EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA MÚSICA: A EXPERIÊNCIA DA REUTILIZAÇÃO DO LIXO NA CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA MÚSICA: A EXPERIÊNCIA DA REUTILIZAÇÃO DO LIXO NA CONSTRUÇÃO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS.

Alisson Couto Oliveira1 Lorena de Oliveira Souza Campello2 Alex Douglas Conceição Tavares3 Marcelo Vieira Isidoro Paz4

1 INTRODUÇÃO

Ultimamente os meios de comunicação de massa têm dado grande abertura para a discussão sobre problemas ambientais dos mais diversos, dentre eles os problemas associados à degradação do meio ambiente pela produção alarmante de resíduos sólidos e seu descarte totalmente insensato. No entanto, tais mídias não têm questionado de forma profunda e contundente a questão do consumo irresponsável e suas devidas conseqüências. A intensificação da degradação ambiental no mundo, sobretudo no século XX, obrigou o homem a questionar como tem sido seu relacionamento com o meio ambiente e com seus pares. Como decorrência dessa percepção, na década de 1960, o industrial e economista italiano Arillio Peccei convocou um grupo de trinta cientistas e funcionários públicos de dez países para debater a crise e o futuro da humanidade. Este grupo ficou conhecido como Clube de Roma. Em 1972, foi divulgado o primeiro relatório da entidade, que ficou conhecido como The limits to growth (Os limites do crescimento). Neste relatório, os cientistas alertaram para as conseqüências do crescimento da industrialização, poluição e exploração dos recursos naturais, tais como: fome, diminuição da população mundial (devido a escassez de alimentos) e doenças, que levariam o mundo a uma expectativa de apenas cem anos. Outros relatórios 1

Diretor de Difusão e Intercâmbio Cultural da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju). Músico profissional partiturado, OMB nº 1.183/SE. Graduando em Artes Visuais (UFS). 2 Licenciada em História (UFS). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFS). Bacharelanda em História. Professora do Colégio de Aplicação da UFS. Tutora do curso de História da UNIT. 3 Graduando em Artes Visuais (UFS). 4 Graduando em Artes Visuais (UFS). Estagiário do Museu do Homem Sergipano.

2 seguiram-se àquele, e apesar de ser visto como alarmista por causa das suas previsões e os contextos político-econômicos da época, “Os limites do crescimento” serviu de alerta à população mundial e como estímulo para novas discussões sobre o assunto, inclusive em âmbito global, como a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (Cnumah), realizada em Estocolmo, no ano de 1972 e a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad), realizada em 1992, no Rio de Janeiro. Tais discussões acerca da questão ambiental vêm promovendo uma grande mudança na visão do mundo, a começar pela percepção das finitudes dos recursos naturais e que com seus indiscriminados usos poderia condenar a existência do homem no planeta. É a partir de 1960 que, segundo Carlos Walter Porto Gonçalves (2004), intervém explicitamente a questão ambiental. A questão ambiental diz respeito ao modo como a sociedade se relaciona com a natureza. Ela reivindica por uma revisão urgente do modelo econômico como o objetivo do aprimoramento desta relação. Segundo Gonçalves (2004), com a questão ambiental não estamos somente frente a questões de ordem prática e técnica, como nos fazem acreditar, mas diante de questões de claro sentido ético, filosófico e político. Como já dito, a questão ambiental nos impõe a necessidade de repensar a relação homemnatureza. A sociedade atual em que vivemos torna o desafio ambiental que a acompanha e que a forma, em algo específico. Por meio da questão ambiental é que debatemos a natureza das relações sociais, culturais e políticas que são estabelecidas com a natureza, que por sinal requer valores como solidariedade, generosidade, eqüidade, liberdade e democracia de “alta intensidade”, como proposto por Boaventura de Souza Santos (2002). O desafio ambiental também coloca na ordem do dia, como pontua PortoGonçalves (2004), a reflexão sobre a tradicional compartimentação de saberes e competências por áreas de conhecimento, incitando a união dos diversos campos do saber em prol de uma mesma causa: a questão ambiental. Causa esta que diz respeito ao modo como a sociedade vem se relacionando com a natureza, e, portanto, inviável se for tratada de forma compartimentada e por conhecimentos igualmente fragmentados.

