Entrevista - A revolução silenciosa

May 31, 2017 | Autor: Lia Pinheiro Barbosa | Categoria: Autonomia, Movimentos sociais, Zapatismo, América Latina, Resistencia Indígena, Lutas Sociais
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Descrição do Produto

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Q S U E E S R A D

PARTIDOS

CONSENSO E HORIZONTALIDADE 001_capa_NovaEsquerda_80.indd 1

entrevista

AS

NO

ESPECIAL

ano XIX nº 80 / 2016 R$ 13,50

Jean Tible

“a esquerda vai se reorganizar”

COLETIVOS ATIVISMO VIRTUAL E solidariedade

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ESPECIAL CAROS AMIGOS $12;,;î1|îMAIO 2016

ESPECIAL

ano XIX nº 80 / 2016 R$ 13,50

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NO

EDITORA CAROS AMIGOS

EDITOR E DIRETOR: WAGNER NABUCO

sumário REPORTAGENS mídia

PARTIDOS

CONSENSO E HORIZONTALIDADE

entrevista

Jean Tible

“a esquerda vai se reorganizar”

COLETIVOS

04

Mídia partidária fortalece ativismo virtual – por José Eduardo Bernardes

07

“É nóis” na rede – por Lilian Primi

10

Opções solidárias – por Lais Modelli

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Embate nas profundezas da web – por Guilherme Novelli

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Transbordar o descontrole – por João Peres

ATIVISMO VIRTUAL E solidariedade

ligações

Capa: Simone Riqueira 001_capa_NovaEsquerda_80.indd 1

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militância high tech A humanidade ganhou uma poderosa ferramenta de comunicação, a internet, oferecendo a possibilidade de cada um escrever, fotografar, filmar, publicar, sem intermediários, para outras centenas ou milhares de internautas. Ou reunir por afinidades grupos de pessoas com apenas um post. Junto a transformações profundas nas sociedades, sobretudo os processos de globalização neoconservadora e suas reações, estava dado o fermento para o surgimento de novas relações, novos agrupamentos, que redundou ainda no que se convencionou chamar de “crise de representatividade”, uma rebelião contra as velhas estruturas e hierarquias, que atinge mídia, governo, escolas e, claro, partidos políticos. Este especial de Caros Amigos, Novas Esquerdas, estica o olhar para essa movimentação que, se utiliza de terreno minado e vigiado, o virtual, também produz iniciativas reais que estão mudando as relações e a vida das pessoas. Uma palavra que surge dominadora e emblemática desta geografia social em ebulição é “coletivo”. De todo tipo. Empreendedorismo, artistas, jornalistas, militância… A edição analisa uma boa parte dessa movimentação, incluindo os partidos-movimentos, que buscam relações horizontais como resposta à crise de representatividade. Dessas novas agremiações políticas, Syriza, na Grécia, e o Podemos, na Espanha, tornaram-se as pontas de lança, embora neste momento se debatam

erraticamente sobre si mesmos ao trombar nas velhas estruturas, sobretudo depois de chegarem ao poder, como mostra reportagem em Madri e Barcelona, onde o Podemos governa há quase 1 ano. No Brasil, coletivos e mobilizações via internet levaram milhares às ruas em junho de 2013, a Raiz Cidadanista assume para si a briga com as estruturas clássicas e o centralismo democrático, propondo o consenso e a diversidade; e também iniciativas como #PoliticA, de mulheres que se rebelam contra o machismo e apoiam candidaturas femininas. Traz ainda o exemplo de curdos e zapatistas, que renovam a rebelião com interpretações próprias do marxismo ou do que chamamos revolução. Outras iniciativas, também analisadas nesta edição, são os coletivos de mídia, uma alternativa para a narrativa hegemônica das velhas oligarquias; as novas comunidades baseadas em escambo e as redes de economia solidária, além de entrevista com o doutor em sociologia Jean Tible, que analisa essas mudanças, seus laços com o passado e perfil. Novas Esquerdas tem ainda artigo de Gustavo Gindre, que aborda aspectos da crise de representatividade e ressignificação da política; e da física e doutora em psicologia social, Eda Tassara, sobre a dominação oculta que a internet, um fundamento desses novos tempos, também proporciona. Boa leitura!

