Ensaios sobre Educação Básica por Gustavo Fujihara

June 4, 2017 | Autor: Gustavo Fujihara | Categoria: Education, Educational reform
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"Quando eu estava no meio do curso colegial, meu professor de inglês fez uma pequena marca de giz no quadro-negro. Ele perguntou à turma o que era aquilo. Passados alguns segundos, alguém disse: 'É uma marca de giz no quadro-negro'. O resto da classe suspirou de alívio, porque o óbvio foi dito e ninguém tinha mais nada a dizer. 'Vocês me surpreendem', o professor falou, olhando para o grupo. 'Fiz o mesmo exercício ontem, com uma turma do jardim da infância, e eles pensaram em umas cinqüenta coisas diferentes: o olho de uma coruja, um inseto esmagado e assim por diante. Eles realmente estavam com a imaginação a todo vapor'.
Nos dez anos que vão do jardim da infância ao colegial, nós tínhamos aprendido a encontrar a resposta certa, mas também havíamos perdido a capacidade de procurar outras respostas certas e perdido muito em capacidade imaginativa". Um "toc" na cuca, ed. São Paulo, Oech, Roger Von.

NOSSO ENSINO BÁSICO NÃO ENSINA NADA

Imagine, leitor, um aluno hipotético dessas escolas públicas "de bairro" ou da periferia, e que tire nota máxima em todas as disciplinas. Antes de continuar, mentalize este aluno nota 10, mentalize a estrutura de uma escola de periferia, a própria periferia e como são os professores dele. Melhor ainda se você for um professor desta escola. Mentalizou? Então continuo: Lembre, ele concluiu o ensino básico com nota 10 em todas as disciplinas do ensino fundamental ao médio. Agora ele vai iniciar sua vida adulta. Ele termina o ensino médio sabendo a diferença entre xilema e floema, mas não sabe conversar sobre meio-ambiente. Sai sabendo o teorema de Pítágoras, mas não saberá construir paredes ortogonais;. Ele sabe tudo sobre ortoépia e prosódia, mas não sabe expressar suas ideias. Ele sabe calcular juros simples e compostos, mas na primeira oportunidade ele vai utilizar o limite do cheque especial para pagar parcelas de um item desnecessário que comprou a perder de vista. Ele sabe a força que um carro precisa para subir uma rua que tenha um ângulo alfa e um coeficiente de atrito u, mas não sabe se comportar no trânsito (nem como pedestre, nem como ciclista, muito menos como motorista).

Ou seja, este aluno hipotético venceu todas as dificuldades de um aluno de escola pública: A violência nas escolas e no seu bairro, o bullying (pois provavelmente era um "nerd"), a tentação das drogas, do crime, a qualidade da merenda, a ausência e/ou violência dos pais, o desinteresse da grande maioria dos colegas, professores, pais e tirou 10 em tudo. Mas não sabe nada. Este ótimo aluno, no ano seguinte terá 18 anos e precisará trabalhar para ajudar a família. Ou passará num concurso público, onde não vai produzir nada, para assim que possível conseguir um tempo para cursar uma universidade, onde aprenderá a ser um ótimo técnico para se tornar um bom funcionário, para enriquecer uma pessoa que provavelmente não se esforçou nos estudos como ele. Ou seja, ao invés dele criar empregos ele estará ocupando a vaga de um.

Enfim, nosso sistema de ensino não forma empreendedores, mas (na melhor das hipóteses) bons funcionários. E obviamente não forma cidadãos preparados para discutir e tentar resolver os problemas do mundo que o cerca, muito menos para os desafios que a inexorável superpopulação do planeta trará.

E o que este aluno mereceria?