3 Essa discussão temática serve para endossar a importância das experiências que vêem sendo desenvolvidas pelo Grupo Oficina Alternativa (Aracaju-Sergipe), através do projeto “Oficina de instrumentos musicais com materiais recicláveis”, que além de discutir toda essa problemática, aponta uma forma sustentável de reutilização do lixo, na medida em que a transformação do lixo em instrumentos musicais poderá servir tanto como fonte de renda, quanto para a produção de instrumentos musicais em comunidades que não tem condições de adquirir os tradicionais, quebrando com isso a barreira de que educação musical e artística é acessível a poucos. O projeto “Oficina de instrumentos musicais com materiais recicláveis” vem sendo desenvolvido pelo Grupo Oficina Alternativa (Aracaju-Sergipe) em diversas comunidades dos subúrbios de Aracaju, em encontros regionais e nacionais de estudantes, em assentamentos do Movimento dos Sem Terra e no Conservatório de Música do Estado de Sergipe. O projeto foi criado para suprir, como demonstrado anteriormente, uma necessidade social indiscutível nos dias atuais - o descarte de resíduos sólidos e sua reutilização. Buscando alertar os envolvidos para o consumo desenfreado, a crescente produção e descarte inadequado do lixo, o projeto desenvolvido propõe o reaproveitamento dos resíduos sólidos e sua transformação em instrumentos musicais alternativos. O desenvolvimento do trabalho consiste na discussão sobre o consumo, a produção e o descarte dos resíduos sólidos, bem como os impactos causados à sociedade e ao meio ambiente; na apresentação da reutilização do lixo para construção de instrumentos musicais, como opção de minimização dos impactos discutidos; na abordagem de formas de construção de instrumentos musicais utilizando o lixo como material base; na transformação do lixo em instrumentos musicais; e na utilização dos instrumentos construídos em diversas atividades, desde educacionais a artísticas e culturais. Para tanto, buscamos na união dos diversos campos do saber a linha guia do projeto, estando assim envolvidas no projeto a Arte-Educação, a Música, a História, a Geografia e o Meio Ambiente. Trata-se de um trabalho de educação ambiental, tema transversal para a educação básica, que tem como objetivos não somente a produção de instrumentos musicais alternativos como forma de reutilização do lixo, mas o trabalho de sensibilização e conscientização de todo o processo de produção do lixo,

4 desde o consumo, perpassando pela produção e chegando até seu descarte. A proposta é alterar valores e hábitos ambientalmente e socialmente destrutivos da sociedade atual. Como parte dos resultados do trabalho que vem sendo desenvolvido podemos apontar o aumento de multiplicadores da discussão ambiental trabalhada; a produção de instrumentos musicais em comunidades que não tem condições de adquirir os instrumentos tradicionais; o reaproveitamento do lixo produzido pela comunidade; o domínio da produção e a geração de renda a partir da comercialização de determinados instrumentos; a retirada de crianças e adolescentes de atividades infratoras e o envolvimento destas com a música; dentre outros resultados.

2 O PROJETO OFICINA DE INSTRUMENTOS MUSICAIS COM MATERIAIS RECICLÁVEIS – UMA CONCEPÇÃO

A idéia de desenvolver um projeto que trabalhasse de forma interdisciplinar com a reutilização do lixo na confecção de instrumentos musicais foi concretizada, no formato de oficina, no X Encontro Nacional de Biologia (ENEBIO), realizado na Universidade Federal de Sergipe, em 2005. Alunos de todo o Brasil participaram da oficina e como forma de aprovação mantiveram contato conosco com interesse em estender a idéia para outros Estados. Com o aperfeiçoamento do projeto pudemos oferecer a oficina no XXV Encontro Nacional dos Estudantes de História (ENEH) e na Semana de Engenharia Florestal, ambos realizados na UFS. A convite do Conservatório de Música de Sergipe, desenvolvemos o projeto com cerca de 20 estudantes da comunidade e de outras instituições de ensino. Essa experiência foi inovadora, pois além de ampliarmos a carga horária do projeto (20 horas), pudemos desenvolver o trabalho com músicos profissionais e não-profissionais. Desenvolvemos também o projeto, com crianças e adolescentes da comunidade do Bairro Getúlio Vargas. Considerado quilombo urbano em 2006, o referido bairro ainda conta com um importante centro de produção e difusão cultural: o Centro de Criatividade.

