ENTENDENDO PROCESSOS DE DESIGUALDADES SOCIOAMBIENTAIS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA A PARTIR DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE EM CIÊNCIAS

May 24, 2017 | Autor: M. Mejia Caceres | Categoria: Environmental Education, Teacher Training
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ENTENDENDO PROCESSOS DE DESIGUALDADES SOCIOAMBIENTAIS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA A PARTIR DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DOCENTE EM CIÊNCIAS Laísa Maria Freire (Instituto de Biologia/UFRJ) 1 Gabriela Ventura (IFRJ e NUTES/UFRJ) 2 María Angélica Mejía Cáceres (NUTES/UFRJ) 3 Sama de Freitas Juliani (NUTES/UFRJ) 4 Resumo: Dada a centralidade do discurso nas sociedades contemporâneas, o presente trabalho aborda a Análise Crítica do Discurso (ACD) como um marco teórico-metodológico para compreensão e enfrentamento da questão ambiental no mundo contemporâneo caracterizado por transformações no campo econômico, político, social e cultural, com significativas influências no processo produtivo. Assim, discutimos aspectos relativos ao cenário de globalização econômica e de neoliberalismo e refletimos sobre a importância da linguagem na sociedade capitalista contemporânea. Partimos do argumento de que a ACD permite questionar processos de desigualdade socioambiental em contextos e discursos nos quais tais processos tornam-se apagados e invizibilizados. Ao explicitarmos determinados processos como: conflitos associados à distribuição e uso da água em nossa sociedade; distribuição desigual de bens e prejuízos gerados a partir da produção de bens de consumo; desigualdades sociais e injustiças ambientais com a precarização nas relações de trabalho, analisando diferentes discursos sobre estas questões, podemos contribuir com mudanças sociais que envolvem a construção de novos cenários emancipatórios a partir de superação de assimetrias sociais. Neste sentido, entendemos que tais discussões, em um contexto de formação de professores em ciências, ganham contornos mais críticos em que a questão ambiental é posta a partir de seus embates e relações de poder e lutas que moldam e ao mesmo tempo transformam as práticas discursivas de uma sociedade ou instituição. Em nosso grupo de pesquisa o fazemos por meio de análises de representações discursivas de Educação Ambiental presentes na formação docente de ciências. Temos caracterizado atores sociais e processos representados. Entendemos como fértil caracterizar se e como os atores sociais são representados, se são representados de forma genérica reforçando o sentido de

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Licenciada em Ciências Biológicas, Mestre em Ciências, Doutora em Educação em Ciências e Saúde, Professora Adjunta – Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 Licenciada em Ciências Biológicas, Mestre em Ciências, Doutoranda em Educação em Ciências e Saúde NUTES/UFRJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro / Campus Mesquita, RJ, Brasil. 3 Licenciada em Educação Básica com ênfase em Ciências Naturais e Educação Ambiental, Especialista em Gestão Social, Mestre em Educação, Doutoranda em Educação em Ciências e Saúde.– Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 4 Licenciada em Ciências Biológicas, Mestre em Educação em Ciências em Saúde, NUTES/UFRJ. Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Anais do IV Simpósio Internacional sobre Análise do Discurso: Discursos e Desigualdades Sociais. Belo Horizonte: NAD/FALE/UFMG, 2016. ISBN: 978-85-7758-301-0.

inexorabilidade do discurso do neoliberalismo que aponta o atual modelo de produção como única via, se são representados como ativos ou passivos. Da mesma forma, entender como os processos são representados, se são representados como fatos, apagando a sua dimensão histórico-social, naturalizando determinados discursos ou não. Em síntese, entender os processos de desigualdades socioambientais na sociedade contemporânea a partir da ACD pode colaborar com a compreensão e as possibilidades de enfrentamento da atual crise socioambiental nos processos de formação docente. Palavras-chave: Desigualdade socioambiental, educação em ciências, análise critica do discurso

1. Desigualdade social e injustiça ambiental nas sociedades contemporâneas (...) não devemos nos deixar cair na simplificação, tão comum a vários ambientalistas, de afirmar que os homens estão destruindo a natureza, até porque os homens não são igualmente livres para decidir sobre o seu uso e dos demais instrumentos e meios de produção. Continuar afirmando semelhante tese é diluir responsabilidades, nivelando-as, deixando intocadas as relações sociais que foram instituídas (...) (PORTOGONÇALVES, 2002, p. 34).

