ENTRE VÉRTEBRAS, CARAPAÇAS E DENTES: O QUE NOS REVELAM OS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS DE FAUNA DO SÍTIO TERRA PRETA DO MANGABAL?

June 16, 2017 | Autor: Francielly Sá | Categoria: Archaeology, Zooarchaeology, Vertebrate taphonomy, Vertebrate Zoology
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ENTRE VÉRTEBRAS, CARAPAÇAS E DENTES: O QUE NOS REVELAM OS VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS DE FAUNA DO SÍTIO TERRA PRETA DO MANGABAL?

Área temática: Ciências Humanas – Arqueologia

Francielly dos Santos Ramos de Sá - UFOPA¹ Gabriela Prestes Carneiro – Orientadora - UFOPA²

Este trabalho irá apresentar os resultados preliminares de uma pesquisa de Zooarqueologia em andamento no Laboratório Curt Nimuendajú, da UFOPA. O material pesquisado é oriundo do sítio arqueológico Terra Preta do Mangabal, localizado no município de Itaituba, na margem esquerda do alto Rio Tapajós. Situado estrategicamente a salvo das inundações, possui acesso a recursos da campinarana adjacente, da floresta e dos cursos d’água (o próprio Tapajós, além de igarapés) próximos. Há oito gerações a área integra um território ocupado por beradeiros que são descendentes de seringueiros, porém, o local foi anteriormente ocupado por povos ameríndios (Rocha 2014). O material analisado é proveniente de uma unidade de escavação localizada em área de montículo, sendo esta uma das primeiras escavações arqueológicas na região do alto Tapajós. Em campo, os vestígios foram coletados com utilização da peneira com malha de 3mm, sendo esta uma prática ainda pouco utilizada na Arqueologia Amazônica. Em laboratório, as amostras foram higienizadas e triadas. Pudemos observar a presença de diferentes vestígios que passaram despercebidos durante a escavação, como detritos e microlascas líticas, carvões/sementes e ossos. A partir de uma análise preliminar dos vestígios ósseos, identificamos vértebras de peixes, carapaças de quelônios e gastrópodes, além de dentes de peixes, mamíferos e roedores. Tais vestígios apresentam diferentes níveis de calcinação provocados pela ação do fogo, o principal agente que permitiu sua conservação. A presença de vértebras de peixes de pequeno porte sugere o uso de técnicas de pesca específicas a diferentes tamanhos de animais. Já a presença de gastrópodes indicam animais presentes naturalmente no meio. Podemos inferir que os antigos construtores do montículo estavam explorando os diversos ambientes à sua volta. A pesquisa, portanto se contrapõe à ideia de que vestígios ósseos não se conservam em contextos amazônicos. Palavras-chave: Arqueologia; Zooarqueologia; Metodologia; Alimentação; Amazônia.

¹ Graduanda em Arqueologia/PAA/ICS na Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Email: [email protected] ² Profª do Curso de Arqueologia /PAA/ICS na Universidade Federal do Oeste do Pará-UFOPA. Email: [email protected]

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