5 Finalmente, tivemos a oportunidade de trabalharmos em conjunto com crianças, adolescentes e educadores pertencentes a assentamentos do Movimento Sem Terra, como: Quissamã (São Cristóvão) e Cajueiro (Poço Redondo).

3 PONDO A MÃO NO LIXO

Como já dito o objetivo geral do projeto é trabalhar a percepção ambiental dos envolvidos em relação ao consumo, à produção e ao descarte do lixo, incentivando a reutilização deste na construção de instrumentos musicais alternativos. Para tanto discutimos o consumo, a produção e o descarte dos resíduos sólidos, bem os impactos causados à sociedade e ao meio ambiente; apresentamos a reutilização dos resíduos sólidos na construção de instrumentos musicais como opção de minimização dos impactos discutidos; abordamos formas de construção de instrumentos musicais utilizando o lixo como material base; transformamos o lixo em instrumentos musicais; utilizamos os instrumentos construídos em diversas atividades, desde educacionais à artísticas e culturais. Todas essas habilidades são trabalhadas em conjunto, com o envolvimento total dos envolvidos. O trabalho é desenvolvido pelo grupo dentro das possibilidades encontradas no ambiente e de acordo com a faixa etária e grau de conhecimento dos envolvidos. Apesar da existência de fatores norteadores do desenvolvimento do trabalho existem momentos importantes e que não podem ser deixados de lado pelo grupo. Num primeiro momento conversamos com os envolvidos a fim de esclarecer os objetivos e importância do projeto, bem como nossas expectativas. Em contra partida queremos conhecer o ser de cada um, o que esperam do trabalho e no que pretendem aplicar a experiência a ser vivenciada. Ápos de toda essa conversa discutimos sobre as mais diversas correntes de educação ambiental, assim como suas principais características e objetivos, para então anunciarmos a corrente utilizada pelo grupo: a Educação Ambiental Emancipatória, inspirada na Educação Libertária, proposta por Paulo Freire. A opção teórico-metodológica da perspectiva filosófica crítica e emancipatória: o método dialético, consolidado no pensamento marxista, pensa “o processo de

6 transformação da realidade social enquanto princípio de realização humana, pelo qual modificamos a natureza dita exterior, sendo dialeticamente modificado” (Guimarães, 2003). É a partir da visão dialética que poderemos alcançar a transformação social. No desenvolvimento do trabalho buscamos reconhecer a importância da ética, contudo, não a vemos como determinante em relação às outras dimensões, pois não é a ética que determina unidirecionalmente o modo de vida. Segundo Carlos Frederico Loureiro (2004), a ética pressupõe cultura, que pressupõe organização social e história. Enfim, a ética no seu entender não define a sociedade, mas sim o modo como produzimos os meios de vida e como nos organizamos. A partir da metodologia utilizada pretendemos estimular uma compreensão complexa do ambiente; promover a realização da autonomia e liberdades humanas em sociedade; estimular uma atitude crítica diante dos desafios e compreensão de que é necessário criar novos caminhos; incitar a politização e publicização da problemática ambiental em sua complexidade; demonstrar a participação social e cidadania como práticas indissociáveis da Educação Ambiental; e discutir a Educação Ambiental como elemento transformador da sociedade. É importante enfatizar que buscamos, no decorrer do trabalho desenvolvido, demonstrar, através da reflexão sobre o cotidiano do envolvido e dos processos globais que o envolve, que o conhecimento deriva da apreensão da realidade a partir de categorias conceituais como o contexto, o global, o multidimensional e o complexo. Toda a discussão inicial e no decorrer das atividades estão direcionadas a proporcionar aos envolvidos todas essas habilidades. Dando continuidade às atividades, formamos grupos de discussão sobre a produção de resíduos sólidos e seus impactos como um exemplo de insustentabilidade, assim como as principais causas da produção do lixo. Buscamos assim, estimular a apreensão da realidade a partir do contexto histórico, do global, do multidimensional e do complexo, pois as causas da produção estão vinculadas a um contexto histórico específico. Qual contexto e que causas profundas seriam estas? ... O sistema econômico neoliberal ? A obsolescência planejada? A produção opulenta? Medidas irresponsáveis de produção industrial (sofisticação dos produtos e de suas embalagens = aumento de resíduos e esgotamento dos recursos naturais)? O Marketing, estimulando modismos e incentivando o consumo desnecessário para atender a lógica do mercado? O consumo irresponsável, gerado por insatisfações pessoais e sociais?

