ENTRE O MAR E A TERRA: INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA O FUTURO DE PORTUGAL Conferência de abertura do 9º Encontro de Utilizadores ESRI Portugal Centro de Congressos da Associação Industrial Portuguesa 2 de Março de 2011

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ENTRE O MAR E A TERRA: INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA O FUTURO DE PORTUGAL Conferência de abertura do 9º Encontro de Utilizadores ESRI Portugal Centro de Congressos da Associação Industrial Portuguesa 2 de Março de 2011

Pedro Borges Graça

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Sou da geração sem remuneração E não me incomoda esta situação Que parva que eu sou! Porque isto está mal e vai continuar Já é uma sorte eu poder estagiar Que parva que eu sou! E fico a pensar Que mundo tão parvo Onde para ser escravo é preciso estudar

Os Deolinda no Coliseu do Porto em 22 de Janeiro de 20112

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Professor Associado e Coordenador do Doutoramento em Estudos Estratégicos do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa. Um agradecimento especial a Filipe Paisana da Esri Portugal pelo tratamento digital dos mapas.

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Este é o grito de protesto de uma geração de portugueses, jovem, frustrada com a crise que se instalou em Portugal e sem margem de manobra para projectar o futuro; sequer o próximo. A geração da casinha dos pais, a geração Deolinda afirma, com razão, que até para ser escravo é preciso estudar. É a geração mais qualificada de todas que Portugal alguma vez teve na sua História. Não é uma geração parva e muito menos rasca… O

pressuposto

do

qual

parto

aqui

neste

pequeno

ensaio

estrategicamente sonhador é assumidamente o de que o mar configurou Portugal, e que este é um elemento distintivo da nossa identidade que se encontra ainda subaproveitado e no qual reside em grande medida a solução para a crise económica endémica que vimos sofrendo. E assim fica aqui aberta a perspectiva de que o conceito estratégico nacional português deve assentar fundamentalmente na vertente marítima do nosso território. O nosso conceito estratégico nacional parece no entanto, uma geração após o 25 de Abril, não se ter ainda definido nem firmado, como tem alertado repetidamente Adriano Moreira apontando para o facto de sermos um “país de fronteira e de articulação”.3 Ideias e estudos pioneiros neste sentido têm esbarrado com dificuldades de aplicação, porventura em prol do imediatismo dos fundos europeus que, pelo que é dado observar, não têm provocado o crescimento esperado de Portugal à escala da média dos países europeus desenvolvidos. Têm ficado para trás ideias de projecção geoestratégica e geopolítica como a do “triângulo estratégico português”4, tão debatida então no ambiente da guerra fria mas ainda tão actual no que respeita à visão da cooperação no espaço lusófono, e ficaram também para trás estudos como o designado “O País Que Somos”, levado a cabo na passagem dos anos 70 para os 80 no Instituto da Defesa Nacional, e que elencou de forma detalhada as potencialidades e vulnerabilidades de Portugal, com uma actualidade ainda 2

Canção “Parva que sou” que, cantada pela primeira vez, suscitou uma reação surpreendentemente entusiástica do público presente no Coliseu do Porto e depois vários artigos na imprensa. Até hoje não foi produzida comercialmente. 3 Ver, por exemplo, Adriano Moreira, Estudos da Conjuntura Nacional, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2000, pp. 325-328. 4 Cfr. José Lopes Alves, Geopolítica e Geoestratégia de Portugal, Lisboa, Ed. Autor, 1987, p. 127ss.

