RIE2015 IV JORNADAS EM REABILITAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS E DE EDIFÍCIOS 5 DE JUNHO DE 2015
Eficiência energética na reabilitação de edifícios tradicionais Joaquim Moura Flores Licenciatura em Engenharia Civil – FCNET - ULP
INTRODUÇÃO As consequências das alterações climáticas são hoje evidentes, emergindo como o maior problema ambiental colocado actualmente. O aumento da eficiência energética nos edifícios é uma medida amplamente promovida para mitigar as alterações climáticas através da redução das emissões de CO2. A regulamentação térmica promove em todo o mundo o aumento da eficiência energética, quer para novos como para edifícios existentes. Entre os edifícios existentes, os tradicionais e históricos colocam o desafio adicional da protecção dos valores patrimoniais.
OBJECTIVOS As soluções de eficiência energética nos edifícios estão essencialmente direccionadas para construção nova, apostando no isolamento térmico ou na introdução de energias renováveis. O valor patrimonial dos edifícios tradicionais não justifica a sua classificação individual, mas eles são os maiores contribuintes para formar o carácter da paisagem histórica urbana. A sua reabilitação energética cria o risco de provocar impactos negativos sobre o seu valor patrimonial.
Isto levanta a questão:
Como aumentar a eficiência energética dos edifícios tradicionais sem diminuir o seu valor patrimonial, abordando quer a escala do edifício, quer as consequências na paisagem histórica?
METODOLOGIA Metodologia baseada nos métodos de Avaliação dos Impactos Ambientais
1 2 3 4 5
6
• Determinação dos Valores Patrimoniais • Determinação do Desempenho dos Edifícios • Identificação das Potenciais Medidas de Melhoria • Selecção das Medidas de Melhoria Adequadas • Avaliação do Impacto Patrimonial das Medidas • Determinação das Medidas Mais Eficazes
TIPOLOGIAS/VARIANTES Usou-se o caso de estudo do Porto, tendo sido delimitada uma área de estudo com 316 edifícios. Destes, 191 correspondiam ao critério de serem construídos antes de 1919, serem essencialmente residenciais e de frente urbana contínua.
Através de uma metodologia bottom-up foram identificadas 5 variantes.
TIPOLOGIAS/VARIANTES
TIPOLOGIAS/VARIANTES
TIPOLOGIAS/VARIANTES Variante 1
Variante 3b
Variante 2
Variante 4
Variante 3a
Variante 5
TIPOLOGIAS/VARIANTES
TIPOLOGIAS/VARIANTES
TIPOLOGIAS/VARIANTES Usou-se o caso de estudo do Porto, tendo sido delimitada uma área de estudo com 316 edifícios. Destes, 191 correspondiam ao critério de serem construídos antes de 1919, serem essencialmente residenciais e de frente urbana contínua. Através de uma metodologia bottom-up foram identificadas 5 variantes. V1 (esquina - 3 fachadas) V2 (esquina - 2 fachadas) V3a (frente contínua - 2 fachadas - rua) V3b (frente contínua - 1 fachada – Rua; 1 fachada logradouro) V4 (frente contínua - 1 fachada - rua)
CASOS DE ESTUDO Foram seleccionados 10 casos de estudo. Representam as 5 variantes: último piso e pisos do meio. Foi feito um inquérito directo aos moradores dos 10 casos.
SIMULAÇÃO DINÂMICA DOS CASOS DE ESTUDO Os casos de estudo foram modelados e vários soluções foram simuladas usando o software IES-VE Dados Base
Consumos medidos
Comportamento dos ocupantes
Modelo Base
Modelação dinâmica do edifício
Modelo de iluminação e equipamentos
Cenários Simulados
Simulação dinâmica
Simulação comportamental e de equipamento
PRINCIPAIS RESULTADOS Os dados base revelaram que o consumo energético destas fracções (63.94 a 97.59 kWh/m2) estava abaixo da média Europa (110 a 140 kWh/m2). Os ocupantes tinham uma percepção favorável do conforto nas suas habitações. De entre os cenários simulados, os mais eficientes foram os relativos à mudança comportamental e melhorias no equipamento de água quente doméstica. A introdução de isolamento térmico e de painéis solares mostraram-se ineficientes em termos de poupança energética, retorno de investimento e conforto, colocando simultaneamente riscos ao valor patrimonial dos edifícios.
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
CONCLUSÕES
efeitos cumulativos na paisagem urbana histórica
CONCLUSÕES A investigação reforçou a ideia de que os edifícios tradicionais são resilientes e têm um comportamento energético superior ao expectável. A performance energética dos edifícios tradicionais pode ser aumentada recorrendo a soluções passivas e de baixo custo. As soluções habituais de isolamento da envolvente e introdução de painéis solares, não compensam e têm consequência negativas em termos patrimoniais. Estas apresentam resultados baixos em termos de eficiência energética, levando a serem pouco atractivos nas operações de reabilitação destes edifícios tradicionais. A regulamentação térmica impõe níveis de conforto desajustados da realidade.
RIE2015 IV JORNADAS EM REABILITAÇÃO DE INFRAESTRUTURAS E DE EDIFÍCIOS 5 DE JUNHO DE 2015
OBRIGADO Eficiência energética na reabilitação de edifícios tradicionais Joaquim Moura Flores –
[email protected] Licenciatura em Engenharia Civil – FCNET - ULP