniaceae

Amphilophium crucigerum

Annonacae

Annona sylvatica

Salicaceae

Banara parviflora (A. Gray) Benth.

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

Ebenaceae

Diospyros inconstans

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

Apocynacae

Forsteronia leptocarpa

Nyctaginaceae

Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Lauraceae

Ocotea porosa

Euphorbiaceae

Sebastiania serrata

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

Bignonaceae

Tabebuia alba

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

33

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

1.17.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante os dias 11 e 12 de junho foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 75 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 43% das 25 espécies amostradas tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de agosto 2012 no Morro do Campista. Família

Espécie

Sapotaceae Ebenaceae Myrtaceae Moraceae Moraceae Menispermaceae Malvaceae

Chrysophyllum gonocarpum Diospyros inconstans Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Hyperbaena domingensis Luehea divaricata Mart.

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

1.18.

Nome popular Aguaí-da-serra

Tipo de fruto Maduro e verde

caquisinho batinga-vermelha figueira figueira Trepadeira açoita-cavalo

Maduro verde Maduro e verde Maduroe e verde Maduro Maduro

jerivá

Maduro e verde

Coleta de material Foram coletadas um total de 36 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo

de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Até agora foram analizadas 18 amostras e foram encontradas as seguintes 5 espécies: Família Arecaceae

Espécie Syagrus romanzoffiana

Sapotaceae Ebenaceae Moraceae

Chrysophyllum gonocarpum Diospyros inconstans Ficus cestrifolia Schott

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

Nome popular jerivá Aguaí-da-serra caquisinho figueira matapau

34

Porto Alegre, 30 de agosto de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

35

Relatório parcial Nº 10-2012 (6-12 de setembro) Parque Estadual de Itapuã 03 de outubro de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Praia da Onça 1.1. Acompanhamentos Durante este mês se registrar o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em total os bugios usaram 16 espécies de plantas: 11 árvores, 3 lianas e 1 palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios da Praia da Onça durante agosto de 2012. Família Sapindaceae

Espécie Allophylus edulis

F.V. Árvore

Item1 fl

Liana

FL,fl

farinha-seca

Árvore

fl

Nome popular Chal-chal pente-de-macaco

Bignoniaceae

Amphilophium crucigerum

Salicaceae

Banara parviflora (A. Gray) Benth.

Cannabaceae

Celtis iguanaea

esporão-de-galo

Liana

fl

Apotaceae

Chrysophylum marginatum

Aguaí-da-serra

Árvore

f

Boraginaceae

Cordia americana

guajuvira

Árvore

fl

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

matapau

Árvore

fl,f

Ebenaceae

Diospyros inconstans

caquisinho

Árvore

F,FL

Fabaceae

Enterolobium contortisiliquum

timbaúva

Árvore

brotos

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

figueira

Árvore

fl,f

Apocynacae

Forsteronia leptocarpa

Trepadeira

fl

Nyctaginaceae

Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Maria-molle

Árvore

fl,fw

Euphorbiaceae

Sebastiania serrata

branquilho

Árvore

FL

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

jerivá

Palma

F,f

36

Rutaceae

Zanthoxylum fagara

Mamica-de- cadela

Árvore

f

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium Lam.

Mamica-de- cadela

Árvore

FL

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

1.19.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante os dias 6 e 7de setembro foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 84 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 56 % das 25 espécies amostradas tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de agosto 2012 na Praia da Onça. Família Sapindaceae

Espécie Allophylus edulis

Sapotaceae Boraginaceae

Chrysophyllum gonocarpum Cordia americana

Myrtaceae Moraceae Moraceae Nyctaginaceae

Eugenia rostrifolia D.Legrand Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Malvaceae Arecaceae Rutaceae

1.20.

Nome popular Chal-chal

Tipo de fruto verde

Aguaí-da-serra

Maduro

guajuvira batinga-vermelha figueira figueira Maria-molle

verde verde Maduro e verde Maduro verde

Luehea divaricata Mart.

açoita-cavalo

Maduro

Syagrus romanzoffiana Zanthoxylum rhoifolium

jerivá Mamica-de- cadela

Maduro e verde verde

Coleta de material Foram coletadas um total de 32 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo

de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Até agora foram analizadas 21 amostras e foram encontradas as seguintes 4 espécies: Família Arecaceae

Espécie Syagrus romanzoffiana

Nome popular

Moraceae

Ficus cestrifolia Schott

jerivá figueira

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

matapau

37

Rutaceae

Zanthoxylum fagara

Mamica-de- cadela

Porto Alegre, 03 de setembro de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

38

Relatório parcial Nº 11-2012 (6-11 de outubro) Parque Estadual de Itapuã 05 de novembro de 2012 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. Seguem abaixo as atividades realizadas durante este período, enfocadas no grupo do Morro do Campista: 1.1. Acompanhamentos Durante este mês foi registrado o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Os bugios utilizaram, no total, 15 espécies de plantas: 12 árvores, 2 lianas e 1 palma (Tabela 1). As espécies mais consumidas neste mês foram S. romanzoffiana e C. americana.

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios do Morro do Campista durante outubro de 2012. Família Sapindaceae

Espécie Allophylus edulis

Nome popular Chal-chal

F.V. Árvore

Item1 fl

Sapotaceae

Chrysophyllum gonocarpum

Aguaí-da-serra

Árvore

F

Sapotaceae

Chrysophylum marginatum

Aguaí-da-serra

Árvore

f

Boraginaceae

Cordia americana

Guajuvira

Árvore

fl

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

Mata-pau

Árvore

fl,f

Fabaceae

Dalbergia frutescens

Rabo-de-bugio

Tepadeira

fl

Myrtaceae

Eugenia rostrifolia

Batingá

Árvore

F

Moraceae

Ficus cestrifolhaSchott

Figueira

Árvore

fl,f

Nyctaginaceae

Guaripa opposita (Vell.) Reitz

Maria-molle

Árvore

fl

Malvaceae

Luehea divaricata

Açoita-cavalo

Árvore

fl

Fabaceae

Machaerium stipitatum

Farinha-seca

Árvore

fl

Nyctaginaceae

Nyctaginaceae Msp1

Trepadeira

fl

Moraceae

Sorocea bonplandii

Árvore

F,f

Cincho

39

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

Bigononiaceae

Tabebuia sp.

1

Jerivá

Palma

F,f

Ipê-amarelho

Árvore

fl

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folha madura, fl=folha nova.

1.21.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante o dia 7 de outubro foram amostradas 2-6 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 92 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 52 % das 25 espécies amostradas tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de outubro 2012 no Morro do Campista. Família Sapindaceae

Espécie Allophylus edulis

Myrtaceae

Campomanesia xanthocarpa

Sapotaceae Boraginaceae

Chrysophyllum gonocarpum Cordia americana

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

Sapindaceae Myrtaceae Moraceae Primulaceae Lauraceae Cactaceae Euphorbiaceae Arecaceae

Cupania vernalis Eugenia rostrifolhaD.Legrand Ficus cestrifolhaSchott Myrsine glomerata Nectandra megapotamica Rhipsalis teres. Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana

1.22.

Nome popular Chal-chal

Tipo de fruto Maduro, verde

Guabiroba

Verde

Aguaí-da-serra

Maduro

Guajuvira Matapau Camboatá-amarelho Batinga-vermelha Figueira Capororoca Canela-amarelha Branquilho Jerivá

Verde Maduro, verde Maduro,verde Maduro, verde Maduro, verde Maduro Maduro Maduro Maduro, verde Maduro, verde

Coleta de material Foram coletadas no total 28 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de

sementes e/ou realizar as análises de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que serão feitos no laboratório da PUCRS. Até agora foram analisadas 12 amostras e foram encontradas as seguintes 6 espécies:

40

Família

Espécie

Sapotaceae Sapotaceae

Chrysophyllum gonocarpum Chrysophylum marginatum

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

Myrtaceae Moraceae

Eugenia rostrifolhaD.Legrand Ficus cestrifolhaSchott

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

Nome popular Aguaí-da-serra Aguaí-da-serra matapau batinga-vermelha figueira jerivá

Porto Alegre, 05 novembro de 2012.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

41

Relatório parcial Nº 12-2012 (3-10 de dezembro) Parque Estadual de Itapuã 03 de janeiro de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. Seguem abaixo as atividades realizadas durante este período, enfocadas no grupo do Morro do Campista 1.1. Acompanhamentos Durante este mês foi registrado o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em contraste com os acompanhamentos anteriores, nesta campanha os bugios utilizaram solamenete 7 espécies de plantas: 4 árvores, 2 lianas, e 1 palma (Tabela 1), e as espécies mais consumidas foram Lonchocarpus sp. e Ficus cestrifolia.

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios do Morro do Campista durante dezembro de 2012. Nome popular pente-de-macaco

F.V. Liana

Item1 fl

Ficus cestrifolia

figueira

Árvore

fl,f

Nyctaginaceae

Guaripa opposita

maria-molle

Árvore

fl

Anacardiaceae

Lithraea brasiliensis

Arroeira-brava

Árvore

F

Fabaceae

Lonchocarpus sp.

Árvore

fl

Nyctaginaceae

Pisonia aculeata

espora-de-galo

Liana

fl

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

jerivá

Palma

Fw

Família Bignoniaceae

Espécie Amphilophium crucigerum

Moraceae

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folha madura, fl=folha nova.

1.23.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante o dia 11 de novembro foram amostradas 2-6 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 92 plantas utilizando a

42

metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 47 % das 25 espécies amostradas tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de dezembro de 2012 no Morro do Campista. Família

Espécie

Nome popular

Tipo de fruto

araticum guajuvira

verde

Cordia americana

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

matapau

Sapindaceae Ebenaceae Moraceae Clusiaceae

Cupania vernalis Diospyros inconstans Ficus cestrifolha Garcinia gardneriana

camboatá-amarelho caquisinho-do-mato figueira bacuparí

Annonaceae

Annona cacans

Boraginaceae

Myrtaceae Primulaceae Euphorbiaceae Arecaceae

Myrcianthes pungens Myrsine glomerata Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium

maduro maduro, verde maduro verde maduro, verde

guabiju

verde maduro

capororoca branquilho jerivá

maduro, verd maduro, verde verde

mamica-de-cadela

verde

1.24. Levantamentos de plantas consumidas pelos bugios Como parte das atividades do projeto Projeto Nº 372-SEMA, foi realizado o segundo e último levantamento de plantas na área de vida do grupo de bugios-ruivos do Morro do Campista.