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digna de registo, como no caso do factor económico e correspondentes subfactores.5 Com efeito, é possível ter uma visão optimista do futuro de Portugal, contrariando a visão negativista com que uma parte influente das elites portuguesas, em particular os “opinion makers”, têm tratado o nosso Passado recente e antigo. Porém, faz também parte da nossa identidade nacional a tendência de valorizar o que se faz ou o que vem, como é costume dizer, lá de fora. E assim frequentemente se esquece ou se subalterniza o que se faz cá dentro. Numa perspectiva estratégica, isto fragiliza o nosso poder anímico e consequentemente a nossa afirmação colectiva que, de forma indelével, sustenta a projecção internacional das nossas empresas. Contudo, insisto, o cenário global do futuro apresenta-se optimista. Basta olhar com atenção para aquele que, após o 25 de Abril, é o principal factor da mudança cultural de Portugal, que se encontra a operar uma revolução silenciosa da nossa estrutura social e que se manifestará em pleno daqui a uma ou duas gerações. Estou a falar da abertura e expansão da Universidade e da correspondente proliferação de instituições públicas e privadas por todo o país que, conforme sublinhava há algum tempo atrás Adriano Moreira, na qualidade de Presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior, “em duas décadas, alteraram o panorama cultural, científico, e urbano do país profundo, das interioridades, das comunidades despertadas para o desenvolvimento e para a competitividade.” Não obstante os queixumes dos insatisfeitos do costume - e todos nós, num momento ou outro, aderimos a esse coro - Portugal é hoje, permitam-me a hipérbole, um país universitário. Os alunos inscritos no ensino superior, sem contar por isso com os já formados ao longo dos anos, representam cerca de 10% da população activa, e é relevante sublinhar o facto de que as mulheres são tendencialmente maioritárias. Por exemplo, os doutoramentos cresceram em termos absolutos de cerca de 3.000 no início dos anos 90 para mais de 10.000 no tempo presente, tendo o peso das mulheres nesta realidade já

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AAVV, O País Que Somos”, 2 Vols., Lisboa, Instituto da Defesa Nacional, 1982 (policopiado com classificação “Reservado”).

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ultrapassado os 50%.6 E é legítimo inferir que o potencial de desenvolvimento do país aumenta na proporção do nível cultural das mães. Estas, apesar da modernidade dos tempos, continuarão a ter um papel muito influente na formação e educação dos filhos, e é diferente crescer num ambiente de formação básica ou de analfabetismo do que num ambiente de formação universitária. É pois uma questão de tempo. Para alguns, mais impacientes, tudo está a acontecer muito lentamente, e não deixam de ter razão. Mas dar tempo ao tempo é mais uma característica antiga da nossa identidade cultural que oferece inúmeras resistências ao stress anglo-saxónico do tempo é dinheiro. De todo o modo, a Universidade, nas suas múltiplas formas de ensino superior e investigação científica, é um factor de mudança, de desenvolvimento e de consolidação da identidade nacional. A nossa identidade é de facto muito antiga, não é demais lembrá-lo, e por isso é também previsível que as novas gerações venham a sentir o impulso de partirem à descoberta da nossa História, nomeadamente económica, de forma a compreenderem quem realmente são nesta conjuntura acelerada de globalização. É que, tal como as pessoas, uma Nação é aquilo que é no presente, em função do que foi no passado e do que está a projectar ser no futuro. Mas falemos da crise! A crise está instalada em Portugal e parecer ter vindo para ficar. Mas de quem é a culpa da crise? Do estrangeiro? Em parte. Da nossa classe dirigente? Seguramente! É nossa, de todos nós, portugueses? Sem dúvida alguma! Uma geração após o 25 de Abril, que viu precisamente crescer a Geração Deolinda, a nossa classe dirigente, os nossos políticos, eleitos por nós, a nossa elite governante e não-governante, de empresários, gestores e administradores, não foi capaz de inverter a tendência histórica da crise económica nacional, nem com toda a injecção de oportunidades que a integração europeia proporcionou e sobre as quais tiveram mandato e responsabilidade. A verdade é que nós todos, portugueses, não fomos capazes 6

