Ensino Experimental das Ciências um desafio para a Educação do Séc. XXI António Batel Anjo (
[email protected]) Professor e Assessor do Reitor no ISCTEM, Director Executivo da Osuwela Consultor do Banco Mundial
Maputo, 02 de Novembro de 2015 Desenhos originais de Regina Mourisca, para o BIG Bang – cadernos de Cência.
Nota prévia: O artigo distribuído “Ensino Experimental das Ciências – um desafio para a Educação do Séc. XXI” contém erros, gralhas e falhas. Espera-se que da vossa leitura atenta e interessada resulte num interessante trabalho de revisão colectivo que o autor muito agradece. As criticas, sugestões e dúvidas devem ser enviadas para
[email protected]. No texto final, a publicar, agradecerei a cada um de vós que tiver a amabilidade de enviar as suas críticas. Muito obrigado.
A Escola deve: • respeitar os alunos e as suas capacidades; • saber que o centro e a sua existência é determinada pelos alunos; • dar a estes alunos ferramentas e uma aprendizagem centrada nas competências; • saber que os alunos têm que sobreviver num futuro, como sempre, incerto. … chegamos a uma forma colaborativa de aprendizagem, onde o Ensino Experimental ocupa um lugar de destaque. Este é o meu contributo para uma reflexão e uma oportunidade para debater o Ensino Experimental das Ciências e o seu papel na Educação do Séc. XXI.
Os novos desafios da Educação… • impõem uma nova dinâmica indutora de um significativo aumento da Qualidade; • exigem padrões de qualidade e exigência necessária para responder aos desafios económicos e industriais do País; • exigem uma Escola mais humanizada; • devem estar alinhada com as escolhas dos Professores e Alunos que ocupam o centro de todo processo de Ensino Aprendizagem • uma nova abordagem, de desenvolvimento humano, que coloca as pessoas e as suas capacidades no centro de todo o processo.
Criatividade, a chave da adaptação, passa por… • reconhecer o papel da Criatividade na aprendizagem; • saber que um criativo é sempre inovador; • a criatividade nasce com os alunos; • deve ser explorada no “saber fazer” e “saber pensar” que se pode desenvolver nos Laboratórios de Ciência e Matemática.
As mudanças sociais exigem que os alunos possuam fortes habilidades na área das
Línguas, Matemática e Ciências, mas também devem dominar áreas do pensamento crítico,
resolução de problemas, ser persistentes, desenvolver trabalho colaborativo e a
curiosidade.
Literacias Fundacionais
Competências Gerais Qualidades e Caracter
Conhecimentos para a realização das tarefas diárias.
Conhecimentos para resolver desafios complexos
Competências para o futuro
Literacia Numeracia Literacia Científica Literacia Informática Literacia Financeira Literacia Cívica e Cultural
Pensamento Crítico Resolução de Problemas Criatividade Comunicação Colaboração
Curiosidade Iniciativa Persistência Adaptabilidade Liderança Consciência Social e Cultural
Dos 100 países que o estudo abrangeu … • os EUA têm um comportamento relativamente bom na maioria destas competências olhando de forma global; • comparando com países com igual investimento na Educação, como o Japão, a Finlândia, ou Coreia do Sul, apresentam desvios significativas em Matemática e Literacia Científica; • a Polónia e a Irlanda, têm um bom desempenho nos indicadores relativos às competências fundacionais mas estão longe dos critérios mínimos em áreas como o pensamento crítico e curiosidade; • muitos alunos não estão a ter uma educação de qualidade; ... o investimento feito na educação não está a ter os resultados que se pretendiam, ou seja, a longo prazo estes países não vão ter trabalhadores qualificados e serão importadores de mão-de-obra para competir ou para se tornarem competitivos.
O que podemos fazer para alterar esta situação? 1. Um dos caminhos passa por explorar e definir como central o Ensino das Línguas, Matemática, Filosofia e o Ensino Experimental das Ciências. 2. Utilização de uma metodologia baseada na reflexão crítica com a finalidade de despertar no aluno a desenvoltura necessária para se questionar e questionar os processos científicos que vê acontecer à sua volta. 3. Desenvolver a apetência pelas Ciências Experimentais – gera a dúvida e a dúvida favorece a mudança e leva a novas visões do futuro.
A crescente desmotivação dos alunos pela aprendizagem das ciências, com reflexos no respectivo aproveitamento, tem sido constatada em vários países, Moçambique não foge a esta regra, sendo urgente encontrar soluções. A proposta que se apresenta passa por reflectir sobre a construção e natureza do conhecimento bem como procurar modelos para a forma como as pessoas aprendem.
Cinco motivos para envolver os alunos em actividades experimentais (Hodson)… 1. 2. 3. 4. 5.
motivar, estimulando o interesse e o prazer de investigar; treinar destrezas laboratoriais; enfatizar a aprendizagem do conhecimento científico; desenvolver o método científico e adquirir perícia na sua utilização; desenvolver “atitudes científicas” como abertura de espírito e objectividade.
A experimentação deve estar concentrada nos seguintes indicadores: 1. enfatizar o uso da Matemática; 2. recorrer a novas tecnologias e ao o uso de simulações em computador; 3. relacionar com o meio onde está a ser feito a experiência; 4. tipo de equipamento utilizado.
A formação de professores deve ser baseada em metodologias mais eficientes no ensino das Ciências. Os docentes têm que ser consciencializados para a necessidade de práticas pedagógicas inovadoras, tornando-se mediadores do processo de aprendizagem, avançando com propostas que propiciem aos alunos análises, reflexões e generalizações.
Distinguir entre… 1. aprender ciência – adquirir e desenvolver conhecimento conceptual e teórico; 2. aprender acerca da ciência – desenvolver uma compreensão sobre a natureza e métodos da ciência e uma percepção das complexas interacções entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente; 3. fazer ciência – empenhar-se e desenvolver competências em investigação científica e resolução de problemas.
Os alunos devem entender que a actividade científica é uma actividade complexa. E essa compreensão é atingida a partir do desenvolvimento de investigações de interesse pessoal mas também centrada na aprendizagem das ciências.
A tendência actual é a de apetrechar os jovens com os conhecimentos e as competências que que lhes permitam enfrentar uma sociedade tecnológica em transição e em que “aprender a aprender” é a ferramenta mais importante.
O objectivo maior é recuperar o Ensino das Ciências e transformar o uso do Laboratório numa actividade natural e não uma excepção.