As sociedades contemporâneas têm vivenciado diversos conflitos de ordem ambiental. Por isso, iniciamos esse texto, com essa epígrafe que expressa uma compreensão ampliada da questão ambiental, evidenciando uma crise denominada socioambiental, exatamente por explicitar a intrínseca interligação entre as dimensões sociais, econômicas, culturais, políticas e ambientais que conformam essa crise. Em nosso entendimento, a questão socioambiental integra não apenas as relações entre os seres humanos e o ambiente; ela intrinsecamente contempla também as relações dos seres humanos entre si. Por esse viés compreensivo, assumem visibilidade não somente as questões de exploração dos recursos naturais para obtenção de matéria-prima para sustentar os processos produtivos, mas também a exploração dos seres humanos que são submetidos a diversas condições de precariedade social e ambiental, quer seja pela sua expropriação de áreas e culturas tradicionais, quer seja pela sua exploração no âmbito dos distintos processos de trabalhos na atual fase da vida social. As relações entre os seres humanos e destes com o ambiente são definidas a partir de uma lógica de exclusão social, intensificação da exploração da classe trabalhadora e esgotamento dos elementos naturais, colocando diversas comunidades e grupos sociais em situação de vulnerabilidade social e ambiental, como por exemplo, comunidades tradicionais, imigrantes, pescadores artesanais, moradores de periferia, marisqueiras, 2

quilombolas, ribeirinhos, seringueiros, agricultores familiares, entre outros grupos sociais (VENTURA; FREIRE, 2015a). Não raro, encontramos diversos casos que exemplificam os diversos conflitos que acirram a degradação ambiental e social. Rozemberg (2005), por exemplo, em uma comunidade rural na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, evidencia a tensão entre moradores rurais e ambientalistas, observando o negligenciamento dos interesses e valores de comunidades agrícolas tradicionais as quais através de projetos de “preservação ambiental”, experimentam “a falência, a ameaça da fome, a humilhação, a repressão e por vezes danos a sua integridade física” (ROZEMBERG, 2005, p. 541). O entrelaçamento entre as questões de “proteção ao meio ambiente” e as questões acerca da luta contra a pobreza e a desigualdade social, evidenciando as consequências sociais e ambientais dos projetos desenvolvimentistas que privilegiam a lucratividade do capital, é uma questão central para o debate ambiental brasileiro. Por essa perspectiva, entendemos a ressiginificação da questão ambiental por meio da noção de justiça ambiental (ACSERALD, 2010). O conceito de justiça ambiental evidencia que o atual modelo de desenvolvimento se sustenta pela distribuição desigual do acesso aos bens ambientais, bem como dos danos e prejuízos sociais e ambientais. Ao contrário de certo “senso comum” ambiental, a poluição não é democrática, não atinge a todos de maneira uniforme e não submete todos os grupos sociais aos mesmos riscos e incertezas. Igualmente é imposta, por meio da violência, da desinformação e da desqualificação, a perda dos territórios e do acesso aos bens naturais como condição para expansão do modelo, como garantia de lucratividade ao capital (RBJA, 2014, p. 1).

O conceito de justiça ambiental surge ao final da década de 1970, nos EUA, a partir da constatação e denúncias sobre a localização de grande parte dos depósitos de rejeitos tóxicos em bairros habitados por negros (PACHECO, 2008). Em 2001, foi realizado no Brasil, o ‘Colóquio Internacional Sobre Justiça Ambiental, Trabalho e Cidadania’, reunindo representantes de movimentos sociais, entidades ambientalistas, organizações indígenas, sindicatos de trabalhadores, organizações de afrodescendentes e pesquisadores universitários, com vistas à denúncia e discussão da dimensão ambiental das desigualdades econômicas e sociais dos países representados no evento. A Declaração final (2001) elaborada naquele evento criou a Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA), a partir do entendimento do tema justiça ambiental como um marco conceitual fundamental para compreender a questão ambiental através da integração entre lutas por direitos sociais e humanos e pela qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental. Em 2002, a RBJA foi

