II Jornada Acadêmica Aberta de Pedagogia, Educação Física e Letras
Educação Ambiental, Formação de Professores e Mapas Conceituais: discussões sobre mudanças climáticas Rômulo Pinheiro Souza¹, Luiz Alberto de Souza¹, Everton Viesba-Garcia², Marilena Rosalen³ ¹Graduando em Licenciatura em Ciências, ²Mestrando em Ensino de Ciências e Matemática, ³Professora Doutora Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, Universidade Federal de São Paulo
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Introdução
Resultados e Considerações Finais
O Projeto Escolas Sustentáveis atua como multiplicador das práticas sustentáveis, desenvolvido por estudantes da graduação da UNIFESP, campus Diadema, é um projeto extensionista, tem seu foco de atuação nas escolas de Diadema/SP e suas áreas de atuação são voltadas à: Ensino/Currículo, Espaço/Estrutura e Gestão/A3P, sendo que cada área dá origem a diversos eixos que se interligam, e sua totalidade de ações visa à consolidação de uma Escola Sustentável. Foi baseado na área Ensino e Currículo que o Curso de extensão Educação Ambiental para a Sustentabilidade foi desenvolvido. O Curso foi estruturado em módulos, sendo um deles voltado a Educação para a Sustentabilidade, onde foi abordado o tema Mudanças Climáticas Globais (MCGs). Foi proposta a utilização de mapas conceituais durante a realização da atividade, onde os participantes teriam a possibilidade de aplicar o conhecimento das discussões e também compartilhar com os cursistas suas reflexões, proporcionando a troca de conhecimento. A estratégia era estimular os participantes a exteriorizar seu conhecimento prévio relacionando-o com as novas informações adquiridas (OLIVEIRA et al., 2013).
A teoria de Vigostsky (1996, p. 50) contribui para o entendimento conceitual dos mapas, assim “a formação de conceitos é o resultado de uma atividade complexa, em que todas as funções intelectuais básicas tomam parte”. Palavras e conceitos são uma construção em rede, são significados que representam, nesse trabalho, as conclusões e entendimentos dos cursistas sobre as MGCs. A figura 1 nos mostra os momentos em que os cursistas discutiam e planejavam a construção dos mapas.
Desenvolvimento
Figura 1. Cursistas discutindo sobre os mapas conceituais.
A figura 2 nos mostra dois dos mapas construídos, as discussões a cerca de ambos foi promovida pelos seus respectivos grupos, mas com a participação e intervenções de todo os cursistas.
Os cursistas montaram quatro grupos, variando de 6 a 10 participantes cada, em seguida foram até um espaço aberto, cada grupo recebeu um conjunto de blocos, cada bloco tinha uma palavra/frase que representou um impacto, situação, causa ou consequência sobre as MCGs, cada conjunto tinha, em média, 20 palavras/frase, conforme tabela 1. Bloco 1 Desmatamento Desertificação Extinção de espécies Migração de espécies Redução da reserva d’água
Bloco 2 Migração da fauna Migração de pessoas Perda de alimentos Perda de PIB agrícola Elevação do nível do mar
Bloco 3 Mudanças climáticas Combustíeis fósseis Queimadas Ações antrópicas Elevada emissão de GEEs
Bloco 4 Abastecimento de água Danos à mata ciliar Extinção de espécies Migração de espécies Vazamentos em tubulações
Afeta o regime de chuvas Interferências no clima Infertilidade do solo Mudanças na cobertura vegetal Queima de florestas
Perdas de zonas costeiras Extinção de espécies Danos ao turismo
Elevação do nível do mar Desertificação Extinção de espécies
Planos municipais de gestão Poluição de rios Crise hídrica
Diminuição da produção agrícola
Aumento na temperatura
Redução nas áreas de várzea
Danos a recifes
Disponibilidade d’água
Lixo
Emissão de CO2
Destruição de ecossistemas
Acidificação dos oceanos
Saneamento básico
Expansão agrícola
Danos a recursos pesqueiros
Branqueamento de corais
Esgoto doméstico
Expansão pecuária Construção de cidades Indústria madeireira Erosão do solo Perda de alimentos Fornecimento de água
Prejuizos para a economia
Desequilibrio populacional Incidência de doenças Desastres naturais Degelo das calotas polares Desertificação Perda de costa
Esgoto industrial Água de qualidade Canalização de rios Enchentes Controle de doenças Gestão ineficiente
Tabela 1. Lista de palavras que compuseram o quadro de atividade sobre mapas conceituais
Os cursistas se reuniram e discutiram sobre como montar um mapa conceitual a partir daqueles conjuntos de palavras, após realizar a montagem no chão e fazendo as conexões com giz formando setas, apresentaram para os demais participantes os mapas criados e discutiram sobre a lógica utilizada.
Figura 2. Mapas Conceituais construídos pelos cursistas.
Ao todo foram construídos 4 mapas conceituais, percebemos o quão a atividade foi interessante quando os cursistas propuseram uma troca dos mapas entre os grupos, tanto para que o outro grupo explicasse o mapa trocado, quanto para reconstruir de acordo com sua linha de pensamento, mas infelizmente não houve tempo para seguir a sugestão. Nossa proposta nesse trabalho foi relatar e compreender como o uso de mapas conceituais dentro da EA sobre as MCGs podem contribuir para a formação de professores. Os mapas são excelentes modelos de representação visual sobre o conhecimento, aprendizado e vivências dos sujeitos. Construir o conhecimento com os cursistas sobre a atual situação climática é dar a eles a condição de protagonistas e assim se tornar agentes de transformação de suas realidades.
Referências OLIVEIRA, R. F.; ALVES, J. W. S. Mudanças Climáticas Globais no Estado de São Paulo. São Paulo: SMA, 2013. VIGOSTKI, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 5. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
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