Novos padrões Era Digital partidos-movimento experiências

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Balanço espanhol – por Esther Yáñes Illescas

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Sem Estado – Fania Rodrigues

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A revolução silenciosa – Fania Rodrigues

curdos Zapatismo

ENTREVISTA 26 Jean Tible: Novos mundos – Por Aray Nabuco, Lilian Primi e Nina Fideles ARTIGOS 12 Gustavo Gindre: Depois da tempestade 30 Eda Terezinha de Oliveira Tassara: Massa e poder no oculto das tecnologias

EDITOR EXECUTIVO: Aray Nabuco EDITORA ASSISTENTE: Nina Fideles REPÓRTERES: Aray Nabuco, Eda Terezinha de Oliveira Tassara, Esther Yáñes Illescas, Guilherme Novelli, Gustavo Gindre, João Peres, José Eduardo Bernardes, Lais Modelli, Lilian Primi, Nina Fideles REVISÃO: Luciano Gaubatz PROJETO GRÁFICO: Chico Max ARTE: Simone Riqueira CONSULTOR EDITORIAL: José Arbex Jr. MARKETING: André Herrmann (Diretor), Pedro Nabuco de Araújo (Gerente) RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Cecília Figueira de Mello ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO: Lúcia Benito Ricco CONTROLE E PROCESSOS: Wanderley Alves e Douglas Jerônimo LIVROS E PROJETOS ESPECIAIS: Clarice Alvon APOIO: Neidivaldo dos Anjos, Victor Gimenes e Zélia Coelho ATENDIMENTO AO LEITOR: Zélia Coelho ASSESSORIA JURÍDICA: Aton Fon Filho, Juvelino Strozake, Susana Paim Figueiredo, Luis F. X. Soares de Mello, Eduardo Gutierrez; Pillon e Pillon Advogados REPRESENTANTE DE PUBLICIDADE: BRASÍLIA: Joaquim Barroncas (61) 9115-3659.

CAROS AMIGOS, ano XIX, Edição Especial nº 80, é uma publicação da Editora Caros Amigos Ltda. Registro nº 1176000, no 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de São Paulo. Distribuída com exclusividade no Brasil pela DINAP S/A - Distribuidora Nacional de Publicações, São Paulo. Impressão: Gráfica Log & Print Redação e administração: Rua Diana, 377, CEP 05019-000, São Paulo, SP Telefone (11) 3123-6600; 0800.777.6601 (Assinatura) E-MAILS: [email protected] (Jornalismo); [email protected] (Publicidade); [email protected] (Assinantes)

