Economia do turismo e emprego no Brasil: Análise da distribuição geográfica das empresas e do pessoal ocupado em alojamento e alimentação (2013)

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ÍNDICE PREFÁCIO ..................................................................................................................... 1 Capítulo I........................................................................................................................... 3 El ecoturismo como actividad complementaria al turismo de sol y playa. Un análisis de caso en Puerto Plata, República Dominicana ..................................................................... 5 Francisco Orgaz Agüera Tomás López-Guzmán A gestão e o desenvolvimento do ecoturismo nas áreas protegidas estaduais de São Paulo, Brasil ....................................................................................................................... 17 Sidnei Raimundo Fabricio Scarpeta Matheus Percepção das potencialidades do ecoturismo na Serra do Tepequém-Roraima- Brasil 31 Simone Briglia de Araújo Emerson Clayton Arantes Georgia Patrícia da Silva Sustentabilidade para o ecoturismo no Morro do Cambirela-SC .......................................... 45 Anastácio Silva Júnior Marcos António Garcia Politicas públicas para o desenvolvimento do ecoturismo: Avaliação do PROECOTUR no Pólo Jalapão-TO ................................................................................................................ 57 Janaina Maria Andrade Aires Fonseca Waldecy Rodrigues Ecoturismo, ferramenta sustentável de conservação para unidades de conservação? Análise do parque estadual do Jalapão – To (Brasil) ....................................................... 71 Erick da Silva Santos Geruza Aline Erig Capítulo II....................................................................................................................83 Economia do turismo e emprego no Brasil: Análise da distribuição geográfica das empresas e do pessoal ocupado em alojamento e alimentação ........................................ 85 Paulo Fernando Meliani Ludmila Girardi Alves impactos das medidas de controle da erosão costeira no turismo, estudo comparativo entre Costa da Caparica – Portugal e João Pessoa e Cabedelo – Brasil ........................... 99 Guilherme Debeus Costa e Souza Sarah Cledia Malta Ferreira Turismo e gestão participativa rumo à sustentabilidade: Caso da Vila do Aventureiro (RJ), Brasil ........................................................................................................................ 111 Juzania Oliveira da Silva Brandão Juliana Fernandes da Silva Qualidade, ambiente e sustentabilidade: O exemplo do Hotel Jardim Atlântico na ilha da Madeira ....................................................................................................................... 123 José Miguel Soares A (in)sustentabilidade ambiental das atividades turísticas da “melhor praia do Brasil”: Um estudo de caso em Porto de Galinhas, PE ................................................................ 137 Jaqueline Guimarães Santos Gesinaldo Ataíde Cândido Engajamento entre os atores sociais locais para o alcance do turismo sustentável: Um estudo em Porto de Galinhas, PE .................................................................................... 149 Jaqueline Guimarães Santos Gesinaldo Ataíde Cândido Incentivo governamental a eventos turísticos sustentáveis ........................................... 163 III

Gustavo Rodrigues Cunha Natália Xavier Bueno Wendel Alex Castro Silva Christian Moisés Tomaz Marcos Aurélio Rocha Pereira Orientación al mercado y autenticidad en la recualificación de destinos turísticos consolidados: El caso de Sevilla (2000-2010) ................................................................. 177 Manuel Rey-Moreno Cayetano Medina-Molina Antonio Belmonte-Sánchez Produção alimentar, turismo de base comunitária e economia solidária: Uma associação que favorece o desenvolvimento local? ........................................................................... 189 Yolanda Flores e Silva Luzia Neide Coriolano Hellany Sant’Anna Brum Cruz Idalina Boni La importancia del turismo académico. El caso de la internacionalización del Instituto Politécnico de Bragança .................................................................................................. 201 Paula Odete Fernandes Cláudia Fileno Miranda Veloso Ewa Pawlowska Infraestrutura brasileira de apoio turístico: Avaliação da adequabilidade dos serviços públicos prestados na rodovia Fernão Dias ..................................................................... 211 Wendel Alex Castro Silva Esequias Ferreira de Souza Elisson Alberto Tavares Araújo Natália Xavier Bueno Mário Luiz Garcia de Oliveira Recifes artificiais multifuncionais como proposta de atração turística no litoral brasileiro .......................................................................................................................... 225 Marco Moraes Ocke Ana Akemi Ikeda Turismo rural e faxinal: Um estudo da propriedade Faxinal Dérevo, município de Prudentópolis-Paraná-Brasil .......................................................................................... 237 Elieti Fátima de Goveia Paula Grechinski Demczuk Pedro Henrique Sanches Vanessa de Oliveira Menezes Gestão ambiental: Um diagnóstico acerca das ações previstas na política de turismo da região Seridó (Rio Grande do Norte, Brasil) .................................................................. 251 Valdeci Pereira da Silva Filho Higor Mateus de Azevedo Araújo Sebastiana Guedes Bezerra Wagner Araújo Oliveira Isabelle de Fátima Silva Pinheiro

