Entrevista CLAM - História Social da Zika

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29/09/2016

CLAM ­ A história social da Zika ­ Em destaque ­ Notícias

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Quinta‐feira, 29 | 9 | 201

EM DESTAQUE | noėcias CLAM   14

Brasil 

A história social da Zika As  respostas  perante  a  emergência  da  epidemia  de  Zika  nas  Américas  têm  sido  par쨁줁cularmente dinâmicas  e  mul쨁줁facetadas,  com  a  mídia,  a  comunidade  cien츁촁fica  e  as  agências  internacionais  e governamentais inves쨁줁ndo na produção de evidências e de estratégias de con쨁줁ngência para conter tal cenário epidêmico. O fenômeno pode ser analisado sob o olhar das ciências sociais em dis쨁줁ntos níveis, como por exemplo, a experiência dos afetados pela epidemia e suas vulnerabilidades sócio‐ambientais, os aspectos programá쨁줁cos priorizados na resposta ou as implicações no plano da garan쨁줁a dos direitos TAGs sexuais e reprodu쨁줁vos. CLAM Colombia, Adopción O CFM Nesta  entrevista,  focalizamos  nas  formas  de  ar쨁줁culação  entre  os  dis쨁줁ntos  atores  envolvidos,  tendo (Conselho Federal de Medicina) como  ponto  de  referência  a  história  social  da  epidemia  de  Aids  e  seus  significados,  além  das divulgou, na no獎獍cia semelhanças  e  diferenças  no  contexto  de  emergência  da  Aids  e  da  Zika  no  Brasil  (por  acaso,  ambos retrovírus).  Referências  polí쨁줁cas  desse  processo  são,  como  exemplo,  as  chamadas  transições Traduzir democrá쨁줁cas  na  América  La쨁줁na  a  par쨁줁r  dos  anos  1980,  bem  como  o  atual  pano  de  fundo  de  crise Select Language polí쨁줁ca e económica. A parĕr da sua análise sobre a conformação das relações entre aĕvismo, cooperação internacional e produção  cienėfica,  consagrada  no  livro  Ciência,  poder,  acção:  as  respostas  à  Sida  (originalmente publicado  em  1999  em  inglês  e  em  2002  em  português),  como  se  reatualiza  sua  leitura  acerca  das arĕculações entre a ciência produzida nos países hoje em dia denominados do norte global e do sul global?  Tendo  em  vista  os  invesĕmentos  em  ciência  e  tecnologia  feitos  no  Brasil  na  década  mais recente,  que  mudanças  percebe  em  relação  à  necessidade  de  cooperação,  e  também  de reconhecimento cienĕfico nesse cenário? É indispensável pensar ar쨁줁culadamente os diferentes atores e planos envolvidos na epidemia, e ainda estar  em  estreito  contato  com  as  polí쨁줁cas  públicas  e  a  ação  imediata.  Na  história  das  epidemias podemos fazer grandes ar쨁줁culações narra쨁줁vas, não faltam excelentes trabalhos sobre a peste, cólera, varíola,  doença  do  sono  etc,  mas  frequentemente  estão  à  distância  de  algumas  gerações  ou  mesmo séculos. No caso da Aids, como agora a Zika, e alguns outros, estamos com o imediato nas mãos, e a urgência não deve precipitar respostas simplificadas; pelo contrário, obriga‐nos a reflec쨁줁r mais e usar ao máximo as nossas capacidades analí쨁줁cas e crí쨁줁cas. O que se aprende trabalhando com Aids no início da epidemia, quando todas as semanas surgiam novas teorias, fatos clínicos, movimentos sociais etc, extravasa a esfera da própria epidemia e fica de lição para o que pode vir depois. O esforço de decifrar, conhecer, analisar, ar쨁줁cular, sempre em cima do acontecimento, envolvendo os diversos atores sociais implicados  –  começando  pelos  portadores  de  HIV,  mas  também  os  profissionais  de  saúde,  as comunidades,  os  cien쨁줁stas,  os  pesquisadores  de  laboratório,  as  agências  internacionais,  as  ONGs,  os governos,  financiadores  etc  ‐‐  tornou  mais  claro  e  mais  óbvio  que  nenhuma  epidemia  pode  ser enfrentada a par쨁줁r de um ponto de vista apenas, por mais central que esse ponto de vista seja. Ou seja, não basta pensar em estratégias ver쨁줁cais, em “balas‐mágicas”, remédios específicos, vacinas, embora sejam todos importan츁촁ssimos e devam ser uma das prioridades. Não adianta pensar que vão solucionar tudo – podem até não solucionar absolutamente nada se forem aplicados sem atenção ao contexto. De todos  os  lados  nos  chegam  exemplos  de  como  intervenções  bem‐intencionadas  podem  ser contraproducentes e, em vez de a쨁줁ngir as metas propostas, simplesmente alienar o público. Respondendo  mais  diretamente  à  questão  sobre  a  diferença  nas  relações  norte/sul  no  campo  da ciência,  creio  que  podemos  dizer  que  o  contexto  geopolí쨁줁co  mudou  bastante  entre  os  primeiros tempos  da  Aids  e  o  momento  presente.  Nos  anos  de  1980,  embora  exis쨁줁ssem  muitos  pesquisadores brasileiros  trabalhando  nos  principais  laboratórios  internacionais,  e  apesar  do  muito  que  se  fazia  nos laboratórios  e  locais  de  pesquisa  no  Brasil,  a  ciência  brasileira  era  rela쨁줁vamente  pouco  visível,  pouco reconhecida no chamado “norte”. Todos nós conhecemos vários exemplos de trabalhos levados a cabo na antropologia brasileira há décadas que só obtêm reconhecimento quando são citados (ou, por vezes, apropriados) por autores dos “centros” ou do “norte”. Entretanto, muita coisa mudou nessas relações, o Brasil teve uma polí쨁줁ca de tratamento e prevenção de Aids que o catapultou para a frente de todos os países, e foi reconhecido, se não como lugar de produção de modelos cien츁촁ficos de base (que também http://www.clam.org.br/destaque/conteudo.asp?cod=12412

