Efeitos da administração aguda e subcrônica da Luehea divaricata Martus et Zuccarini

July 13, 2017 | Autor: Ana Possenti | Categoria: Folk Medicine, Medicinal Plant
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Lecta, v. 22, n. 1/2, p. 53-58, jan./dez. 2004

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Efeitos da administração aguda e subcrônica da Luehea divaricata Martus et Zuccarini Aparecida Erica Bighetti*1, 3 Márcia Aparecida Antônio1, 3 Ana Possenti1 Mary Ann Foglio1 Marina Guimarães Siqueira1, 2 João Ernesto de Carvalho1, 2 Resumo: As cascas de Luehea divaricata Martus et Zuccarini (Tiliaceae) são usadas na medicina popular como antiinflamatório e como anti-reumático. O objetivo deste trabalho foi determinar o efeito toxicológico subcrônico do extrato bruto hidroalcoólico (70%) (CHE) em ratos, pela via oral e intraperitoneal. Palavras-chave: Luehea divaricata; Teste de toxicidade; Planta medicinal.

Effects of acute and subchronic administration of Luehea divaricata Martus et Zuccarini Abstract: The bark of Luehea divaricata Martus et Zuccarini (Tiliaceae) is used in folk medicine as antiinflammatory and antireumatic. The aim of this work was determinated the acute and subchronic toxicological effect of the crude hydroalcoholic (70%) extract (CHE) in rats, by oral and intraperitoneal route. Keywords: Luehea divaricata; Toxicological test; Medicinal plants.

Introdução A Luehea divaricata Martus et Zuccarini (Tiliaceae) geralmente é encontrada em alguns estados do Brasil como Rio de Janeiro, Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma árvore com 16 metros de altura, com casca fina, de coloração pardo-acinzentada, com numerosos e pequenos sulcos longitudinais e que floresce durante os meses de dezembro a fevereiro. Conhecida popularmente como “Açoita-cavalo”, sua casca é empregada na medicina popular, na forma de decocto, como antiinflamatório, diurético e antireumático. Em razão de sua utilização na medicina popular em diversos tratamentos, o objetivo deste trabalho foi investigar o possível efeito tóxico do extrato bruto hidroalcoólico da Luehea divaricata em tratamento prolongado. Material e métodos Material vegetal O material vegetal foi coletado na cidade de 1 Centro

Leme (São Paulo/Brasil) e uma exsicata da espécie foi depositada no Herbário Frei Velloso, sob o número VELL – 0052, da Universidade São Francisco (USF), Brasil. Preparação do extrato bruto hidroalcoólico A casca seca e moída (200 g) foi macerada com 1,0 L de solução hidroalcoólica 70% (etanol: água 70:30) durante 4 horas, à temperatura ambiente. Após esse período, foi realizada uma filtração a vácuo em funil de placa porosa, sendo o resíduo da planta lavado com 0,3 L dessa solução, fornecendo o extrato hidroalcoólico 1. O resíduo da planta foi extraído com 0,6 L da solução descrita acima durante 4 horas e filtrado a vácuo. O resíduo vegetal, após lavagem com 0,3 L da mesma solução, foi descartado, obtendo-se o extrato hidroalcoólico 2, o qual foi misturado ao extrato hidroalcoólico 1. O extrato bruto resultante foi evaporado a vácuo em evaporador rotativo, mantendo a temperatura do banho inferior a 40ºC. A solução concentrada foi liofilizada, obtendo-se 40,12 g de extrato bruto seco (EB), com um rendimento de 20% sobre o peso seco da planta processada.

Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil 2 Depto. Clínica Médica, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil 3 Curso de Farmácia, Universidade São Francisco, Bragança Paulista, São Paulo, Brasil * Endereço para correspondência: CPQBA-Unicamp Caixa Postal 6.171– Campinas-SP – 13083-970 E-mail: [email protected]

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Aparecida Erica Bighetti, Márcia Ap. Antônio, Ana Possenti, Mary Ann Foglio, Marina G. Siqueira, João Ernesto de Carvalho

Animais Para a realização dos experimentos foram utilizados ratos wistar e camundongos swiss machos, com peso corporal entre 200 e 250 g, e 25 e 30 g, respectivamente. Estas espécies animais foram fornecidas pelo Centro de Bioterismo (Cemib) da Unicamp. Os animais foram utilizados nos experimentos após período mínimo de sete dias de adaptação em biotério, com ciclo de claro-escuro de 12 horas e temperatura ambiente de 20°C, com água e ração ad libitum (Guide for the care and use of laboratory animals, 1996). Dose letal 50% – DL50 Foram utilizados 10 camundongos swiss albinos, para cada um dos grupos tratados (5 g/kg para via oral e 200, 100 e 50 mg/kg para via intraperitoneal) e controle. Os animais foram submetidos a jejum de 12 horas antes da administração oral e intraperitoneal do extrato bruto hidroalcoólico da L. divaricata. Após a administração, os animais foram mantidos em observação por um período mínimo de 14 dias. O número de animais mortos para cada uma das doses foi anotado e a DL50 calculada pelo método de Litchfield e Wilcoxon (1949). Toxicidade subcrônica Foram utilizados 5 ratos wistar albinos, para cada um dos grupos tratados (1 e 2 g/kg) e controle. Os animais foram submetidos a jejum de 12 horas antes da administração oral do extrato bruto hidroalcoólico da L. divaricata, feita por gavage. Após a administração os animais foram submetidos a um protocolo experimental, com duração de 30 dias, que consistiu de um esquema alimentar que disponibilizava a ração oito horas por dia, a água ad libitum e um período de jejum prévio à administração oral do EB e da salina de quinze horas. Diariamente o peso corporal animal foi monitorado.

Análise estatística Os resultados foram expressos como a média ± desvio padrão da média e submetidos à análise de variância (Anova), considerando-se como nível crítico p
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