IV

ECONOMIA DO TURISMO E EMPREGO NO BRASIL: ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS EMPRESAS E DO PESSOAL OCUPADO EM ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO TOURISM ECONOMY AND EMPLOYMENT IN BRAZIL: ANALYSIS OF THE GEOGRAPHICAL DISTRIBUTION OFENTERPRISES AND PEOPLE EMPLOYED IN ACCOMMODATION AND NOURISHMENT

Paulo Fernando Meliani Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Brasil, [email protected] Ludmila Girardi Alves, Universidade de São Paulo (USP), Brasil, [email protected]

Resumo: Este artigo apresenta os resultados de uma análise da distribuição geográfica dos municípios brasileiros, elaborada a partir de classificações das quantidades e proporções de empresas e pessoas ocupadas na prestação de serviços de alojamento e alimentação. Os dados oriundos do IBGE, que foram organizados, analisados estatisticamente e representados em tabelas e cartogramas, demonstram que estes serviços são responsáveis pelo estabelecimento de quase 320 mil empresas e pela ocupação de mais de 3 milhões de pessoas no Brasil. Apesar da distribuição geográfica se dar por quase todos os municípios brasileiros, as empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação concentram-se notadamente nos municípios das capitais brasileiras de todo o país e em municípios das regiões Sudeste, Sul e do litoral nordestino. Por sua vez, os municípios com as maiores proporções são quase todos conhecidos destinos turísticos que, em geral, não possuem muitas empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. Palavras-chave: Turismo, emprego, distribuição geográfica, Brasil. Abstract: This article presents the results of an analysis of the geographical distribution of Brazilian municipalities, developed from ratings of quantities and proportions of enterprises and persons employed in the provision of accommodation and nourishment. The data from IBGE were organized, statistically analyzed and represented in table sand cartograms that show that these services are responsible for the establishment of nearly 320 thousand companies and the occupation of more than 3 millions of people in Brazil. Despite the geographic distribution of these services to be by almost all municipalities, they are concentrated mainly in the state capitals across the country and in cities in the Southeast, South and Northeast coastline. In turn, the municipalities with the highest proportions are almost all known tourist destinations that, in general, do not have many businesses and people employed in accommodation and nourishment. Keywords: Tourism, employment, accommodation, nourishment, Brazil. 1. INTRODUÇÃO O termo turismo evoca, ao mesmo tempo, uma prática social de deslocamento e de habitar temporário (fora dos lugares do cotidiano), bem como toda uma economia que a rejunta. De acordo com Knafou (2001), é muito comum tanto superestimar quanto subestimar o turismo porque sua economia utiliza equipamentos cujo monopólio não lhe pertence; porque o mais frequente é que varie conforme as estações (o que subentende muita mãode-obra itinerante, de difícil análise, muito trabalho escondido, muita opacidade fiscal, muitas dissimulações); porque os próprios turistas, como qualquer população em movimento, são de difícil contabilização. Grosso modo, os serviços turísticos se caracterizam por processos de trabalho realizados na prestação de serviços de apoio aos turistas, notadamente serviços de agenciamento de