http://www.estatisticas.gpeari.mctes.pt/?idc=47&idi=105243

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de inverter a situação. Não conseguimos resolver, com tanta qualidade de recursos humanos, os problemas já crónicos da produtividade e da competitividade. Um desperdício de 60 ou 70 mil licenciados desempregados mais os mestrados e doutorados desempregados que qualquer país em desenvolvimento daria tudo para ter, como por exemplo Angola, de onde vim no fim de semana. Em Angola, na sexta feira passada, vi e ouvi na televisão José Severino, presidente da Associação Industrial Angolana, irradiar optimismo e confiança na economia de Angola, afirmando peremptoriamente que esta está a recuperar o crescimento a 2 dígitos, e que a médio prazo chegará de novo aos 25% ao ano. Não daríamos tudo para ter cá disto? Enfim, é a vida, como dizia o outro; uns têm uma coisa e outros têm outra e nem sempre se consegue ter o que se quer. Mas daqui a uma geração - os clássicos 25-30-35 anos – a juventude angolana saberá se a actual elite governante e não-governante angolana falhou ou não; se os angolanos falharam ou não. O que fica para a História é a própria História, e a forma como as gerações do futuro olham e interpretam as acções das gerações do Passado. E as interpretações, não obstante os aproveitamentos ideológicos que delas se possam fazer, mais tarde ou mais cedo trazem a verdade ao de cima de tudo o resto. É a própria essência do fenómeno histórico. É como o azeite e a água. Por isso hoje, falando em crise económica, como é que nós a podemos ver no quadro alargado da História de Portugal? É fenómeno recente ou antigo? A resposta simples: é fenómeno antigo e recorrente desde o século XVI, que nos levou de imediato a sermos ocupados pelos espanhóis, acreditando precisamente que, como D. Sebastião tardava em voltar, eles nos resolveriam o problema do descontrolo orçamental e da correspondente falta de dinheiro. Até parece que esta ideia ganhou vida própria e anda para aí à solta ainda hoje em sondagens de cunho iberista que aparecem de vez em quando. Mas na realidade, a ocupação de Portugal pelos espanhóis não foi pêra doce para os governos dos Filipes. Quem estudar um bocado esses 60 anos, verá isso em todos os detalhes económicos da governação, e verá também que nas vésperas de 1640, da restauração da independência, o 5

desemprego era curiosamente enorme no seio dos “letrados” portugueses, os licenciados da época, gerando obviamente grande descontentamento, ou seja, terreno fértil para os sonhos e promessas de mudança. Foi durante esse período que surgiu a primeira representação cartográfica impressa de Portugal, apresentando já cerca de 1200 topónimos e os principais portos e centros urbanos.

1561- Fernando Álvares Seco (representação dominante de Portugal nos Séculos XVI e XVII)

Do ponto de vista geopolítico, nesta percepção horizontal do nosso país (com Lisboa em cima, o Algarve à esquerda e o Minho à direita), é interessante notar como historicamente, na perspectiva da Espanha, o Mar está à frente, está defronte, e Portugal se apresenta como um “espaço vital” de acesso aos portos e recursos marítimos. De facto, naquela época, pela insuficiência da tecnologia e a curta duração da ocupação, não se estabeleceram ligações estratégicas dessa natureza, e pelo próprio curso da História, e do princípio de que de Espanha não vem bom vento nem bom casamento, ficámos de costas viradas, como é de todos sabido, até há bem pouco tempo.

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Mas efectivamente, Portugal entrou em crise económica de longa duração desde o século XVI, com tentativas de arranque industrial e de desenvolvimento frustradas e episódicas até ao século XX, a última das quais com a tal ajuda da integração europeia. O grande problema agora é que já não podemos contar com o contributo económico das colónias, ou seja, do Ultramar, como aconteceu até ao 25 de Abril, e que durante 5 séculos nos ajudou a equilibrar o orçamento nacional. Mas, como a própria palavra “Ultra-Mar” nos aponta historicamente, do ponto de vista geopolítico o Mar sempre foi o nosso espaço vital de projecção económica. Na nossa última fase colonial, no regime ditatorial, chegámos mesmo a propagandear que “Portugal não é um país pequeno”.

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Ora, no regime democrático, a Comissão Estratégica dos Oceanos, nesse conceito estratégico nacional singularmente português projectado pelo estudo O Oceano. Um Desígnio Nacional para o Século XXI, continua a fazernos ver que Portugal não é de facto um país pequeno.

