Em meio as conjunturas que ensejam a propagacao da dengue

June 30, 2017 | Autor: Giovane Alves | Categoria: Dengue
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Em meio às conjunturas que ensejam a propagação da dengue no Brasil e nos países do Cone Sul, são merecedoras de destaque: a intensa, dispersa e insustentável expansão das áreas urbanas, que trazem consigo problemas relativos ao abastecimento de água, coleta e destinação adequada de resíduos, tratamento de esgoto; mudanças ambientais e climáticas; e a ampliação da mobilidade urbana, facilitadora da dispersão de portadores do vírus da dengue. CAP 1 - O processo de urbanização no Brasil A urbanização no Brasil não é um processo simples, para sua compreensão é necessário olhar para a história. Entender as motivações políticas e econômicas nos possibilita identificar as raízes dos problemas sociais hodiernos. 1.1 – Sistema colonial em crise A crise do sistema colonial, que culminou no rompimento da América Latina com as metrópoles Ibéricas (1810 a 1828), mudou a configuração geopolítica na região. A colônia tinha por objetivo, exclusivamente, fornecer artigos que a metrópole necessitava e oferecer mercado para manufaturados da metrópole, era o chamado Pacto Colonial. Quando as economias britânicas se desenvolvem, no bojo da Revolução Industrial, necessitam escoar sua oferta de produtos, o Exclusivo Comercial Metropolitano (ou Pacto Colonial) impossibilitava, por exemplo, a negociação entre Britânicos e Latino Americanos. “É neste contexto que se gera (...) a campanha inglesa contra o tráfico negreiro, que era a forma indireta de atacar o antigo sistema colonial no seu cerne; o que entra em crise é, pois, o próprio sistema colonial como um todo”, como aponta o historiador Fernando Novais em Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1801). 1.2 – Formação dos Estados Nacionais A independência e formação dos Estados Nacionais na América espanhola marcam a primeira metade do século XIX. “A estruturação dos Estados nacionais ocorreu de forma acidentada em quase toda a América Latina. As elites liberais que lideraram ou apoiaram os movimentos de independência em Buenos Aires ou em Caracas não estavam em condições de organizar sistemas de poder capazes de substituir as antigas metrópoles. Ao mesmo tempo, havia permanentes tensões de autonomização regional.”, Celso Furtado em A economia Latino Americana.

Este cenário propicia o que passa a ser chamado de padrão agroexportador. 1.3 – Ciclo do café e seus desdobramentos A partir da década de 1840, o café, passa a ganhar peso na economia. Antes disso já existia uma cultura deveras expressiva, mas nessa época o Brasil passa a ser responsável por 40% da produção mundial. A demanda por café cresce nos países centrais, tornando-se uma marca da Revolução Industrial na Europa, pois é disseminado como iguaria requintada em ambientes sociais, ao mesmo passo que é estimulante, agindo como antídoto para o sono dos operários, que agora tem seus regimes de trabalho de dois a três turnos, graças ao advento da iluminação por luz elétrica em unidades fabris. O ciclo cafeeiro traz para as províncias do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia o protagonismo, reduzindo o peso político e econômico da região Nordeste. O café alavancou os negócios ligados à exportação, como casas de financiamento, armazenamento, embalagem, expedição, navegação e comercialização. Sua produção, até 1888, era resultado do trabalho escravo.

Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (2012), a taxa de urbanização no Brasil alcançará a marca de 90% em 2020 e o número de cidades aumentou seis vezes nos últimos cinquenta anos.

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