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zapatismo

A revolução

silenciosA por Fania Rodrigues

ENTRE AS montanhas e a selva mexicana vive uma das nações indígenas mais emblemáticas das Américas. O povo zapatista, de origem maia, decidiu se apartar da vida política e social tradicional para conquistar sua autonomia. O movimento surgiu em 1994, inspirado no líder camponês da Revolução Mexicana (1910), Emiliano Zapata. A resistência armada custou a vida de combatentes e civis. A história dos zapatistas é marcada por massacres cometidos pelos paramilitares criados pelo Estado mexicano, afinal, ninguém se rebela impunemente. A trajetória desse povo é conhecida em toda a América Latina. Porém, o que poucos sabem é que em pleno século 21, no coração do território mexicano, esse movimento insurgente pulsa mais forte do que nunca. Há trinta anos os zapatistas vêm provando que é possível viver sem o Estado. “Não recebem nem aceitam nem um centavo do dinheiro do ‘mal governo’ do México”, garante o técnico-militante da Via Campesina Internacional, Peter Rosset, pesquisador e professor do Colégio da Frontera Sur (ECOSUR), localizado na região de Chiapas. A estimativa é de que a população zapatista esteja hoje em torno de 70 a 80 mil famílias, segundo Rosset. Entretanto, não existe um censo oficial. As comunidades indígenas mexicanas estão espalhadas por todos os estados com maior presença em Guerrero, Puebla, Oaxaca, Yucatan, Estado do México e Chiapas. Mas é nesse último que o movimento é mais forte. As comunidades desenvolveram um sistema de auto-proteção. Para entrar em território zapatista é preciso pedir a autorização à juntade Bom governo. “Os territórios são custodiados pelo Exército Zapatista”, destaca o pesquisador. “É importante salientar que o território zapatista está sitiado por bases militares do Exército e da presença de paramilitares”, explica a socióloga brasileira Lia Pinheiro Barbosa, autora do livro Educación, resistencia y movimientos sociales: la práxis educativo-política de los Sin Tierra y de los Zapatistas ( UNAM - México, 2015). Lia é doutora em Estudos Latino-Americanos pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e durante anos estudou com os zapatistas. Atualmente ela é

professora do programa de pós-graduação em Sociologia da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Estes são riscos concretos para aqueles que desejam aproximar-se dos Caracóis com o objetivo de conhecer a luta autonômica. Há registros que dão conta de ataques paramilitares às caravanas de solidariedade.

Território Para entender melhor a forma de como os zapatistas exercerem a política, é preciso antes compreender como dividem e se organizam em seu território. Segundo Lia Pinheiro, o que conhecemos como Movimento Zapatista está dividido em três instâncias: o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) e o Comitê Clandestino Revolucionário Indígena – Comandância General (CCRI-CG), autoridade político-militar de caráter hierárquico; as instâncias civis, representadas pelos Municípios Rebeldes Autônomos Zapatistas (Marez), os Caracóis Zapatistas e as Juntas de Bom Governo (JBG); e por último, as organizações, coletivos, movimentos sociais, intelectuais, ativistas, que são aderentes da Sexta Declaração da Selva Lacandona, emitida pelo EZLN em 2005. Esta última uma tentativa de articular para transformar a luta mais política e menos armada. No território zapatista existem cinco Caracóis (como se fossem pequenos estados ou regiões) e cada um deles é composto por entre quatro a doze Municípios Rebeldes Autônomos Zapatistas, que abrigam várias comunidades. Cada um dos cinco Caracóis possui sua Junta de Bom Governo, que são as autoridades civis regionais. Elas são eleitas por meio de assembleias realizadas em todas as comunidades e por consenso. Nessa instância está presente o Conselho de Autogoverno Autônomo e de Corte de Apelação ou Tribunal Superior da Justiça Autônoma, quando necessário. Além disso, também tem a função de mediar o diálogo com a sociedade civil, quando esta pede permissão para entrar nas comunidades ou desenvolver alguma atividade ou projeto. Os cargos são rotativos e o mandato é coletivo com duração de dois anos, sem eleição e sem remuneração. “Os princípios básicos do ‘não Estado’ zapatista são

