EDUCAÇÃO DO CAMPO E CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: o papel das EFAs na construção da soberania alimentar de comunidades sertanejas

July 17, 2017 | Autor: Gabriel Troilo | Categoria: Educação do Campo, Soberania Alimentar, Convivência Com O Semiárido
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I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO DO CAMPO DA UFRB II SEMINÁRIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO CAMPO DA BAHIA III SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO DO RECÔNCAVO E VALE DO JEQUIRIÇA IV ENCONTRO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO DE AMARGOSA

“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 EDUCAÇÃO DO CAMPO E CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: O PAPEL DAS EFAS NA CONSTRUÇÃO DA SOBERANIA ALIMENTAR DE COMUNIDADES SERTANEJAS ANDRADE, Jaqueline Pereira de1, TROILO, Gabriel2, Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE) [email protected], [email protected]

RESUMO Este trabalho apresenta uma experiência de estudantes da Escola Família Agrícola do Sertão no desenvolvimento de um dos mais importantes instrumentos pedagógicos constitutivos da pedagogia da alternância: a atividade de retorno. Através de uma ação educativa organizada pelos estudantes em uma comunidade da região Sisaleira, município de Monte Santo (BA), buscou-se incentivar os agricultores a valorizarem o patrimônio genético de seus plantios através da montagem de casas de sementes crioulas. É certo que a autonomia produtiva dos agricultores sertanejos está intrinsecamente ligada às formas de adaptação ao clima severo, sendo a convivência com o semiárido a estratégia central para as comunidades sertanejas se desenvolverem. Uma destas estratégias é o resguardo de sementes, sendo que os estudantes da EFASE compreenderam a importância deste processo para garantir a soberania alimentar das comunidades e direcionaram sua ação educativa no sentido de cumprir esta demanda. Para tanto eles promoveram espaços de diálogo para mobilização dos agricultores, com problematização da situação de insegurança alimentar que muitas comunidades podem estar passando e palestras sobre os prejuízos do avanço do agronegócio para as comunidades e o meio-ambiente, sendo apresentada a perspectiva da agroecologia para o aproveitamento sustentável do solo e dos outros recursos naturais. O resultado imediato da mobilização foi o credenciamento das principais variedades das sementes crioulas do feijão e possível solução para a perda gradativa das sementes crioulas através da construção de uma casa de sementes nas comunidades, com todos os preceitos de organização, manutenção do potencial genético das variedades, armazenamento e conservação. Palavras-chave: convivência com o semiárido, pedagogia da alternância, soberania alimentar, sementes crioulas. Introdução 1

Estudante do quarto ano do Curso Técnico em Agropecuária integrado ao ensino regular da Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE) – Monte Santo - BA 2

Pós-graduado em Educação do Campo e Desenvolvimento do Semiárido Brasileiro pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Monitor da EscolaFamília Agrícola do Sertão e Membro da Coordenação Político Pedagógica do Curso Superior Tecnologia em Agroecologia (EFASE/ UFRB)