Neste levantamento participaram um total de cinco pessoas vinculadas com a PUCRS (graduados e estudantes). Depois de três dias de trabalho de campo se amostraram um total de 1291 plantas representando aproximadamente 105 espécies (incluindo trepadeiras) dentro de 7500 m2 amostrados. No entanto, o numero total de espécies na área provavelmente é maior, pois o levantamento foi feito exclusivamente dentro da área de vida do grupo de estudo. Em comparação com a praia da Onça, neste sitio existe uma grande abundancia de árvores adultos de batinga-vermelha (Eugenia rostrifolia) e carvalho brasileiro (Roupala brasiliensis). No entanto, algumas espécies comunes na Praia da Onça, como a timbaúva (Enterolobium contortisiliquum) não foram observadas na área amostrada. A lista completa das espécies ainda esta em processo de digitalização. 1.25.

Coleta de material 43

Foram coletadas no total 14 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar as análises de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que serão feitos no laboratório da PUCRS. Similarmente, durante os levantamentos de plantas foram coletados três ramas das seguintes 9 espécies de plantas: Família Bignoniaceae Bignoniaceae Myrtaceae Myrtaceae Lauraceae Sapindaceae Sapindaceae Lauraceae Rosaceae

Espécie Amphilophium sp. Anemopaegma sp. Eugenia Msp 51 Eugenia rostrifolia Lonchocarpus sp. Matayba elaeagnoides Matayba sp. Ocotea sp. Sebastiania sp.

Nome popular

batinga-vermelha canela camboatá-branco canela

Porto Alegre, 3 de janeiro de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742 Fax: (55) (51) 3320.3568

44

Relatórios de atividades de pesquisa 2013

45

Relatório parcial Nº 01-2013 (06-12 de janeiro de 2013) Parque Estadual de Itapuã 04 de fevereiro de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. Seguem abaixo as atividades realizadas durante este período, enfocadas no grupo do Morro do Campista 1.1. Acompanhamentos Durante este mês foi registrado o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em contraste com os acompanhamentos anteriores, nesta campanha os bugios utilizaram 12 espécies de plantas: 8 árvores, 2 lianas, 1 trepadeira, e 1 palma (Tabela 1). As espécies mais consumidas foram Ficus cestrifolia, Banara parviflora, e Myrcianthes pungens.

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios do Morro do Campista durante janeiro de 2013. Nome popular pente-de-macaco

F.V. Liana

Item1 fl

araticum

Árvore

fl

farinha-seca

Árvore

F

esporão-de-galo

Liana

fl,FL

guajuvira

Árvore

fl

Trepadeira

Fw

maria-vermelha

Árvore

fl,F

Ficus cestrifolia

figueira

Árvore

fl,f

Clusiaceae

Garcinia gardneriana

bacoparí

Árvore

F

Nyctaginaceae

Guaripa opposita

maria-molle

Árvore

fl

Myrtaceae

Myrcianthes pungens

Árvore

F

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

Palma

Fw

Família Bignoniaceae

Espécie Amphilophium crucigerum

Annonaceaee

Annona cacans

Salicaceae

Bamara parviflora

Canabaceae

Celtis iguanea

Boraginaceae

Cordia americana

Fabaceae

Dioclea violaceae

Ebenaceae

Diospyros inconstans

Moraceae

1

jerivá

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folha madura, fl=folha nova.

46

1.26.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante o dia 7 de janeiro foram amostradas 2-6 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 88 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 17 das 25 espécies amostradas (68%) tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2).

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de janeiro de 2013 no Morro do Campista. Família

Espécie

Nome popular

Tipo de fruto verde

Annonaceae

Annona cacans

Salicaceae

Banara parviflora

araticum farinha-seca

Boraginaceae

Cordia eucaliculata

maria-preta

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

matapau

Sapindaceae Ebenaceae Moraceae Clusiaceae

Cupania vernalis Diospyros inconstans Ficus cestrifolha Garcinia gardneriana

camboatá-amarelho caquisinho-do-mato figueira bacuparí

Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Moraceae Euphorbiaceae Arecaceae

Myrcianthes pungens Eugenia involucrata Eugenia rostrifolia Maclura tinctoria Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana

Meliaceae

verde,maduro verde, maduro verde maduro maduro, verde maduro, verde

guabiju

maduro maduro

cereceira-do-mato batinga-vermelha tajuva branquilho jerivá

maduro, verde verde verde,maduro maduro, verde verde

Trichilia claussenii

catiguá vermelho

verde,maduro

Lamiaceae

Vitex megapotamica

tarumã

verde,maduro

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium

mamica-de-cadela

verde,maduro

1.27. Coleta de material Foram coletadas no total 22 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar as análises de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que serão feitos no laboratório da PUCRS.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

47

Relatório parcial Nº 02-2013 (08-13 de fevereiro de 2013) Parque Estadual de Itapuã 04 de março de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. Seguem abaixo as atividades realizadas durante este período, enfocadas na Praia da Onça 1.1. Acompanhamentos Durante este mês foi registrado o consumo das espécies de plantas e itens vegetais indicados na Tabela 1. Em contraste com os acompanhamentos anteriores, nesta campanha os bugios utilizaram 9 espécies de plantas: 5 árvores, 2 lianas, 1 trepadeira, e 1 palma (Tabela 1). As dois espécies mais consumidas foram Coussapoa microcarpa e Cuspidaria convoluta.

Tabela 1. Lista das espécies consumidas pelos bugios da Praia da Onça durante fevereiro de 2013. Família Annonaceae

Espécie Annona cacans

Nome popular aracutim

F.V. Árvore

Item1 F

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

Mata-pau

Árvore

F,f

Bignoniaceae

Cuspidaria convoluta

Liana

FL, fl

Fabaceae

Dioclea violaceae

estojo-de-luneta

Trepadeira

Fw

Moraceae

Ficus cestrifolia

figueira

Árvore

fl,f

Sapindaceae

Matayba elaeagnoides

camboatá-branco

Árvore

FL,fl

Lauraceae

Ocotea porosa

imbuia

Árvore

FL

Nyctaginaceae

Pisonia aculeata

espora-de-galo

Liana

FL

Arecaceae

Syagrus romanzoffiana

jerivá

Palma

Fw

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folha madura, fl=folha nova.

48

1.28.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

Durante o dia 7 de janeiro foram amostradas 2-6 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 80 plantas utilizando a metodologia semi-quantitativa descrita por Fournier (1974). Aproximadamente 17 das 25 espécies amostradas (52%) tinham frutos (maduros e/ou verdes, Tabela 2). Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de janeiro de 2013 na Praia da Onça. Família

Espécie

Nome popular

Tipo de fruto

araticum farinha-seca

Maduro, verde

Annonaceae

Annona cacans

Salicaceae

Banara parviflora

Urticaceae

Coussapoa microcarpa

matapau

Sapindaceae Ebenaceae Moraceae Myrtaceae Moraceae Euphorbiaceae Arecaceae

Cupania vernalis Diospyros inconstans Ficus cestrifolha Eugenia rostrifolia Maclura tinctoria Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana

camboatá-amarelho caquisinho-do-mato figueira batinga-vermelha tajuva branquilho jerivá

Maduro, verde maduro maduro, verde maduro, verde verde verde,maduro maduro verde

Meliaceae

Trichilia claussenii

catiguá vermelho

maduro

Lamiaceae

Vitex megapotamica

tarumã

maduro

Rutaceae

Zanthoxylum rhoifolium

mamica-de-cadela

maduro

maduro

1.29. Coleta de material Foram coletadas no total 18 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar as análises de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que serão feitos no laboratório da PUCRS. Porto Alegre, 4 de março de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Av. Ipiranga, 6681 Prédio 12A Porto Alegre, RS 90619-900 Brasil Fone: (55) (51) 3353.4742

49

Relatório parcial Nº 3-2013 (8-14 março) Parque Estadual de Itapuã 5 de abril de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Esses acompanhamentos dos bugios deste grupo foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos. Também foi observado o padrão de defecação, o seja, sem os animais defecam de forma isolada ao longo de sua área de vida ou de forma simultânea dentro das latrinas produzindo grandes conglomerados de fezes. Em geral, o padrão de defecação predominante foi agregado (69% de 26 fezes).

1.30.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

O dia 9 de fevereiro foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 82 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974). Em geral, seis espécies tiveram frutos maduros para esta data: Ficus cestrifolia, Inga striata, Myrcianthes pungens, Cordia ecalyculata, Trichilia claussenii, e Annona cacans e quatro espécies tiveram frutos verdes: Syagrus romanzoffiana, Coussapoa microcarpa, Diospyros inconstans., Erythroxylum argentinum. As outras espécies apenas tinha folhas e/ou flores.. 1.31. Coleta de material 50

Foram coletadas um total de 26 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 15 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm. 2. Resultados preliminares Durante esta campanha de campo o grupo de Morro do Campista se alimentar de um total de 11 espécies de plantas (incluindo lianas e trepadeiras, Tabela 1). No entanto, ca. 53% dos registros de alimentação foram enfocados na espécie Myrcianthes pungens (guabiju). Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo de Morro do Campista durante o mês de março de 2013. Família Cannabaceae Bignoniaceae Moraceae Moraceae Nyctaginaceae Leguminosae Fabaceae Euphorbiaceae Arecaceae Bignoniaceae

Celtis sp. Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann Ficus cestrifolia Schott Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Guapira opposita (Vell.) Reitz Machaerium sp. Inga striata Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana Cereus sp

Anacardiacea

Trichilia claussenii

1

Espécie

Forma de vida Item1 Liana FL, fl Trepadeira FL,fl Árvore fl,f,F Árvore fl,FL Árvore fl Árvore FL,fl Árvore F Árvore Fl,Fw Palma Fw Cactus F Árvore

F

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova. Porto Alegre, 5 de abril de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

51

Relatório parcial Nº 4-2013 (8-14 abril) Parque Estadual de Itapuã Maio de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da Praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Esses acompanhamentos dos bugios deste grupo foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais).

1.32.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

O dia 10 de abril foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 80 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

1.3. Coleta de material Foram coletadas um total de 15 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 12 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm.

52

2. Resultados preliminares 2.1. Dieta Nesta campanha os bugios se alimentar de um total de 8 espécies de plantas (3 trepadeiras e 5 árvores, Tabela 1). No entanto, 65% dos registros de alimentação foram enfocados na espécie em Ficus cestrifolia (figueira), confirmando a importancia das figueiras na alimentaçao dos primatas neotropicales e em particular do genero Alouatta.

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo da Praia da Onça durante o mês de abril de 2013. Família Bignoniaceae Bignoniaceae Fabaceae Moraceae Compositae Lauraceae Anacardiacea Rutaceae 1

Espécie Cuspidaria sp Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann Enterolobium contortisiliquum Ficus cestrifolia Schott Mikania glomerata Ocotea porosa Trichilia claussenii Zanthoxylum rhoifolium

Forma de vida Trepadeira Trepadeira Árvore Árvore Trepadeira Árvore Árvore Árvore

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

2.2. Fenologia reproductiva Em geral, oito espécies tiveram frutos maduros para esta data: Ficus cestrifolia, Annona cacans, Inga striata, Diospyros inconstans, Cordia eucalyculata, Hyperbaena dominguensis, Syagrus romanzoffiana, e Trichilia claussenii. As outras espécies apenas tinha folhas e/ou flores.

