EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DE GEOGRAFIA

June 5, 2017 | Autor: S. Vieira | Categoria: Educação Ambiental, Geografia
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I SEMANA E JORNADA CIÊNTÍFICA DE GEOGRAFIA DO ENSINO A DISTÂNCIA DA UEPG Teorias e Práticas na Formação Docente do Professor de Geografia

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO DE GEOGRAFIA Solange Reiguel1, Rodrigo Rossi2

RESUMO A Geografia é uma ciência que busca conhecer e explicar as múltiplas dimensões da relação entre a sociedade e a natureza, articulada com outras áreas do conhecimento. É importante discutir e refletir sobre os possíveis diálogos entre a geografia e a educação ambiental, por meio de elementos teóricos e metodológicos que fundamentam as atividades escolares. A metodologia utilizada está fundamentada na revisão bibliográfica e análise de documentos relacionados à Política Nacional e Estadual para a Educação Ambiental e o ensino da geografia. Foram identificados pontos de conexão entre o ensino de geografia e a educação ambiental, com ênfase nas práticas pedagógicas. A educação é o caminho para a promoção da transformação e aquisição de um saber ambiental comprometido com a aprendizagem e a construção de um futuro sustentável. PALAVRAS-CHAVE – Educação Ambiental, Geografia, Ensino

INTRODUÇÃO

A Geografia é uma ciência que busca conhecer e explicar as múltiplas dimensões da relação entre a sociedade e a natureza, o que lhe atribui um conjunto muito amplo de interfaces com outras áreas do conhecimento (UEPG, 2009).

Deste modo, é de fundamental importância discutir e refletir sobre os

possíveis diálogos entre a geografia e a educação ambiental. Por isso, objetivase nesse trabalho, apresentar elementos teóricos e metodológicos que fundamentam a Educação Ambiental no ensino de Geografia e refletir sobre as possibilidades pedagógicas com perspectiva integradora e interdisciplinar. 1

Possui graduação em Geografia Licenciatura, Especialista em Metodologia e Prática do Ensino da Geografia Rergional e Ambiental do Brasil, e Tecnologias em Educação, Tutora a distância do Curso de Licenciatura em Geografia-UEPG/UAB, e-mail: [email protected]. 2 Possui graduação em Geografia Bacharelado e Licenciatura, Mestre em Geografia, curso de Gestão do Território da UEPG, Orientador de TCC do Curso de Licenciatura em Geografia-UEPG/UAB, email: [email protected]

DISCUSSÕES

Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008), o objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, entendido como o espaço produzido e apropriado pela sociedade, composto pela inter-relação entre sistemas de objetos e sistemas de ações. Tem como subcampo a questão socioambiental que permite a abordagem da dinâmica e interação dos fatores naturais, sociais, culturais, econômicos e políticos. A Constituição Federal, em seu art. 225 destaca que todos têm direito ao meio ambiente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida (BRASIL, 1988). No art. 1º da Lei nº 9.795/99, entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente (BRASIL, 1999). O Programa Nacional de Educação Ambiental afirma que, as ações da Educação Ambiental destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a interação e a integração equilibradas das múltiplas dimensões da sustentabilidade ambiental (BRASIL, 2004). Em consonância, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental estabelecem que a Educação Ambiental envolve o entendimento de uma educação cidadã, responsável, crítica, participativa, em que cada sujeito aprende com conhecimentos científicos e com o reconhecimento dos saberes tradicionais, possibilitando a tomada de decisões transformadoras, a partir do meio ambiente natural ou construído no qual as pessoas se integram (BRASIL, 2012). Em sua busca por bases epistemológicas, a educação ambiental sustentase em conhecimento aberto, dialógico e reflexivo vinculado à prática social, que, por meio de uma articulação complexa, busca ir além da disciplinaridade (MORALES, 2009). As estratégias de educação para a sustentabilidade exigem novas orientações, conteúdos e práticas pedagógicas que possam disseminar o saber ambiental (LEFF, 2002). Nesse sentido, a educação ambiental deverá ser

uma prática educativa integradora, contínua e permanente, no desenvolvimento dos conteúdos de ensino de Geografia. Na sala de aula o (a) professor (a) de Geografia pode trabalhar as questões socioambientais de forma contextualizada por meio das mídias e novas tecnologias de comunicação e o trabalho de pesquisa, que para Freire (1996), não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Um exemplo de pesquisa é construção de intervenções tecnológicas no ambiente com foco na resolução de problemas e a preservação dos bens naturais. A aula de campo tem um importante papel pedagógico no ensino de Geografia e educação ambiental, pois segundo Venturi (2011), permite a aproximação dos conteúdos à realidade do aluno e do contexto da escola, de modo que as informações lhe façam mais sentido. Para Castrogiovanni (1999) a Geografia que o aluno estuda deve permitir que ele se perceba como participante do espaço que estuda. Pode-se trabalhar

conceitos geográficos, questões

socioambientais no entorno da escola, do bairro, do município, da bacia hidrográfica. As Unidades de Conservação, por exemplo, oferecem possibilidades de desenvolver a percepção ambiental, trilhas monitoradas, várias atividades de vivência com a natureza, desenvolvimento de pesquisas científicas, e o entendimento sobre a importância dessas áreas para a conservação e proteção da biodiversidade.

Essas atividades deverão integrar teoria e prática com

enfoque interdisciplinar, organização teórico-prática de um roteiro de prática de campo, diário de campo e relatório/avaliação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para Loureiro (2006), educação ambiental, antes de tudo, é educação e Gadotti (2000), diz que o desenvolvimento sustentável tem um componente educativo formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação. A educação ambiental deverá ser uma prática educativa integradora, contínua e permanente, no desenvolvimento dos conteúdos de ensino de Geografia, que contribuirá para a formação de um sujeito capaz de intervir no espaço em que

vive de maneira consciente e crítica. A educação é o caminho para a promoção da transformação de percepções, posturas, atitudes e aquisição de um saber ambiental comprometido com a aprendizagem e a construção de um futuro sustentável.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil: Brasília, 1988. _______. Programa Nacional de Educação Ambiental. ProNEA. 3ª ed. Brasília: MMA/MEC, 2005. ________. Diretrizes Nacionais para Educação Ambiental. MEC: Brasília, 2012. ________. Política Nacional de Educação Ambiental. República. Casa civil: Brasília, 1999.

Presidência da

CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos, Ligia Beatriz Goulart. A questão do livro didático em geografia: Elementos para uma análise. In: Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Antônio Carlos Castrogiovanni (org). Porto Alegre: UFRGS / AGB, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. 5ª ed. São Paulo: Peirópolis, 2000. LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. São Paulo: Cortez, 2002. LOUREIRO, Carlos Frederico. Trajetória e Fundamentos da Educação Ambiental. 2ed.São Paulo: Cortez, 2006. MORALES, Angélica Góis. A Formação do Profissional Educador Ambiental: Reflexões, Possibilidades e Constatações. Ponta Grossa. Ed. UEPG, 2009. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Geografia. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Curitiba: SEED, 2008. UEPG. Projeto Pedagógico do Curso de Geografia- EaD. UEPG: Ponta Grossa, 2009. VENTURI, Luis Antonio Bittar. Geografia: práticas de campo, laboratório e sala

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