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 A Escola Família Agrícola do Sertão (EFASE) está inserida em um território predominantemente rural, onde a maior parte da população vive no campo ou mesmo tem raízes no mesmo. Com uma predominância de formas autônomas de subsistência na terra, os sertanejos de comunidades tradicionais de fundo de pasto, quilombos, comunidades indígenas, assentamentos e demais agricultores familiares em geral se desenvolvem historicamente na caatinga e dela retiram seus meios de vida. Um contexto sócio-econômico de intenso conflito fundiário e abandono de políticas públicas estruturais, que é gerador de amplas demandas de organização política e formação técnica do povo do campo. Demandas estas que estão colocadas em grande parte para a escola do campo, no sentido de aparelhar os agricultores a empreenderem a luta pela defesa de seus territórios e pelo desenvolvimento dos mesmos (ANDRADE, 20...). Com o avanço do agronegócio, este caracterizado pelo uso de sementes transgênicas, a ampliação dos estoques de variedades de sementes crioulas é um desafio a ser alcançado para garantir a autonomia produtiva dos agricultores familiares e a soberania alimentar das comunidades sertanejas. É a partir da compreensão desta realidade que os estudantes da EFASE se organizaram para promover intervenções em suas comunidades através de atividades que os mesmos estudam, planejam, organizam e constroem. Tais atividades fazem parte de um conjunto de instrumentos constitutivos da pedagogia da alternância, neste caso a atividade de retorno, sendo ela um dos mais importantes por estabelecer o elo entre escola e comunidade através da ação dos estudantes. É na escola que o estudante tem a oportunidade de avançar no conhecimento crítico sobre a realidade e compreender o potencial de suas práticas para desenvolver estratégias de convivência com o semiárido. É neste sentido que os educandos da EFASE trabalharam nas comunidades sertanejas, visando construir casas de sementes crioulas que assegurassem aos agricultores familiares de sua região uma alimentação de grãos saudáveis, neste caso o feijão caupi (Vigna unguiculata), isentas da transgenia e dos insumos químicos. O objetivo do presente trabalho é apresentar esta experiência de ação educativa dos estudantes da EFASE, ação que buscou mobilizar os agricultores de uma comunidade sertaneja a valorizarem o patrimônio genético de seus plantios através da montagem de casas de sementes crioulas.

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 As ameaças da agricultura moderna para a soberania alimentar e desenvolvimento agrário de comunidades tradicionais

A agricultura camponesa de subsistência desenvolve cultivos das principais variedades de plantas alimentícias há mais de 10.000 anos, sendo a agricultura uma das principais formas de interação entre a humanidade natureza. A prática milenar de domesticação das plantas gerou conhecimentos acumulados sobre as culturas agrícolas que foram reproduzidos ao longo do tempo em todas as sociedades humanas. A diversidade de alimentos hoje conhecida é resultado de um longo processo de seleção das plantas mais adequadas à produção agrícola e à preservação do patrimônio genético dos cultivares mais apropriados através do manejo e manutenção de estoques de sementes crioulas. Ao longo da evolução das sociedades humanas o conhecimento da natureza é gradativamente ampliado, no caso da agricultura são as sementes o patrimônio produzido por milhares de anos de desenvolvimento e experimentação das mais variadas formas de cultivo. Conhecimento que está sendo perdido por conta das novas formas de produção introduzidas pela agricultura moderna (MAZOYER & ROUDART, 2010). A introdução de práticas e insumos produzidos pelas indústrias de adubos químicos, agrotóxicos, máquinas, tratores e sementes começou a ser desenvolvida após a segunda guerra mundial, um processo de transformação bastante acentuado na agricultura denominado revolução verde. A agricultura torna-se industrial e as empresas passam a aumentar o controle sobre a produção agrícola, criando tecnologias que proporcionam o aumento acentuado da produtividade da terra e conseqüentemente o lucro sobre as atividades produtivas do campo. A mais recente etapa tecnológica da revolução verde se consolida na atualidade a partir da ascensão da biotecnologia, onde os alimentos passam a ser produzidos a partir de um pacote tecnológico envolvendo sementes transgênicas dependentes de princípios ativos presentes na formulação química de agrotóxicos (LUTZENBERGER, 2002). A racionalidade econômica do modelo hegemônico de agricultura transformou a produção de alimentos em negócio e o campo em setor da economia, justificando seus avanços na necessidade de um aumento de produtividade que seja capaz de suprir as demandas da população humana em crescimento. Porém esta matriz produtiva só gerou a perda de fertilidade natural do solo, consentindo em uma crescente dependência da agricultura