Porto Alegre, 30 de abril de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

53

Item1 FL FL,fl FL,fl fl,f,F FL,fl FL F FL

Relatório parcial Nº 5-2013 (6-13 maio) Parque Estadual de Itapuã 01 de junho de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo do Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Esses acompanhamentos dos bugios deste grupo foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos. 1.2. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 7 de maio foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 74 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974). Em geral, seis espécies tiveram frutos para esta data: Ficus cestrifolia, Enterolobium contortisiliquum, Cordia ecalyculata, Eugenia rostrifolia, Diospyros inconstans, Garcinia gardneriana e Syagrus romanzoffiana. As outras espécies apenas tinha folhas e/ou flores.. 1.3.Coleta de material Foram coletadas um total de 32 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS.

2. Resultados preliminares Durante esta campanha de campo o grupo de Morro do Campista se alimentar de um total de 10 espécies de plantas (incluindo lianas e trepadeiras, Tabela 1).

54

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo de Morro do Campista no mês de maio de 2013. 1 Família Espécie Forma de Item vida Fabaceae Bignoniaceae

Canavalia bonariensis Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann Fabaceae Enterolobium contortisiliquum Moraceae Ficus cestrifolia Schott Moraceae Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. Clusiacaea Garcinia gardneriana Asteraceae Mikania involucrata Nyctaginaceae Pisonia aculeata Euphorbiaceae Sebastiania serrata Arecaceae Syagrus romanzoffiana

Trepadeira Trepadeira

FL,Fw FL,fl

Árvore Árvore Árvore Árvore Trepadeira Liana Árvore Palma

FL fl,f,F fl,FL FL FL Fl,Fw Fw

1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova. Porto Alegre, 01 de junho de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

55

Relatório parcial Nº 6-2013 (8-13 de junho) Parque Estadual de Itapuã 01 de julho de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. Principais atividades realizadas As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da Praia da Onça, e foram as seguentes: 1.1. Acompanhamentos sistemático: Como se indica nos anteriores relatórios, os acompanhamentos dos bugios foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos. 1.2. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 8 de junho foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 92 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974). 1.3.Coleta de material Foram coletadas um total de 22 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS.

2. Resultados preliminares 2.1. Dieta Durante esta campanha de campo o grupo da Praia da Onça se alimentar de um total de 19 espécies de plantas (incluindo lianas e trepadeiras, Tabela 1). A timbaúva (Enterolobium contortisiliquum) e a canela preta (Ocotea porosa) foram as espécies mais consumidas durante o periódo de estudo.

56

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo da Praia da Onça no mês de junho de 2013. 1 Família Espécie Forma de Item vida Annonaceae Annona sylvatica Árvore F Aristolochiaceae Aristolochia triangularis Trepadeira FL Salicaceae Banara parviflora Árvore FL Cannabaceae Celtis iguanaea Liana FL Bignoniaceae Cuspidaria involucrata Trepadeira FL Araliaceae Dendropanax cunneatus Árvore Fw Fabaceae Dioclea violacea Trepadeira FL Ebenaceae Diospyros inconstans Árvore FL Fabaceae Enterolobium contortisiliquum Árvore FL Moraceae Ficus cestrifolia Schott Árvore fl,f,F Moraceae Ficus luschnathiana (Miq.) Árvore fl,FL Miq. Nyctaginaceae Guaripa opposita Árvore Fw Asteraceae Mikania glomerata Trepadeira FL Lauraceae Ocotea porosa Árvore FL Passifloraceae Passiflora elegans Liana FL Sapotaceae Chrysophylum marginatum Árvore FL Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium Árvore FL Arecaceae Syagrus romanzoffiana Palma Fw Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Árvore 1

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

2.2. Fenología Somente 10 das 25 espécies amostradas tinhan frutos nesta data. As outras espécies somente folhas e/ou botao floral.

57

Tabela 2. Plantas que tinhan frutos durante o mês de junho de 2013 na Praia da Onça Família Espécie Forma de Tipo de vida fruto Annonaceae Annona sylvatica Árvore Maduro Sapotaceae Chrysophylum Árvore Verde marginatum Bignoniaceae Cuspidaria involucrata Trepadeira Verde Ebenaceae Diospyros inconstans Árvore Maduro Fabaceae Enterolobium Árvore Maduro contortisiliquum Moraceae Ficus cestrifolia Árvore Verde Primulaceae Myrsine guianensis Árvore Verde, maduro Rubiaceae Psychotria carthagenensis Arvoreta Maduro, verde Arecaceae Syagrus romanzoffiana Palma Verde, maduro Rutaceae Zanthoxylum fagara Árvore Verde, maduro

Porto Alegre, 01 de julho de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

58

Relatório parcial Nº 7-2013 (8-14 julho) Parque Estadual de Itapuã 09 de julho de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da Praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Esses acompanhamentos dos bugios deste grupo foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais).

1.33.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

O dia 10 de abril foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 80 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

1.3. Coleta de material Foram coletadas um total de 15 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 12 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm.

59

2. Resultados preliminares 2.1. Dieta Nesta campanha os bugios se alimentar de um total de 8 espécies de plantas (3 trepadeiras e 5 árvores, Tabela 1). No entanto, 65% dos registros de alimentação foram enfocados na espécie em Ficus cestrifolia (figueira), confirmando a importancia das figueiras na alimentaçao dos primatas neotropicales e em particular do genero Alouatta.

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo da Praia da Onça durante o mês de abril de 2013. Família Bignoniaceae Bignoniaceae Fabaceae Moraceae Compositae Lauraceae Anacardiacea Rutaceae 1

Espécie Cuspidaria sp Dolichandra unguis-cati (L.) L.G.Lohmann Enterolobium contortisiliquum Ficus cestrifolia Schott Mikania glomerata Ocotea porosa Trichilia claussenii Zanthoxylum rhoifolium

Forma de vida Trepadeira Trepadeira Árvore Árvore Trepadeira Árvore Árvore Árvore

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

2.2. Fenologia reproductiva Em geral, oito espécies tiveram frutos maduros para esta data: Ficus cestrifolia, Annona cacans, Inga striata, Diospyros inconstans, Cordia eucalyculata, Hyperbaena dominguensis, Syagrus romanzoffiana, e Trichilia claussenii. As outras espécies apenas tinha folhas e/ou flores.

Porto Alegre, 30 de abril de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

60

Item1 FL FL,fl FL,fl fl,f,F FL,fl FL F FL

Relatório parcial Nº 8-2013 (17-22 agosto) Parque Estadual de Itapuã 04 de setembro de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. Principais atividades realizadas As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo do Morro do Campista, e foram as seguentes: 1.1. Acompanhamentos sistemático: Como se indica nos anteriores relatórios, os acompanhamentos dos bugios foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos.

1.2. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 17 de agosto foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 88 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974). 1.3. Coleta de material Nesta campanha coletadas um total de 32 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 12 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm. 61

2. Resultados preliminares 2.1. Dieta Nesta campanha os bugios se alimentar de um total de 12 espécies de plantas (3, 1 palma e 8 árvores, Tabela 1). Em geral, 48 % dos registros de alimentação foram enfocados nas flores e botao floral da espécie Guapira opposita (maria-mole).

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo do Morro do Campista durante o mês de agosto de 2013.

1

Forma de vida

Espécie

Família

Chrysophyllum marginatum Coussapoa microcarpa Cuspidaria convoluta Guaripa opposita Guaripa opposita Inga striata Mikania glomerata Ocotea porosa Sebastiania serrata Strychnos brasiliensis Syagrus romanzoffiana Zanthoxylum rhoifolium

Sapotaceae Urticaceae Bignoniaceae Nyctaginaceae Nyctaginaceae Leguminosae Compositae Lauraceae Euphorbiaceae Loganiaceae Arecaceae Rutaceae

Arvore Arvore Trepadeira Arvore Arvore Arvore Trepadeira Arvore Arvore Trepadeira Palma Arvore

Item1 f f,Fw FL Fw Fw Fw Fw,fl FL fl FL f fl

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

2.2. Fenologia reproductiva Em total 5 espécies tiveram frutos maduros e outras 7 tiveram flores nesta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinha folhas maduras e/ou novas.

Tabela 2. Espécies de plantas que teve frutos durante o mês de agosto de 2013 no grupo do Morro do Campista. Família Sapindaceae Sapindaceae Ebenaceae Moraceae

Espécie Allophylus edulis Cupania vernalis Diospyros inconstans Ficus cestrifolia

Nome popular chal-chal camboata-amarelho caquisinho-de-mato figueira

Item Fw Fw F f 62

Nyctaginaceae Fabaceae Asteraceae Primulaceae Euphorbiaceae Moraceae Arecaceae Rutaceae

Guaripa opposita Inga striata Mikania glomerata Myrsine glomerata Sebastiania serrata Sorocea bonplandii Syagrus romanzoffiana Zanthoxylum fagara

maria-mole inga guaco-liso capororoca branquilho cincho jerivá cuentrilho

fw fw Fw f,F F Fw f Fw

Porto Alegre, 04 de setembro de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

63

Relatório parcial Nº 9-2013 (11-15 setembro) Parque Estadual de Itapuã 11 de outubro de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizar o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos

1.34.

Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos

O dia 11 de setembro foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 88 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

1.35. Coleta de material Foram coletadas um total de 18 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 8 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm.

64

2. Resultados preliminares

2.1. Em geral, 14 espécies tiveram flores e ou frut. para esta data (Tabela 1) As outras espécies apenas tinha folhas e/ou flores.

Tabela 1. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos do Morro do Campista durante o mês de setembro.

Espécie Allophylus edulis Banara parviflora

Família Sapindaceae Salicaceae

Nome popular chal-chal farinha seca

Item fw,f IL

Coussapoa microcarpa

Urticaceae

f,fw

Cupania vernalis

Sapindaceae

Diospyros inconstans Erythroxylum argentinum Eugenia rostifolia Ficus cestrifolia Guaripa opposita Mikania glomerata Myrsine glomerata Ocotea porosa Syagrus romanzoffiana Xylosma sp.