viagens, transportes, alojamento, alimentação, cultura e lazer. Como estes serviços não são prestados exclusivamente a turistas, há uma dificuldade de se elaborar análises específicas sobre as empresas e o pessoal ocupado em serviços propriamente turísticos. Para Lanfant (2004), a economia do turismo tem sido subestimada talvez pelo fato de que seus serviços são classificados como “terciários”, sendo registrados junto com outros tipos de serviços, o que o dificulta a elaboração de estudos mais precisos sobre seus fatores econômicos, como o número de empresas ou de pessoas ocupadas na prestação de serviços turísticos. Em agências de viagem, os serviços prestados requerem pessoas ocupadas como operadores que desempenham funções de planejamento e organização de viagens, bem como atendentes treinados para relacionamento direto e venda de serviços aos turistas. Entre as empresas prestadoras de serviços de transporte incluem-se as locadoras de veículos e as operadoras de traslados, que necessitam de gerentes, que administrem seus recursos materiais e humanos, bem como motoristas devidamente treinados e habilitados para conduzirem seus veículos. A prestação de serviços de alojamento requer pessoas ocupadas nas funções de gerentes, atendentes, cozinheiros, ajudantes de cozinha, garçons, camareiros, faxineiros, encarregados de manutenção, carregadores, entre outras. Em bares e restaurantes, as ocupações são da mesma natureza daquelas exercidas em hotéis, em geral, gerentes, encarregados, garçons e cozinheiros. Nos serviços de lazer e entretenimento, além das ocupações administrativas, há pessoas geralmente ocupadas como guias, músicos e artistas. Todavia, os serviços turísticos são funcionalmente localizados, ou seja, existe uma relação entre os tipos de serviços de apoio aos turistas com o local onde eles são prestados. De um lado, uma fração dos serviços turísticos é prestada nas metrópoles, tanto na função de acolhida (com serviços de alojamento e alimentação) quanto na de organização de viagens (com os serviços de agenciamentos). A difusão da organização e administração em rede de empresas de alojamento faz com que boa parte delas, e do pessoal ocupado nestes serviços, esteja longe dos destinos turísticos, em geral, diretores, gerentes e vendedores que, grosso modo, exercem suas ocupações em escritórios e lojas nos próprios centros emissores de turistas. Por outro lado, empresas prestadoras de serviços de apoio ao turista instalam-se em destinos turísticos para receber visitantes em grande número, a título mais ou menos episódico ou sazonal, como acontece em muitos municípios litorâneos, balneários e estações de inverno e hidrotermais. Nos destinos turísticos estão os hotéis, as pousadas, restaurantes, etc., onde pessoas estão ocupadas como gerentes, atendentes, recepcionistas, cozinheiros, ajudantes de cozinha, garçons, camareiros, faxineiros, encarregados de manutenção, carregadores, entre outras. No Brasil, de acordo com Silva e Miyashiro (2007), mais de 4 milhões de pessoas estão ocupadas na prestação de serviços turísticos, o correspondente a 5% dos empregos existentes no país. Segundo os autores, a maioria desses empregos se dá nos serviços de alimentação, transportes e alojamento prestados nos municípios das regiões metropolitanas, notadamente da região Sudeste, onde está quase metade (49%) das pessoas ocupadas em serviços turísticos no Brasil. Este estudo teve por objetivo analisar a distribuição geográfica das empresas e do pessoal ocupado em alojamento e alimentação no Brasil, a partir de classificações hierárquicas nacionais e regionais dos municípios com os maiores quantitativos e as maiores taxas internas de empresas e pessoas ocupadas nestes serviços. A escolha de uma análise das empresas e do pessoal ocupado em alojamento e alimentação se justifica pelo reconhecido vínculo que estes setores têm com a economia do turismo no Brasil, notadamente a criação de empregos (Takasago & Mollo, 2013; Meliani, 2012; Coelho, 2011; Meliani & Gomes, 2010; MTUR, 2009, Coelho, 2008; OMT, 2007). A análise considerou o conjunto de empresas e pessoas ocupadas nos dois setores (alojamento e alimentação) em função da natureza dos dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), que agrega os dados de alojamento e alimentação de acordo com a metodologia usada na elaboração de seu Cadastro Central de Empresas (CEMPRE). 2. METODOLOGIA A análise da distribuição geográfica dos setores de alojamento e alimentação no Brasil foi elaborada a partir dos dados de localização municipal das empresas e do pessoal ocupado na prestação destes serviços, coletados do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). Os dados das empresas e do pessoal ocupado em alojamento e alimentação, que constam no CEMPRE, foram agregados pelo IBGE com base na “Classificação Nacional de Atividades Econômicas” (CNAE), um instrumento de padronização nacional dos códigos de atividade econômica e dos critérios de enquadramento utilizados pelos diversos órgãos da administração tributária do país. A CNAE é usada para identificar e caracterizar todos os agentes econômicos engajados na produção de bens e serviços no Brasil: empresas privadas ou públicas, estabelecimentos agrícolas, organismos públicos e privados, instituições sem fins lucrativos e agentes autônomos. O IBGE disponibiliza na Internet os dados por meio de seu “Sistema IBGE de Recuperação Automática” (SIDRA) que pode ser acessado no sítio http://www.sidra.ibge.gov.br. Coletamos os seguintes dados de cada um dos 5.565 municípios brasileiros: (a) total de empresas; (b) total de empresas de alojamento e alimentação; (c) total de pessoas ocupadas; (d) total de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. Os dados de alojamento são relativos às empresas e pessoas ocupadas na prestação de serviços de alojamento de curta duração em hotéis, motéis, pousadas, com ou sem serviços complementares, como restaurantes, auditórios, serviços de comunicação, etc. e outros tipos de alojamento temporário. Estão incluídos como serviços de alojamento os dados referentes aos serviços de aluguel de imóveis residenciais de curta duração com fins turísticos (aluguel de temporada). Os dados dos serviços de alimentação dizem respeito às ocupações envolvidas no preparo das refeições e bebidas para consumo imediato, bem como na preparação de alimentos por encomenda em restaurantes, bares, lanchonetes, cantinas, quiosques e trailers, bem como as atividades de catering. Os dados coletados foram examinados, organizados e analisados estatisticamente em planilhas Excel, no sentido da elaboração das seguintes classificações hierárquicas: (a) municípios com mais empresas de alojamento e alimentação; (b) municípios com mais pessoas ocupadas em alojamento e alimentação; (c) municípios com maiores proporções de empresas de alojamento e alimentação; (d) municípios com maiores proporções de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. As classificações subsidiaram a elaboração de tabelas e cartogramas editados no programa de cartografia Cartes et Données a partir da vinculação, em meio digital, com o banco de dados organizado para a pesquisa. Análises quantitativas e da distribuição geográfica das empresas e de pessoas ocupadas nos serviços de alojamento e alimentação são importantes para o reconhecimento destes serviços na economia do turismo, bem como para o planejamento turístico na esfera pública ou privada.