7 Hábitos, costumes e condições socioeconômicas predominantes em determinados grupos sociais? A problematização é feita e a lista fica aberta a quem quiser contribuir. As conseqüências da produção do lixo são discutidas de forma a identificar e pontuar conseqüências sentidas pelo envolvido, sua família, sua comunidade. Com isso, a partir do contexto local e da realidade do envolvido, buscamos participá-los sobre as conseqüências do consumo e produção de resíduos. Como conseqüências são mencionadas a dilapidação dos recursos naturais (no processo de produção e no descarte dos resíduos sólidos); a poluição ambiental, que por sinal não afeta igualmente toda a sociedade; o sentimento de descartabilidade - sensação de que tudo é descartável e passível de ser usado e jogado fora, sem sequer haver uma reflexão sobre uma possível utilidade para aquele objeto; a transmissão dessa descartabilidade para as relações humanas, dentre tantas conseqüências. Por fim, o grupo chega a conclusão sobre a insustentabilidade do processo produtivo vigente e passa a questionar como a sociedade pode contribuir para reverter esse quadro tão desnorteador. São apontadas então atitudes como: o consumo consciente, o que traduz-se no consumo sustentável (redução do consumo individual); a atuação dos cidadãos como consumidores exigentes e participativos; o tratamento e acondicionamento adequado aos resíduos sólidos produzidos (coleta seletiva de lixo, usina de tratamento de lixo, etc.); a formulação de políticas públicas de desenvolvimento urbano (com objetivos coletivos); a reciclagem e REUTILIZAÇÃO de resíduos; dentre outras. Reiteramos que a profundidade das discussões e das propostas sugeridas estarão vinculadas ao público envolvido, não querendo dizer aqui que o trabalho é melhor desenvolvido e aproveitado por determinado grupo em detrimento de outro, mas que cada grupo tem uma maneira específica de abordar, ver e lidar com a problemática colocada. A depender do grupo, para subsidiar tais discussões, exibimos o filme Koyanisquatsi, de Godfrey Reggio, que trata de do desequilíbrio em que o planeta se encontra e as contribuições do homem para messe processo. Nesse caso fazemos uso da metodologia direcionada ao uso do cinema como ferramenta no processo de aprendizagem. Essa experiência tem como objetivo sensibilizar os envolvidos para tudo o que foi discutido, através da visão e da audição os envolvidos para tudo o que foi discutido.

8 Chegando a um consenso sobre a REUTILIZAÇÃO como uma das opções de sustentabilidade do processo, é dado início ao trabalho de Educação Musical. Nessa etapa é trabalhada a questão da acústica e sons emitidos por diferentes materiais.

Aula sobre acústica – Sede da oficina Alternativa Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

Em seguida é dada instrução quanto ao tipo de material que deve ser priorizado ou descartado, quanto à segurança necessária no momento da coleta do lixo, e quanto aos critérios de seleção desses materiais, dando liberdade para que o envolvido use sua criatividade na identificação de materiais que possam ser reutilizados na construção dos instrumentos. Aí jaz a importância da discussão em torno da questão musical dos objetos.

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Instruções de segurança – Bairro Getúlio Vargas Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

Na etapa da coleta do lixo, o envolvido entra em contato com diversos objetos que perderam seu uso original, conseguindo enxergar uma nova utilidade para este. Outro aspecto importante é que esse lixo será coletado nas ruas de seus respectivos bairros, em estabelecimentos comerciais, nas casas de vizinhos e principalmente em casa, com a cooperação da família. Também temos como objetivo envolver indiretamente parte da comunidade de cada localidade, principalmente os pais das crianças-adolescentes ou até mesmo adultos nesse processo. Vemos então esses participantes como agentes multiplicadores da discussão gerada durante a oficina.