Ebenaceae

mata-pau camboataamarelho caquisinho-demato

Erythroxylaceae Myrtaceae Moraceae Nyctaginaceae Asteraceae Primulaceae Lauracea Arecaceae Salicaceae

cocão batinga-vermelha figueira maria-mole guaco-liso capororoca canela jerivá sucará

fw F f fw fw F f F,f fw

f F

2.2.Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo de Morro do Campista se alimentar de um total de 6 espécies de árvores e 1 espécies de palma (Tabela 2). No entanto, ca. 62% dos registros de alimentação foram enfocados no mata-pau (Coussapoa microcarpa)

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo de Morro do Campista durante o mês de setembro de 2013. Espécie Coussapoa microcarpa Guaripa opposita Syagrus romanzoffiana

Família

Forma de vida

Urticaceae Arvore Nyctaginaceae Arvore Arecaceae Palma

Item1 f,fw fw F,f 65

Eugenia rostifolia Ficus cestrifolia Banara parviflora Cordia americana 1

Myrtaceae Moraceae Salicaceae Boraginaceae

Árvore Árvore Árvore Árvore

F IL IL IL

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova. Porto Alegre, 11 de outubro de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

66

Relatório parcial Nº 10-2013 (16-20 outubro) Parque Estadual de Itapuã 10 de novembro de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da Praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Esses acompanhamentos dos bugios deste grupo foram feitos durante utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Além disso, também foi determinada a composiçao sexo-etárea.

2.3. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 16 de outubro foram amostradas 3-5 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 77 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

1.3. Coleta de material Foram coletadas um total de 15 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS. Além dessas fezes, também foram coletadas outras 12 fezes frescas para analisar o contendo de sementes. Para isso as fezes foram lavadas no alojamento utilizando peneiras com furos de 1 mm e 3 mm.

67

3. Resultados preliminares 2.1. Composição do grupo Nesta data o grupo da Praia da Onça estava formado por um total de 9 individuos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo:

Sexo macho

femea

idade adulto juvenile filhote adulta juvenile

total

No. de individuos 2 2 1 3 1 9

Não entanto, uma das fêmeas provavelmente esta prenha e talvez para dezembro deste ano vai parir, assim que o grupo se incrementara em um individuo.

2.2. Dieta Nesta campanha os bugios se alimentar de um total de 12 espécies de plantas (6 árvores, 3 trepadeiras, 2 lianas e 1 palma, Tabela 1). No entanto, 52% dos registros de alimentação foram enfocados na espécie Guapira opposita.

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo da Praia da Onça durante o mês de outubro de 2013.

Familia Sapindaceae Cannabaceae Bignoniaceae Leguminosae Moraceae Nyctaginaceae Bignoniaceae Apocynaceae Apocynaceae Nyctaginaceae Moraceae Arecaceae 1

Espécie Allophylus edulis Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. Cuspidaria floribunda (DC.) A.H.Gentry Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Ficus cestrifolia Schott Guaripa opposita (Vell.) Reitz Handroanthus sp. Mandevilla sp. Orthosia scopiaria Pisonia aculeata L. Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger, Lanj. & de Boer Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

Nome popular Forma de vida Item chal-chal Árvore F esporão-de-galo, taleira Trepadeira L,l Liana L,l timbaúva Árvore l figueira Árvore F,f Maria-mole Árvore F ipê-da-serra Árvore l Trepadeira l Trepadeira l espora-de-galo Liana L,l cincho Árvore l jerivá Palma F,f

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova. 68

2.3. Fenologia reproductiva Em geral, dez espécies tiveram frutos maduros para esta data e dois tiveram flores (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas e/ou flores.

Tabela 2. Fenología reprodutiva das espécies consumidas pelo grupo da Praia da Onça durante o mês de outubro de 2013.

Espécie Allophylus edulis

Família Sapindaceae

Coussapoa microcarpa

Urticaceae

Cupania vernalis Diospyros inconstans Erythroxylum argentinum Ficus cestrifolia Guaripa opposita Mikania glomerata Myrsine glomerata Ocotea porosa Syagrus romanzoffiana Xylosma sp.

Nome popular chal-chal

mata-pau camboataSapindaceae amarelho caquisinho-deEbenaceae mato Erythroxylaceae cocão Moraceae figueira Nyctaginaceae maria-mole Asteraceae guaco-liso Primulaceae capororoca Lauracea canela Arecaceae jerivá sucará Salicaceae

Item F f F,f fw fw F,f F,f fw F F F,f F

Porto Alegre, 10 de outubro de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

69

Relatório parcial Nº 11-2013 (15-22 novembro) Parque Estadual de Itapuã 06 de dezembro de 2013 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo de Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizou o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação dos mesmos

3.2. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 16 de novembro foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 83 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

3.3.Coleta de material Foram coletadas um total de 22 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que ser feitos no laboratório da PUCRS.

70

4. Resultados preliminares

2.1. Composição do grupo

Nesta data o grupo o Morro do Campista estava formado por um total de 10 individuos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo: Sexo macho

femea total

idade adulto sub-adulto juvenile filhote adulta

No. de individuos 2 1 2 2 3 10

4.2. Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo de Morro do Campista se alimentar de um total de 6 espécies de árvores, uma trepadeira e uma palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies de plantas mais freqüentemente consumidas pelo grupo de Morro do Campista durante o mês de novembro de 2013.

Familia Myrtaceae Cannabaceae Urticaceae Moraceae Nyctaginaceae Leguminosae Moraceae Arecaceae 1

Espécie Campomanesia xanthocarpa Celtis iguanaea Coussapoa microcarpa Ficus cestrifolia Guaripa opposita Lonchocarpus nitidus Maclura tinctoria Syagrus romanzoffiana

Nome popular guabiroba esporão-de-galo, taleira Mata-pau figueira Maria-mole

jerivá

Forma de vida Árvore

Item

Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Palma

L,l f F,f F l l F,f

F

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde, FL folia madura, fl=folia nova.

71

2.3. Em geral, 13 espécies tiveram flores e ou frutos para esta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas e/ou flores. Tabela 2. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos do Morro do Campista durante o mês de setembro.

Espécie Banara parviflora

Família Salicaceae

Coussapoa microcarpa

Urticaceae

Cupania vernalis Diospyros inconstans Erythroxylum argentinum Eugenia rostifolia Ficus cestrifolia Guaripa opposita Mikania glomerata Myrsine glomerata Ocotea porosa Syagrus romanzoffiana 1

Nome popular farinha seca

mata-pau camboataSapindaceae amarelho caquisinho-deEbenaceae mato Erythroxylaceae cocão Myrtaceae batinga-vermelha Moraceae figueira Nyctaginaceae maria-mole Asteraceae guaco-liso Primulaceae capororoca Lauracea canela Arecaceae jerivá

Item1 fw f F fw f F f,F F F F F F,fw

Item consumido:Fw= flor, F=fruto maduro, f=fruto verde

Porto Alegre, 06 de dezembro de 2013.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

72

Relatório parcial Nº 12-2013 (12-17 de dezembro) Parque Estadual de Itapuã 02 de janeiro de 2014 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da Praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais). Em aqueles casos em que a atividade predominante foi alimentação, também se utilizarem o método de animal focal para ter uma descrição mais detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (e.g., frutos maduros e verdes, flores, e folhas novas e vejas), e a manipulação destes.

4.3. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 12 de dezembro foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 83 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

4.4.Coleta de material Foram coletadas um total de 32 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que iram ser feitos no laboratório da PUCRS.

73

5. Resultados preliminares 2.1. Composição do grupo Nesta data o grupo da Praia da Onça estava formado por um total de 9 individuos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo: Sexo macho

femea total

idade adulto juvenile filhote adulta

No. de individuos 2 3 1 3 9

No entanto, parece que pelo menos uma das fêmeas adultas esta prenha, assim que para 2014 é provável que o grupo aumentar em 1 individuo.

5.2. Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo da Praia da Onça se alimentar de um total de 11 espécies de plantas, incluindo oito espécies de árvores, dois trepadeiras, e uma palma (jerivá, Tabela 1). No entanto, a dieta esteve concentrada em somente dois espécies: Erythroxylum argentinum (37% dos registros de alimentação) e Sorocea bonplandii (24% dos registros de alimentação).

Tabela 1. Lista das espécies de plantas consumidas pelo grupo da Praia da Onça durante o mês de dezembro de 2013. Espécie Celtis iguanea cipó-da-tita Erythroxylum argentinum Ficus cestrifolia Ficus luschnathiana Guaripa opposita Handroanthus sp. Lithraea brasiliensis Myrciaria cuspidata Sorocea bonplandii Syagrus romanzoffiana 1

Família Cannabaceae Erythroxylaceae Moraceae Moraceae Nyctaginaceae Bignoniaceae Anacardiaceae Myrtaceae Moraceae Arecaceae

Nome popular espolao-degalo cipó-da-tita cocao figueira figueira maría-molle ipé arroeira-brava camboim cincho jerivá

Forma de vida

Item1

Trepadeira Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Palma

F,f F Fr fr,Fr F,f f,F fw Fr Fr Fr f,F

Item consumido: fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde, F= folia madura, f=folia nova.

74

5.3.Em geral, 13 espécies tiveram flores e ou frutos para esta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas e/ou flores.

Tabela 2. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos da Praia da Onça durante o mês de dezembro de 2013. Espécie

1

Família

Chrysophyllum marginatum Cordia americana Cordia ecalyculata Coussapoa microcarpa

Sapotaceae Boraginaceae Boraginaceae Urticaceae

Cupania vernalis

Sapindaceae

Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Erythroxylum argentinum Ficus cestrifolia Garcinia gardneriana Inga striata Lithraea brasiliensis Passiflora elegans Syagrus romanzoffiana

Ebenaceae Fabaceae Erythroxylaceae Moraceae Clusiaceae Fabaceae Anacardiaceae Passifloraceae Arecaceae

Nome popular guajuvira Maria-preta mata-pau camboataamarelho caquisinho-demato timbaúva

cocão figueira bacoparí ingá arroeira-brava maracujá jerivá

Item Fr Fr fw fr,Fr Fr fr fw Fr fr,Fr fw Fr Fr fr,Fr fr,Fr

Item consumido:fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde

Porto Alegre, 02 de janeiro de 2014.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

75

Relatórios de atividades de pesquisa 2014

76

Relatório parcial Nº 01-2014 (15-19 de janeiro) Parque Estadual de Itapuã 02 de fevereiro de 2014 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo do Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Assim como nas campanhas de campo anteriores, foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais).

5.4. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 15 de janeiro foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 78 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

5.5.Coleta de material Foram coletadas um total de 15 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que iram ser feitos no laboratório da PUCRS.

6. Resultados preliminares 2.1. Composição do grupo Nesta data o grupo do Morro do Campista estava formado por um total de 10 indivíduos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo:

77

Sexo macho

femea total

idade adulto sub-adulto juvenile filhote adulta

No. de individuos 2 1 2 2 3 10

6.2. Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo do Morro do Campista se alimentar de um total de 8 espécies de plantas, incluindo seis espécies de árvores e dois trepadeiras (Tabela 1). Em geral, a dieta esteve concentrada em dois espécies: Ficus cestrifolia (64% dos registros de alimentação) e Lithraea brasiliensis (20% dos registros de alimentação).