3. OS MUNICÍPIOS COM MAIS EMPRESAS E PESSOAS OCUPADAS EM ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO De acordo com os dados do IBGE (2010), se estabeleceram no Brasil 319.056 empresas de alojamento e alimentação ou 6,22% das 5.128.528 de empresas de todos os tipos de atividades econômicas. Por sua vez, foram cadastradas 3.003.216 pessoas ocupadas na prestação de serviços de alojamento e alimentação ou 3,47% do total de pessoas ocupadas (86.353.828) em todos os tipos de atividades econômicas. A classificação hierárquica por “empresas de alojamento e alimentação” identificou 14 municípios onde se estabeleceram, em cada um deles, mais de 2.000 empresas destes setores (tabela 1). Somadas, as empresas de alojamento e alimentação estabelecidas nestes municípios, correspondiam a 27,15% das empresas prestadoras destes serviços no país (86.628 empresas). O destaque é o município de São Paulo, onde 29.679 empresas de alojamento e alimentação se estabeleceram em 2010, o equivalente a 9,30% das empresas destes serviços estabelecidas em todo o território nacional. Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte também se destacam pelo estabelecimento de mais de 6.000 empresas de alojamento e alimentação em cada um de seus territórios. Tabela 1: Municípios brasileiros com mais de 2.000 empresas de alojamento e alimentação

Fonte: CEMPRE/IBGE (2010). Organização dos autores.

Estes municípios, assim como Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Goiânia e Recife, também classificados por possuírem cada um deles mais de 2 mil empresas de alojamento e alimentação, são capitais estaduais metropolitanas que possuem populações superiores a 1 milhão de habitantes. Guarulhos (município conurbado com São Paulo) e Campinas (centro regional fortemente articulado à metrópole paulistana) também possuem populações superiores a 1 milhão de habitantes e forte dinamismo econômico em diferentes setores econômicos. Apenas 2 dos 14 municípios classificados entre os com mais empresas de alojamento e alimentação, Ribeirão Preto e Florianópolis, não estão entre aqueles de maior população no país. A classificação hierárquica por “pessoas ocupadas em alojamento e alimentação” identificou 15 municípios com mais de 20.000 pessoas ocupadas nesses setores (tabela 2). Somadas, as pessoas ocupadas em alojamento e alimentação em cada um desses municípios (826.748), equivalem a 27,52% das pessoas ocupadas nestes serviços em todo o Brasil. O destaque é novamente o município de São Paulo, que contava com mais de 225 mil pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, o equivalente a 7,51% do pessoal ocupado em alojamento e alimentação no país, em 2010. O Rio de Janeiro, tradicional porta de entrada de turistas no Brasil, também é destaque nesta classificação por ser, além

de São Paulo, o único município brasileiro com mais de 100 mil pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. Tabela 2: Municípios brasileiros com mais de 20.000 pessoas ocupadas em alojamento e alimentação

Fonte: CEMPRE/IBGE (2010). Organização dos autores.

Salvador e Fortaleza, capitais estaduais e destinos turísticos consolidados do litoral nordestino, junto com Brasília (capital do país), registraram cada um mais de 50 mil ocupados em alojamento e alimentação. Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Goiânia, Campinas e Guarulhos (também classificados por número de empresas) aparecem também nesta classificação dos municípios com mais de 20 mil ocupados em alojamento e alimentação. Belém e Natal, que não haviam sido classificados no primeiro ranking, aparecem neste, com destaque para Natal, capital de Estado e importante destino turístico do litoral nordestino, mas com população ainda inferior a 1 milhão de habitantes. As empresas de alojamento e alimentação se distribuem por 87,39% dos municípios, ou seja, as empresas destes serviços se estabeleceram em 4.863 dos 5.565 municípios brasileiros. Já as pessoas ocupadas nestes serviços o prestam em 5.520 municípios, o que equivale a 99,19% dos municípios do país. Todavia, tanto as empresas quanto o pessoal ocupado em alojamento e alimentação concentram-se notadamente nas regiões Sul e Sudeste do país, bem como ao longo do litoral nordestino (figura 1). No Sudeste, as empresas e o pessoal ocupado em alojamento e alimentação se concentram nas capitais estaduais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória) e em muitos municípios localizados nas regiões de influência direta destas metrópoles. Entre estes, destacam-se os municípios de Guarulhos, São Bernardo, Santo André e Osasco (em São Paulo); São Gonçalo, Duque de Caxias e Niterói (no Rio de Janeiro); Contagem e Ribeirão das Neves (em Minas Gerais); Vila Velha e Serra (no Espírito Santo). Os municípios litorâneos paulistas de Santos, Praia Grande, São Vicente e Guarujá, bem como alguns centros regionais interioranos, como Campinas, Ribeirão Preto, Sorocaba, São José dos Campos e São José do Rio Preto (em São Paulo), Juiz de Fora e Uberlândia (em Minas Gerais), entre outros, estão também entre os municípios com mais empresas e pessoas ocupadas em nestes serviços.