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é), pelo menos como lugar de criação de respostas simultaneamente cria쨁줁vas, humanas e eficazes no tratamento – e por conseguinte na prevenção – da Aids. O contexto mudou também no próprio Brasil, pois aumentou o inves쨁줁mento em ciência, e a dinâmica de crescimento contribuiu para um fascínio do exterior para com os “BRICS”, que durante um pequeno intervalo de tempo foram apresentados como o futuro do mundo e a resolução das tensões norte/sul. Mesmo  que  esse  cenário  tenha  dado  lugar  a  realidades  e  futuros  menos  entusiasmantes,  abriram‐se entretanto alguns canais que facilitam o trânsito de conhecimento e inovação entre o chamado sul e o chamado norte. O que antes circulava apenas de norte para sul passou a circular em todos os sen쨁줁dos. A  constatação  do  nexo  epidemiológico  entre  Zika  e  microcefalia,  que  par쨁줁u  de  um  ponto,  digamos, menos central na habitual rede de distribuição de conhecimento, circulou muito rapidamente e acabou por se estabelecer e impôr aos demais lugares. Pode  se  dizer  que  a  visibilidade  da  epidemia  no  Brasil  tem  sido  pautada  principalmente  pela idenĕficação  de  casos  de  microcefalia  em  recém  nascidos.  Como  você  interpreta  o  modo  como  os organismos internacionais (OMS, OPAS) e nacionais (Ministério da Saúde) têm interagido em função da expansão da epidemia no Brasil e nos países da região? Essas ar쨁줁culações têm vindo a mudar rapidamente e seria necessário ter pesquisa empírica para poder responder  com  bases  sólidas  à  pergunta.  Sendo  o쨁줁mista,  acredito  que  os  organismos  internacionais encaram de modo crescentemente complexo a ar쨁줁culação entre as polí쨁줁cas que querem implementar e as configurações locais, fazendo mea culpa de um tempo em que as medidas sanitárias eram impostas top‐down e apoiadas no braço armado dos Estados ou potências coloniais. Cedo se percebeu que sem cooperação da população as polí쨁줁cas sanitárias não eram muito eficazes – embora alguns con쨁줁nuem a ignorá‐lo e a promover modelos de intervenção autoritários ou alienantes. Hoje é óbvio que se tem de ir  mais  longe,  equacionar  com  mais  rigor  o  que  se  passa  localmente.  Para  isso  a  etnografia  é  um excelente  instrumento,  porém  de  execução  lenta.  Há  por  vezes  tendência  por  parte  dos  organismos internacionais  a  tomar  por  realidade  algumas  descrições  rápidas  da  sociedade  local  com  base  em levantamentos apressados e inquéritos de alcance superficial. Contra isso devemos promover estudos mais sólidos, e exigir que os programas de intervenção os tenham em consideração. Parece‐me que isso está só parcialmente acontecendo no caso da Zika. Mas, como notei, as coisas estão em mudança e só daqui a algum tempo poderemos ter uma análise consistente. Agora estamos em plena crise, e suponho que existam pesquisadores acompanhando mais de perto o que se passa no terreno. O meu contato com a atual epidemia de Zika é indireto e mediado, estou  acompanhando  à  distância.  