Em primeiro lugar, uma reforma curricular radical. Nossas disciplinas devem ter foco na formação de cidadãos, cientistas, empreendedores, mas numa abordagem pragmática, objetivando resolver problemas específicos da realidade dos jovens e dos futuros adultos.
Por exemplo, substituir biologia por meio-ambiente. Educação física deveria englobar cuidados com a saúde, alimentação, o porque é importante fazer exercícios regularmente. E deixar a prática desportiva para a disciplina... Prática desportiva! Nossos alunos saem do ensino regular sem saber fazer um orçamento doméstico, quem dirá ter um planejamento financeiro! Não é por acaso que caem facilmente em armadilhas como cheque especial e crédito rotativo do cartão.É urgente que uma disciplina de educação financeira deveria ser destaque na grade. Assim como disciplina de empreendedorismo, para encorajar o egresso a criar empregos ao invés de ocupar um. Enfim, o importante é que o aluno tenha conteúdo útil e o forme para a vida adulta (principalmente), que englobe entre outros, sua vida profissional.
Em tese, essa modernização do curriculo é prevista nas Orientações Curriculares do Ministério da Educação. Mas o que se vê na prática das escolas públicas, está longe, muito longe disto.
É preciso unificar as disciplinas. É preciso ter conteúdo regular em todo Brasil, salvo nas disciplinas com conteúdo local, onde a escola teria autonomia para decidir o conteúdo.
E é por isso que a federalização do ensino também é um passo importante: primeiro para que todos os alunos do país tenham uma formação coerente, repito, respeitando seu contexto regional/local, quando cabível. Veja, se uma escola ou um Estado ou Município quiser oferecer um currículo útil (e portanto muito diferente do currículo atual), ela terá que aumentar a carga horária - e custos - para incluir as disciplinas ou fadar seus alunos ao fracasso no ENEM, e outras avaliações nacionais (concursos, etc). Além disso, é preciso oferecer ao aluno uma continuidade na metodologia de ensino. O aluno descrito acima, passou por escolas municipais, depois estaduais e se graduou num sistema federal, e deve ter encontrado políticas pedagógicas divergentes para não dizer antagônicas. E só um sistema coeso, pode ser avaliado com clareza, identificando pontos (escolas/regiões) onde uma atenção especial deve ser dada, seja pelo mal desempenho a ser corrigido, seja pelo bom desempenho que deve servir de exemplo.
E os professores teriam condições de assumir esta nova realidade? Sem treinamento não. Um sistema federal de ensino seria capaz de formar centros regionais (ou locais) de capacitação de professores, onde num primeiro passo passariam o primeiro ano da implantação aprendendo o que deverão ensinar em sala de aula, tirando suas dúvidas com instrutores qualificados, inclusive com avaliações e atividades tais quais seus futuros alunos o farão. No nível em que se encontra nossa educação, os professores não precisam ter especialização num primeiro momento. Basta ter interesse em enxergar que o ensino atual fracassou há muito tempo e que é urgente implantar um novo sistema.
Uma vez capacitados, os professores teriam um canal direto para enviar suas dúvidas, sugestões e experiências, dando um feedback para melhorar o programa. Somente a partir deste feedback, os gestores terão dados para melhorar o sistema, seja propondo atividades, conteúdo, multimídia que deram certo para algum perfil, seja fomentando a especialização do professor, mas de uma maneira planejada, com um objetivo específico. Hoje, o professor "quer" se especializar apenas para aumentar seu salário e a sociedade não ganha nada com isso.
E para este aluno específico, que é acima da média, também mereceria uma atenção especial. Um centro de excelência voltado para alunos que são acima da média. Seja em ciências, seja em cidadania, esportes, cultura, enfim… Uma estrutura física e pedagógica voltada para nossos gênios. Como é impossível criar em todas as cidades, estes centros serão regionais ou estaduais e para democratizar, receberão bolsas, alojamentos, alimentação, etc, aproveitando a estrutura dos centros de capacitação dos professores. Vejam como as coisas se encaixam.

Enfim: organizando ideias:

Federalização do ensino regular público.
Profunda reforma curricular, com foco pragmático na cidadania, ciência e empreendedorismo.
Estrutura de Capacitação dos professores para as disciplinas;
Avaliações nacionais de alunos e professores,
Aproveitar a estrutura de capacitação dos professores para a criação de centros regionais para alunos em destaques, com alojamentos, bolsas.