Figura 1: Cartogramas do total de empresas e de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação

Fonte: CEMPRE/IBGE (2010). Organização dos autores.

No Sul, a concentração de empresas de alojamento e alimentação se dá nas capitais estaduais Curitiba, Porto Alegre e Florianópolis, em alguns municípios metropolitanizados por elas, em quase todos os municípios litorâneos de Santa Catarina, em alguns das serras gaúchas e catarinenses e outros próximos da fronteira regional com os países da bacia platina. Nas regiões metropolitanas das capitais sobressaem-se os municípios de Canoas e Viamão (na região de Porto Alegre), São José dos Pinhais (na de Curitiba) e São José (na de Florianópolis). Alguns centros regionais, como Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Paranaguá (no Paraná); Joinville, Caxias do Sul, Blumenau, Criciúma e Chapecó (em Santa Catarina); Santa Maria e Passo Fundo (no Rio Grande do Sul), entre outros, também estão entre os municípios da região com mais empresas e pessoal ocupado na prestação de serviços de alojamento e alimentação. No Nordeste, as empresas e o pessoal ocupado nestes serviços estão concentrados nas metrópoles de Salvador, Fortaleza e Recife, que possuem, em cada um de seus territórios municipais, milhares de empresas e dezenas de milhares de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. Em alguns municípios das regiões de influência direta destas metrópoles se estabeleceram centenas de empresas e milhares de pessoas ocupadas nestes serviços, notadamente Camaçari e Lauro de Freitas (na região metropolitana de Salvador), Jaboatão dos Guararapes, Olinda e Paulista (na de Recife), bem como Caucaia (na de Fortaleza). Em municípios litorâneos reconhecidamente turísticos como Porto Seguro e Ilhéus (na Bahia) ou Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho (em Pernambuco), existem centenas de empresas e milhares de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. No interior do Nordeste, centros regionais de maior porte demográfico, também apresentam montantes semelhantes, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Juazeiro (na Bahia), Campina Grande (na Paraíba), Caruaru e Petrolina (em Pernambuco), Mossoró (no Rio Grande do Norte) e Juazeiro do Norte (no Ceará). No Centro-Oeste, concentram-se as empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação notadamente em Brasília e Goiânia (que estão entre os municípios com mais empresas e pessoas ocupadas nestes serviços no país), bem como em Campo Grande e Cuiabá, capitais estaduais que contam cada uma com mais de mil empresas e 10 mil pessoas ocupadas na nestes serviços. Alguns municípios da região metropolitana das capitais do Centro-Oeste também têm, em seus territórios municipais, centenas de empresas e milhares de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, como Anápolis, Luziânia, Valparaíso de Goiás e Águas Lindas de Goiás (na região metropolitana de Brasília), Aparecida de Goiás (na de Goiânia) e Várzea Grande (município conurbado com Cuiabá). A turística estância hidrotermal de Caldas Novas e o município de Rio Verde (em Goiás), além dos centros regionais de Dourados (no Mato Grosso do Sul), Rondonópolis e Primavera do Leste (no Mato Grosso), também estão entre os municípios do Centro-Oeste com mais empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. No Norte, os municípios das metrópoles de Manaus e Belém concentram as empresas e o pessoal ocupado em alojamento e alimentação, com milhares de empresas (ou quase isso em Belém) e dezenas de milhares de pessoas ocupadas na prestação destes serviços. As outras capitais estaduais Porto Velho, Macapá, Rio Branco, Boa Vista e Palmas possuem centenas de empresas e milhares de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação em seus territórios. No Pará, situa-se a maior parte dos municípios com mais empresas e pessoas ocupadas nestes serviços na região Norte, notadamente em Ananindeua (na região metropolitana de Belém) e em centros regionais do interior paraense, como Santarém, Marabá e Parauapebas. No Tocantins, além da capital, são os municípios interioranos de Araguaína e Gurupi que se destacam, enquanto que do interior de Rondônia são os municípios de Ariquemes, Vilhena e Ji-Paraná.

