Eleição e exercer poder

June 1, 2017 | Autor: Linky Sales | Categoria: Social Sciences, Political Science
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Atualmente, o ato de votar é obrigatório dentre alfabetizados e de 18 à 70 anos de idade, ainda é levantada a questões quando à essa obrigatoriedade, levando em consideração em pesquisa realizada em maio de 2010 pela revista Folha onde 48% é a favor e 48% é contra. Tendo esse panorama, o ato de votar, para poucos, tornou-se uma questão de ação de poder levando a sua representatividade pra a câmara com isso presando garantir a legitimação de seus direitos privados assim, como é esperado, direitos públicos também. Com esse ato, caso não ocorre como o previsto, tanto pela democracia dita, mas como suas idealizações pessoais, acaba levando a culpa. Portanto, é preciso de uma visão um pouco além quando se trata dessa "culpa".
"O que significa dizer que o poder é algo que se exerce, que se efetua, que funciona. E que funciona como uma maquinaria, como uma máquina social que não está situada em um lugar privilegiado ou exclusivo, mas se dissemina por toda a estrutura social." (MACHADO, 1998, pg. 14)
Assim, um eleitor consideração o ator principal de "eleger" um político que a partir daí, dando-lhe esse poder, o mesmo poderá agir de modo independente deixando de lado aí o papel desse eleitor. Indo agora anteriormente ao ato de votar, é preciso lembrar como é possível um político conseguir ser eleito, como foi possível ele conseguir a quantidade de eleitores para eleger-se.
"A dedicação ao carisma do profeta, ou ao líder na guerra, ou ao grande demagogo na ecclesia ou no parlamente, significa que o líder é pessoalmente reconhecido como líder inerentemente "chamado" dos homens. Os homens não obedecem em virtude da tradição ou lei, mas por que acreditam nele.". (WEBER, 1993, pg. 57)
Weber, além de demonstrar tipos "puros" de dominação, nos mostra que não é exatamente assim que ocorrem na realidade, na questão posta, o político domina com um ou mais tipos "puros", e outras variantes, os seus eleitores, mas diferente do autor, maioria sendo oportunista, usa desse modo de executar o poder pelo domínio seja ele carismático, tradicional ou legal, para conseguir ter acesso ao poder dado ao mesmo pelo cargo conseguido nas eleições. Consequentemente já posso levantar agora além dos eleitores, os eleitos também nessa relação de poder. Agora é preciso levantar o papel do Estado.
"O Estado é uma parte da sociedade. É uma estrutura politica e organizacional que se sobrepõe à sociedade ao tempo que dela faz parte. Quando determinado sistema social passa a produzir um excedente, a sociedade divide-se em classes. A classe dominante que então surge necessita de condições políticas para apropriar-se do excedente econômico.". (BRESSER-PEREIRA, 1995, pg. 86)
Temos agora um Estado, o qual é preciso de sistema que o faça funcionar, tendo essas funções dadas aos políticos, os quais formam uma classe superior e detentora do excedente econômico e também, pela legitimidade conquistada por meio das eleições, o domínio sobre os seus iguais.
Nas eleições, é possível ver claramente a utilização dos tipos puros de dominação propostos por Weber assim como o ato de exercer poder e não tê-lo como um objeto como apresentado em Foucault e também o Estado com um sistema que depende dessa ação para que seja possível uma organização e cumprimento de funções estatais/governamentais para a manutenção do Estado, criando assim uma esfera de poder centralizada e focalizada para o Estado, acabando por deixar de lado os interesses da sua própria nação, tornando-o passivo de mudanças pelo mesmo meio que entrada, as eleições, que também depende de uma nação politizada e não dominada pelos mesmos que querem manter-se no poder.

MACHADO, Roberto. "Por uma genealogia do poder" (Introdução). In: FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1998.
WEBER, Max. "A Política como vocação". Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993.
BRESSER-PEREIRA. Estado, Sociedade Civil e Legitimidade Democrática, 1995, pp. 85-104.





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