Educação Ambiental de Crianças e Adolescentes

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IV Encontro Regional de Delegados do Ambiente Corpo Nacional de Escutas – Junta Regional dos Açores Centro de Formação do Belo Jardim, Praia da Vitória, 17 de outubro de 2015

Educação Ambiental de Crianças e Adolescentes Félix Rodrigues Departamento de Ciências Agrárias Universidade dos Açores Angra do Heroísmo Resumo Este trabalho centra-se na lógica da Educação Ambiental Informal ou Não-Formal, entendida como uma educação ambiental organizada que não respeita forçosamente tempos e locais, sendo deste modo flexível e adaptada à aprendizagem de grupos específicos. Não se sobrepõe, ou é oposta, à Educação Ambiental Formal, ou seja, a uma Educação Ambiental organizada com uma determinada sequência de conteúdos e que é usualmente proporcionada pelas escolas, e sujeita, a uma lógica política ou ideológica. A Educação Ambiental Informal pode ser desenvolvida por Associações Não Governamentais, indivíduos que trabalhem com grupos de pessoas ou famílias, entre os quais se podem destacar os Escuteiros e/ou Escoteiros, por terem nos seus fundamentos princípios que antecedem a lógica do atual conceito de sustentabilidade que se aproxima da mensagem de Baden Powell “Procurai deixar o mundo um pouco melhor de que o encontrastes e quando vos chegar a vez de morrer, podeis morrer felizes sentindo que ao menos não desperdiçastes o tempo e fizestes todo o possível por praticar o bem.”. Afirma ainda o fundador do escutismo ou escotismo que “O estudo da natureza mostrar-vos-á as coisas belas e maravilhosas de que Deus encheu o mundo para vosso deleite. Contentai-vos com o que tendes e tirai dele o maior proveito que puderdes. Vede sempre o lado melhor das coisas e não o pior.”. A relação do homem com a natureza deve basear-se, de acordo com os novos paradigmas, no conceito de sustentabilidade, pois todas as comunidades humanas já perceberam que os recursos naturais são limitados. Educar crianças e adolescentes corresponde a encaminhá-los para um futuro mais próspero, mas também um futuro mais equilibrado nas perspetivas ambientais, sociais e económicas. Haverá um modelo de educação ambiental para crianças e adolescentes? As emoções, são consideradas como tendo um importante papel no comportamento e nas decisões do ser humano. Só muito recentemente se começou a investigar o que se designou por “Inteligência Emocional” e cujo substrato implica percecionar emoções, usar as emoções com o objetivo de auxiliar a desenvolver ideias, a compreender emoções e informação emocional e ajustar emoções para o desenvolvimento emocional e mental.

IV Encontro Regional de Delegados do Ambiente Corpo Nacional de Escutas – Junta Regional dos Açores Centro de Formação do Belo Jardim, Praia da Vitória, 17 de outubro de 2015 As crianças e adolescentes emocionalmente inteligentes tendem a exprimir a agressividade de forma mais adequada, por exemplo, ou a serem bem mais flexíveis quando contrariadas e mais criativas na busca de soluções para os problemas do dia-a-dia. A Inteligência Emocional pode ser desenvolvida através de uma educação que se foque em ajudar a criança e o adolescente a desenvolver competências emocionais básicas como expressar, compreender, gerir emoções e usar essas competências para lidar com as questões sociais do quotidiano ou até mesmo questões ambientais. Entende-se que "Educação Ambiental de crianças e adolescentes" se deve centrar na alteração de comportamentos, tendo por base as perceções e atitudes dessas crianças e desses adolescentes, e que se deve apostar, sem dogmatismos, na relação ambiente-indivíduo e no desenvolvimento da inteligência emocional que resulta dessa relação. A inteligência emocional deverá ser entendida tal como a definem Salovey, Mayer & Caruso, (2000): "...a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender e raciocinar com ela, e saber regulá-la em si próprio e nos outros.". Sem ser dogmático, acredita-se que só amando se poderá proteger. Só conhecendo se poderá interpretar. Sem conhecermos perceções e atitudes de crianças e adolescentes, não se promoverá a livre alteração consciente e responsável de comportamentos.

Referências: Mayer, J., Salovey, P. & Caruso, D. 2000. Models of Emotional Intelligence. In Sternber, R. 2000. Handbook of Intelligence. Chapter Eighteen. Cambridge University Press. Cambridge.

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