Tenho  assi쨁줁do  ao  sofrimento  gerado  por  este  flagelo,  às interrogações  e  perplexidades  que  gerou,  aos  debates  e  controvérsias,  à  estabilização  temporária  de consensos, à difusão de resultados, à discussão pública sobre o agente e쨁줁ológico, sobre as medidas de prevenção, sobre o ajustameto das leis (ex. interrupção de gravidez), assistência etc. Mas não 쨁줁ve ainda contato direto com quem está vivendo o imediato da epidemia, como 쨁줁ve no caso da Aids há mais de duas décadas. A  parĕr  do  processo  de  construção  da  resposta  à  Aids  e  seu  custo  para  os  grupos  especialmente afetados (ex. homossexuais), como percebe a mobilização de recursos em pesquisa básica e aplicada visando o desenvolvimento de uma vacina? Tal como apontei há pouco, aprendemos com a epidemia de Aids que não basta pensar em estratégias simples, programas ver쨁줁cais, remédios específicos, vacinas etc, embora sejam todos importan츁촁ssimos e prioridades. Mesmo com muito inves쨁줁mento, estas soluções demoram a chegar e só parcialmente se aplicam. Enquanto não chegam, há que criar outros modos de gerenciar a epidemia – tanto no plano polí쨁줁co abrangente, como no plano daqueles que têm a experiência direta e imediata do sofrimento, do tratamento, da prevenção e da vulnerabilidade assim potenciada. Chama a atenção a mobilização dos organismos internacionais em torno da epidemia, especialmente devido  a  seu  potencial  de  expansão  para  os  Estados  Unidos  e  Europa.  A  adaptação  do  mosquito (aedes aegyp倀)  a  outras  regiões,  a  mobilidade  humana  e  as  chances  de  transmissão  por  via  sexual consĕtuem as principais razões para pensar que a epidemia de Zika pode vir a se transformar em uma pandemia. Como este cenário possível é percebido na Europa ocidental? Ocorre‐me algo que ouvia muito a respeito da Aids junto de populações de vulnerabilidades múl쨁줁plas: esse  é  mais  um  problema  junto  com  muitos  outros.  A  Europa  não  está  num  dos  seus  melhores momentos históricos, e os problemas imediatos de segurança, desagregação, crise financeira etc, talvez desviem  a  atenção  dos  problemas  de  saúde  pública  que  se  equacionam  mais  claramente  para  as autoridades sanitárias. Por outras palavras, esse cenário de pandemia chegou a equacionar‐se, tal como para a malária ou o dengue, mas a mídia está neste momento mais direcionada para outras questões. Qual  a  sua  leitura  da  relação  atual  entre  ciência  e  mídia,  diante  da  explosão  de  informações divulgadas  e  paradoxalmente  a  mulĕplicidade  de  perguntas  ainda  não  respondidas  sobre  o  vírus  e suas formas de controle? Quais os efeitos dessa intensa produção de noėcias de divulgação cienėfica e  da  evocação  da  metáfora  bélica  nas  representações  sobre  a  doença  e  seu  impacto  para  as populações? Felizmente  não  estamos  limitados  à  mídia  controlada  por  en쨁줁dades  privadas,  que,  como  sabemos, manipulam de modo cada vez menos camuflado os conteúdos. Temos hoje em dia meios alterna쨁줁vos http://www.clam.org.br/destaque/conteudo.asp?cod=12412