4. OS MUNICÍPIOS COM MAIORES PROPORÇÕES DE EMPRESAS E PESSOAS OCUPADAS EM ALOJAMENTO E ALIMENTAÇÃO As empresas de alojamento e alimentação representam 6,22% do total das empresas estabelecidas nos municípios brasileiros, sendo o turístico município de Fernando de Noronha o de maior proporção (50,80%). Por sua vez, as pessoas ocupadas em alojamento e alimentação nos municípios brasileiros representam 3,47% do pessoal ocupado em todos os tipos de atividade econômica, sendo o turístico município de Tibau do Sul, no litoral potiguar, aquele onde há a maior proporção de ocupados nestes serviços (25,31%). A classificação hierárquica por “percentual de empresas de alojamento e alimentação” identificou 19 municípios com mais de 25% de empresas destes serviços (tabela 3). Todavia, em conjunto, as empresas de alojamento e alimentação estabelecidas nestes 19 municípios somam 259 empresas, o equivalente a apenas 0,92% das empresas prestadoras destes serviços no país. Quase todos são reconhecidos destinos turísticos, mas pequenos municípios considerando o tamanho da população e, em cada um de seus territórios municipais, não se estabeleceram mais do que algumas dezenas ou poucas centenas de empresas de alojamento e alimentação. De fato, apenas nos municípios pouco maiores em termos demográficos (acima de 20 mil habitantes), como Paraty, Ilha Bela, Armação dos Búzios, Itatiaia e Itacaré, é que se estabeleceram centenas de empresas destes serviços. Nos municípios menores em termos demográficos, apesar das elevadas taxas internas, as empresas de alojamento e alimentação não passam de algumas poucas dezenas. Destacam-se destinos turísticos nacionais e regionais, como Fernando de Noronha, Santana do Riacho, Cairu, Tibau do Sul, Maraú, Itacaré, Tiradentes, Alto Paraíso de Goiás, Bocaina de Minas, Ilha Bela, Paraty, Itatiaia, Bombinhas, Lençóis e Armação dos Búzios. Em Fernando de Noronha e Santana do Riacho, as empresas de alojamento e alimentação compõem metade de todas as empresas estabelecidas nestes municípios, percentual quase estabelecido em Cairú, município em cujo território se localiza a histórica vila de Morro de São Paulo, na ilha de Tinharé, importante destino turístico baiano. Em Tibau do Sul, município com pouco mais de 11 mil habitantes, onde se localiza a famosa praia da Pipa no Rio Grande do Norte, quase 40% das empresas é de alojamento e alimentação, enquanto que em Maraú, Itacaré, Japaratinga e Jiparaná, mais de 30% das empresas são destes serviços. Tabela 3: Municípios brasileiros com mais de 25% de empresas de alojamento e alimentação

Fonte: CEMPRE/IBGE (2010). Organização dos autores.

A classificação hierárquica por “percentual de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação” identificou 24 municípios com mais de 12% pessoal ocupado nestes serviços (tabela 4). A soma das pessoas ocupadas em alojamento e alimentação nestes 24 municípios (42.089) equivale a apenas 1,40% das pessoas ocupadas nestes serviços no país. Tibau do Sul é o município brasileiro que apresentou a maior proporção de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, o único a superar os 25%, o que corresponde a pouco mais de mil pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. Os municípios brasileiros com maior percentual de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação são, em sua maioria, conhecidos destinos turísticos nacionais, muitos inclusive presentes na classificação anterior: Tibau do Sul, Fernando de Noronha, Cairu, Itacaré, Ji-paraná, Tiradentes, Paraty, Lençóis e Armação dos Búzios. As quase 400 pessoas ocupadas nestes serviços em Fernando de Noronha correspondem a 23,7% das pessoas ocupadas no município, cujo território é constituído por um arquipélago distante cerca de 500 km do litoral de Pernambuco e que tem o turismo como pilar econômico. Rio Quente, tradicional estância hidrotermal de Goiás, possui quase 442 pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, montante que representa quase 23% das pessoas ocupadas no município. Outros pequenos municípios, também conhecidos destinos turísticos litorâneos brasileiros, figuram nesta classificação, como Mata de São João (onde se localiza a praia do Forte na Bahia), Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália (na Bahia), Ipojuca (onde se localiza a praia de Porto de Galinhas em Pernambuco) e Salinópolis (no Pará). Nesta classificação estão outras estâncias hidrominerais (Águas de São Pedro, Águas de Lindóia, Caldas Novas), destinos de montanha (Santo Antônio do Pinhal, Gramado, Campos do Jordão) e um pequeno município catarinense de origem austríaca, Treze Tílias que, nos últimos tempos, tem se dedicado a promover festas típicas e rotas turísticas em conjunto com municípios vizinhos. Tabela 4: Municípios brasileiros com mais de 12% de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação

Fonte: CEMPRE/IBGE (2010). Organização dos autores.