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consolidada, com o objetivo de fortalecer os princípios de justiça ambiental constituindo-se como um fórum de discussões, denúncias, mobilizações estratégicas e articulação política, visando a formulação de alternativas e potencialização das ações de resistência integrando movimentos sociais, entidades ambientalistas, ONGs, associações de moradores, sindicatos, pesquisadores universitários e núcleos de instituições de pesquisa/ensino. Em consonância com a noção de justiça ambiental, a Fiocruz em parceria com a Fase, e com o apoio do Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde elaborou o ‘Mapa de conflitos envolvendo injustiça ambiental e Saúde no Brasil’. O mapeamento apresenta inúmeros casos de injustiça ambiental discutidos em fóruns e redes, a partir de 2006, e tem como objetivo principal compartilhar informações e potencializar as ações de resistências de populações e grupos sociais afetados ou ameaçados pelo modelo atual de desenvolvimento. No âmbito da América Latina, ressaltamos o Observatório Latino Americano de Conflitos Ambientais (OLCA) que se constitui em uma rede que busca potencializar a capacidade das comunidades de reivindicar os seus direitos ambientais, assessorando-as técnica e juridicamente, realizar e divulgar pesquisas e estudos de casos relacionados à proteção ambiental e cidadania, organizar metodologias que possibilitem a sistematização, análise e gestão participativa para as questões ambientais. Esses cenários de conflitos socioambientais decorrem das diversas modificações econômicas, sociais e políticas na economia global, acentuando a desigualdade social e a degradação ambiental. Conforme assinala Fairclough (2005), a atual fase da vida social, caracterizada pelo capitalismo globalizado e neoliberal, é marcada pelo agravamento da divisão entre ricos e pobres, intensificação da exploração do trabalho, aumento da insegurança econômica e grandes ameaças ao ambiente devido à demanda de crescimento ilimitado do atual modelo de desenvolvimento. As transformações ocorridas no cenário contemporâneo envolvem a reestruturação das relações sociais entre as diferentes escalas da vida social (o global, o regional, o nacional e o local) e entre os campos econômicos, geopolíticos e sociais, sendo o neoliberalismo o projeto político que orienta esse redimensionamento, corroborando a acelerada expansão do capitalismo globalizado (FAIRCLOUGH, 2003). Em consonância com essa perspectiva, Ventura e Freire (2015a) assinalam a importância da dimensão discursiva nas mudanças sociopolíticas e econômicas no cenário contemporâneo, entendendo as implicações do neoliberalismo e da globalização econômica para o agravamento das desigualdades socioambientais nas sociedades capitalistas atuais. Observando o fenômeno da globalização 4

a partir das novas relações entre as diferentes escalas da vida social e entendendo o papel central da linguagem nessas transformações em curso, a Análise Crítica do Discurso (ACD) se constitui como um importante caminho teórico-metodológico para compreender e enfrentar a questão ambiental a partir de seus embates e relações de poder, vislumbrando possibilidades de transformação social (VENTURA; FREIRE, 2015b). Considerando a ideologia como uma relação entre poder e a construção de significados nos textos e, portanto, como uma relação entre poder e discursos, os significados possuem relativa estabilidade nas práticas e estruturas sociais; nesse sentido, a ACD contribui para a análise ideológica, entendendo que os processos ideológicos envolvem valores, ideias e práticas que possibilitam a operação e a sustentação das relações sociais desiguais do sistema capitalista, colaborando para o não reconhecimento dos antagonismos e contradições desse sistema (FAIRCLOUGH, 2016). Entendemos, portanto, que valores, ideias e práticas que evidenciem as contradições e conflitos podem colaborar para a transformação das relações sociais desiguais e, por conseguinte, a superação do cenário de desigualdades socioambientais. Dedicamos as próximas seções ao enfoque da ACD sobre as possibilidades de manutenção ou transformação social, a partir de análises discursivas que podem colaborar com a legitimação da crise socioambiental, entendida como irreversível e suas consequências, como inexoráveis (VENTURA; FREIRE, 2015b).