Coleta do lixo – Bairro Getúlio Vargas Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

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Coleta do lixo – Encontro Nacional dos Estudantes de História (UFS) Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

É fundamental que remetamos a importância que tal atividade terá na promoção de uma maior aproximação e observação do envolvido com o meio ambiente em que vive, com as pessoas, com os ritmos da bioregião na qual habitam, resgatando uma linguagem lúdica associada ao trabalho.

Coleta do lixo – Bairro Getúlio Vargas Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

Após o trabalho de coleta é chegada a hora da limpeza do lixo/material coletado. Nesse momento, inconscientemente, o lixo deixa de ser visto como tal e passa a ser encarado como material útil na elaboração de um novo objeto. Tal processo tem continuidade na etapa de separação do material a ser trabalhado. Aí os envolvidos

11 separam em blocos, materiais semelhantes, como: madeira, plásticos, alumínio, ferro, couro, vidro, dentre outros. Nessa etapa será trabalhado o teor de agressividade da cada resíduo para a natureza, como ele poderia ser reaproveitado no processo da reciclagem, o que seria necessário para tal, e finalmente, como ele poderá ser reutilizado na confecção de instrumentos musicais.

Limpeza do material coletado – ENEH (UFS) Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

Organização de materiais e ferramentas – ENEH (UFS) Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

É chegado o momento da construção dos instrumentos, podendo estes ser criados respeitando os tipos de materiais ou formando grupos que trabalharão com

12 tipos diferentes de materiais. No último exemplo é importante que, no final da oficina, a experiência de cada grupo seja compartilhada com a turma. Nessa penúltima etapa orientamos de maneira adequada o uso das ferramentas necessárias para a confecção dos instrumentos, indicando inclusive as medidas que deverão ser usadas na medição da madeira, do cano, etc. Muitas vezes são criados instrumentos ainda não experimentados. Há instrumentos musicais que necessitarão de um só tipo de material na sua construção, em contrapartida pode ser que na criação de outros instrumentos façamos uso de uma grande variedade de materiais. Com madeira podemos criar Baquetas, Claves, Xilofones, Reco-Reco, Violinos. Com plásticos, garrafas peti e material de PVC podemos estar criando Chama-alma, Bongô de PVC, Caxixis com garrafinhas, Flauta d’água, Mangueira sanfonada, Tambor d’água. Podemos transformar alumínio em Caxixis com latinhas, Pandeiro de lata de goiaba, Apito de lata. Para o vridro temos as Flautas de garrafa. Enfim, a matéria-prima é farta e a criatividade é imensa, resta a nós praticarmos a reutilização.

Produção dos instrumentos musicais – ENEH (UFS) Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

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Produção dos instrumentos musicais – Bairro Getúlio Vargas Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

Ao final de cada oficina propomos ao grupo o uso dos instrumentos criados. Em alguns casos chegamos a improvisar uma orquestra com o uso desses instrumentos, como foi o caso do Conservatório de Música do Estado de Sergipe. Em outros casos formamos uma roda de músicos para experimentarmos os instrumentos, como foi o caso do Encontro Nacional de Biologia. Enfim, com os instrumentos criados, cabe a nós fazermos o melhor uso possível desse novo objeto.

Uso dos instrumentos musicais – Conservatório de Música de Sergipe Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

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Uso dos instrumentos musicais – ENEH (UFS) Foto: Arquivo da Oficina Alternativa

15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GONÇALVES, C. W. P. O desafio ambiental. Rio de janeiro: Record, 2004. SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. 13ª ed. Porto: Edições Afrontamento, 2002. GUIMARÃES, M. Sustentabilidade e educação ambiental. In: CUNHA, S.B.; GUERRA, A.J.T. (orgs.) A questão ambiental – diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003, p. 81-105. LOUREIRO, Carlos Frederico B. Trajetória e fundamentos da educação ambiental. São Paulo: Cortez, 2004.

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