2. Reforma Curricular:
2.1. Introdução
Considerando que 80% dos jovens não ingressarão no ensino superior (dados PNAD 2009), pode-se afirmar que o ensino básico será a única educação formal para a vida adulta e profissional da maioria dos nossos jovens. Portanto, devemos nos perguntar:
Quais são os conhecimentos necessários para que o jovem inicie sua vida adulta?
Qual é o perfil do aluno que buscamos? (Cidadão, Cientista, Empreendedor)
O currículo do ensino básico prepara os jovens para a vida adulta e profissional?
Quais são as modificações necessárias?
Como implementar essas modificações?

2.2 Ensino básico = conhecimento básico
Quais são os conhecimentos necessários para que o jovem inicie sua vida adulta? Reparem que as atividades práticas propostas praticamente não têm custos. E o importante é a continuidade destas atividades, sendo constantemente revisadas, baseando-se na experiência e na reação da comunidade envolvida. É interessante avaliar a necessidade de consulta à comunidade antes de implantá-las. Alguns temas são sensíveis e devem ter uma abordagem cuidadosa para não comprometer a atividade.
Cidadania: O jovem precisa aprender que o convívio social é regido por regras legais (legislação), e morais (ética); O conceito de liberdade está intrinsecamente ligado ao cumprimento dessas regras, de maneira a garantir que a liberdade de todos seja garantida, mas que pra isso seus direitos sejam proporcionais aos seus deveres; Portanto, o currículo deve abordar legislação básica, com ênfase nos principais problemas que a sociedade enfrenta na época. Exemplos: Trânsito, Relações de consumo, penal, etc. É importante que ele como cidadão entenda que seus deveres são tão importantes quanto seus direitos para o correto funcionamento da sociedade. Exemplo: Seu estilo de vida terá consequências no sistema de saúde público, à medida que quanto pior ela for, maior será a necessidade do atendimento. Idem para o trânsito, impostos, etc. Atividades propostas:Viabilizar junto ao fórum da comarca um tribunal de conciliação na escola; ONG de direitos para Impetrar habeas corpus (que podem ser impetrados por qualquer pessoa), de preferência com a participação da Defensoria Pública. Programa de sub-vereadores (inclusive com discussão política), onde a escola será um ponto de fiscalização da administração pública no bairro, redigindo petições ao poder público. Reparem que a redação será importante.
Sustentabilidade: A população mundial está crescendo rapidamente. Em 2050 seremos 9 bilhões habitando o planeta, consumindo e interagindo com seus recursos naturais; A sugestão aqui é unificar parte do conteúdo atual (física, química, biologia, geografia, ciências sociais, etc) voltada para conhecer o funcionamento do planeta e quais as medidas para sua preservação, considerando a interação do homem e seu meio. Foco pragmático: Reduzir lixo doméstico, através de aulas de como reaproveitar resíduos domésticos (a começar pela própria escola) e organizar feiras para divulgação das técnicas. Este conteúdo farto na internet; Ser um ponto de recolhimento de lixos especiais (pilhas, óleos, etc). Estabelecer uma correlação direta dos problemas ambientais locais (córrego do bairro, por exemplo) com a atividade humana e criar uma comissão para um problema específico a ser estudado, monitorado, fornecendo e buscando formas de solucioná-los (exemplo: sinalização de trânsito: instalar placas de sinalização confeccionadas com resíduo, com o apoio da prefeitura ou autoridade de trânsito).
Empreendedorismo: Empreender é sinônimo de realizar.. Eles são os responsáveis pela sua vida. Empreender é realizar. Como implantar uma ideia, uma ONG, um negócio, Como resolver problemas, como atingir objetivos, etc através de metodologias e ferramentas consagradas; Conceitos de finanças pessoais e administração de pequenas empresas (SEBRAE); Atividade proposta: Estágio na Escola onde após ampla divulgação na comunidade, a escola criará um cadastro com as empresas da região. Os alunos numa primeira etapa farão o cadastro da empresa nas redes sociais (Facebook, Google Maps, Etc), fazendo o comércio "existir" digitalmente. Numa segunda etapa, os alunos serão os responsáveis pelo marketing digital destas empresas, usando facebook e outras plataformas, estando atentos à mudanças (não vão criar página no Orkut, por exemplo). Notem que até aqui que tudo isto tem custo zero. Para alunos acima de 16 anos, o estágio será para uma experiência profissional. Ele auxiliará nas atividades operacionais da empresa, familiarizando-se com o ambiente de trabalho como hierarquia, comprometimento, horários, convivência, etc, que serão importantes para seu futuro, além e claro de uma primeira experiência profissional. Para alunos do terceiro ano do ensino médio, O estágio se dará na gestão da empresa. O aluno, baseado no que aprendeu em sala de aula e orientado pelo professor, dará dicas de gestão ao proprietário, implementando e/ou melhorando conceitos como otimização de fluxo de caixa, precificação, estratégias de vendas, etc.