2. A ACD e o papel do discurso na manutenção ou transformação da estrutura social

O cenário contemporâneo configura-se por grandes mudanças no panorama sociolinguístico, marcado pela exacerbação da mobilidade, tanto de processos geográficos, quanto de processos discursivos socioculturais. Os processos comunicativos tornam-se altamente dinâmicos favorecendo o atrito de diversos repertórios sociais e culturais e sua análise remete a uma reflexão sobre as consequências da globalização para o estudo da relação entre linguagem e sociedade. Essa relação constitui a dimensão crítica da ACD e a sua pertinência para o exame das relações das (redes de) práticas sociais institui a ACD como um importante caminho teórico-metodológico para estudar as modificações ocorridas na atual fase da vida social (FAIRCLOUGH, 2005). Fairclough (2000) assinala que o projeto da nova ordem social é em parte um projeto discursivo, observando como alguns discursos são legitimados, como por exemplo, o discurso do neoliberalismo que é sustentado por crenças e ideias que apontam o atual modelo 5

de organização societária como única possibilidade. Dessa forma, há a naturalização e a legitimação das desigualdades socioambientais, entendidas como desajustes do atual sistema social, de modo que ficam apagadas as possibilidades de transformações da estrutura social. A legitimação desse discurso, ao mesmo tempo em que reforça as representações discursivas de ajustes a esse sistema, pode camuflar ou sobrepujar outros discursos que possam propor outros modelos de desenvolvimento societário baseados em relações mais justas e igualitárias entre sociedade e natureza. Entendemos a ACD como uma perspectiva teórica sobre o discurso como um momento dos processos sociais materiais (FAIRCLOUGH, 2005). Em nossas pesquisas, buscamos aporte nessa perspectiva para compreender os processos de desigualdade socioambiental. Primeiro, entendemos que por esse viés podemos compreender a naturalização, ocultação ou manipulação de certos discursos e assim compreender a disputa ideológica pela hegemonia no campo ambiental e no campo da EA sobre a crítica ao atual sistema capitalista e suas consequências nas diversas esferas da vida social. De igual forma, podemos explicitar possibilidades de transformação social, a partir da deslegitimação de certos discursos e fortalecimento de outros discursos contra-hegemônicos. Orientamos nossas análises entendendo a centralidade do conceito de prática social e a sua posição intermediária entre as estruturas sociais e os eventos concretos. Por essa perspectiva, evidencia-se a relação recursiva entre agência e estrutura social, entendendo que o discurso é constrangido pela estrutura social assim como, de forma dialética, pode influenciar as estruturas sociais. Entendendo a atual fase da vida social, marcada pelo capitalismo globalizado e neoliberal, como a ordem social na qual as (redes de) práticas sociais se inter-relacionam, buscamos compreender como as representações discursivas sobre as mudanças econômicas e sociais no capitalismo global podem colaborar para a (des) legitimação do cenário de desigualdades socioambientais (VENTURA; FREIRE, 2015b). Tais representações reforçam (ou não) certos discursos, bem como legitimam outros, como por exemplo, o de justiça ambiental, podendo colaborar para os processos de transformação social. Temos pensado sobre essas questões a partir do diálogo entre a Educação Ambiental (EA) e a Educação em Ciências (EC), buscando compreender como a dimensão discursiva pode colaborar para que as práticas dos docentes da EC possam contemplar as questões de (in)justiça ambiental intrinsecamente relacionadas ao atual modelo de desenvolvimento. Dessa forma, compreendendo a EC e a EA como redes de práticas sociais que se interrelacionam na atual fase da vida social, buscamos identificar na interface entre esses campos, 6

quais são os discursos dominantes e quais discursos precisam ser legitimados de modo a contribuir para uma compreensão e enfrentamento do cenário de desigualdades socioambientais, cada vez mais acentuado nas sociedades contemporâneas.