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de informação através das redes sociais. Não significa isso que essas redes sejam um exemplo de rigor – veiculam  igualmente  toda  a  sorte  de  desinformação,  mas  a  sua  contestação  está  mais  ao  alcance  de todos. Creio que a rapidez com que alguns resultados podem ser divulgados é importante e nos ajuda a ter  melhores  e  mais  rápidas  respostas  –  cada  um  de  nós  e  os  orgãos  de  saúde  pública.  Bom  mesmo seria que os responsáveis pelas decisões polí쨁줁cas 쨁줁vessem mais atenção e respeito aos resultados de pesquisas  que  nos  vão  indicando  o  estado  da  questão.  Infelizmente  muitas  decisões  dependem  de escolhas polí쨁줁cas, religiosas etc, que nem sempre estão do lado da saúde, bem‐estar e cidadania. A  confirmação  de  casos  suspeitos  de  microcefalia  e  outras  má‐formações  congênitas  em  fetos  e recém‐nascidos  de  mulheres  infectadas  durante  a  gravidez  vem  levantando  múlĕplas  questões  no plano  da  garanĕa  dos  direitos  sexuais  e  reproduĕvos  (ex.  acesso  a  métodos  anĕconcepcionais seguros  e  adequados,  a  um  pré‐natal  de  qualidade,  legalização  do  aborto).  A  despeito  da recomendação  da  OMS  acerca  da  extensão  dos  permissivos  legais  à  interrupção  voluntária  da gravidez nos países afetados, o posicionamento do Ministério da Saúde do Brasil a esse respeito não tem sido consistente. Entretanto, observamos que organizações feministas vêm colocando em pauta o sofrimento e os desafios das mulheres durante a gestação (especialmente em presença da infecção) e após o parto (quando os filhos apresentam sinais compaėveis com a síndrome congênita provocada pela  Zika).  Isto,  lembrando  a  recomendação  de  limitar  a  circulação  das  pessoas  pelos  países acomeĕdos  pela  epidemia,  somado  ao  retorno  da  indicação  do  uso  do  preservaĕvo  especialmente entre  mulheres  grávidas  junto  aos  seus  parceiros  –  certamente  em  um  senĕdo  muito  disĕnto  ao inicial, se pensarmos que outrora representou uma das respostas da comunidade gay perante à Aids. Como avalia este cenário de abertura para o debate em torno da despenalização do aborto no Brasil e nos  demais  países  das  Américas,  tendo  em  vista  o  papel  do  aĕvismo  na  estruturação  de  respostas adequadas e respeitosas dos direitos das mulheres? Não basta ter bons veículos de divulgação do conhecimento, temos de ir mais longe no gerenciamento das  implicações  desse  conhecimento,  por  exemplo,  nas  decisões  legisla쨁줁vas.  A  despenalização  do aborto é matéria polí쨁줁ca, os debates são ideológicos, ninguém pode esperar que se obtenha consenso nesta  matéria,  mas  podemos  trilhar  caminhos  parecidos  com  os  de  alguns  países  que  mesmo  com reservas  ideológicas  e  religiosas  sobre  a  interrupção  da  gravidez  atenderam  ao  interesse  maior  da saúde.  Para  mim  é  óbvio  que  uma  infecção  que  causa  tanto  sofrimento  e  ocorre  durante  a  gravidez deve  pelo  menos  abrir  uma  pauta  de  discussão  sobre  a  interrupção  da  mesma.  Os  debates  são complexos,  pude  assis쨁줁r  a  algumas  discussões  que  envolviam  duas  linhas  diferentes  de  polí쨁줁cas feministas, com crí쨁줁cas a posições que podiam passar por eugenistas. Por mim acho que tudo deve ser deba쨁줁do e a saúde é prioritária. Até o Papa reconhece isso. Não falta vigor a쨁줁vista na America La쨁줁na para desenhar pautas e prioridades nesta matéria. Considera que o tom alarmista posto na mídia reforça a hipótese de que vivemos um momento de auge da “sociedade de risco”, que enfa쨁줁za nas probabilidades de acontecimentos, e como gerenciá‐los? Como afirmei anteriormente, ainda bem que não estamos apenas dependentes da midia tradicional – mas  na  verdade  ela  ainda  tem  um  grande  poder  de  criar  fatos,  realidades  que  se  imaginam,  medos definidos por elas, comportamentos que são função de tudo isso. Acontece também que junto com a Zika estamos vivendo um período de muitas ameaças; não sei se estamos no auge dessa percepção de risco ou se ainda há mais para chegar. Por  fim,  qual  seria  a  contribuição  das  ciências  sociais  na  compreensão  deste  fenômeno  epidêmico, levando  em  consideração  o  ponto  de  vista  das  pessoas  diretamente  afetadas  (mulheres  grávidas  e adultos  que  desenvolveram  a  síndrome  de  Guillain‐Barré)  e  suas  relações  com  os  demais  atores anteriormente elencados (governo, ciência, mídia, agencias internacionais, aĕvistas)? As ciências sociais têm um papel fundamental aqui também. A etnografia – embasada e lenta, colhendo a  perspec쨁줁va  de  quem  está  vivendo  a  experiência  diretamente  –  é  um  modo  insubs쨁줁tuível  de conhecimento. Há um lado instrumental nisso, dos primeiros tempos da antropologia médica ao serviço da  saúde  pública,  que  é  o  de  ajudar  a  conhecer  e  assim  vencer  os  obstáculos  e  limitações  à implementação  de  programas  de  saúde.  Mas  há  muito  mais  que  isso,  desenvolvido  em  décadas  de trabalho analí쨁줁co crí쨁줁co: a meta de uma perspec쨁줁va mul쨁줁facetada, que finalmente se impõe também como  apoio  à  intervenção  –  menos  como  solução  rápida  e  limitada,  mas  sobretudo  como conhecimento de fundo que permite evitar erros na intervenção e garan쨁줁r os direitos dos envolvidos. Publicada em: 28/07/2016 Gosto Antropologo Hostel e 5 m outras pessoas gostam disto.

IMS/UERJ ‐ R. São Francisco Xavier, 524, 6º Andar, BL. E ‐ 20550‐013 ‐ Rio de Janeiro ‐ RJ ‐ Brasil ‐ Tel.: (21) 2568‐0599

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