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Portugal, por efeito dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, tem um território marítimo 18 vezes maior que o seu território continental e insular, sendo neste âmbito o 11º país do mundo e o primeiro no conjunto dos territórios marítimos nacionais da União Europeia. As potencialidades económicas do mar português são portanto enormes e delas nos dá conta magistralmente o estudo que, por si coordenado, nos legou o saudoso Professor Ernâni Lopes sobre O Hypercluster da Economia do Mar. Foi na verdade o seu testamento para Portugal. Assim mesmo não foi esquecida nesse estudo a dimensão geopolítica da estrutura portuária portuguesa, chamando-se a atenção para o seguinte: “A oferta de serviços especializados orientados para o cliente, i.e., em função das actividades económicas do seu hinterland e das redes logísticas integradas em que se inserem, será assim uma aposta a fazer, permitindo a cada porto especializar-se no mercado em que pode operar com mais eficiência e onde apresenta mais vantagens competitivas face à concorrência internacional, evitando a dispersão de recursos e energia” (p.379)

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Com efeito, para além das especificidades estratégicas dos nossos territórios insulares, a antiga percepção horizontal de Portugal permite-nos hoje formular uma perspectiva geopolítica do nosso território continental enquanto constante histórica de um povo formado e vivido entre o mar e a terra. No início 10

do século XIX, o célebre filósofo Hegel elogiou por isso mesmo o carácter corajoso dos portugueses navegadores no seu livro “A Razão na História”. Porém, no final do mesmo século, o Almirante Alfred Mahan, o famoso geopolitólogo americano que postolou a supremacia do poder marítimo, criticou a forma como nós, portugueses, não soubemos historicamente aproveitar a nossa condição marítima para desenvolvermos a agricultura, a indústria e o comércio, calculando ele que no século XVIII só 5% do ouro do Brasil é que ficou em Portugal e que isso era um exemplo marcante da diferença entre riqueza real e riqueza fictícia.7 A analogia com o ciclo histórico do “ouro da Europa” que vivemos em Portugal desde meados dos anos 80 do século XX não é porventura despropositada. Mas este tempo agora é que conta, e se assumirmos que o mar configurou Portugal e interiorizarmos a nossa constante histórica de que somos uma nação entre o mar e a terra, com potencialidades grandes e variadas e oportunidades de negócio por desbravar no âmbito da economia do mar, então potenciaremos a perspectiva geopolítica de que temos pela frente o nosso espaço vital, que é o mar, e por detrás o nosso hinterland, que é a Espanha. O hinterland pode ser definido em termos geopolíticos e usualmente como a região interior de uma costa marítima à qual se destinam os produtos descarregados nos seus portos, assim como os produtos que nestes portos são embarcados a partir dessa região. Portanto, o hinterland natural de Portugal é a parte do interior da Espanha que está mais perto do mar português que do mar espanhol.

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Idem, p. 27.

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Com efeito, podemos estar de olhos postos no mar sem as costas voltadas para o interior, olhando também para este interior não como uma zona votada a um fatal abandono mas como uma potencial e articulada área de mercado e uma plataforma de projecção económica para o nosso vasto “hinterland”. A noção de “corredores estratégicos” ganha assim forma como vias de comunicação privilegiada entre o mar e a terra.

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E a articulação bi-direccional da costa com o hinterland tem necessariamente de assentar em entrepostos estratégicos que desde logo amplificam e dinamizam a extensão da economia marítima às áreas do hinterland mais próximo enquanto movimento gerador de uma multiplicidade de de pequenas e médias empresas procriadoras de negócios voltados do mar para terra e da terra para o mar.

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Esta dinâmica torna-se assim estruturadora de projecções económicas e de negócios para o hinterland mais distante, induzindo a atractividade das áreas situadas para além da raia luso-espanhola, particularmente nas esferas de influência dos principais centros urbanos. Para potenciar a função dos entrepostos estratégicos e das correspondentes sinergias locais e regionais, e consequentemente

da

competitividade,

é

absolutamente

imprescindível

programar a criação nesses entrepostos de Sistemas de Inteligência Competitiva.