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 para com insumos artificiais e dos camponeses para com as tecnologias produzidas pelas empresas que monopolizaram o mercado agrícola. Atualmente toda a cadeia produtiva da agricultura, tanto de base, insumos, tecnologias e dos próprios alimentos; quanto de beneficiamento e distribuição está sob o domínio de algumas empresas multinacionais, que segundo Jan Douwe van der Ploeg (2009) formam verdadeiros “impérios alimentares”. Neste contexto o pequeno agricultor ou é inserido como mão de obra em complexos agroindustriais ou é levado a produzir utilizando o pacote tecnológico imposto pelas multinacionais, através das políticas de crédito do Estado instituídas pelos projetos de assistência técnica. O resultado é a perda da diversidade genética dos cultivos, que passam a ser cada vez mais homogêneos e padronizados pela engenharia genética, e a perda da qualidade dos alimentos consumidos pela população, que são produzidos em escala com a aplicação de doses crescentes de agrotóxicos. A revolução verde em sua dinâmica ampliada introduz um único modo de se produzir alimentos e por conseqüência acaba destruindo as diversas variedades de cultivos selecionados por milhares de anos, conhecimento humano acumulado por várias gerações e resguardado até a atualidade através do patrimônio genético das sementes crioulas. Consideramos como sementes crioulas não só os grãos, mas também plantas, animais, flores, árvores nativas, frutas, ervas, plantas medicinais e muitas outras formas de recursos que estão envolvidos com o grão e que conformam o conjunto genético de constituição da planta. Uma diversidade de espécies que se encontram na natureza e que foram selecionadas, melhoradas e preservadas ao longo do tempo, passando de geração em geração, alimentando os seres humanos e os animais (SILVA, 2013). Patrimônio genético ameaçado na atualidade pelas sementes desenvolvidas no bojo da biotecnologia com um único objetivo que não tem relação alguma com a alimentação da humanidade: gerar monopólios ampliados sobre a produção agrícola que garantam as taxas crescentes de lucratividade das multinacionais de biotecnologia. Segundo Albarello (2009) a transgenia proporciona um abismo entre o pequeno agricultor e o agronegócio, pois as grandes empresas mantêm o controle de todo o espaço da produção agrícola:

As sementes transgênicas são patenteadas pelas empresas que as desenvolveram. Quando o agricultor compra essas sementes, ele assina um contrato que o proíbe de replantá-las no ano seguinte (prática de guardar sementes, tradicional da agricultura), comercializá-las, trocá-las ou passá-las adiante (ALBARELLO et all, 2009).

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013

Mesmo que o modelo da agricultura industrial seja dominante em todos os espaços, ainda é perceptível a insistência de uma forma de produção que tem lastro no patrimônio cultural da humanidade, nas formas de produção que ainda são independentes do pacote tecnológico da agricultura moderna. A agricultura camponesa apresenta reais condições de enfrentar todas as adversidades colocadas atualmente para a produção de alimentos, mesmo que seja vista como forma arcaica de produção pelo olhar preconceituoso das elites agrárias. Chega a ser absurda a idéia de atraso das formas de produção camponesa se as mesmas foram aperfeiçoadas durante praticamente todo período de evolução das sociedades humanas, a necessidade da inserção da biotecnologia nos cultivares agrícolas não apresenta avanço algum a não ser para o aumento da hegemonia de mercado sobre a produção de alimentos. De fato a agricultura camponesa tem sua base tecnológica desenvolvida através da agroecologia, que nada mais é que uma ciência de se produzir alimentos utilizando os saberes históricos, o patrimônio genético e o manejo da natureza de maneira racional, para uma agricultura que não necessite de aportes de insumos externos ao ambiente produtivo (ALTIERI, 2012). Há em abundância na natureza todos os recursos necessários para uma produção agrícola eficiente, é a partir do conhecimento da mesma que os camponeses e as camponesas em diferentes partes do mundo têm condições de resistirem ao pacote tecnológico do agronegócio. A sabedoria resguardada nas sementes é uma das principais formas de resistência da agricultura camponesa, é o patrimônio compartilhado da humanidade que imprime o potencial da mesma em avançar para uma produção diversa e abundante de alimentos. Privar os agricultores deste recurso é um crime contra toda a humanidade, é o roubo de uma herança de gerações de sociedades que tem sido feito pelas multinacionais da agricultura moderna. O acesso ao material genético da natureza é um direito primordial da humanidade, e camponeses do mundo todo tem compreendido a defesa deste direito como sendo a tarefa prioritária do momento presente, já passaram a proteger suas sementes, buscando a independência em relação às grandes corporações. O plantio das sementes crioulas (tradicionais) remete o agricultor novamente à suas raízes. Não se busca o retrocesso ao valorizar o conhecimento tradicional, mas a autonomia da agricultura familiar para a soberania alimentar dos povos.

