ECONOMIA (PÓS)NEOLIBERAL Da Exclusão Territorial à Inclusão Virtual

July 8, 2017 | Autor: I. Guedes Alcoforado | Categoria: Neoliberalism, Online Labor Market, Peer-to-Peer Task Assignments
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ECONOMIA (POS)NEOLIBERAL
Da Exclusão Territorial â Inclusão Virtual
RESUMO

Este paper tem como premissa que o desenvolvimento econômico recente se configura, ao longo do tempo, de forma distintas em decorrência da natureza assumido pelos mercados, em diferentes momentos históricos dominados por distintas orientações econômicas: i) o do nacional desenvolvimentismo focado na inserção dos trabalhadores no mercado de trabalho fundado na exploração da mais valia absoluta e relativa, e num mercado de bens e serviços essenciais, ambos territorializados; ii) o do neoliberalismo focado na inserção das empresas produtora de insumos e componentes num mercado desterritorializado e, num processo de exclusão seletiva dos mercados de trabalhos ainda territorializados, (este último mão mais caracterizado pela exploração, mas pela simples exclusão, a origem do grande movimento migratório em curso com origem nesses mercados excluídos), ficando o dito social- desenvolvimentismo com a responsabilidade de estabelecer a rede proteção social aos excluídos, e, por fim, iii) o do (pós) neoliberalismo, ainda em devir, e, fundado nos mercados desterritorializados de bens e serviço e de trabalho.
Em função do exposto acima, o objetivo é identificar o embrião da economia (pós)neoliberal por meio da evidenciação da radicalização da economia neoliberal por meio da emergência de alguns mercados de trabalho desterritorializado e, em boa parte desmaterializado, os quais se apresentam como a nova fronteira do mercado de trabalho, que se juntam aos mercados deterritorializados de bens e serviços que caracterizam a economia neoliberal . Com este propósito o trabalho consta desta introdução, mais três partes e uma conclusão.
Na primeira parte, apresento a obsolescência da utopia liberal de um mercado em equilíbrio como o substrato da Economia do bem estar e, em consequência do nacional desenvolvimentismo. Mostro que neste registro resta aos policymaking apenas a correção das falhas de mercado decorrentes, num primeiro momento das externalidades positivas e, logo em seguida das novas falhas de mercado, a exemplo das externalidades negativas que se destacam a partir da crise ambiental, dos bens públicos, dos mercados imperfeitos e, mais recentemente das assimetrias de informações. Argumento que a obsolescência desta utopia liberal tem uma dimensão teórica e outra politica: a teórica decorre da tomada de consciência da impropriedade analítica da naturalização dos mercados, uma decorrência da naturalização do próprio sistema econômico, e, a obsolescência política entendo ser um reflexo de uma crise fiscal do estado de bem social que, tem sua origem, em parte, no predomínio dos mercados desterritorializados e, a consequente ampliação das possibilidades de elisão fiscal.

Na segunda parte, introduzo as aporias da estrutura canônica da economia neoliberal a partir i) da qualificação do processo de deslocamento da internacionalização dos mercados de produtos finais, na direção da globalização dos processos produtivos. Ressalto a contradição fundamental deste processo por meio da constatação que a desterritorialização dos processos produtivos e dos mercados de bens, é, acompanhado pela manutenção da territorialização dos mercados de trabalho, muito dos quais encolhem em decorrência da perda de competitividade global e local. Este fato torna imperativo o aumento dos fluxos migratórios, os quis são magnificados quando existem vínculos históricos entre os territórios, a exemplo do que acontece com as ex-colônias europeias na África.
Ressalto que no Brasil, os territórios excluídos do ponto de vista do mercado de trabalho assumem duas configurações. i) Uma configuração é informada por uma sobrevivência da razão liberal que se expressa no já dito "neoliberalismo social" (nomeado oficialmente como social-desenvolvimentismo) e que se expressa nas políticas de transferência que assegura uma renda aos trabalhadores e territórios excluídos e segregados, e, a consequente inserção no mercado de bens, ainda que precária. Esta estratégia está ameaçada em decorrência da crise dos mercados desterritorializados nos quais a economia brasileira é competitiva, a exemplo das commodities baseada em recursos naturais: minério e alimentos. ii) A outra configuração é informada por uma vernacularização da razão neoliberal por meio do empreendedorismo dos de baixo, que assume infinitas formas ainda não devidamente levadas em contas, algumas das quais poderão vir a ser potencializadas por meio das condições de possibilidades que surgem com a emergência da economia (pós)neoliberal..

Na terceira parte esboço os contornos do que chamo de uma economia (pós)neoliberal. Pós no sentido usual do termo, ou seja, como um passo além, o que implica um aprofundamento do neoliberalismo por meio da generalização do processo de desterritorialização dos mercados. No liberalismo temos a desterritorialização por meio da globalização do mercado insumos e componentes, a qual diferencia-se qualitativamente da internalização dos mercados de bens e produtos finais. Esse processo de globalização não só é preservado na economia (pós)neoliberal, como é acrescido da "virtualização territorializada" do mercado de trabalho, o que configura de um mercado de trabalho globalizado. Essa globalização é visualizada por meio da difusão das dita "plataforma economy" que assume diferentes configurações, a exemplo da "Peer-to-Peer Task Assignments" que em última instância configura um mercado de trabalho "online", mas que já envolve uma grande quantidade de mão de obra com qualificação bastante assimétrica, como mostro a seguir, a partir do exame de algumas dessas plataformas, a exemplo Mechanical Turk, TaskRabitt, InnoCentive e Cloud Crowd.

Na conclusão, chamo atenção que a integração da virtualização territorializada de segmentos qualificado do mercado de trabalho, pode assegura novas condições de possibilidades para o empreendedorismo dos de baixo, os quais se caracterizam por uma baixa qualificação da mão de obra. É apostar ....
BIBLIOGRAFIA

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