Estes sistemas visam efectivamente promover a competitividade no hinterland e a correspondente conquista e manutenção de mercados face à concorrência. São plataformas de potenciação da actividade empresarial através de um processo de “enriquecimento” de dados, notícias e informação avulsa de várias fontes, nomeadamente dos vários níveis da administração nacional e europeia, com metodologia adequada, que potencia a capacidade de planeamento dos decisores. Por outras palavras, trata-se da aquisição contínua de conhecimento por parte das empresas e demais organizações privadas e instituições públicas com vista à obtenção de capacidade prospectiva e vantagem competitiva na defesa dos correspondentes interesses, e também da salvaguarda destes 14

interesses

e

conhecimento

perante

o

exterior,

no

processo

de

globalização em curso. Num mundo cada vez mais marcado pelo acaso e a incerteza, de crise prolongada e sem fim à vista, os sistemas de inteligência competitiva são o instrumento que permite adivinhar perigos e evitá-los e detectar oportunidades e aproveitá-las. Do ponto de vista da projecção internacional, um grande número de gestores, talvez mesmo a maioria, como observava o Professor Êrnani Lopes, parece não estar ainda sensibilizada para o valor da inteligência competitiva enquanto instrumento de aquisição de vantagem competitiva e capacidade prospectiva. A verdade é que, no actual processo de globalização económica em curso, estamos num momento de passagem da Era da Informação para a Era da Inteligência, e no mundo dos negócios os custos da ignorância saem muito mais caros que os custos do conhecimento.

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É por esta razão que, hoje, para Portugal enquanto nação entre o Mar e a Terra, constitui um desafio urgente a expansão do conceito de inteligência competitiva e a criação de unidades de inteligência competitiva nos entrepostos estratégicos. A partir do momento em que existe uma unidade deste tipo, a primeira tarefa é a elaboração de um plano de inteligência. Este consiste na definição dos factores a observar na evolução da conjuntura, na identificação dos alvos (instituições, grupos e pessoas), na selecção das prioridades, na programação dos relatórios e na listagem das fontes. A observação da evolução da conjuntura é tanto mais precisa quanto melhor se fundamentar numa teoria realista e continuamente actualizada. Não há nada mais prático que uma boa teoria. Após se identificar factores e tendências do contexto geral, dos quais devem constar, por exemplo, os recursos energéticos e as posições dos actores interessados nos mercados em causa, deve passar-se ao contexto específico, particularmente à delimitação da cultura política, respectivas componentes, singularidades e possibilidades de mudança da conjuntura. A identificação dos alvos obedece directamente às orientações da primeira linha da tomada de decisão. Neste aspecto, as pessoas são sempre o factor-chave, pois são os elementos constituintes dos grupos e instituições. Os núcleos de decisão são fundamentais quanto à sua composição e formas de actuação, e a sua caracterização requer a aplicação de matrizes de relacionamento e ligações e respectivo enquadramento nas organizações. Decorrendo directamente da identificação dos alvos, a selecção de prioridades é estabelecida segundo critérios temáticos e problemáticos. A ordem das prioridades

é

contudo

provisória,

sendo

periodicamente

revista

e

eventualmente alterada.

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Como Nação entre o Mar e a Terra, deste modo potenciaremos seguramente o controlo do nosso hinterland natural e, ironicamente, as nossas fronteiras económicas alargar-se-ão e ocuparemos esse espaço sem temores de ventos e casamentos. Está nas nossas mãos, de todos nós portugueses, deixarmo-nos afundar com a crise ou darmos uma resposta à altura da nossa História e do nosso verdadeiro carácter. E o Mar e a nossa faixa de Terra são as constantes dos nossos 9 séculos de História e do nosso carácter. A geração Deolinda não é parva e, estou certo, não falhará. É a mais qualificada de toda a nossa História. E a verdade é esta: uma nação é o que é no presente em função do que foi no passado e do que está a projectar ser no futuro.

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