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 Cada povo, nação ou comunidade desenvolveu seus hábitos alimentares e os incorporou à sua cultura. As sementes crioulas fazem parte deste processo, elas são cuidadas e melhoradas sob o domínio, principalmente, das comunidades tradicionais. As sementes crioulas podem produzir mais alimentos com menos custos do que sementes híbridas ou transgênicas. Elas produzem alimentos mais saudáveis, contribuem para a preservação ambiental, podem se adaptar melhor à região nativa e são mais independentes ao uso de tecnologia. Sementes, mudas e raças crioulas preservam a cultura, são frutos da evolução da natureza e do trabalho de diferentes povos.

A continuidade da agricultura camponesa, forte, autônoma, dinâmica e diversificada, depende da capacidade do camponês e da camponesa em conhecer, resgatar e produzir com sementes crioulas, pois há uma relação direta entre ambos. Podemos dizer que as sementes crioulas dependem dos camponeses e das camponesas, assim como os camponeses e as camponesas dependem das sementes crioulas. E, esta relação de interdependência, permite a continuação de um campesinato forte, organizado e autônomo (ALBARELLO et all, 2009).

O semiárido brasileiro é uma das regiões que tem enfrentado este desafio de avançar na autonomia da agricultura camponesa e construir a soberania alimentar. Nesta região como um todo via de regra se desenvolveram comunidades tradicionais como base de resistência das adversidades naturais. Um dos maiores desafios é o de garantir a soberania alimentar da população que historicamente habita este território, desafio que se traduz na construção da autonomia produtiva das comunidades sertanejas. Para garantir alimentos em quantidade e qualidade suficientes para sustento das mesmas os sertanejos desenvolveram técnicas e práticas que foram com eles evoluindo para um modo cada vez mais adaptado de vida na caatinga, dentre elas está o manejo das sementes crioulas. Assim foram preservados cultura, sementes, mudas, variedades e raças de animais crioulas e caipiras, um patrimônio genético de grande valor para as comunidades sertanejas. A partir desses conhecimentos da conservação da biodiversidade, fica claro que a agroecologia acumulou nos últimos anos inúmeras conquistas científicas. Dessa forma foi demonstrado que é possível existir um modelo de agricultura auto-sustentável e diversificado onde os camponeses e as camponesas são protagonistas do processo por serem autônomos e portadores de sabedoria e poder: conhecem e detém o controle das sementes.