Educação Física: Dar um conhecimento maior nessa disciplina atual, que baseia-se na prática desportiva. Assuntos como saúde preventiva, Obesidade, educação alimentar, sexual, gravidez, exercícios físicos, interpretação de exames médicos básicos, drogas, Primeiros socorros, como lidar com doenças crônicas, Uma atividade prática proposta é medir o IMC dos alunos e colocar uma meta para todos, que sob a supervisão de professores da área, serão definidos planos para colocar alunos que estão fora da faixa recomendada como o programa Medida Certa, do Fantástico. Outra: criar uma campanha voltada às crianças (6º ao 9º ano) para a contrapor o glamour em consumir drogas (inclusive as legalizadas), com grupos de teatro, redações, poesias, etc. O objetivo aqui não é conservador, mas apenas evitar que nossos jovens consumam essas substâncias apenas para se sentirem incluídas socialmente. O debate sobre a legalização ou descriminalização pode e deve ser feito, mas para alunos de séries mais avançadas (ensino médio) e numa abordagem de segurança e saúde pública. Por ser uma discussão sensível, a abordagem deve ser discutida em reuniões de pais.
A escola poderia também criar, em conjunto com entidades esportivas a disciplina de prática desportiva. O esporte é um ferramenta que estimula características importantíssimas para a vida, como trabalho em equipe, foco, estratégia, resiliência, concentração, inteligência emocional, etc. e deveria ter uma abordagem para desenvolver estas características, não apenas dando uma bola pros alunos. Além disso, promover a prática de esporte como benefício à saúde e o 'garimpo' de atletas de alto desempenho; Para isto é importante a escola manter torneios inter-classe e seleções permanentes na maior quantidade de esportes que for possível.
Português; A disciplina terá em todas as suas séries o objetivo de promover a comunicação e expressão de ideias. O objetivo do aluno egresso deve ser aquele que sai com gosto pela leitura, e com boa capacidade de expressão (escrita e falada). A gramática limitar-se-á a casos específicos cuja necessidade seja comprovada em cada realidade; Um aluno que lê, escreve e fala bem não precisa saber o que significa gramática, ou prosopopeia e sim como usar ou evitar, conforme o caso. Afinal, quem hoje precisa saber sobre ortoépia, prosódia e tantas outras regras que só farão falta àqueles que seguirão carreiras em Letras e afins? Atividade prática proposta: Toda a escola terá um jornal online (Grátis), com uma estrutura jornalísitca (editor-chefe, que manterá as publicações dentro dos princípios editoriais definidos pela escola, redator-chefe, que manterá um padrão ao texto - se ele faz sentido ou se tem todas as informações que o caracterize como texto -, diagramador - responsável pelo padrão visual do jornal- etc), que fomentará a divulgação de redações, textos e discussões sobre tudo, inclusive sobre temas nacionais, locais ou até mesmo do desempenho da escola no campeonato municipal!. Tudo isto sob o crivo do redator-chefe que verificará o estilo e estrutura textual e do editor-chefe, que seleciona e edita os textos, evitando aqueles ofensivos, preconceituosos, raivosos, etc. O jornal terá seções ou mesmo versões para cada tipo (crianças, adolescentes e adultos) cabendo aos professores incentivar os alunos a escrevê-los (crianças podem fazer análises de games, programas de tv, brinquedos...), enfim, todos os temas que a comunidade quiser, inclusive com textos de professores, pais, e de qualquer membro da comunidade onde a escola esteja inserida. O professauro talvez não saiba, mas nos jornais online é possível saber quais artigos foram mais lidos e acessados, quais foram mais comentados, inclusive quantos gostaram e quantos não gostaram do texto., Outra atividade regular serão coletâneas de textos escritos pelos alunos com direito a noite de autógrafos;
Geo-política; As atuais disciplinas de história e geopolítica fundir-se-ão em uma disciplina de ciências sociais, de maneira a fazer o aluno compreender a epopeia da espécie humana desde seus primórdios até os dias atuais, numa tentativa de narrar nossa linha do tempo e compreender que os principais eventos da história foram importantes para moldar o mundo em que vivemos. Que a história pode ter várias versões e que os acontecimentos da atualidade estão diretamente ligados aos acontecimentos passados. e diferenciar pontos de vista divergentes sobre um mesmo evento histórico deve ser a diretriz principal da disciplina. E principalmente, que desperte o interesse por este tipo de conhecimento. Por que o MEC não pode criar algo como a série do History Chanel "Humanidade: a História de Todos Nós" que em 11 capítulos de 45 minutos cada (coincidência?) resume dos primórdios da humanidade até os dias atuais? veja neste link Ou "A história do mundo em 2 horas" https://www.youtube.com/watch?v=KHLrxTvJBXM . Estas produções