Tabela 1. Lista das espécies de plantas consumidas pelo grupo do Morro do Campista durante o mês de janeiro de 2014. Espécie Ficus cestrifolia Coussapoa microcarpa Guaripa opposita Handroanthus sp. Lithraea brasiliensis Handroanthus sp Forsteronia leptocarpa Msp. cuernos 1

Família Moraceae Urticaceae Nyctaginaceae Bignoniaceae Anacardiaceae Bignoniacae Apocinaceae

Nome popular figueira Mata-pau maría-molle ipé arroeira-brava ipé

Forma de vida Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Trepadeira Trepadeira

Item1 fr,Fr f f,F fw Fr fw F f

Item consumido: fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde, F= folia madura, f=folia nova.

6.3.Em geral, 13 espécies tiveram flores e ou frutos para esta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas.

78

Tabela 2. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos do Morro do Campista durante o mês de janeiro de 2014. Espécie

1

Família

Nome popular

Item

Annona sylvatica

Annonaceae

aracutim

fr

Chrysophyllum gonocarpum Banara parviflora Cordia ecalyculata Coussapoa microcarpa

Sapotaceae Salicaceae Boraginaceae Urticaceae

fr Fr,fr fr fw,fr,Fr

Cupania vernalis Eugenia rostrifolia Enterolobium contortisiliquum Ficus cestrifolia Ocotea porosa Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana Vitex megapotamica

Sapindaceae Myrtaceae Fabaceae Moraceae Lauraceae Euphorbiaceae Arecaceae Lamiaceae

aguaí-da-serra farinha-seca maria-preta mata-pau camboataamarelho batinga-vermelha timbaúva

figueira canela branquinho jerivá tarumã

Fr fw fr fr,Fr fw fw,fr fw,fr fr

Item consumido:fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde

Porto Alegre, 07 de fevereiro de 2014.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

79

Relatório parcial Nº 02-2014 (14-19 de fevereiro) Parque Estadual de Itapuã Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Assim como nas campanhas de campo anteriores, foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e se registrar as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais).

6.4. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 14 de fevereiro foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 82 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

6.5.Coleta de material Foram coletadas um total de 14 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que iram ser feitos no laboratório da PUCRS.

7. Resultados preliminares

2.1. Composição do grupo Nesta data o grupo da praia da Onça estava formado por um total de 9 indivíduos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo:

80

Sexo macho

femea

idade adulto sub-adulto juvenile filhote adulta juvenile

Total

No. de individuos 2 0 3 0 3 1 9

7.2. Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo da praia da Onça se alimentar de um total de 13 espécies de plantas, incluindo 6 espécies de árvores e 4 trepadeiras, uma liana e dois palmas (butía e jerivá, Tabela 1). Em geral, a dieta esteve concentrada em dois espécies: Ficus cestrifolia (45% dos registros de alimentação) e Lithraea brasiliensis (29 % dos registros de alimentação). Interessantemente, nestas datas os bugios investiram aproximadamente 6% do tempo de atividade diária para tomar agua diretamente de algumas bromélias epífitas que são abundantes na mata sub-xerófita, como por exemplo Vriesea gigantea. Este consumo de algo pode se considerar alto já que normalmente oscila entre 0% e 1%. Provavelmente este fenómeno esteja relacionado com as elevadas temperaturas diurnas registradas em esses dias. No entanto, essa hipótese ainda deve ser testada analisando a nossa base de dados das variables climáticas e o comportamento dos bugios.

Tabela 1. Lista das espécies de plantas consumidas pelo grupo da praia da Onça durante o mês de fevereiro de 2014. Espécie

Família

Butia capitatta Celtis iguanea Chrysophyllum marginatum Cuspidaria floribunda Dioclea violaceae

Arecacae Cannabaceae Sapotaceae Fabaceae Fabaceae

Diospyros inconstans Ficus cestrifolia Forsteronia leptocarpa Guaripa opposita

Ebenaceae Moraceae Apocinaceae Nyctaginaceae

Nome popular butía espolao-de-galo aguaí

caquisinho-domato figueira maría-molle

Forma de vida palma trepadeira árvore liana trepadeira

Item1

árvore árvore trepadeira árvore

F,f fr F F

Fr F,f F F F

81

Hyperbaena domingensis Lithraea brasiliensis Syagrus romanzoffiana Zanthoxylum rhoifolium 1

Menispermaceae Anacardiaceae Arecaceae Rutaceae

cipó-bala arroeira-brava jerivá mamica-de-cadela

trepadeira árvore palma árvore

f Fr fw F

Item consumido: fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde, F= folia madura, f=folia nova.

7.3. Fenología reprodutiva

Em geral, 15 espécies tiveram flores e ou frutos para esta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas.

Tabela 2. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos da praia da Onça durante o mês de fevereiro de 2014. Espécie

1

Família

Nome popular

Item

Annona sylvatica

Annonaceae

aracutim

fr

Chrysophyllum gonocarpum Banara parviflora Cordia ecalyculata Coussapoa microcarpa

Sapotaceae Salicaceae Boraginaceae Urticaceae

fr Fr fr fw,fr

Cupania vernalis Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Ficus cestrifolia Garcinia gardneriana Lithraea brasiliensis Passiflora elegans Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana Vitex megapotamica

Sapindaceae Ebenaceae Fabaceae Moraceae Clusiaceae Anacardiaceae Passifloraceae Euphorbiaceae Arecaceae Lamiaceae

aguaí-da-serra farinha-seca maria-preta mata-pau camboataamarelho caquisinho timbaúva

figueira bacuparí aroeira-brava maracujá branquinho jerivá tarumã

Fr fr fr fr fr Fr Fr fr fw,fr Fr

Item consumido:fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde Porto Alegre, 06 de março de 2014.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia

82

Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências, PUCRS

Relatório parcial Nº 03-2014 (15-20 de março) Parque Estadual de Itapuã Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo do Morro do Campista. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Assim como nas campanhas de campo anteriores, foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais) foram resgistradas.

7.4. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 15 de março foram amostradas 3-4 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 78 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

7.5.Coleta de material Foram coletadas um total de 18 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que iram ser feitos no laboratório da PUCRS.

8. Resultados preliminares

2.1. Composição do grupo Nesta data o grupo do Morro do Campista estava formado por um total de 10 indivíduos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo: 83

Sexo macho

femea

idade adulto sub-adulto juvenile adulta juvenile

total

No. de individuos 2 1 3 3 1 10

8.2. Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo do Morro do Campista se alimentar de um total de 9 espécies de plantas, incluindo 9 espécies de árvores e 1 trepadeira (Cuspidaria convoluta, Tabela 1).

Tabela 1. Lista das espécies de plantas consumidas pelo grupo do Morro do Campista durante o mês de março de 2014. Espécie Annona sylvatica Cordia eucalyculata Coussapoa microcarpa Cuspidaria convoluta Diospyros inconstans Ficus cestrifolia Handroanthus pulcherrimus Luehea divaricata Sorocea bonplandii 1

Família Annonaceae Boraginaceae Urticaceae Bignoniaceae Ebenaceae Moraceae Bignoniaceae Malvaceae Moraceae

Nome popular araticum maria-preta mata-pau caquisinho-do-mato figueira ipé açoita-cavalo

cincho

Forma de vida Árvore Árvore Árvore Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore

Item1 Fr Fr fr F,f Fr fr,Fr fr fr,fw Fr

Item consumido: fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde, F= folia madura, f=folia nova.

8.3. Fenología reprodutiva Em geral, 11 espécies tiveram flores e ou frutos para esta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas.

84

Tabela 2. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos do Morro do Campista durante o mês de março de 2014. Espécie Celtis iguanaea

Família Cannabaceae

Nome popular esporão-de-galo

Item Fr

Chrysophyllum gonocarpum Cordia ecalyculata Coussapoa microcarpa Diospyros inconstans Ficus cestrifolia Luehea divaricata Maclura tinctoria Sebastiania serrata Syagrus romanzoffiana Trichilia claussenii

Sapotaceae Boraginaceae Urticaceae Ebenaceae Moraceae Malvaceae Moraceae Euphorbiaceae Arecaceae Meliaceae

aguai Maria-preta mata-pau caquisinho-de-mato figueira

Fr fr fr,Fr Fr fr fr fr fr fr,Fr fr,Fr

1

açoita-cavalo

tajuva branquilho jerivá catiguá vermelho

Item consumido: Fr=fruto maduro, fr=fruto verde

Porto Alegre, 01 de abril de 2014.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências, PUCRS

85

Relatório parcial Nº 05-2014 (18-23 de maio) Parque Estadual de Itapuã Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat

Projeto Nº 372-SEMA Elaborado por Óscar M. Chaves 1. As atividades realizadas neste período foram enfocadas no grupo da Praia da Onça. 1.1. Acompanhamentos sistemático dos bugios Assim como nas campanhas de campo anteriores, foram feitos acompanhamentos de bugios utilizando o método de varredura instantânea descrito por Altmann (1974). Essas varreduras foram feitas com ajuda de binóculos 10 x 42 a intervalos de 15 min e as diferentes atividades (descanso, alimentação, movimentação, atividades sociais) foram registradas.

8.4. Fenologia de plantas e disponibilidade de recursos O dia 16 de abril foram amostradas 3-7 plantas das 25 espécies já mencionadas nos relatórios anteriores. Em total, foram amostradas 85 plantas utilizando a metodologia semiquantitativa descrita por Fournier (1974).

8.5.Coleta de material Nesta campanha foram coletadas um total de 14 amostras de fezes frescas para analisar o conteúdo de sementes e/ou realizar os analise de hormônios, parasitas, e bromatología previstos no projeto e que iram ser feitos no laboratório da PUCRS.

86

9. Resultados preliminares 2.1. Composição do grupo Nesta data o grupo da Praia da Onça estava formado por um total de 8 indivíduos, distribuídos nas seguintes categorias de idade sexo: Sexo macho femea

idade adulto juvenile adulta sub-adulta

total

No. de indivíduos 2 2 3 1 8

9.2. Dieta geral Durante esta campanha de campo o grupo da Praia da Onça se alimentar de um total de 14 espécies de plantas, incluindo 8 espécies de árvores e 5 trepadeiras e 1 palma (Tabela 1).

Tabela 1. Lista das 14 espécies de plantas consumidas pelo grupo da Praia da Onça durante o mês de abril de 2014.

1

Espécie

Família

Calea pinnatifida Casearia decandra Celtis iguanea Coussapoa microcarpa Cuspidaria floribunda Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Ficus luschnathiana Guaripa opposita Mikania glomerata Passiflora elegans Sideroxylon obtusifolium Syagrus romanzoffiana Zanthoxylum rhoifolium

Asteraceae Salicaceae Cannabaceae Urticaceae Bignoniaceae Ebenaceae Fabaceae Moraceae Nyctaginaceae Asteraceae Passifloraceae Sapotaceae Arecaceae Rutaceae

Nome popular guaçatonga esporão-de-galo mata-pau caquisinho timbaúva figueira maria-mole guaco-liso maracujá jerivá mamica

Forma de Item1 vida Trepadeira f Árvore fr Trepadeira F Árvore f Trepadeira F,f Árvore Fr Árvore Fr Árvore Fr,fr Árvore F Trepadeira F,f Trepadeira F Árvore F Palma Fr,fr Árvore F

Item consumido: fw= flor, Fr=fruto maduro, fr=fruto verde, F= folia madura, f=folia nova.

