Ensino de História da América: novos olhares sobre as civilizações ameríndias

July 26, 2017 | Autor: Milene Galvão | Categoria: Historia Da America
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ENSINO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA: NOVOS OLHARES SOBRE AS CIVILIZAÇÕES
MESOAMERICANAS

Oséias de Oliveira[1]
Milene Aparecida Padilha[2]

Resumo: a partir deste artigo, nos propomos a analisar como se dá o Ensino
de História da América em escolas de Ensino Médio, as suas percepções,
dificuldades e a metodologia com a qual os professores têm trabalhado.
Nossa ideia é mostrar que é possível tornar este ensino mais transparente e
desmistificado, sem visões estigmatizantes, preconceituosas ou mesmo
exacerbadoras dos povos americanos. Mostrar também que o Ensino de História
da América não deve ser tratado como algo antigo, ou as sociedades e as
civilizações que faziam parte deste contexto não eram primitivas, bárbaras
nem deuses, como muito se vê representar em livros didáticos. Que a
população ameríndia possuía organização política, social, econômica e
tributária, ainda que voltadas para a religiosidade destes povos, e tais
organizações pressupunham uma complexa realidade de sobrevivência destes
povos, realidade as quais percebemos que o Ensino de História da América na
medida em que tem sido visto, é bem falho e tendencioso.

Palavras-chave: Ensino de História da América. História. Ensino Médio.
Civilizações ameríndias. Metodologia.


1- Introdução

O ensino de História da América, levando-se em consideração toda
a estrutura educacional que prevalece em nosso país, principalmente no
âmbito do Ensino Médio é bem problemático. Primeiramente porque mesmo em
meio a tantas lutas para se fazer uma nova História, sob novas
perspectivas, sob novos olhares, ainda é possível perceber em 90% dos casos
a predominância do velho ensino tradicional, ou seja, uma História sem a
preocupação da crítica, das novas ideias, visões de mundo.
A posição que Paulo José Koling toma a respeito deste ensino é
inquestionável afinal, o ensino de História da América se baseia
principalmente n conquista de novos territórios, ou seja, com as grandes
navegações, descobrimentos, entre outros e, em muitos casos, vê-se a
incapacidade de muitos educadores, muitos livros didáticos também em
abordar uma América repleta de cultura, civilização e riquezas que se
faziam presentes nos povos que habitavam esta América, desconhecida até
1492:


Tratando-se do ensino de História da América no Brasil,
ainda predomina a visão de que a América, da qual o Brasil
faz parte, não tem história, mas entra para a história a
partir da Europa. Basta verificar o índice dos livros
didáticos para se perceber que não há uma nem várias
história das Américas, como afirma Eduardo Natalino dos
Santos (2002, 2004), e sim uma expansão européia, que, a
partir de 1492, conquista e ocidentaliza terras e povos
deste continente. A invenção da(s) América(s) permanece,
enquanto produto europeu, na produção historiográfica que
se reproduz, desde os cronistas, uma história do Ocidente,
inclusive quando trata dos temas das sociedades ameríndias
antes de 1492 ou suas ações durante o processo da
conquista. Além dos limites que demarcaram a
historiografia que versa sobre alguns destes temas –
inação dos indígenas, anacronismo, eurocentrismo,
determinismo, arcaísmo e inferioridade – verifica-se, em
específico nos textos didáticos, problemas seríssimos.
(KOLING, 2008, p.03.)


Tendo isto como ponto de partida, verifica-se a necessidade de
abordar este ensino considerando que a América, apesar de estar afastada da
Europa durante séculos, possuía história, habitantes, cultura, civilizações
e nações inteiras repletas de simbologias e significados. Que
diferentemente do que se pensa, a América e estas nações possuíam uma
organização social, econômica e política que merece tanto destaque quanto
as nações europeias.
E que a importância a tais civilizações não devem ser dadas apenas
por estas disporem de uma maneira de sobrevivência diferente da nossa, mas
tomar conhecimento de que, mesmo tendo sua existência baseada em um "mito",
estes povos formaram uma nação, rica, unânime e extensa, como nos mostra
Ferreira:


Em pouco mais de um século, a pequena tribo dos Incas
passa de uma pequena confederação no vale do Cuzco para
formar o Império mais vasto de toda a América pré-
colombiana. Sob o seu poder, foram incorporados centenas
de grupos étnicos, culturais e linguísticos, com
aproximadamente 8 milhões de habitantes. A justificação
ideológica para a expansão e a conquista era semelhante à
do espanhol: levar a civilização aos povos que viviam em
na barbárie. Para os Incas, as inúmeras culturas que
viviam nos Andes Centrais praticavam o incesto, eram
antropófagos, viviam em guerra, não sabiam plantar o milho
e desconheciam as relações de parentesco. Cabia aos Incas
a missão de inseri-los no mundo civilizado e ensiná-los a
viverem em paz. (FERREIRA, 1988, p. 39).


Portanto, entende-se que é preciso analisar este ensino de História
da América e mais, fazê-lo tendo em vista as origens desta América, a
tradição que ela dispunha, o modo de vida, as noções que a partir de 1492
começam a se desfazer, como nos mostra Maria Regina Celestino de Almeida:
As populações indígenas integradas à colonização perdiam,
junto com a guerra suas culturas, identidades étnicas e
todas as possibilidades de resistência, passando a
constituir massa amorfa e inere à disposição de
missionários, colonos ambiciosos e autoridades corruptas
que dispunham deles à vontade. (ALMEIDA, 2003, p. 27).


E desta maneira desfazer a visão e a construção equivocada deste
ensino de História da América, para que ela passe a estabelecer novas
interpretações e novas versões, a fim de que ela não seja mais lembrada por
exacerbações ou esquecida pelo simples fato de que a história da América
começa a partir da colonização.


2- Metodologia:


Podemos medir a problemática do ensino de História da América
entendendo algumas questões que são pertinentes. Em primeiro lugar podemos
destacar a falta de estrutura para este ensino, levando em conta os
materiais e informações, que mostram na maioria das vezes uma América
estereotipada, "coberta de mata fechada, sem habitantes, ou com habitantes
de outro mundo, bárbaros, sem civilização", etc. em segundo lugar podemos
destacar a má interpretação feita sobre estas culturas tão misteriosas e ao
mesmo tempo tão significativas.
Esta má interpretação pode ser compreendida conforme a posição de
Eduardo Natalino dos Santos em seu artigo sobre as fontes mesoamericanas e
os seus problemas de interpretação e conteúdo. O autor nos mostra, ao longo
de seu artigo que existem três tipos de fontes para identificar os povos
mesoamericanos: as fontes pré-hispânicas de leitura figurativa ou leitura
ampla, as fontes escritas ou de leitura estrita e as fontes nativas
coloniais. A partir desta divisão, percebe-se que cada povo, cada nação em
sua constituição era identificada por um tipo destas fontes, que iam desde
cerâmicas, desenhados numa narrativa de sua história até os códices, ou as
"tábuas" em que estavam contidas as leis, tributações.
Também desta divisão de fontes que faz Natalino, é possível
estabelecer os problemas que derivam das mesmas. O primeiro deles é que
muitas destas fontes estão descontextualizadas, isto é, estão sendo tiradas
do contexto em que estão inseridas e levadas para museus e lugares afins e,
desta maneira, perdem o significado que deveriam possuir. Em segundo, está
o problema do "anacronismo" e da "projeção retrospectiva de informações",
ou seja, os objetos, as fontes são analisados conforme a visão europeia,
conforme a visão da cultura do analisador, que deveria ser menos
etnocêntrico:
"Pudemos ver que alguns dos principais problemas de
interpretação relacionados ao grupo que chamamos de fontes
históricas pré-hispânicas figurativas ou de leitura ampla
são: 1- o desconhecimento do contexto de produção e uso de
muitas dessas representações, sobretudo das portáteis,
como vasos cerâmicos, esculturas, pequenos gravados e
outros; 2- a tendência de universalizar ou essencializar
significados de determinadas formas ou representações,
subestimando o seu valor de uso, o modo de apropriação dos
objetos e dos signos em contextos e situações sociais
específicos; 3- projeção retrospectiva de informações
oriundas de contextos mais recentes, principalmente do
primeiro século do Período Colonial, a períodos
extremamente longínquos da história pré-hispânica.
(SANTOS, 2007, p. 31).
Santos nos propõe a pensar numa (re)análise das populações
ameríndias, ao tratar dos problemas de interpretação dos objetos produzidos
por estas culturas. Quando ele nos fala do desconhecimento do contexto, ele
nos mostra exatamente aquilo que podemos observar nos livros didáticos: a
descontextualização dos povos pré-hispânicos, a projeção retrospectiva de
significados, feitos a partir de concepções eurocêntricas da sua história.
É como se tudo o que estivesse aqui tomasse sentido, significado,
credibilidade a partir da inserção e colonização dos povos europeus. Como
se a vida que aqui habitava, embora formasse impérios, civilizações
riquíssimas e complexas, dotadas de significados e simbologias, fosse algo
totalmente estranho, bárbaro, sem cultura, "sem fé, sem lei e sem
rei".(VAINFAS, 2000). E como se tudo isto tivesse de ser readaptado,
remodelado e refeito, em moldes absolutamente europeus, e desta maneira,
não restasse qualquer resquício de toda esta selvageria.
Todas estas questões apontam para a defasagem pela qual tem passado
o ensino de História da América. Estas visões, estas más interpretações
feitas sobre as sociedades mesoamericanas fazem com que elas se tornem alvo
de desinteresse e esquecimento, não apenas por parte dos alunos, mas também
por parte dos próprios professores, que acabam por fim, estigmatizando tais
civilizações.
Ainda aqui podemos destacar mais alguns fatores, baseados no que
nos diz Jorge Luiz Ferreira, em Os Incas e os Astecas.
Retomando o que Koling afirma sobre a História da América ser vista
a partir da história das grandes conquistas europeias, é preciso fazer um
parêntese aqui e entender este tipo de análise. Quando pensamos em História
da América, é muito comum relacionarmos a isto o fato das colonizações
portuguesa e espanhola, o primeiro contato com os índios, a reação ao ver
um "outro" diferente. Há, porém, que pensar um pouco antes disso. É preciso
lembrar que na América, ou melhor, que a América era a terra dos povos
mesoamericanos, dos Incas, dos Astecas, dos Maias, os chamados "Impérios"
ou povos imperiais.
Portanto, se esta América era habitada por povos imperiais, dignos
de mérito e reconhecimento, faz-se necessário compreender que a história já
havia e vinha sendo feita por aqui há tempos. Faz-se preciso desmistificar
a ideia de que os europeus forma os únicos a trazerem e possuírem
civilização diante da grandeza territorial e cultural com a qual, a partir
do século XV se deparavam.
Jorge Luiz Ferreira nos mostra que as civilizações Incas e Astecas
possuíam um sistema de organização social, religiosa, econômica e política.
Que estas relações eram estabelecidas por um chefe, que era justo e
administrava a vida em grupo. Podemos dar destaque aqui aos povos andinos,
que possuíam no ayllu sua "unidade básica de produção e reprodução social"
e tinha no kuraka a autoridade que estabeleceria a ordem e a justiça na
tribo, que viam no Inca seu "sacerdote" e aquele também que não os
desampararia:
A unidade de produção agrícola e reprodução social nos
Andes Centrais era o ayllu, formado por famílias ligadas
por relações de parentesco que, sem serem organizadas em
clãs ou em linhagens, apresentavam tendência à endogamia
com descendência paralela, ou seja, linha masculina para
os homens e feminina para as mulheres. (...). O trabalho
no ayllu baseava-se na ajuda mútua entre as famílias
