Efeito riqueza da taxa de juros brasileira: evidencias empíricas do sistema de previdência nacional

May 27, 2017 | Autor: J. Schimidt | Categoria: Brasil, Interest Rates, Previdência Social
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Texto para discussão Efeito riqueza da taxa de juros brasileira: evidencias empíricas do sistema de previdência nacional João Guilherme Araújo Schimidt Em um modelo de escolha intertemporal define-se uma função de escolha entre consumo e investimento entre presente e futuro. Essa equação pressupõe que uma alteração na taxa de juros causa dois efeitos: um sobre o impacto na renda e outro sobre a riqueza. Como modelado por Silberberg (2001, p370) considere um ativo 𝑥 que pode sofre dois efeitos quando a taxa de juros se movimenta: um marshaliano 𝑥𝑖𝑀 e um efeito hicksiano 𝑥𝑖𝑀 , assumindo o período 1 como presente e o dois como futuro, ao minimizar 𝑥10 = 𝑥1 + 𝑝(𝑥2 − 𝑥20 ), sujeito a 𝑈(𝑥1 , 𝑥2 ) = 𝑈 0 obtemos a seguinte Equação de Escolha Intertemporal de Sluskty: 𝜕𝑥𝑖𝑀 𝜕𝑥𝑖𝑈 𝜕𝑥𝑖𝑀 0 𝑈 ≡ + (𝑥2 − 𝑥2 ) ( 0 ) 𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑥1 Nessa identidade o efeito total da variação da taxa de juros, primeira identidade é igual ao efeito renda, primeira parte da segunda identidade mais o efeito riqueza, segunda parte da segunda identidade. Temos o seguinte problema, teoricamente podemos ter uma situação onde o efeito riqueza pode ser superior ao efeito renda. Sendo um aumento nas taxas de juros causando um aumento no consumo. Esse texto busca explanar e estimar o caminho na qual o efeito riqueza pode propor esse efeito indesejado na política macroeconômica. O sistema de previdência nacional é composto por uma metodologia na qual os fundos de investimento investem os recursos dos trabalhadores no mercado financeiro a fim de gerar receitas para a futuro aposentadoria dessas pessoas. A taxa de desconto do salário dos contribuintes é baseada no calculo do valor atuarial do fundo. Sendo que esse valor atuarial do fundo depende essencialmente de três fatores: do tempo para se iniciar os saques, valores a serem pagos e, especialmente, da taxa de retorno dos ativos durante o período que ficarem investidos.

Como no Brasil o principal destino dos investimentos dos fundos de pensão são os títulos- ou notas - do Tesouro Nacional, que são remuneradas baseado na SELIC, é possível que o aumento das taxas de juros cause um impacto no valor atuarial que leve a uma queda na taxa de contribuição, liberando renda para consumo. Gerando um efeito oposto ao desejado para essa política, de diminuir a taxa de consumo. Dado o sistema de previdência se basear no valor atuarial e esse ser impactado pela taxa de juros, é possível que um aumento dos juros leve a uma explosão do consumo. Ou seja a politica de juros altos tem um duplo impacto negativo sobre o investimento ao não estimular uma maior taxa de poupança. Entre os principais fundos de investimento temos o Petro, com R$ 66 Bilhões sob gestão, sendo que 49% dos recursos estão em renda fixa, sendo um fundo impactado profundamente pela taxa SELIC. Grande parte do sistema de fundos de previdência segue essa estrutura de concentração em títulos federais. A discussão proposta é o impacto sobre o sistema de previdência das altas taxas de juros nacional cria uma falsa ideia que o sistema de previdência está superestimado, gerando um efeito riqueza nas previdências que leva a uma falha estrutural da economia brasileira. Referências Silberberg, E. The Structure of Economics: A mathematical analysis; ed. McGraw-Hill Higher Education; 2001 https://www.petros.com.br/petrossite/servicos/hotsite_relatorio_anual_2012/estr ategiaResultados.html

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