87

9.3. Fenologia reprodutiva Em geral, 8 espécies tiveram flores e ou frutos para esta data (Tabela 2). As outras espécies apenas tinham folhas.

Tabela 2. Fenologia reprodutiva das espécies de árvores consumidas pelos bugios-ruivos na Praia da Onça durante o mês de abril de 2014. Espécie Chrysophyllum marginatum Coussapoa microcarpa Diospyros inconstans Enterolobium contortisiliquum Ficus cestrifolia Lithraea brasiliensis Syagrus romanzoffiana Trichilia claussenii 1

Família Sapotaceae Urticaceae Ebenaceae Fabaceae Moraceae Anacardiaceae Arecaceae Meliaceae

Nome popular aguaí mata-pau caquisinho timbaúva

figueira aroeira-brava jerivá catiguá vermelho

Item fr fr,Fr Fr Fr fr fr fr,Fr Fr

Item consumido: Fr=fruto maduro, fr=fruto verde

Porto Alegre, 12 junho de 2014.

Dr. Óscar M. Chaves Laboratório de Primatologia Departamento de Biodiversidade e Ecologia Faculdade de Biociências, PUCRS

88

Projeto 372-SEMA, Relatório final de resultados Fevereiro de 2015 Estresse, parasitismo, dieta e automedicação em primatas não-humanos: medicina da conservação de Alouatta guariba clamitans em um gradiente de qualidade de habitat Óscar M. Chaves1 & Júlio César Bicca Marques Laboratório de Primatologia, Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil [email protected]

A continuação se apresenta a metodologia e os principais resultados do projeto 372SEMA para a ecologia alimentar e padrões de atividade dois grupos de estudo no P.E. de Itapuã (Morro do Campista e Praia da Onça). Os manuscritos e futuras publicações derivadas destes resultados ainda estão em processo de redação e esperasse que comecem a sair para final de 2015. Neste documento não se incluem os resultados de conteúdo de parasitas e nível de cortisol porque esses analises de laboratório ainda estão sendo feitos.

Metodologia

Área e sítios de estudo. O trabalho foi desenvolvido em seis fragmentos localizados na zona sul do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil (30°10’- 30°12’S, 51°05’- 51°06’W; elevação 30-68 m). A região faz parte do bioma Mata Atlântica e as formações florestais são caracterizadas como floresta estacional semidecidual,

1

dominada pelas famílias Myrtaceae, Fabaceae e Sapindaceae (Brack et al. 1998, Setubal et al. 2011). A temperatura média anual é de 19,5 °C (variando entre 2°C e 35 °C), com precipitação anual média de 1347 mm (http://www.bdclima.cnpm.embrapa.br/ resultados/balanco.php?UF=&COD=225). Os três fragmentos pequenos e o fragmento grande G1 estão localizados no município de Porto Alegre (30°11’S, 51°06’ W; altitude 20-60 m) entanto que os fragmentos grandes G2 (Morro do Campista) e G3 (praia da Onça) se encontram dentro do P.E. de Itapuã, no município de Viamão (30°20’S, 51°03’ W; altitude 10-130 m) (Fig. 1).

Figura 1. Localização dos sítios de estudo. G= fragmentos grandes, P= fragmentos pequenos. Imagens de Google Earth®.

Acompanhamento sistemático dos grupos de estudo. Depois de um período de habituação de 3 meses foram realizados acompanhamentos sistemáticos para cada grupo de estudo. Cada grupo foi acompanhado por 4-5 dias consecutivos a cada dois meses para a coleta de dados comportamentais pelo método de varredura instantânea 2

(Altmann, 1974). Cada unidade de varredura instantânea tem duração de 5 min. com um intervalo de 10 min. Todas as observações foram feitas usando binóculos de alta resolução (Swarosvki SLC 10x42) para garantir a qualidade das observações sob variadas condições de luminosidade e localização dos animais no estrato vertical da floresta. O comportamento dos animais foi classificado em descanso, alimentação, locomoção, atividades sociais (i.e., brincadeira, copulação, vocalização) e outras. Quando a atividade foi alimentação também se utiliza o método de animal focal por 5 min./indivíduo para permitir uma descrição detalhada das espécies, itens vegetais consumidos (por exemplo, frutos maduros ou verdes, flores, folhas novas ou adultas) e sua manipulação. Também foi registrado o padrão de defecação como i) agregado (se os animais defecam de forma independente e isolada >10 m ao longo de sua área de vida) ou ii) disperso (se os animais defecam simultaneamente em latrinas). Também foram coletadas amostras de fezes frescas para realizar as análises de hormônios, parasitos e bromatologia previstos no projeto. Estes analises estão sendo feitos no laboratório de parasitologia da PUC. Na Tabela 1 se indica o esforço amostral para os grupos de estudo com base nos dados coletados durante um período de 36 meses, entre julho de 2011 (ou outubro para os fragmentos grandes) a junho de 2014. Foram obtidos 35514 registros de comportamento dos grupos habitantes dos fragmentos pequenos durante 1547 horas de observação e 30688 registros dos grupos dos fragmentos grandes em 1416 horas.

3

Tabela 1. Esforço amostral entre junho de 2011 e junho de 2014. Esforço amostral por grupo Dias No. de Dias Completos* Horas varreduras

No. de registros

Área Meses Fragmentos pequenos 59 189 119 1547 6189 35514 P1 20 65 42 529 2114 9868 P2 19 60 35 469 1875 11949 P3 20 64 42 550 2200 13697 Fragmentos grandes 54 228 113 1416 5663 30688 G1 21 69 31 356 1423 9254 G2 18 78 37 493 1970 9963 G3 15 81 45 568 2270 11471 *Dias que incluíram pelo menos 8 horas de observações ao longo do dia.

Determinação da composição dos grupos de estudo. A composição de sexo e idade dos seis grupos de estudo foi determinada durante o acompanhamento de cada grupo realizado durante o ano de 2014. O tamanho dos grupos variou entre 5 e 12 indivíduos para um total de 57 indivíduos (Tabela 2), o que representa um aumento total de 4 indivíduos em relação ao ano de 2013. Tabela 2. Composição sexo-etária dos seis grupos de estudo em 2014.

Nível de perturbação

Local

Alta

Parque São Paulo

Média

Morro São Pedro

Baixa

Parque Estadual de Itapuã Morro do Campista Praia da Onça

Grupo P2 P3 P1 G1 G2 G3

Composição sexo-etária* MA FA MS FS MJ FJ FD 1 3 2 - 3 1 2 1 3 1 - 3 1 1 1 2 - 2 - 2 3 - 1 2 1 1 2 2

3 3

1 -

-

4 3

1

*Siglas: MA=macho adulto, FA=fêmea adulta, MS=macho subadulto, FS=fêmea subadulta, MJ=macho juvenil, FJ=fêmea juvenil, FI=filhote independente, FD=filhote dependente.

4

1 -

No entanto, o tamanho do grupo P1 diminuiu de 7 indivíduos em dezembro de 2013 para 5 indivíduos em 2014. Esta redução foi devida a um ataque por cachorro doméstico que resultou na morte de dois indivíduos.

Determinação da disponibilidade de recursos Levantamentos florísticos. Para estimar a densidade, distribuição e abundância de recursos alimentares para os bugios-ruivos foram realizados levantamentos botânicos de todas as árvores e arvoretas com diâmetro na altura do peito (DAP) ≥ 5 cm durante os meses de abril, maio, julho, setembro e novembro de 2012. Estes levantamentos foram realizados pelo método dos transeptos lineares (Gentry, 1982) dentro da área de vida de cada grupo de estudo. Foram amostrados 15 transeptos lineares de 100 x 5 m, resultando numa área total amostrada de 7500 m2 por área de estudo. Os espécimes foram identificados in situ e/ou por meio de exsicatas com o auxílio do Prof. Dr. Cláudio Augusto Mondin do Laboratório de Botânica da PUCRS.

Amostragens fenológicos. Para estimar a disponibilidade temporal de itens pertencentes às diferentes fenofases (i.e., folhas adultas e novas, frutos maduros e verdes, e flores) está sendo uitlizado o método semi-quantitativo de Fournier (1974). De acordo com este método, faz-se uma varredura (usando binóculos 10x42) da copa de cada árvore do levantamento de disponibilidade de alimento a fim de estimar a quantidade de cada item vegetal em uma escala de 0 (ausência do item) até 4 (75-100% da copa com presença do item). Em geral, foram amostrados de 3 a 10 indivíduos das 59 espécies de plantas mais consumidas pelos bugios-ruivos segundo Chaves & Bicca-Marques (2013). Contudo, como algumas destas espécies estavam presentes ou não foram encontradas em todas as áreas, o número de espécies monitoradas por área de estudo variou de 29 a 36 (Tabela

5

3). Este levantamento fenológico foi sempre realizado antes da coleta de dados comportamentais do respectivo grupo de estudo a fim de fornecer uma descrição prévia dos potenciais alimentos disponíveis na área. O levantamento fenológico teve início em outubro e novembro de 2011 para fragmentos G2 e G3 (P.E. de Itapuã). Seguindo o procedimento descrito por Agostini et al. [2010], se calculará um índice fenológico quinzenal para as fenofases de cada espécie utilizando a média dos valores de fenologia das árvores amostradas. Por fim, se estimará o índice de disponibilidade espaço-temporal de recursos (IDR) alimentares multiplicando-se o índice fenológico para cada fenofase pela respectiva área basal (m2/ha) da espécie [Agostini et al., 2010]. Para calcular o ID total por fenofase se somarão os IDR das espécies monitoradas.

Análises de dados. Para determinar a riqueza de espécies estimada na dieta dos dois grupos de estudo foram calculados os seguintes quatro estimadores não-paramétricos da riqueza ICE, ACE, Chao2 e bootstrap usando o programa EstimateS 9.1.0 [Colwell, 2005]. Se uso a média destes estimadores para calcular a proporção de espécies registradas nos amostragens. Devido a que a média de espécies na dieta por grupo foi >71% (Tabela 10), considera-se que o esforço amostral foi suficiente para obter uma descrição apropriada da dieta do bugio-ruivo [Chao & Jost, 2012]. Para comparar a riqueza de espécies na dieta do bugio-ruivo entre fragmentos, foram usadas curvas de rarefação. Foram usados os intervalos de confidencia de 95% do estimador Mau Tau para avaliar as diferencias entre fragmentos [Colwell, 2005]. Segundo este método, existem diferencias significativas somente quando os intervalos de confidencia e as curvas de acumulação de espécies não se cruzam. Finalmente, para determinar se o

6

consumo e disponibilidade de recursos alimentares foram relacionados (i.e., os IDs de cada fenofase) utilizou-se correlações de Spearman.