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 A disponibilidade e continuidade dessas sementes é virtude e missão da agricultura familiar/camponesa e não depende de nenhuma empresa ou país e, são fundamentais para a garantia da soberania alimentar dos povos. As sementes crioulas são adaptadas aos ambientes locais, portanto mais resistentes, e menos dependentes de insumos. São também a garantia da diversidade alimentar e contribuem com a biodiversidade dentro dos sistemas de produção. A biodiversidade é a base para a sustentabilidade dos ecossistemas (sistemas naturais) e também dos agroecossistemas (sistemas cultivados) (ALTIERI, 2012) As práticas agroecológicas realizadas por educandos de EFAs e a convivência com o semiárido Nas ultimas décadas o povo do campo organizado em movimentos, entidades e associações tem investido esforços para o desenvolvimento de tecnologias de domínio popular que gerem a autonomia do sertanejo frente à problemática da seca. Em sua maioria elas giram em torno das estratégias de armazenamento de água, alimentos, e recursos em geral durante os períodos chuvosos para garantir sustento nos momentos de escassez. Além da utilização apropriada dos mesmos para o aproveitamento das potencialidades da caatinga para a produção e reprodução dos meios de vida das comunidades (COQUEIRO, 2012). É neste sentido que Lima (2008) afirma que “não adianta tentar combater a seca, nem fugir dela. É preciso conviver com as condições do semiárido e saber como melhorar os meios de vida das pessoas que moram em comunidades rurais”(2008, p.10). A convivência com o semiárido é assim apresentada como um conjunto de estratégias de subsistência do povo sertanejo em seu ambiente de vida, não se desenvolvendo só na atualidade, pois é certo que toda comunidade humana que habitou este ambiente criou formas de se adaptar ao clima severo e às condições mais rígidas. Como afirma Andrade et all (2013) as tecnologias sociais de convivência como o semiárido reproduzem as próprias estratégias adaptativas dos animais e das plantas à inconstância de água no ambiente semiárido. Somente a partir de uma integração entre os saberes populares acumulados historicamente e as inovações técnicas geradas pelo conhecimento científico tem sido possível o avanço das estratégias que garantem o desenvolvimento das comunidades através de uma relação racional com o ambiente.

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 Assim podemos reconhecer que a convivência com o semiárido é construída a partir de elementos que são debatidos no âmbito dos princípios centrais da agroecologia: referenciar a produção humana na natureza através do que Petersen denomina como “construção de analogias estruturais e funcionais entre o ambiente natural e os processos produtivos sociais” (2009, p. 10). Nesta mesma perspectiva Altieri (2012) reconhece que a produção agrícola superou o reducionismo do debate estritamente técnico e avança para uma leitura mais complexa que leva em conta o espaço rural não somente como setor da economia, mas como um ambiente em que a vida se desenvolve em suas dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas. Nestes termos a produção da subsistência junto aos espaços naturais construída historicamente por comunidades sertanejas demonstram a viabilidade de se estabelecer um intercâmbio material entre sociedade e natureza dentro de uma racionalidade ecológica que cumpra as demandas sociais e sustente a capacidade suporte do ambiente natural. É como Gliessman (1998) defende em seu debate: os processos produtivos tem na ciência agroecológica as bases técnicas para garantir não somente a produção agrícola interessada ao sustento humano, mas, de maneira igualmente relevante, garantir a geração do aporte de recursos naturais necessários à auto-suficiência do próprio ambiente. As comunidades tradicionais de fundo de pasto e de agricultores familiares da região semiárida como um todo dão um exemplo claro destas formas de relação debatidas pela agroecologia. É através das práticas de convivência com o semiárido, como as atividades agropastoris e agroextrativistas, que os sertanejos sobrevivem e se desenvolvem junto à caatinga sem degradá-la, reconhecendo no ambiente natural a base não só de sustento próprio, mas de constituição da vida como um todo. É neste contexto que levantamos a discussão sobre o potencial das práticas desenvolvidas pelos educandos da EFASE junto às comunidades durante o tempo comunidade, em específico o que denominamos por atividade de retorno (AR). Sendo o principal instrumento pedagógico constitutivo da pedagogia da alternância, a AR é a forma concreta de estabelecimento do vinculo entre as EFAs e as comunidades através da ação dos educandos. Segundo Andrade as ARs não se restringem apenas à repasse de conhecimentos desenvolvidos na escola, pois a AR

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 [...] necessariamente precisa da participação da comunidade, seja na definição dos temas que consideram mais importantes num dado momento, ou na realização das atividades que os educandos trazem como retorno à comunidade. Seja na inserção dos educandos na vida da comunidade. Não como uma mera necessidade de realizar as atividades de retorno, mais fundamentalmente como uma necessidade de compreender a realidade concreta de onde emanam as demandas e possibilidades que devem impulsionar a relação dos educandos na comunidade. A AR busca estreitar o vinculo entre escola-comunidade e mediado pela ação a ser desenvolvida na comunidade, estabelecer incidência entre teoria e prática de tal forma como compreendemos a práxis (ANDRADE, 2012).