(...). A chefia do ayllu era exercida pelo kuraka, que
assumia esta função por ser, a nível ideológico, o
descendente direto dos fundadores do ayllu e do Huac,
entidade divina local, protetora e tutelar do ayllu.
(FERREIRA, 1988, p. 40-41).
Partindo disto, podemos entender que, neste caso, a sociedade
andina era muito mais complexa do que se podia admitir, que eles possuíam
um sistema de sobrevivência que poderia ser equiparado ao sistema feudal e,
que neste sistema havia também toda uma hierarquia social e o mais
importante: tudo isto possuía uma origem mítica e estava calcado em um
modelo religioso.
Levando em consideração todos os aspectos apontados, vê-se a
necessidade de reanalisar este ensino de História da América, que já vinha
há muito tempo sendo escrita.
Tendo em vista todos os aspectos levantados referentes ao ensino de
História da América nos propomos a abordar o tema de maneira mais ampla e
flexível, levando em consideração a necessidade de análise da América
retificando todos os estigmas e estereótipos que ela apresenta e inserindo
uma nova abordagem do tema sob um novo olhar: o olhar da diversidade e da
riqueza que se apresentava por aqui antes de 1492 e as contribuições destas
durante o período.
Neste sentido, também podemos estabelecer, no mesmo ensino de
História da América, algumas possibilidades interdisciplinares e analisar
as civilizações mesoamericanas e pré-colombianas com base em disciplinas
como: a Geografia, na qual podemos estabelecer as relações entre estas
civilizações e seu território, seu meio ambiente, suas relações com o tempo
e com o clima e as interdependências aí existentes e também a partir da
leitura de mapas do período; com a Antropologia, ao estabelecer as relações
sociais predominantes, o modo como as pessoas tratavam-se, a importância de
determinados rituais em cada cultura, a importância de algumas pessoas em
relação a outras; com a Literatura, ao analisar textos e poemas de tais
civilizações, o modo utilizado na interpretação de sua existência, a
escrita sobre os seus costumes, a sua visão de mundo; com a Arqueologia,
através dos estudos das peças e artefatos que o tempo se incumbiu de
preservar, através dos estudos dos quipos, dos vasos de cerâmica, das
estelas, do formato das cidades, encontradas sobretudo na região dos Andes
Centrais e do México, com a Economia, ao estabelecer as relações econômicas
predominantes no período, bem como a organização do pagamento de impostos e
das tributações e a divisão de terras, alimentos tecidos e outros.
No entanto, para que possamos estabelecer uma nova visão a respeito
do ensino de História da América, precisamos levar em consideração alguns
pontos principais a serem desenvolvidos no ato deste ensino.
Primeiramente, é necessário que contextualizemos o período, mostrar
aos educandos e alunos que:
Historicamente, a destruição do Império de Huari marca,
nos Andes Centrais, um longo período de dispersão
política, com vários Estados locais independentes após o
ano 1000 de nossa era. (...). Na última sequência
histórico-cultural, entre os anos 100 a 1534 a. D., o
único reino que alcançou maior projeção foi o Chimu, que
chegou a dominar a costa setentrional do Peru e parte do
Equador. Sua capital Chan-Chan, com população estimada de
80000 habitantes, uma cifra altíssima para a época, era
extremamente urbanizada e, como centro administrativo e
tributário do Império, herdaria mais tarde aos incas toda
esta experiência acumulada. A queda do reino Chimu abriu
para os Incas o caminho para unificação política dos Andes
Centrais. (FERREIRA, 1988, p.38).
Assim, será possível mostrar porque adentramos neste ensino de
História da América com uma proposta de novos olhares sobre as civilizações
mesoamericanas. Mostrar que estas civilizações possuíam uma história e todo
um regime de relações, como já dissemos políticas, econômicas, sociais e
religiosas. E não como se pensa: que estes povos só entraram para um modo
de civilização a partir do momento em que os colonizadores aportaram nestas
terras.
Num segundo momento, verifica-se a necessidade de historicizar esta
História da América, mostrar aos alunos e educandos quem são os povos
mesoamericanos, onde vivem, como manifestam sua cultura, como relacionam-se
entre si, o que lhes é importante, o que é sagrado, o que é simbólico.
Mostrar o que estas civilizações representam num mundo desconhecido e novo,
no qual tudo é baseado em moldes absolutamente religiosos e em maneiras
diferentes das europeias e nem por isto menos significativas.
Também é preciso problematizar este conteúdo, levando aos alunos os
problemas de análise de tais civilizações, como nos mostrou Santos. Os
problemas de anacronismo com os quais estudamos estas civilizações, as
projeções de conceitos totalmente nossos sobre tais culturas, as visões
etnocêntricas que se tem, ao enxergar as demais culturas a partir daquilo
que é do nosso meio, as interpretações equivocadas que tratam estas nações
como bárbaras por aplicarem determinadas atitudes em sua sociedade ou por
exercerem esta ou aquela maneira de viver, morrer, plantar, colher,
distribuir e atrair, entre tantas outras.
Ainda aqui é pertinente a desmistificação: a História da América
diferente da História da América a partir da História Européia. Aqui,
devemos nos ater na abordagem das concepções que dizem respeito e
relacionam a História da América à História da Europa e buscar mostrar o
inverso, ou seja, que já se construíra uma história muito antes da chegada
dos europeus. Uma história de Povos Imperiais.
E por último, ainda podemos fazer uma analise reflexiva, nas quais
se possam estabelecer linhas de análises e comparações entre o saber
existente antes destas novas visões e as apreensões feitas após as mesmas,
na expectativa de que estas novas abordagens possam se fazer presentes num
possível novo ensino de história da América, que não confunda, não
assimile, não anacronize e não esqueça dos personagens desta época, mas que
os trate com a devida consideração e respeito que merecem.