3. As representações da atual ordem global econômica e a (des) legitimação da crise socioambiental

Para entender as representações discursivas sobre as mudanças no âmbito da atual fase do capitalismo, buscamos aporte no enquadre da ACD de Chouliaraki e Fairclough (1999). Conforme observam Resende e Ramalho (2004, p. 190), essa perspectiva tem como objetivo “refletir sobre a mudança social contemporânea, sobre as mudanças globais de larga escala e sobre a possibilidade de práticas emancipatórias em estruturas cristalizadas na vida social”. Por esse enquadre, evidencia-se a relação dialética entre discurso e sociedade, entendendo que o discurso é moldado pelas estruturas sociais, mas também pode modificá-las. Para compreender essa relação dialética, explicita-se a relevância do conceito de hegemonia entendendo que nas práticas discursivas, as hegemonias são produzidas, reproduzidas, contestadas e transformadas, sendo legitimadas ou não (RESENDE, 2007). Nos campos do ambientalismo e da EA, há disputas ideológicas por uma hegemonia em que conflitam discursos que corroboram para a manutenção do status quo e discursos que visam à transformação do atual modelo societário. No campo social da EA, as perspectivas conservacionistas ou pragmáticas não questionam o atual modelo de desenvolvimento, entendido como irreversível e inexorável, conforme assinala Layrargues (2012): (...) para a opção Conservacionista há uma aparente indiferença com relação à manutenção ou transformação do projeto societário em curso, para a opção Pragmática, o que está em jogo é exatamente a continuidade desse projeto, que precisa permanecer ideologicamente ocultado. (LAYRARGUES, 2012, p. 407)

Por outro lado, as vertentes críticas, assumem a posição contra-hegemônica no campo da EA, evidenciando as contradições e conflitos do atual modelo de desenvolvimento, buscando mecanismos de superação das desigualdades socioambientais, advogando um novo modelo de organização societária. De forma similar, no campo do ambientalismo, o que está em embate é o “modo como se organizam as condições materiais e espaciais de produção e reprodução da sociedade – mais especificamente, como distribuem-se no espaço

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distintas formas sociais de apropriação dos recursos ambientais (...)”(ACSERALD, 2010, p. 111). Mediante o exposto, assinalamos a relevância de compreender as representações discursivas sobre as mudanças sócio-políticas e econômicas no cenário contemporâneo, entendendo que as “representações da mudança econômica e da nova economia global como inevitáveis são uma parte legitimadora da nova ordem social” (FAIRCLOUGH, 2005, p. 134). Nesse sentido, observamos três importantes aspectos acerca dessas representações evidenciados por Chouliaraki e Fairclough (1999), quais sejam: a) a não explicitação dos agentes responsáveis pelas mudanças; b) a representação da economia globalizada neoliberal como algo imutável e inquestionável; c) a exclusão social representada como uma fatalidade. A seguir, buscamos entender como esses discursos legitimam a inexorabilidade do atual modelo societário, naturalizando as desigualdades socioambientais e sustentando discursos de ajustes a esse modelo de desenvolvimento. Fairclough (2005) assinala a relevância da dimensão discursiva das práticas sociais na imposição, expansão e legitimação da nova economia global. Nesse sentido, legitimam-se as perspectivas conservadoras e pragmáticas do campo da EA, uma vez que, se não há alternativas de transformação, devem ser buscadas estratégias de ajustes ao atual sistema. Essa representação discursiva da mudança como um fato imutável, para o qual não há outras possibilidades contribui para a sustentação ideológica da continuidade do projeto societário em curso, não sendo evidenciadas as contradições e os conflitos decorrentes dessa sociedade. As estratégias de ajustes ao atual sistema societário buscam conciliar preservação ambiental com igualdade social, “(...) sem que sejam explicitadas as diferenças tanto no acesso aos bens naturais, quanto na divisão dos prejuízos e benefícios em decorrência de uma utilização desigual e privada da base natural de sustentação material” (VENTURA; SOUSA, 2010, p. 25). Outro aspecto das análises das representações discursivas sobre as mudanças na nova ordem econômica global refere-se à ausência da dimensão histórica do processo de constituição do capitalismo, corroborando uma compreensão fatalista da atual fase da vida social e das modificações ocorridas nas diversas áreas da vida social. Uma importante implicação desse discurso para a compreensão da problemática ambiental consiste na redução dos horizontes de transformação social, conforme observam Ventura e Sousa (2010): (...) o atual modelo societário se encontra tão enraizado no pensamento contemporâneo que se mescla à própria condição humana. Com isso, reduz os horizontes de mudanças, pois não se percebe esse modelo e seus valores