Por esta metodologia os educandos têm a possibilidade de trazer as demandas de suas comunidades para o ambiente escolar, desenvolver conhecimentos que vão de encontro às mesmas, e voltarem à comunidade com propostas de atuação que dialoguem com os saberes tradicionais e avancem na construção de novas tecnologias. E dentre as demandas é evidente a carência por técnicas inovadoras que tornem a produção mais apropriada, que avance na eficiência da utilização e ciclagem de recursos e que aproveite o potencial do ambiente de maneira ampla. Os educandos da EFASE encontram no campo desafios de toda ordem, em sua maioria relacionados à adaptação das atividades agropastoris e agroextrativistas tradicionalmente realizadas na caatinga à um plano mais eficiente de trabalho e organização e à metodologias de armazenamento e utilização eficiente da água e recursos. Mas, além disso, encontram também fortes demandas pela construção da soberania alimentar destas comunidades, visto que as atividades econômicas principais não garantem a produção de uma diversidade de gêneros alimentícios necessários à mesa das famílias. Assim o trabalho dos educandos se volta para atividades formativas com agricultores e agricultoras, no sentido de levantar os problemas da comunidade ligados à organização social, à produção, ao ambiente e outros temas que possam ter relevância, relacioná-los à um contexto agrário mais amplo e propor formas de ação. As atividades diretamente práticas resultantes se constituem de diversas formas, como a criação de modelos de sistemas produtivos para o compartilhamento de conhecimentos diversos, técnicas mais apropriadas de manejo animal, desenvolvimento de tecnologias que solucionem problemas de toda ordem, etc. Um exemplo são as propostas de horticultura adaptada à escassez de água, como os modelos de horta-verão e de oleiricultura estruturada para aproveitar eficientemente a água na produção de verduras, legumes e ervas em geral, já relatados por Andrade et all (2013) e Silva et all (2013).

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 Outro importante processo é a sistematização e o registro das tecnologias desenvolvidas durante as ARs, tanto pelo compartilhamento de experiências agroecológicas em amplitude nas próprias comunidades quanto pela publicização das mesmas para servirem de referência e fortalecer outras formas de trabalho em diferentes localidades. Em um contexto social em que o potencial de desenvolvimento dos pequenos agricultores é constantemente castrado pelo modelo hegemônico da agricultura moderna e pelas formas de dominação política, iniciativas e estratégias que tendem a gerar a autonomia das comunidades frente ao mercado precisam ser ampliadas e consolidadas como forma contra-hegemônica da organização da vida no campo. No sertão a agroecologia se constitui amplamente nos processos de convivência com o semiárido e tem uma de suas principais bases de desenvolvimento na educação do campo. Por esta perspectiva se faz necessário priorizar outros interesses no relacionamento entre os seres humanos e a natureza, que não seja o capital, mas sim o fortalecimento dos modos de desenvolvimento calcados em bases populares, rompendo com a concentração da terra, da água, do conhecimento e do poder. Processo que só se torna possível a partir do avanço de uma educação do campo fundada na emancipação dos sujeitos, na transformação da matriz produtiva para uma base agroecológica e trabalhando na perspectiva de construção de uma sociedade alicerçada em novas relações sociais.

Uma experiência: mobilização de agricultores para construção de casas de sementes em comunidades da região Sisaleira

A região Sisaleira é um território composto por 36 municípios do semiárido baiano, totalizando uma área de 35.572 km². A população desta região como um todo compreende mais de 1,1 milhão de habitantes, sendo que mais de 600 mil vivem na zona rural. Esse nome provém da prática de extração da fibra do sisal, principal atividade econômica desta região, ocupando boa parte da mão de obra da mesma (MOC, 2013). A região Sisaleira tem sido historicamente caracterizada pela situação de miséria na qual se encontra a maior parte de sua população. Além da escassez de água e dos problemas envolvendo a apropriação injusta do poder político pelas oligarquias rurais, a região ainda é palco de conflitos históricos pela