a autonomia e a direção coletiva e rotativa em todos os níveis. É obrigação de cada pessoa em algum momento fazer o serviço de governante, para o qual não há remuneração. Que todos aprendam a ser governo para nunca mais serem enganados por seus governantes. É rotativo para evitar criar interesse no poder. Por essa mesma razão o governo é coletivo”, afirma Peter Rosset. Semanalmente há uma rotação dos membros da chapa eleita da JBG. O trabalho de autogoverno é organizado em comissões, que assumem a responsabilidade por cada área: saúde autônoma, educação autônoma, produção, entre outras. Acima da JBG, está a máxima autoridade da organização político-militar, que é o Comitê Clandestino Revolucionário Indígena. É a ele que o EZLN está subordinado. Os membros do CCRI são autoridades respeitadas de diferentes etnias indígenas e regiões que compõem o zapatismo. São civis, mas possuem ‘patentes’ de comandantes e comandantas. “A patente militar máxima é o subcomandante, exercido por duas pessoas: “Sup” Moisés e o “Sup” Galeano (antes conhecido como Marcos). Os subcomandantes também são os chefes do comando militar e porta-vozes do EZLN. Mas eles dependem dos civis do CCRI. Subcomandante Insurgente Marcos (também conhecido nas comunidades como Sup Marcos), se tornou popular no cenário político nacional e internacional, mas desde 2014 assumiu um novo nome: Subcomandante Galeano (em homenagem a um educador zapatista, morto naquele ano em uma ofensiva paramilitar no território autônomo).

Mulheres no poder A Comandanta Esther foi primeira mulher indígena a entrar no Congresso mexicano, em 2001, para proferir um discurso em defesa do direito de autodeterminação dos povos indígenas e, especialmente, defender o direito das mulheres indígenas. Outras mulheres ocupam altos cargos de comando, como é o caso da major Ana Maria. As mulheres desempenham papel fundamental no zapatismo, segundo Peter Rosset. “A metade do comando do CCRI é ocupado por elas. Hoje, representam

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Há mais de trinta anos, o Movimento Zapatista resiste a toda tentativa de aniquilar a insurreição dos indígenas e camponeses de chiapas cerca de 30% do número de insurgentes do Exército Zapatista. Nas Juntas de Bom Governo são em torno de 30 a 50%, mas também 25% dos promotores de agroecologia e a maioria entre os promotores de educação e de saúde. Além disso, há muitos trabalhos coletivos só de mulheres”, ressalta o professor mexicano. Mesmo com mais espaço do que a média latino-americana (21% para os cargos legislativos), as mulheres zapatistas enfrentam os mesmos problemas machistas que o restante do continente. Peter afirma que durante o 1º Encontro de Mulheres Zapatistas com as Mulheres do Mundo (entre os dias 29 de dezembro de 2007 e 1º de janeiro de 2008), várias comandantas relataram que os maridos não queriam permitir que elas exercessem cargos de comando. Em alguns casos, o CCRI enviou delegações para dialogar com o companheiro sobre a importância do papel da mulher no campo político e militar e, para isso, necessitava que ele a apoiasse em casa. “Parece que as coisas são parecidas em todos os lados, soa muito familiar às histórias de companheiras do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)”, conclui Peter.

Economia O salário é algo que não existe em território zapatista. Os professores, por exemplo, que são chamados de promotores da educação, recebem uma parte da produção de alimentos dos pais dos alunos. “As famílias se responsabilizam por dar uma cota da produção para os promotores e promotoras de educação, uma vez que entendem que eles estão desenvolvendo uma tarefa política e que destinam parte de seu tempo para estar nas escolas autônomas, sem estar na plantação”, explica a pesquisadora Lia Pinheiro. A produção agrícola é feita de forma coletiva e cobre todas as necessidades das comunidades, e o excedente é vendido. A maioria do cultivo é feito com base na agroecologia, que não usa agrotóxico e com manejo sustentável dos recursos naturais. Peter, que vive há anos em Chiapas, garante que os zapatistas estão economicamente melhores que o restante da zona. “Elevaram a produção de alimentos a 300% nos últimos quinze anos, enquanto em áreas não zapatistas houve queda e agora as pessoas vivem