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enquanto historicamente instituídos, da mesma forma que outros modelos e outros valores podem ser reinstituídos. (VENTURA e SOUSA, 2010, p. 22)

As mudanças da nova ordem econômica são representadas como acontecimentos, como processos sem agentes sociais responsáveis ou os agentes são abstratos ou inanimados. Entender as mudanças que as sociedades contemporâneas têm vivenciado como processual e historicamente constituída pelos seres humanos enquanto seres histórico-sociais pode colaborar para vislumbrar possibilidades de transformação social, pois conforme PortoGonçalves (2002, p. 34): “A história que afirmou esses valores e suas práticas é a mesma história que sufocou outros valores e outras práticas”. A não explicitação dos agentes sociais responsáveis pelas mudanças constitui em outra importante estratégia discursiva de legitimação da nova ordem econômica globalizada. Ventura e Freire (Submetido) ao analisarem as representações discursivas da EC sobre a compreensão dos processos de desenvolvimento científico e tecnológico, assinalam a relevância de explicitar os diferentes agentes sociais e seus distintos modos de relacionar-se com o ambiente. As autoras afirmam que a ocultação (ou não reconhecimento) desses diferentes modos pelos quais os seres humanos interagem com a base material de sustentação da vida ratifica a naturalização discursiva das desigualdades socioambientais (VENTURA; FREIRE, Submetido). De acordo com Fairclough (2010), os discursos compreendem representações das coisas como são ou como seriam, deveriam ou poderiam ser, como conhecimentos “imaginários neste sentido de projeções de possíveis estados de coisas, (mundos possíveis)” (FAIRCLOUGH, 2010, p. 228) o que permite imaginar possíveis (redes de) práticas sociais. É por esse viés compreensivo que refletimos sobre novas possibilidades para as (redes de) práticas sociais da EC, que possam contribuir para a superação do cenário de desigualdades socioambientais. Dessa forma, esperamos contribuir para imaginarmos novos ‘mundos possíveis’ e refletimos sobre essas novas possibilidades a partir da formação docente em EC. 4. Contribuições para a formação docente em Educação em Ciências

Conforme sustentamos no presente texto, entendemos a EC como (rede de) prática social que se integra com outras (redes de) práticas sociais, dentre as quais assinalamos o campo ambiental e da EA. Por esse viés compreensivo, temos refletido sobre as possibilidades de fertilização do campo da EC por meio de uma perspectiva sociológica da 9

questão ambiental visando uma abordagem crítica da relação entre os seres humanos e destes com a natureza (VENTURA; FREIRE, Submetido). Alguns trabalhos como os de Guimarães e Vasconcelos (2006), Carvalho (2007), Sauvé (2010) e Wals et al (2014) vem apontando possibilidades de aproximações entre a EA e a EC como uma possibilidade de associar o conhecimento científico proveniente da EC com as questões transdisciplinares trazidas pela EA que visam repensar os modelos sociais, políticos e econômicos que geram problemas socioambientais. Buscando o diálogo entre os campos da EA e da EC, sob a orientação teóricometodológica da ACD, Ventura e Freire (Submetido) analisam as representações discursivas sobre as finalidades do ensino de Biologia no Ensino Médio e observam a presença reiterada da representação discursiva da EC como campo que deve promover a compreensão dos processos de produção do conhecimento científico e tecnológico. Nesse sentido, as autoras sugerem para o campo da EC a hibridização dessa representação discursiva com os discursos acerca da desigualdade social, refletindo sobre as implicações sociais e ambientais do processo científico e tecnológico no atual modo de organização material e social, como possibilidades para repercutir efeitos de transformação social (VENTURA; FREIRE, Submetido). Nesse sentido, uma das questões que ressaltamos refere-se à legitimação do discurso sobre justiça ambiental para problematizar as relações desiguais e injustas que são tecidas no âmbito da atual fase da vida social. Refletimos sobre os discursos na área da EC que podem colaborar para a transformação das estruturas sociais e, consequentemente, possam colaborar para a reversão do cenário de desigualdades socioambientais. É preciso assinalar que embora haja representações discursivas dominantes que legitimam a nova ordem econômica globalizada, há outras representações discursivas que emergem nas práticas sociais, as quais podem indicar obstáculos a serem superados para os processos de transformação social (FAIRCLOUGH, 2005). Entendemos que as discussões aqui apontadas ganham contornos mais críticos em um contexto de formação de professores em ciências, ressignificando a questão ambiental a partir de seus embates e relações de poder e lutas que moldam e ao mesmo tempo transformam as práticas discursivas de uma sociedade ou instituição. Em nosso grupo de pesquisa o fazemos por meio de análises de representações discursivas de EA presentes na formação inicial docente de ciências (JULIANI, 2016) e através da análise de representações discursivas sobre as finalidades da EC no diálogo com a EA crítica (VENTURA; FREIRE, Submetido). 10