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 posse da terra e do abandono do poder publico em relação às políticas estruturais básicas para o povo do campo. Por conta das dificuldades de acesso à água e recursos, da falta de assistência técnica apropriada para a pequena agricultura e do avanço do modelo produtivo da agricultura industrial imposto pelo governo através das políticas de crédito, a produção de alimentos em uma base tradicional e agroecológica tem se tornado deficitária. Estas condições acabam levando à perda da capacidade produtiva das comunidades sertanejas e da autonomia das mesmas em obter seu próprio alimento.

Como já foi enfatizado, as comunidades

desenvolvem estratégias de convivência com as difíceis condições do semiárido, no sentido de garantir a produção de alimentos e manutenção de suprimentos durante os períodos de escassez. Uma delas é a pratica da plantação das sementes crioulas em todas as chuvas no decorrer do ano, cultura desenvolvida pelos sertanejos durante inúmeras gerações para garantir a qualidade e diversidade dos alimentos tradicionalmente produzidos. Mesmo assim, por conta dos problemas que afetam toda a região semiárida, as colheitas desses grãos nem sempre tem sido geradoras, findando em uma escassez na quantidade dessas importantes sementes. Dessa forma, a conseqüência é dramática: os agricultores deixam de plantar porque não tem a semente e ficam sem ter o que comer porque a colheita não rendeu. Para mudar essa realidade os educandos da EFASE tem desenvolvido em suas comunidades atividades de mobilização dos agricultores para a implantação de casas de sementes comunitárias, a partir do levantamento e armazenamento de sementes crioulas, uma estratégia de conservação de alimentos que já vem sendo adotada nas comunidades sertanejas com o objetivo de garantir a soberania alimentar das mesmas. Visto que os agricultores que perdem seus estoques de sementes crioulas acabam indo em busca dos grãos disponibilizados pelo governo, que em sua maioria são provenientes de áreas do agronegócio, sementes que são produzidas dentro do pacote tecnológico moderno que utiliza altos níveis de defensivos agrícolas, colocando em risco a saúde das pessoas que irão consumi-las. Em uma das atividades de retorno aqui tomada como exemplo, um grupo de educandos desenvolveram em sua comunidade um trabalho de base que consistia no levantamento das principais variedades de sementes crioulas do feijão-caupi ou feijão-decorda (Vigna unguiculata) ainda existente nos estoques dos agricultores. O feijão-caupi foi escolhido inicialmente para compor a casa de sementes porque é uma espécie considerada

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 tradicional na cultura alimentar das famílias sertanejas, além de ser uma das principais formas de cultivo que gera a subsistência das comunidades. Sendo cultivada por pequenos e médios agricultores de base familiar, seu excedente de produção ou é estocado ou comercializado em feiras livres como o popularmente conhecido feijão verde. Porém a quantidade dessas sementes nas ultimas estiagens tem se findado gradativamente. As principais variedades do feijão-caupi relatadas pelos os agricultores foram: “paraem-pé”, fradinho e amarelo. Depois do levantamento das principais variedades ainda existentes na comunidade houve a necessidade de uma palestra sobre a importância da implantação da casa de sementes. Neste sentido foram debatidas as conseqüências da falta dessas sementes no estoque da família para a renovação anual do plantio de alimentos tradicionais e os problemas gerados pela aquisição de sementes vindas de áreas monocultoras, como a contaminação por agrotóxicos e as doenças que as mesmas poderiam gerar nas famílias que as ingerissem constantemente. Foram apresentados também alguns problemas que afetam as plantações, pondo em risco a produção, como o ataque de pragas e doenças. Para intervir no ambiente de produção foi iniciado um treinamento com técnicas agroecológicas de manejo, para dessa forma, as famílias colherem alimentos saudáveis sem a dependência do modelo dominante e o uso de adubação química ou defensivos agrícolas. Os agricultores familiares compreenderam o contexto agrário para obtenção e armazenagem das sementes e firmaram compromisso de doarem significativas quantidades das sementes crioulas, logo após a colheita. As sementes obtidas nas comunidades irão ser catalogadas na EFASE e descritas de acordo com as suas variedades. Estes dados servirão para serem analisadas, qual a significância de sementes crioulas e as variedades ainda existentes nas comunidades da região. Depois da mobilização dos agricultores e de firmado o compromisso da construção da casa de sementes, foram debatidas as formas de armazenamento das variedades crioulas de maneira adequada, evitando a deterioração das mesmas e ampliando o tempo de conservação. Também foi projetado para um futuro o local de instalação da casa de sementes, que contenha melhor temperatura de conservação, e as possíveis formas de desenvolvimento das atividades de coleta, armazenamento e troca de sementes crioulas na comunidade.