resumem a saga humana com seus principais acontecimentos que moldaram o mundo - Nestes casos citados do ponto de vista norte-americano. Mas imaginem o MEC fomentando a produção de algo parecido, no ponto de vista brasileiro. Acrescentando outros como a História do Brasil em 1 hora. Além de fomentar as artes cênicas brasileiras, estas produções resumiriam os fatos históricos que realmente importam e seriam importantes para uma visão geral dos alunos, deixando o aprofundamento do conhecimento para ser adquirido em discussões práticas. Por exemplo: O clima tenso da política de hoje pode ser discutido abordando praticamente toda a história brasileira do século XX (Getúlio, JK, Jango, Período Militar, Redemocratização, etc). Fazer também debates específicos como: 1964 - Golpe ou Contragolpe? Ou ainda: Nazismo: Ultra-esquerda ou Ultra-direita? Não interessa se a questão faz sentido historicamente ou não. Mas trazer para a escola o debate, ao invés de deixar nossos jovens formarem opinião nas redes sociais. Imaginem este debate numa espécie de julgamento, onde o professor será o Juiz e serão escolhidos alunos para advogar a favor de cada versão. Outros alunos seriam "testemunhas", dando seus depoimento (versões), Ao "juiz" caberá ensinar a argumentar, dizendo se as evidências (fontes) apresentadas são válidas ou não; O veredito seria dado para os advogados que conseguiram montar uma argumentação coesa, apresentando evidências históricas válidas. Assim como os juízes reais, o professor pode ter sua opinião pessoal a respeito do "processo" a ser julgado, mas deve ser cauteloso para não censurar a opinião contrária.
Matemática, Física, Química e Programação, Biologia serão as disciplinas responsáveis por despertar o interesse científico do aluno, e portanto o conteúdo deverá ser direcionado com este objetivo. São ferramentas para resolver problemas do mundo, e devem ter uma abordagem para tal e não para criar aborrecimentos e traumas no estudante. Experimentos práticos são obrigatórios. Portanto, o planejamento do conteúdo deve ser relativo às condições de oferecer os experimentos práticos. Assim como não se ensina futebol sem bola, não se ensina ciência sem laboratório. Matemática por exemplo deve ter foco em áreas mais gerais, como lógica por exemplo. Física e química devem ter foco em áreas mais práticas, de um campeonato de aviões de papel (ensinando conceitos de dinâmica - a Embraer tem um site específico para estas atividades - a campeonato de pontes de macarrão (ou palitos) até um laboratório de inovação em acústica. Afinal, qual é o jovem que não gosta de ouvir um som alto? Por que não ensiná-lo a montar o seu próprio som e o que ele precisa (conceitos e material) para montar um som com alto volume e boa qualidade? Qualquer funcionário de lojinha de instalação de áudio sabe o que é e para que serve impedância, capacitância, indutância, frequência, filtro de passa-alta ou passa-baixa, e não aprenderam em sala-de-aula. Até por que esses conhecimentos soltos em sala de aula, como são hoje, tornam-se muito abstratos e afastam o interesse. Idem para motores. Quais os jovens que não gostam de falar de motores de carro ou de moto? Em relação à Química: quantos professores desta disciplina de escolas públicas já ouviram falar de Breaking Bad? Trata-se de uma série de TV onde um professor secundarista de química é diagnosticado com câncer e resolve usar seus conhecimentos para produzir e vender drogas, de maneira a deixar dinheiro para sua família. A série virou uma febre no mundo, batendo recordes de audiência. E o que isto tem a ver com ensino? Abordagem prática. Óbvio que não ensinaremos nossos alunos a produzirem metanfetaminas, mas usaremos a química para produção de algo útil para os jovens (produção de etanol, leveduras, reciclagem por exemplo), muito mais útil do que decorar a tablea periódica. Ainda na área de ciências; a Linguagem de Programação: o mundo está cada dia mais informatizado. Há uma infinita gama de possbilidades no mundo digital. Adolescentes do mundo inteiro estão fazendo fortunas com essa tecnologia. São joguinhos e aplicativos para celular, programas para computador, plataformas web, enfim… Crianças de 11 anos estão ganhando dinheiro com isso. E não são necessariamente gênios. Basta criatividade e conhecimento. Ensinar nossos jovens a programar tem hoje a mesma importância que ensinar matemática básica. Já passou da hora (na verdade já estamos muito, mas muito atrasados) de apresentar aos alunos brasileiros essa porta que transforma a vida de jovens de todos os lugares do mundo, independente do tamanho e relevância da cidade ou país.
Reparem que em todas as áreas propostas na reforma estão acompanhados de uma atividade prática (a maioria delas são simples e de baixo custo), com resultados práticos a serem alcançados, cuja participação efetiva dos alunos é objetivo para aquele conhecimento em questão. As respectivas aulas de conteúdos teóricos, são atividades-meio.