Apesar das proporções de empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação variarem muito entre os municípios brasileiros, a distribuição geográfica daqueles que apresentam as maiores taxas internas corresponde com a distribuição de boa parte dos destinos turísticos conhecidos em cada região do país (figura 2). No Sudeste, os municípios com maior proporção de empresas (>20%) e de pessoas ocupadas (>8%) em alojamento e alimentação são todos destinos turísticos, como os municípios serranos de Tiradentes, Santana do Riacho, Camanducaia, Bocaina de Minas e São Lourenço (em Minas Gerais), Águas de São Pedro, Santo Antônio do Pinhal, Campos do Jordão e Águas de Lindóia (em São Paulo) ou Itatiaia (no Rio de Janeiro). Nas mesmas proporções estão também municípios turísticos litorâneos, como Armação dos Búzios e Paraty (no Rio de Janeiro), Ilha Bela, Ilha Comprida, São Sebastião e Ubatuba (em São Paulo). Aparecida em São Paulo, destino turístico religioso, também figura entre os municípios do Sudeste com maior proporção de empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. No Sul, também são destinos turísticos os municípios com maior proporção de empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, notadamente Bombinhas e Garopaba no litoral catarinense, bem como Pontal do Paraná e Guaratuba no litoral paranaense. Outros municípios sulistas, com maior proporção de empresas (>15%) e pessoas ocupadas (>6%) nestes serviços, são destinos turísticos como a capital de Santa Catarina (Florianópolis), o fronteiriço município paranaense de Foz do Iguaçu, os municípios catarinenses litorâneos de Balneário Comburiu, São Francisco do Sul e Imbituba, bem como os municípios serranos gaúchos de Gramado e Canela. No Nordeste, as maiores proporções de empresas (>17%) e de pessoas ocupadas (>7%) em alojamento e alimentação se estabelecem nos municípios turísticos litorâneos. Além de Fernando de Noronha e Tibau do Sul (já citados por terem as maiores proporções de empresas e pessoas ocupadas nestes serviços no país), outros destinos turísticos apresentam taxas internas mais expressivas em termos regionais, como os municípios baianos de Cairu, Itacaré, Mata de São João, Maraú, Porto Seguro e Lençóis, este o único interiorano, situado na Chapada Diamantina. De outros Estados da região, são elevadas as taxas internas nos municípios turísticos litorâneos de Maragogi, Japaritinga e São Miguel dos Milagres (em Alagoas), em Ipojuca (Pernambuco) e no município serrano de Guaramiranga (no Ceará). No Centro-Oeste, é também em destinos turísticos que se encontram as maiores proporções de empresas (>10%) e pessoas ocupadas (> 5%) em alojamento e alimentação, como nos municípios goianos de Caldas Novas, Lagoa Santa, Alto Paraíso de Goiás (onde fica a Chapada dos Veadeiros), Pirenópolis e Morrinhos, bem como em Bonito no Mato Grosso do Sul. Dentre os municípios com maiores proporções de pessoas ocupadas no Centro-Oeste, estão também alguns localizados na região metropolitana de Brasília: Abadiânia, Cidade Ocidental, Planaltina, Novo Gama e Valparaíso de Goiás, que se destacam regionalmente pelas taxas internas, mas também por terem milhares de ocupados nestes serviços em seus territórios municipais. Lucas do Rio Verde, município do norte de Mato Grosso, onde é forte a agroindústria de grãos para exportação, está também entre os municípios da região Centro-Oeste com maior proporção de ocupados em alojamento e alimentação, contando com quase 2 mil pessoas ocupadas na prestação destes serviços.

Figura 2. Cartogramas do percentual de empresas e de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação

Fonte: CEMPRE/IBGE (2010). Organização dos autores.

No Norte, alguns destinos turísticos regionais apresentam as maiores proporções de empresas (>10%) e de pessoas ocupadas (>5%) em alojamento e alimentação, como os municípios de Ferreira Gomes (no Amapá), Salinópolis (no Pará), Fortaleza do Tabocão (no Tocantins) e Rio Preto da Eva (município turístico da região metropolitana de Manaus). Ji-Paraná, importante centro regional de Rondônia, é o município com a maior taxa interna de pessoas ocupadas na região Norte do país, com 17,57% do pessoal ocupado nestes serviços. Outro município nortista com estas proporções de empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação é Aguiarnópolis, no Tocantins, conhecido por ser o local de travessia (sobre o rio Tocantins) das rodovias Belém-Brasília (BR-226) e Transamazônica (BR-230), bem como da ferrovia Norte-Sul. Do mesmo modo, Serra do Navio, um município amapaense oriundo da mineração de manganês, também tem elevadas taxas internas de empresas e pessoas ocupadas nestes serviços. 5. CONCLUSÕES A prestação de serviços de alojamento e alimentação é responsável pelo estabelecimento de quase 320 mil empresas ou pouco mais de 6% do total de empresas estabelecidas no Brasil. As empresas de alojamento e alimentação se distribuem por pouco mais de 87% dos municípios brasileiros. Todavia, em 702, dos mais de 5.565 municípios do país, não se estabeleceu nenhuma empresa destes serviços e em outros 2.430 municípios não foram contadas mais do que 10 empresas de alojamento e alimentação. Considerados em conjunto, estes municípios representam mais de 56% dos municípios brasileiros, ou seja, em mais da metade dos municípios brasileiros não existem ou são raras as empresas prestadoras destes serviços. Os serviços de alojamento e alimentação são prestados por mais de 3 milhões de pessoas ou quase 3,5% das mais de 86 milhões de pessoas ocupadas em todos os tipos de atividade econômica no país. As pessoas ocupadas nestes serviços o prestam em pouco mais de 99% dos municípios do país. Em apenas 45 municípios não foi contada nenhuma pessoa ocupada em serviços de alojamento e alimentação, entretanto, em outros 1.005 municípios não foram contadas mais do que 25 pessoas ocupadas nestes serviços. Em conjunto, estes 1.050 municípios, onde são poucas as pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, equivalem a pouco mais de 18% dos municípios brasileiros. As empresas e pessoal ocupado em alojamento e alimentação concentram-se notadamente nas regiões Sul e Sudeste do país, bem como ao longo do litoral nordestino. No Sudeste, se concentram nas capitais estaduais, em muitos dos municípios de regiões metropolitanas, em municípios litorâneos de tradição turística e em alguns centros regionais interioranos. No Sul, a concentração se dá nas capitais estaduais, em alguns municípios metropolitanizados, por quase todos do litoral de Santa Catarina e do Paraná, em alguns das serras gaúchas e catarinenses e outros próximos da fronteira regional com os países da bacia platina. No Nordeste, estão nas capitais estaduais, em alguns municípios de regiões metropolitanas, em municípios turísticos litorâneos e em alguns centros regionais interioranos de maior porte demográfico. No Centro-Oeste, concentram-se nas capitais, em alguns municípios das regiões metropolitanas, em estâncias turísticas e em centros regionais interioranos. No Norte, estão nas capitais e em alguns poucos municípios de regiões metropolitanas e de centros regionais interioranos. Nas grandes metrópoles brasileiras é que se encontram mais de ¼ das empresas prestadoras de serviços de alimentação e alojamento, notadamente em São Paulo Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba. Do mesmo modo, é nas grandes metrópoles brasileiras que se encontram mais de 1/4 das pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. São Paulo contou mais de 225 mil pessoas ocupadas na prestação destes serviços, 7,5% do pessoal ocupado em alojamento e alimentação no país. O Rio de janeiro contou mais de 140 mil, enquanto que as demais metrópoles com mais pessoas ocupadas nestes serviços, contaram dezenas de milhares de ocupados.