Considerações finais

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013

As comunidades sertanejas enfrentam um grande embate na produção agrícola, são vários os fatores que inibem o crescimento da agricultura no semiárido. Primeiro que a região no qual os agricultores estão inseridos é afetada pela deficiência hídrica que o clima proporciona, dificultando um rendimento íntegro das lavouras. Segundo que, com o avanço do agronegócio, o controle do mercado agrícola se torna cada vez mais efetivo, ou seja, as grandes empresas montam o modelo de produção de acordo com os seus interesses econômicos. Neste caso eles desenvolvem sementes que melhor se adaptam às necessidades do mercado: serem transportadas por longas distâncias, necessitar de menos cuidados, apresentar boa aparência e maior produtividade. O uso de sementes híbridas e transgênicas é o mais novo pacote tecnológico da agricultura moderna. Como conseqüência há uma gradativa perda da diversidade dos cultivos em geral, ficando os pequenos agricultores com o prejuízo ambiental enquanto as empresas do agronegócio arrancam lucros vultosos da terra. Processo que também implica no desaparecimento dos saberes, das propriedades nutricionais dos alimentos, além de ameaçar a soberania alimentar, ao tornar a agricultura camponesa dependente de alguns poucos cultivos homogêneos. É na perspectiva de transformação dessa realidade que os educandos da EFASE trabalharam nas comunidades sertanejas, visando construir uma casa de sementes crioulas que assegurasse aos agricultores familiares uma alimentação de grãos saudáveis, neste caso o feijão caupi, isentos da transgenia e dos insumos químicos. Em vista das atividades realizadas observamos que a mobilização dos agricultores da comunidade proporcionou a abertura de um diálogo inicial sobre a problemática das sementes, onde a comunidade se predispôs à gerar uma organização que pudesse gerir o credenciamento das variedades de sementes crioulas e futuramente construir casas de sementes, garantindo estoques confiáveis destas variedades para toda a comunidade. Por meio dessas casas as famílias poderão garantir sementes de qualidade na hora certa para o plantio, o que permite que fiquem livres dos riscos da insegurança alimentar em razão da perda do ano agrícola. Assim fica claro a importância das Atividades de Retorno dos estudantes da EFASE para o desenvolvimento da soberania alimentar das comunidades, pela mobilização social gerada, pela valorização dos saberes tradicionais, pela orientação ao uso coletivo e conservação dos recursos genéticos, etc. A gestão das casas e a manutenção da qualidade das

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013 sementes tem como princípio o uso e a valorização social do conhecimento dos agricultores e agricultoras sobre a biodiversidade local. Conhecimento que passa a ser desenvolvido nas EFAs e reproduzido pelos estudantes em sua relação com as comunidades e representa um avanço na autonomia produtiva dos agricultores familiares.

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“A Educação dos Camponeses na América Latina: da subalternidade à emancipação” 04 a 06 de setembro de 2013

SILVA, Valter Israel da. Dez anos do Plano Camponês. Disponível www.mpabrasil.org.br/download/file/fid/8003, acesso em: 15 de jul. de 201 .

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