"O estudo não tem um fim em si mesmo, do tipo, o estudo dignifica o homem. O trabalho dignifica o homem. Ou seja, o que você realiza dignifica, o que você é capaz de produzir lhe agrega mais dignidade para sua vida. Logo, numa determinada fase de sua vida você supostamente deveria se preparar para, numa outra fase, produzir e gerar valor. O estudo é uma atividade-meio. Estudar por estudar é típico de alguém que ainda não encontrou o seu propósito e por isso continua fazendo as coisas por fazer" Flávio Augusto da Silva, fundador do site Geração de Valor.

3. Capacitação permanente dos professores para as disciplinas;
Com esta drástica reforma curricular, será necessário capacitar os professores para trabalhar com o novo conteúdo, que não pode recair no sistema atual de ser simplesmente 'jogado' aos alunos em sala de aula.
Esta capacitação deve ser criteriosa e permanente, realizada por centros locais e/ou regionais. Estes centros reuniriam os profissionais especialistas de cada conteúdo, seja na forma presencial e/ou à distância. É necessário também revisar, atualizar os conhecimentos didáticos-pedagógicos dos professores com a inclusão das descobertas da neurociência, sabidamente uma grande ferramenta para o aprendizado.
Nas escolas ou na região, deve-se criar uma estrutura de universidade com departamentos de cada disciplina, onde os professores se reúnam para discutir o desempenho dos alunos e trocar experiências. Todas estas estruturas devem ser centralizadas no MEC, que baseado nessas trocas de experiências disponibilizará às escolas materiais didáticos que enriqueçam o conteúdo, como vídeos (como os dos canais Discovery, NatGeo e History, por exemplo), entre outras mídias e disponibilizados aos professores, complementando as mídias tradicionais. Nestas mídias, podem ser incluídas também vídeos de aulas-padrão com as principais perguntas a serem respondidas, para que o inexperiente professor possa se basear, obviamente sem limitar e nem tirar sua autonomia em sala de aula.