Resultados Disponibilidade espacial de recursos. Em geral, os dados indicam que a comunidade de árvores no Morro do Campista (G2) e na Praia da Onça (G3) foi S. serrata, Guapira opposita (Tabelas 3 e 4).

Tabela 3. Índice de valor de importância das espécies de árvores encontradas no fragmento G2 (Morro do Campista) Espécie Trichilia claussenii Sebastiania serrata Cupania vernalis Guapira opposita Myrcianthes pungens Allophylus edulis Chrysophyllum marginatum Eugenia rostrifolia Banara parviflora Sorocea bonplandii Garcinia gardneriana Erythroxylum argentinum Cordia americana Diospyros inconstans Myrsine umbellata Coussapoa microcarpa Ocotea porosa Annona sylvatica Casearia sylvestris Lonchocarpus nitidus Lithraea brasiliensis Luehea divaricata Ocotea pulchella Syagrus romanzoffiana Ficus cestrifolia Casearia decandra Ficus luschnathiana Campomanesia xanthocarpa Nectandra megapotamica

Família Frequência Densidade Dominância Meliaceae 6,58 20,29 14,40 Euphorbiaceae 6,14 11,70 9,67 Sapindaceae 3,51 8,18 11,01 Nyctaginaceae 6,14 6,31 7,79 Myrtaceae 3,51 5,59 6,02 Sapindaceae 5,70 3,62 4,85 Sapotaceae 5,26 3,21 5,43 Myrtaceae 1,75 6,21 5,24 Salicaceae 4,82 2,59 2,80 Moraceae 4,82 3,52 1,47 Clusiaceae 3,95 3,31 1,68 Erythroxylaceae 3,95 1,97 2,67 Boraginaceae 3,07 1,86 3,59 Ebenaceae 3,51 2,07 2,86 Primulaceae 3,95 1,97 1,84 Urticaceae 3,51 1,55 2,69 Lauraceae 3,51 1,86 2,21 Annonaceae 3,95 2,07 1,50 Salicaceae 3,51 1,66 1,09 Fabaceae 2,19 3,52 0,17 Anacardiaceae 1,75 1,24 2,25 Malvaceae 1,32 0,93 2,80 Lauraceae 2,63 0,93 0,97 Arecaceae 1,75 0,72 1,03 Moraceae 1,32 0,62 1,26 Salicaceae 1,75 0,72 0,55 Moraceae 1,32 0,41 0,52 Myrtaceae 0,88 0,31 0,45 Lauraceae 0,88 0,31 0,32 7

IVI 41,27 27,50 22,69 20,24 15,12 14,17 13,90 13,20 10,21 9,81 8,94 8,58 8,53 8,44 7,75 7,75 7,59 7,52 6,26 5,88 5,24 5,04 4,53 3,51 3,19 3,03 2,25 1,64 1,51

Zanthoxylum rhoifolium Dendropanax cuneatus Enterolobium contortisiliquum Cordia ecalyculata Chrysophyllum gonocarpum Faramea montevidensis

Rutaceae Araliaceae Fabaceae Boraginaceae Sapotaceae Rubiaceae Total

0,88 0,44 0,44 0,44 0,44 0,44 100,00

0,21 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 100,00

0,07 0,33 0,31 0,09 0,06 0,04 100,00

1,16 0,87 0,85 0,63 0,61 0,58 300,00

Tabela 4. Índice de valor de importância das espécies de árvores encontradas n3 fragmento G3 (Praia da Onça). Espécie Cupania vernalis Sebastiania serrata Trichilia claussenii Guapira opposita Allophylus edulis Ocotea porosa Myrsine umbellata Lithraea brasiliensis Casearia sylvestris Chrysophyllum marginatum Diospyros inconstans Cordia americana Casearia decandra Erythroxylum argentinum Sorocea bonplandii Ocotea pulchella Ficus cestrifolia Coussapoa microcarpa Garcinia gardneriana Enterolobium contortisiliquum Zanthoxylum rhoifolium Campomanesia xanthocarpa Dendropanax cuneatus Ficus luschnathiana Annona sylvatica Syagrus romanzoffiana Nectandra megapotamica Banara parviflora Faramea montevidensis Cordia ecalyculata Zanthoxylum fagara Myrsine coriacea Prunus myrtifolia Myrcia glabra

Família Frequência Densidade Dominância Sapindaceae 6,07 13,08 13,58 Euphorbiaceae 6,07 14,53 12,10 Meliaceae 5,67 11,34 7,82 Nyctaginaceae 5,67 9,30 9,37 Sapindaceae 5,26 7,66 7,96 Lauraceae 4,86 5,23 10,60 Primulaceae 5,26 7,17 6,89 Anacardiaceae 5,26 5,72 7,03 Salicaceae 5,26 5,91 4,49 Sapotaceae 5,26 3,68 3,73 Ebenaceae 5,26 3,68 2,82 Boraginaceae 4,45 2,23 4,41 Salicaceae 4,45 2,81 1,62 Erythroxylaceae 4,05 2,03 2,45 Moraceae 3,64 2,71 1,50 Lauraceae 4,05 1,16 0,92 Moraceae 2,83 0,78 2,04 Urticaceae 2,43 1,36 1,58 Clusiaceae 3,24 0,97 0,76 Fabaceae 2,02 1,07 1,78 Rutaceae 2,43 0,78 0,72 Myrtaceae 1,21 1,55 1,05 Araliaceae 1,62 0,39 0,45 Moraceae 1,62 0,48 0,33 Annonaceae 1,21 0,39 0,32 Arecaceae 1,21 0,29 0,36 Lauraceae 1,21 0,29 0,28 Salicaceae 0,81 0,29 0,32 Rubiaceae 0,81 0,19 0,03 Boraginaceae 0,40 0,19 0,43 Rutaceae 0,40 0,10 0,11 Primulaceae 0,40 0,10 0,04 Rosaceae 0,40 0,10 0,04 Myrtaceae 0,40 0,10 0,03 Total 100 100 100 8

IVI 32,74 32,71 24,83 24,34 20,88 20,69 19,32 18,01 15,66 12,68 11,76 11,10 8,89 8,53 7,85 6,13 5,65 5,37 4,97 4,87 3,92 3,81 2,46 2,43 1,92 1,87 1,79 1,42 1,03 1,03 0,61 0,54 0,54 0,53 300

Riqueza de árvores por tipo de hábitat. Considerando ambos fragmentos G2 e G3 juntos, foram encontradas 47 espécies de árvores usadas como alimento pelos bugiosruivos nos fragmentos pequenos, das quais 36 já foram registradas como espécies importantes na dieta desses primatas (ver Chaves & Bicca-Marques 2013) (Tabela 5). O branquilho, Sebastiania serrata, foi a espécie com maior IVI em ambos fragmentos. Diferenças na ordem de importância das espécies vegetais entre os habitats pode resultar em diferenças na riqueza e composição da dieta dos grupos de estudo.

Tabela 5. Espécies de árvores encontradas Morro do Campista e na Praia da Onça durante os levantamentos de árvores com DAP≥5 cm.

Família

Densidade (árvores/2.25 ha)

IVI

Sebastiania serrata

Euphorbiaceae

48.7

104.3

Guapira opposita

Nyctaginaceae

32.8

92.1

Sim

Trichilia claussenii

Meliaceae

34.2

75.0

Sim

Cupania vernalis

Sapindaceae

22.9

60.9

Sim

Myrsine umbellata

Primulaceae

19.3

54.8

Allophylus edulis

Sapindaceae

13.8

44.2

Sim

Chrysophyllum marginatum

Sapotaceae

12.1

42.0

Sim

Casearia sylvestris

Salicaceae

15.7

41.3

Sim

Diospyros inconstans

Ebenaceae

8.8

31.2

Sim

Ocotea porosa

Lauraceae

7.1

28.3

Sim

Sorocea bonplandii

Moraceae

10.1

27.1

Sim

Lithraea brasiliensis

Anacardiaceae

7.7

26.1

Sim

Erythroxylum argentinum

Erythroxylaceae

5.1

22.2

Sim

Coussapoa microcarpa

Urticaceae

4.5

20.4

Sim

Cordia americana

Boraginaceae

4.1

19.6

Sim

Garcinia gardneriana

Clusiaceae

5.7

18.0

Espécies

“Top”

Fragmentos grandes

9

Luehea divaricata

Malvaceae

4.1

17.9

Sim

Banara parviflora

Salicaceae

4.2

16.6

Sim

Eugenia rostrifolia

Myrtaceae

6.7

15.1

Sim

Myrcianthes pungens

Myrtaceae

5.6

15.1

Casearia decandra

Salicaceae

4.1

14.4

Sim

Ficus cestrifolia

Moraceae

1.8

13.2

Sim

Annona sylvatica

Annonaceae

3.2

12.8

Sim

Ocotea pulchella

Lauraceae

2.1

10.7

Sim

Campomanesia xanthocarpa

Myrtaceae

3.1

10.6

Sim

Enterolobium contortisiliquum

Fabaceae

2.0

10.2

Sim

Inga striata

Fabaceae

1.3

8.2

Sim

Machaerium stipitatum

Fabaceae

2.0

7.1

Sim

Zanthoxylum rhoifolium

Rutaceae

1.3

6.8

Sim

Syagrus romanzoffiana

Arecaceae

2.5

6.6

Sim

Lonchocarpus nitidus

Fabaceae

3.5

5.9

Sim

Nectandra megapotamica

Lauraceae

1.0

5.6

Sim

Myrcia glabra

Myrtaceae

1.5

5.5

Sebastiania brasiliensis

Euphorbiaceae

1.4

5.3

Faramea montevidensis

Rubiaceae

1.6

5.0

Ficus luschnathiana

Moraceae

0.9

4.7

Sim

Dendropanax cuneatus

Araliaceae

0.7

4.4

Sim

Ocotea puberula

Lauraceae

0.6

3.6

Sim

Cordia ecalyculata

Boraginaceae

0.3

1.7

Sim

Myrcianthes gigantea

Myrtaceae

0.2

1.3

Chrysophyllum gonocarpum

Sapotaceae

0.2

1.2

Mimosa bimucronata

Fabaceae

0.2

1.1

Zanthoxylum fagara

Rutaceae

0.1

0.6

Psidium cattleianum

Myrtaceae

0.1

0.6

Inga vera

Fabaceae

0.1

0.5

Myrsine coriaceae

Primulaceae

0.1

0.5

Prunus myrtifolia

Rosaceae

0.1

0.5

307.6

920.8

Soma

Sim

Sim

Sim

36

10

Fenologia das espécies usadas na dieta. Em nível de comunidade, as espécies estudadas apresentaram folhas adultas ao longo dos anos de 2012 e 2013, mas a sua disponibilidade foi inferior durante o verão (Fig. 2), pois diversas espécies são semidecíduas. Por outro lado, a produção de folhas novas apresentou o padrão inverso das adultas e esteve concentrada durante os meses de fevereiro e dezembro de ambos os anos (Fig. 2). A produção de flores começou em outubro e alcançou um pico em fevereiro e março (Fig. 2). A produção de frutos verdes foi bimodal em ambos os anos. Em 2012, esta apresentou um primeiro pico de produção em janeiro e um segundo pico em abril, mas em 2013 o primeiro pico foi em março (Fig. 2). A produção de frutos maduros em 2012 esteve concentrada nos meses de janeiro e de abril a outubro, enquanto que em 2013 a produção de frutos maduros foi bimodal, com um pico inicial em abril e um segundo pico em julho (Fig. 2). Este padrão sugere que, com algumas exceções, os meses de verão são a época de menor disponibilidade de frutos maduros nas áreas de estudo. No entanto, o tempo que os bugios-ruivos investem no consumo de frutos não é necessariamente menor nesta época de escassez de frutos maduros porque eles podem aumentar o tempo de alimentação em frutos verdes como forma de compensação. Durante o período de janeiro até junho de 2014 nos fragmentos grandes foram observados picos de disponibilidade de frutos maduros em janeiro-fevereiro, abril e junho. Por fim, o pico de produção de flores ocorreu entre fevereiro e março nos fragmentos pequenos e em janeiro nos fragmentos grandes (Fig. 3).