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FOTO: PETER ROSSET

de programas assistenciais do governo. É assim que compram seus alimentos, em parte produzidos pelos zapatistas. A saúde e a educação estão melhores também”, diz o pesquisador. As áreas zapatistas possuem seus próprios meios de transporte coletivo, tanto para as pessoas quanto para os bens produzidos. Mas, e quando há uma doença grave que os postos de saúde zapatistas não têm condições de tratar, por exemplo? Quando a comunidade não pode solucionar um problema dentro, se une para tratá-lo fora. Nesse caso, decide vender um bem comum, como uma vaca, fruto do trabalho coletivo, para ajudar economicamente a família que precise. Os serviços de saúde são divididos entre as casas de saúde comunitária, farmácias, clínicas e hospitais. Em todos os Marez há escolas autônomas. E são as famílias, que por meio da assembleia, decidem sobre os conteúdos que serão abordados na Educação Autônoma Zapatista, que não são reconhecidos pela Secretaria de Educação Pública (SEP) do governo do México. Para além das escolas, existe ainda o Centro Indígena de Capacitação Integral (CIDECI-Unitierra), localizado no município de Chiapas, San Cristóbal de las Casas. “Esse tem sido considerado por muitos como uma universidade dos movimentos sociais, no caso, zapatista”, diz Lia Pinheiro. Entretanto, a socióloga chama a atenção para a tentação de querer estabelecer para o Centro os mesmos padrões da sociedade capitalista. “Penso que considerar o CIDECI uma ‘universidade’ e enquadrá-la em um modelo institucional preexistente é reduzir seu significado político e seu potencial educativo e pedagógico na construção de uma consciência crítica”, destaca.

Dificuldades e desafios Para os zapatistas não há nenhuma perspectiva de diálogo com o governo do México. Desde 1996 que as negociações de paz foram interrompidas e nunca mais retomadas. Trinta anos atrás chegou a ser assinado um acordo, com compromissos assumidos pelo governo, mas nada foi cumprido por parte do Estado mexicano. Nesse momento, a principal dificuldade enfrentada pelo povo zapatista é o que eles chamam de “guerra de

baixa intensidade”, que é a tentativa do governo mexicano de manter esse movimento cada vez mais isolada e sitiada. Isso envolve um esforço do exército mexicano com a implementação de políticas contra a insurgência. Os zapatistas também afirmam que a imprensa contribuiu para o isolamento social, já que não fazem nenhuma cobertura sobre os conflitos sociais e militares nessa região. Isso contribui para a total invisibilidade do povo zapatista e sua luta por autonomia. “Os meios de comunicação local não difundem a inserção do zapatismo na vida pública mexicana, até porque ainda há muita limitação por parte da esquerda partidária eleitoral e do Estado mexicanos em compreender e aceitar a autonomia como projeto político”, explica Lia Pinheiro. No que tange a questão militar, as dificuldades, de acordo com a socióloga brasileira, se dão devido a permanência das bases militares sitiando os territórios autônomos. As ofensivas nas comunidades são constantes, seja impedindo a passagem, cercando lagos, queimando a produção agrícola, sobrevoando, entrando nos territórios com tanques, entre outras formas. Paramilitares, que atuam de forma mais agressiva, promovem atentados contra as comunidades e figuram como uma espécie de “espiões” do governo, observando quem são os coletivos, movimentos e sujeitos que apoiam as comunidades zapatistas. Contudo, o Movimento Zapatista está melhor que a esquerda em geral no mundo, de acordo com Peter Rosset. O movimento zapatista é talvezo mais consistente no mundo em termos da relação entre o discurso e a política.“Todas as esquerdas que apostaram nos partidos políticos e nos processos eleitorais, hoje estão em crise. Os movimentos sociais que apostaram por voltar às bases, aos territórios, a construir a autonomia desde abaixo, estão em melhores condições. Mas, em geral, a tendência é de mal a pior”, observa o integrante da Via Campesina. O fato é que o Movimento Zapatista está firme. Mais de trinta anos depois de insurgir-se contra o Estado Mexicano construiu uma nação dentro de um País e vive conforme suas regras, suas leis e integridade social. FANIA RODRIGUES É JORNALISTA.

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