4. Distribuição dos alunos por desempenho em ÁREAS DE CONHECIMENTO ao invés de turma única..
Creio que esta seja a maior polêmica (e portanto leia até o fim pois é difícil explicar sem ser mal-interpretado), mas na minha opinião, as formações das turmas deveriam ser por disciplinas (ao invés de turma única), tendo o desempenho como critério. Por que a polêmica? Alguns podem dizer que seria uma forma de discriminação, mas a ideia NÃO É separar os bons alunos dos maus. mas de disponibilizar um professor adequado para cada perfil. Os alunos com melhor desempenho teriam professores que consigam extrair mais destes alunos, enquanto os piores teriam professores que saibam trabalhar com estas dificuldades'. Essas distribuições seriam semestrais, ou seja, se um aluno teve dificuldades num semestre(por motivos extra-classe ou não), se for bem trabalhado no outro ele já pode voltar a estar entre os melhores.
Lembro que é por disciplinas, o que significa que um aluno pode estar entre os melhores em matemática e os piores em português, por exemplo. E no ano seguinte isto pode se inverter ou reverter. O que importa é ter um perfil de professor adequado para cada perfil da turma. Seria possível também montar uma turma com indisciplinados, por exemplo, colocando um professor com perfil mais disciplinador. Seria uma boa maneira de evitar conflitos com o Ministério Público.
É importante que seja por disciplina, e o desempenho como critério pois assim evitaria a discriminação.


5. Criação de Centros de Excelências Regionais
Inicialmente, estes centros seriam o início do projeto - a célula-mãe do programa de ensino - e até que todas as escolas tenham implantado o novo sistema, ela terá também esse papel de formação. Paralelamente estes Centros serão voltados para nossos talentos. Afinal, não temos uma política educacional para os nossos gênios. Aliás, nem sabemos identificá-los ou mesmo definir o que é um. De uma maneira geral, nossos talentos estão fadados à insignificância. Hoje os melhores alunos tornam-se bons concurseiros que sonham em uma carreira pública bem remunerada, desperdiçando seu talento atrás de cargos "menos desafiadores" (eufemismo para inúteis) em sua maioria. Talentos artísticos então são estupidamente disperdiçados simplesmente por não haver nenhum programa para isso. As ótimas exceções são a confirmação da regra.
Assim que todas as escolas da região estiverem implantadas, estes centros de excelência terão como objetivo atrair os alunos de grande destaque em pelo menos uma disciplina. Seja com bolsas ou com garantias de vagas em universidades prestigiadas (Brasileiras ou não), enfim, precisamos fazer com que nossos gênios tenham reconhecimento pelo seu esforço, dedicação ou talento.

Concluindo, ressalto que as iniciativas aqui contemplam ações, e não retóricas sobre planos de ensino, etc. Perdemos muito tempo filosofando e elaborando teorias sobre o ensino enquanto o tempo passa e nossos alunos vão ficando para trás. As atividades práticas propostas, são de baixo custo, fácil implantação.