11

Figura. 2. Fenologia reprodutiva e vegetativa da comunidade de plantas (N=57 espécies) usadas como fonte de alimento por A. guariba clamitans durante os anos de 2012 e 2013. MF=fruto maduro, IF=fruto verde, FW=flor, ML=folha adulta, IL=folha nova. 12

Média de atividade fenológica

1.4

Fragmentos pequenos Fruto maduro

1.2

Fruto imaturo

1

Flores 0.8

Folhas imaturas

0.6 0.4 0.2 0 1

2

Média de atividade fenológica

0.9

3

4

5

6

5

6

Fragmentos grandes

0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 1

2

3

4

Mês Figura 3. Fenologia da assembleia de plantas (N=55 espécies) usadas como fonte de alimento por A. guariba clamitans durante 2014.

13

Riqueza da dieta. Até o momento foram analisados os dados de dieta de junho de 2011 a fevereiro de 2014. Durante esse período foram coletados 4489 registros de alimentação dos grupos dos fragmentos G2 e G3. Os grupos dedicaram entre 17 e 27% dos registros à alimentação. A riqueza da dieta variou de 57 a 71 espécies (Tabela 6). No entanto, os estimadores não-paramétricos de riqueza indicam que essa diversidade está subestimada, já que com o esforço amostral realizado até fevereiro de 2014 foi possível amostrar entre 71 e 76% do total de espécies esperado na dieta dos bugiosruivos (Tabela 6).

Tabela 6. Riqueza de espécies observada e esperada na dieta dos bugios-ruivos. Estimador de riqueza Grupo de estudo G2 G3

Riqueza observada ACEa ICEb Chao 2 Bootstrap Média D.P. % 57 64.7 96.44 91.23 67.96 80.1 16.1 71.2 67 78.5 100.2 96.78 78.14 88.4 11.7 75.8

a

Average-based coverage estimator (ACE), b incidence-based coverage estimator (ICE), Chao2, and Bootstrap.

Considerando os dois grupos estudados no P.E. de Itapuã juntos, o número total de espécies na dieta do bugio-ruivo foi de 95 espécies, 71 gêneros e 42 famílias. Curvas de rarefação de espécies indicam que os dois grupos usaram um número similar de espécies na dieta (Fig. 4).

14

90

Morro do Campista (G2) Praia da Onça (G3)

Número de espécies

80 70 60 50 40 30 20 10 0 0

500

1000

1500

2000

2500

3000

Número acumulado de registros

Figura 4. Curvas de rarefação de indivíduos para as espécies de plantas usadas como fonte de alimento pelos bugios-ruivos. Principais espécies na dieta. As principais (“top”) espécies na dieta dos bugios-ruivos (i.e., aquelas espécies que em conjunto contribuíram com ≥80% dos registros de alimentação) em cada fragmento são mostradas na Tabela 7. A figueira (Ficus cestrifolia) foi a espécie mais importante na dieta dos bugios-ruivos, representando 26% da dieta dos bugios no Morro do Campista e 23% na Praia da Onça (Tabela 7). Provavelmente, o elevado consumo de figueira se deve à ampla distribuição dessa espécie nas áreas de estudo, a sua produção assincrônica de frutos ao longo do ano, assim como ao alto valor nutricional dos frutos de Ficus spp. Cuspidaria convoluta e Guapira opposita também se encontram entre as três espécies mais consumidas em todos os grupos de estudo. Outras espécies foram consumidas apenas ocasionalmente.

15

Tabela 7. Principais espécies de plantas da dieta dos bugios-ruivos dos grupos de estudo, indicando a % do tempo total de alimentação. A riqueza de espécies da dieta é indicada em negrito. Família Sapindaceae Annonaceae Urticaceae Bignoniaceae Ebenaceae Fabaceae Moraceae Moraceae Clusiaceae Nyctaginaceae Anacardiaceae Malvaceae Asteraceae Lauraceae Myrtaceae Moraceae Arecaceae Rutaceae Total of species

Espéciea Allophylus edulis (Flor,fr,Fr,f) Annona sylvatica (fr,Fr,f,F) Coussapoa microcarpa (Flor,fr,Fr,f,F) Cuspidaria convoluta (Flor,f,F) Diospyros inconstans (Flor,fr,Fr,f,F) Enterolobium contortisfiquum (Flor,fr,Fr,f,F) Ficus cestrfrolia (Flor,fr,Fr,f) Ficus luschnathiana (Flor,fr,Fr,f,F) Garcinia gardneriana (fr,Fr) Guapira opposita (Flor,fr,Fr,f,F) Lithraea brasfiensis (fr,Fr,f,F) Luehea divaricata (Flor,fr,f,F) Mikania glomerata (f,F) Ocotea porosa (fr,Fr,f,F) Psidium guajava (fr,Fr) Sorocea bonplandii (fr,Fr,f) Syagrus romanzoffrana (Flor,fr,Fr) Zanthoxylum fagara (fr,f,F) 33

Forma de vida Árvore Árvore Árvore Trepadeira Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Árvore Trepadeira Árvore Árvore Árvore Palma Árvore

Grupo Morro do Campista Praia da Onça 0,0 2,6 3,6 0,0 10,2 7,2 8,6 9,8 9,9 2,9 0,0 2,4 25,8 23,0 2,4 0,0 2,8 0,0 7,6 12,2 0,0 4,9 5,3 0,0 0,0 2,0 0,0 5,3 0,0 0,0 0,0 0,5 5,7 5,8 0,0 2,8 10 13

a

Fr=fruto maduro, fr=fruto imaturo, F=folha madura, f=folha imatura. Espécies listadas em ordem alfabética; F.V.=hábito.

Disponibilidade de recursos alimentares e composição da dieta Para ambos grupos G2 e G3, o consumo de frutos maduros e folhas imaturas esteve diretamente relacionado com sua disponibilidade, entanto que os brotos foliares somente foram consumido segundo sua disponibilidade somente para grupo G3 (Praia da Onça). Não entanto, não se foram encontradas relações significativas para os outros itens analisados (Tabela 8). Isto indica que os bugios consumem os frutos maduros e as folhas nova de forma oportunista, já que estes dois itens proporcionam a maior parte de nutrientes que estes animais precisam para satisfazer as suas demandas nutricionais (particularmente carboidratos e proteínas).

16

Tabela 8. Correlações de Spearman entre a disponibilidade de recursos e seu consumo por Alouatta guariba clamitans. N=número de meses. Resultados significativos mostrados em negrito. Item

rs

p

Fragmentos

N

G2

12 0.75 0.005

G3

12 0.77 0.003

G2

12 -0.25 0.43

G3

12 -0.06 0.85

G2

12 0.38

G3

12 -0.03 0.92

G2

12 0.73 0.006

G3

12 0.66

0.02

G2

12 0.06

0.85

G3

12 0.71

0.01

G2

12 0.15

0.65

G3

12 0.33

0.29

G2

12 0.32

0.32

G3

12 0.32

0.30

Frutos maduros

Frutos imaturos

Folhas maduras 0.22

Folhas imaturas

Brotos foliares

Flores

Botões florais

17

Determinação do orçamento de atividades. O orçamento geral de atividades dos grupos de estudo pelo método da frequência no período de junho de 2011 a junho de 2014, considerando apenas os dias com pelo menos 8 h de observação, foi dominado pelo descanso em todas as estações (Tabela 9), seguido pela movimentação, alimentação e atividades sociais, conforme descrito na literatura (ver Bicca-Marques 2003).

Tabela 9. Porcentagem de registros dedicados a cada atividade pelos grupos de bugiosruivos ao longo das estações. Médias em negrito.

Grupo Morro do Campista

Praia da Onça

Estação

Atividade Alimentação Descanso Movimentação Social Verão 10.5 60.1 27.0 2.1 Inverno 27.2 49.3 22.4 0.4 Outono 12.5 45.6 39.5 2.4 Primavera 12.4 63.8 19.3 3.6 15.6 54.7 27.0 2.1 Verão 18.2 56.7 22.7 1.4 Inverno 22.0 43.7 30.7 0.9 Outono 25.2 47.1 24.2 0.0 Primavera 13.8 53.1 25.2 6.8 19.8 50.2 25.7 2.3

Referências Agostini I, Holzmann I, Di Bitetti M (2010) Are howler monkey species ecologically equivalent? Trophic niche overlap in syntopic Alouatta guariba clamitans and Alouatta caraya. Am J Primatol 72:173–186. Bicca-Marques JC (2003) How do howler monkeys cope with habitat fragmentation? In: Marsh LK, editor. Primates in fragments: ecology and conservation. New York: Kluwer Academics/Plenum Publishers. pp. 283–303.

18

Bicca-Marques JC, Calegaro-Marques C (1994) Exotic plant species can serve as staple food sources for wild howler populations. Folia Primatol 63:209–211. Chao A, Jost L (2012) Coverage-based rarefaction and extrapolation: standardizing samples by completeness rather than size. Ecology 93:2533–2547. Chaves OM, Bicca-Marques JC (2013) Dietary flexibility of the brown howler monkey throughout its geographic distribution. Am J Primatol 75:16–29. Colwell RK (2005) EstimateS: statistical estimation of species richness and shared species from samples. Version 7.5. User s guide and application. University of Connecticut, Storrs. Available: http://purl.oclc.org/estimates. Accessed: 2014 July. Crawley, MJ. 2007. The R book, 950 p. John Wiley and Sons, Ltda., Chichester.

19

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.