3- Considerações finais:

A partir de tudo o que analisamos neste artigo, é possível
estabelecer novas formas de se estudar a História e mais especificamente o
ensino de História da América. Como já mencionamos no texto acima, temos
inúmeras preocupações com a estrutura de ensino que tem sido destinada aos
alunos de nosso país, estrutura esta que parece leva-los a cada dia que se
passa a um menor conhecimento das realidades, a uma capacidade de
interpretação e crítica cada vez mais debilitada, cada vez menos.
Nós como futuros professores, historiadores e educadores, temos nas
mãos a missão de desmistificar os saberes dos alunos. De mostrar à luz de
novas fontes, de novas ideias, a realidade que esteve por muito anos
encoberta, que por muito tempo, a História Tradicional evitou mostrar.
Devemos nos lembrar de que, se nós não tomarmos postura diante deste
ensino cada vez mais precário, nossos alunos pagarão a duras penas a falta
deste conhecimento.
Tratar de História da América – e não apenas a América descoberta e
colonizada a partir de 1492, mas também a América antes desta data -
levanta uma série de problemas, uma série de polêmicas, afinal os povos
mesoamericanos, as civilizações mais conhecidas por nós como os Incas,
Maias e Astecas, tinham um modo de viver e relacionar-se totalmente diverso
do nosso.
Suas concepções, suas ideias, noções de tempo, espaço, economia,
religiosidade, relações de parentesco, família, sentimentos, língua,
estavam relacionadas a uma herança advinda de outros povos, de outras
épocas e de outro lugar.
Assim como os europeus, estes povos possuíam uma história, alicerçada
em bases religiosas e míticas mas nem por isto menos importantes.
Estes povos mais tarde seriam chamados de "índios" pelos
colonizadores e seriam submetidos à escravidão, à catequização, à modos de
vida totalmente diferentes dos quais eles possuíam. Estas civilizações
então, acabariam muitas vezes por serem dizimadas, sob a impune alegação de
que eram monstros, bárbaros e sem civilização e por isto deveriam
desaparecer.
Portanto, é preciso abrir as cortinas de Histórias como esta, como a
História da América para que o conhecimento possa ser apreendido e
renovado, com o objetivo de não esquecer daqueles que fizeram a sua
história de uma modo totalmente rico e significativo e ainda nos ajudaram a
construí a nossa, mesmo tendo que pagar um alto preço por isso.

4- Referências:


ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas: identidade e
cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Arquivo
Nacional, 2003.

FERREIRA, Jorge Luiz. Incas e Astecas: culturas pré-colombianas. São Paulo,
3ª edição. Editora Ática, 1988.

KOLING, Paulo José. O ensino de História da América na educação básica:
reflexões a partir de livros didáticos e obras utilizadas em escolas
públicas no Oeste do Paraná. In: Anais Eletrônicos do VIII Encontro
Internacional da ANPHLAC. Vitória, 2008.

SANTOS, Eduardo Natalinos dos. Fontes históricas nativas da Mesoamérica e
Andes. Conjuntos e problemas de entendimento e interpretação. Disponível
em: http://www.ifch.unicamp.br/inb/Textos/ST07Eduardo.pdf. Acesso em:
17/06/2011.

VAINFAS, Ronaldo. As Heresias dos Índios. Rio de Janeiro, Jorge Zahar
Editor, 2000.



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[1] Professor do Departamento de História da Universidade Estadual do
Centro-Oeste – UNICENTRO – Irati, osé[email protected].
[2] Graduanda - Departamento de História Universidade Estadual do Centro-
Oeste – UNICENTRO – Irati, PR. [email protected]
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