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FASE 2 - EM CONSTRUÇÃO

A ESCOLA COMO UMA REFERÊNCIA COMUNITÁRIA
Para mim, a escola ideal é aquela que visa incluir não apenas o aluno, mas toda a comunidade nas discussões reais no contexto regional ao qual estão inseridos. Visa voltar seu público para os problemas existentes na região e buscar formas de mitigá-los.
Esta escola seria o centro do bairro/comunidade visando:
Centro de prática desportiva, fomentando a participação de todos nas práticas desportivas permanentes através de treinos e torneios e campeonatos permanentes. Além de criar seleções na comunidade para os talentos nos esportes
Centro Cultural: Música, Teatro, Dança, etc (ensaios e apresentações permanentes)
Complementarmente às práticas desportivas, a escola seria também responsável por tabular os problemas de saúde de sua comunidade (cruzando dados com o posto de saúde, bombeiros, etc), ensinando na prática a importância da prevenção (através de melhora na dieta, nos exercícios físicos, trânsito, etc.
Centro de discussão social, a respeito de seus problemas e vocações, com o objetivo de reunir, discutir e buscar formas de mitigá-los; Nessa escola ideal, haveria representação (direta ou indireta) nas 3 esferas de poderes para encaminhar os assuntos.
Fomentar a curiosidade do aluno para a ciência e inovação, baseado nos problemas reais do item anterior, numa abordagem PBL; As oficinas e laboratórios da escola serão
Encubadora (consultoria) e fomentadora do empreendedorismo, visando implantar e melhorar as práticas empreendedoras, com o objetivo de modernizar a economia local, além de conteúdos de finanças pessoais para todos.




FILMES EDUCAÇÃO:

1. Ao mestre com carinho – James Clavel, 1967
2. Sociedade dos Poetas Mortos – Peter Weir, 1989
3. Mentes Perigosas – John N. Smith, 1995
4. Escritores da Liberdade – Richard LaGravenese, 2007
5. Entre os muros da escola – Laurent Cantet, 2009
6. Coach Carter – Thomas Carter, 2005
7. Preciosa – uma história de esperança – Lee Daniels, 2009
8. Nenhum a menos – Zhang Yimou, 2000
9. Encontrando Forrester – Gus Van Sant, 2001
10. A Educação Proibida – Germán Doin, 2012
11. Tarja Branca
12. Escolarizando o Mundo
13. O substituto
14. A onda ("die welle")

comercial (vendas)
marketing (propaganda)
finanças (
compras (insumos)
produção (operação da atividade fim)
gestão de pessoas (RH)
tecnologia da informação,
gestão corporativa e de processos
Fazer investimento é uma ação que deve, sempre, preceder a uma reação: o retorno. Qualquer investimento que não vise a um retorno deixa de ser investimento e transforma-se em gasto.

ORGANIZAÇÃO DA SALA DE AULA:
GRUPOS (OU DUPLAS), BASEADOS EM DESEMPENHO, PARTICIPAÇÃO, VISÃO


T
INTRODUÇÃO AO DIREITO

CONSTITUIÇÃO

ECA, CP, CPP, CC, CPC, TRABALHISTA


RESPONSABILIDADE DO ESTADO, QUE É O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELA FISCALIZAÇÃO; CAPACIDADE TÉCNICA DA FISCALIZAÇÃO;
INTERFERÊNCIA DOS GOVERNOS NAS GESTÕES;

TODA A CIDADE ACIMA de 33000 habitantes terá:

esporte:
Seleção de Futebol Masculino;
Seleção de Voleibol Masculino e Feminino;
Seleção de Judô/karatê/JJ

Cultura:
Orquestra filarmônica ou pelo menos de câmara
Coral
Cia Teatro
Feira de artesanato


Canto;
Coral / Gregoriano / Tenor

Música:
Orquestra / Bandas

Teatro
Stand-up / Cia de teatro

Livros (leitura)
Clube do Livros / App

Literatura (autoral)
Concursos; Jornal e Editora

Esporte: Ligas permanentes

Clubes: Xadrez, Livros, Filmes, Tecnologia, Séries...
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