As quase 320 mil empresas de alojamento e alimentação estabelecidas no Brasil representam pouco mais de 6% total das empresas de todo tipo de atividades econômicas estabelecidas nos municípios brasileiros, mas pode chegar aos 50% em destinos turísticos como no município de Fernando de Noronha. Por sua vez, as mais de 3 milhões de pessoas ocupadas em alojamento e alimentação nos municípios brasileiros representam 3,47% dos mais de 86 milhões de pessoas ocupadas em todos os tipos de atividade econômica, mas essa taxa interna pode alcançar os 25% como no turístico município de Tibau do Sul, no litoral do Rio Grande do Norte. A distribuição geográfica dos municípios com maiores proporções de empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação, grosso modo, corresponde com a distribuição de muitos destinos turísticos brasileiros, desde os nacionais até os mais regionais e locais. Todavia, apesar de apresentarem as maiores taxas internas, os pequenos municípios turísticos, em geral, não possuem muitas empresas e pessoas ocupadas em alojamento e alimentação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Coelho, M. H. P. (2011). Ocupação do setor do turismo no Brasil: Análise da ocupação nas principais ACTs nos Estados, Regiões e Brasil. Texto para discussão 1580. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Coelho, M. H. P. (2008). Distribuição Espacial da Ocupação no Setor de Turismo: Brasil e Regiões. Texto para discussão 1320. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). IBGE (2010). Cadastro Central de Empresas (CEMPRE). Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Knafou, R. (2001). Turismo e território: por uma abordagem científica do turismo. In A. B. Rodrigues (Ed.), Turismo e Geografia: reflexões teóricas e enfoques regionais (pp. 62-74). São Paulo: Hucitec. Lanfant, M. F. (2004). L'appel à l'éthique et la référence universaliste dans la doctrine officielle du tourisme international. Revue Tiers-Monde, 45(178), 365-386. Meliani, P. F. (2011). Crítica à estética da mercadoria no turismo: dilemas da precarização do trabalho na produção do espaço de Itacaré, litoral sul da Bahia (Tese de doutorado em Geografia, Universidade Federal de Pernambuco, 2011). Meliani, P. F. (2012). Estrutura e distribuição espacial do trabalho formal e informal no turismo do Brasil: contributos geográficos ao planejamento turístico regional brasileiro. Revista Turismo e Desenvolviment, Vol. 17/18, 427-438. Meliani, P. F & Gomes, E. T. A. (2010). Contradições entre a importância do trabalhador e a precarização das relações de trabalho no turismo. Revista Turismo e Desenvolvimento, Vol. 13, 255-264. MTUR (2009). Anuário Estatístico de Turismo, 36. Brasília: Ministério do Turismo do Brasil. OMT (2007). Datos esenciales del turismo. Madrid: Organización Mundial del Turismo. Silva, A. L. & Miyashiro, R. (2007). Turismo e hospitalidade no Brasil: um estudo sobre os trabalhadores da hotelaria. São Paulo: Escola Sindical São Paulo/CUT. Takasago, M. & Mollo, M. R. L. (2013). Turismo no Brasil: a evolução da composição das atividades econômicas que caracterizam o setor. Book of Proceedings – Tourism and Management Studies International Conference Algarve 2012, 1. Algarve: University of the Algarve.

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