Entendemos a importância de caracterizar se (e como) os atores sociais são representados: se são representados discursivamente de forma genérica reforçando o sentido de inexorabilidade do discurso do neoliberalismo como única via ou se são representados como ativos ou passivos, por exemplo. Da mesma forma, buscamos entender se os processos sociais são representados como fatos, apagando a sua dimensão histórico-social, (des) naturalizando determinados discursos. Em síntese, entender os processos de desigualdades socioambientais na sociedade contemporânea a partir da ACD pode colaborar com a compreensão e as possibilidades de enfrentamento da atual crise socioambiental (VENTURA; FREIRE, 2015b) nos processos de formação docente. Enfocando a formação inicial de professores, Juliani (2016) discutiu como estudantes de Licenciatura em Ciências Biológicas, participantes de projetos de extensão em EA, representam discursivamente a EA e sua relação com os conhecimentos científicos e a extensão universitária. De forma geral, quando os estudantes localizavam a EA no curso de graduação e quando falavam dos objetivos do projeto e das atividades desenvolvidas, a autora observou marcas textuais que remetem às representações discursivas mais críticas de EA; porém, ao explicar as atividades desenvolvidas no âmbito do projeto de extensão, notou a presença mais evidente de elementos relacionados a ações conservadoras e pragmáticas de EA, como por exemplo, transmissão de conteúdos em prol da preservação do ambiente ou de mudanças de comportamentos (JULIANI, 2016). Assim, observamos a hibridização entre o discurso crítico e o discurso pragmático nas representações discursivas de EA dos estudantes. Essa hibridização, segundo Chouliaraki e Fairclough (1999) é constitutiva do período histórico em que vivemos. Porém, em determinadas situações de enfrentamento de desafios socioambientais reais, os indivíduos precisam se posicionar e, muitas vezes, a ação se torna esvaziada dos componentes sociocríticos. Entendemos que esse esvaziamento ocorre provavelmente pela força dos discursos hegemônicos, que mesmo convivendo com discursos contra hegemônicos acabam por suplantá-los. Segundo Layrargues (2012) o discurso pragmático da EA se configura como hegemônico no campo por estar alinhado com o discurso da atual ordem econômica social, que Chiapello e Fairclough (2002) denominam de nova ordem econômica social. O desafio, portanto é, dentro dessa perspectiva híbrida dos discursos, encontrar formas com que discursos contra-hegemônicos possam adquirir expressividade. Juliani (2016), assinala os projetos de extensão em EA como espaços formativos importantes para os licenciandos de Ciências Biológicas, pois trazem a possibilidade de reflexão e de escolhas de atuação em EA. A autora assinala que, como a EA 11

envolve processos de aprendizagem, os estudantes ao fazerem escolhas pedagógicas nas ações práticas dos projetos de extensão, articulam conhecimentos de diferentes práticas sociais, colocando em cheque os conhecimentos próprios das disciplinas da licenciatura. Para esses futuros profissionais que, muitas vezes, são “pressionados” a trabalhar na escola com EA, os projetos de extensão despontam como locais privilegiados para se pensar teoricamente a EA, bem como pensar a sua prática. Em algumas atividades desses projetos, são estabelecidas relações com os espaços escolares, no âmbito da disciplina ciências, entendidas como uma contribuição importante na formação desses estudantes, sobretudo, por constituir um desafio para esses licenciandos para pensar as limitações e possibilidades nas relações entre EC e EA (JULIANI, 2016). De maneira geral, as análises no estudo de Juliani (2016) apontaram para representações discursivas de EA híbridas, provavelmente em função do processo formativo dos estudantes serem atravessados pela influência de diferentes práticas sociais como as ciências naturais, a EA e a extensão universitária. À luz do referencial teórico metodológico da ACD entendemos que os elementos semióticos dessas (redes de) práticas atuam na construção e no constrangimento das representações discursivas de EA desses estudantes. Por exemplo, formas de ação da extensão, que podem ser colonizadoras, assistencialistas, ou colaborativas,

podem

conformar

representações

discursivas

de

EA

pragmáticos/conservacionistas ou críticos. Podemos afirmar que as relações entre os campos da EA e da EC não ocorrem sem lutas e embates hegemônicos. Se, por um lado, a EC através de diferentes correntes teóricas, aproximam o ensino de ciências das dimensões sociais, as quais a EA vêm se debruçando (LOUREIRO, 2004), por outro, ainda carrega práticas do paradigma de ciência moderna. Pinhão e Martins (2012) afirmam que os professores de ciências carecem de subsídios em sua formação inicial que os possibilitem ultrapassar a transmissão de conteúdos morfológicos e funcionais da ciência moderna e contemplar abordagens mais complexas de questões que relacionam o ambiente. Segundo Martins et al. (2008), nesse cruzamento entre a EA e a EC, as pesquisas dão mais destaque às contribuições da EA para a EC do que as contribuições da EC e das ciências naturais para a EA. No entanto, podemos citar a influência do ambientalismo e das disciplinas ecologia e conservação na consolidação do campo da EA na década de 1980 contribuindo para um perfil inicial predominantemente conservacionista, com mais destaque para a esfera “ambiental” que “educacional” (LAYRARGUES; LIMA, 2011), nas ações de intervenção e nas pesquisas. A partir da década de 1990, podemos notar uma alteração desse perfil, ao menos entre os 12

educadores ambientais próximos ao núcleo orientador do campo (LAYRARGUES; LIMA, 2011), que passam a considerar como importante, aportes teóricos de outros campos do conhecimento para se problematizar as questões ambientais, e começam a categorizar diferentes sentidos de EA que disputam pela hegemonia do campo. Entendemos que a dimensão discursiva das práticas sociais da EA e da EC explicitam os embates hegemônicos em ambos os campos legitimando (ou não) discursos que naturalizam o atual modelo de organização social e as suas diversas implicações, sobretudo, as desigualdades socioambientais.

Considerações finais

Neste trabalho caracterizamos elementos a partir da ACD para entender os processos de desigualdades socioambientais na sociedade contemporânea e discutimos algumas possibilidades para que a EC e os processos de formação docente em ciências possam colaborar com o enfrentamento da atual crise socioambiental. Neste sentido, argumentamos que a não explicitação dos agentes responsáveis pelas mudanças, a representação da economia globalizada neoliberal como algo imutável e inquestionável e a desigualdade social representada como uma fatalidade, podem contribuir para a naturalização das transformações sociais contemporâneas e para o apagamento (ou não explicitação) das raízes das desigualdades socioambientais na sociedade contemporânea. De igual forma, também observamos como as hibridizações discursivas podem colaborar para representações discursivas da EA conservadoras e pragmáticas. Deste modo, entendemos que evidenciar os aspectos discursivos da questão socioambiental pode colaborar para que os processos de formação docente em ciências possam ser mais críticos, por explicitar os embates e relações de poder travados nos planos materiais e simbólicos no processo de transformação social.

Referências bibliográficas

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