Epistemologia do olhar linguístico

June 3, 2017 | Autor: Lucas Alves | Categoria: Linguistics, Epistemología, Filosofía
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Epistemologia do olhar linguístico Lucas Alves Costa1 Resumo: Este ensaio apresenta uma reflexão sobre os pilares epistemológicos da linguística. Problematiza a metáfora do ponto de vista, algo tão valioso para as ciências ocidentais. Além disso, faz um percurso histórico do pensamento ocidental que destacou o “olhar” como fonte principal de conhecimento, instaurando uma subjetividade expandida no mundo. Por fim, discute os modelos sustentados em ponto de vista centrado e propõem-se uma dinâmica no modo de perceber e fazer ciência pela linguagem. Palavras-chaves: Epistemologia; Linguística; Ciências Modernas.

Olhar para Epistemologia De Quem é o Olhar De quem é o olhar Que espreita por meus olhos? Quando penso que vejo, Quem continua vendo Enquanto estou pensando? Por que caminhos seguem, Não os meus tristes passos, Mas a realidade De eu ter passos comigo? Fernando Pessoa, in "Cancioneiro" O prelo da humanização ocidental elegeu o “olhar” como o sensor básico para a aquisição de conhecimento. Assim, os olhos se voltam para o objeto de conhecer de forma concentrada e estática para depreender o significado, com isso impregna nas coisas aquilo que pensamos delas. Após esse movimento, novamente o olhar dirige-se para o objeto dissecado e preenchido ao mesmo tempo, para poder validar a verdade, tão cara a vida humana. Olhar as coisas é a metáfora mais vital para fazer ciência, criam-se jargões para tentar representar os movimentos dos olhos. Qualquer tratado científico tem em suas entranhas textuais expressões como “observar”, “perceber”, “depreender”, ações provindas de uma única ação, “olhar”. Neste ensaio, tentaremos refletir sobre o “olhar linguístico”, a configuração de realidades, para, enfim, nos perguntarmos sobre a existência de uma epistemologia linguística. A obra inaugural da ciência ocidental é a Metafísica de Aristóteles, para esse filósofo, a realidade é captada pelos cinco sentidos, reorganizada pela lógica formal e

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Mestrando em Letras e Linguística no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Letras – UFG. E-mail: [email protected]

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confirmada na realidade por meio de uma categorização. Aristóteles inicia essa obra clássica dizendo: Todos os homens têm, por natureza, desejo de conhecer: uma prova disso é o prazer das sensações, pois, fora até da sua utilidade, elas nos agradam por si mesma e, mais que todas as outras, as visuais. Com efeito, não só para agir, mas até mesmo quando nos propomos operar coisa alguma, preferimos, por assim dizer, a visão ao demais. A razão é que ela, de todos os sentidos, o que melhor nos faz conhecer as coisas e mais diferenças nos descobre. (Metafísica, Livro I, Cap. 1)

Aristóteles elege o “olhar” como o recurso primordial para o conhecimento humano, a partir disso a história do pensamento é atrelada ao dilema entre razão e sensibilidade. Na Idade Média, o olhar não tinha muito alcance, restringia-se a alguns centímetros, entre o olho e a página do livro sagrado. Desse contato, provinha a confirmação de uma fé em algo que não se podia ver. O conhecimento era dogmático, afinal, não era importante movimentar os olhos para os lados, para cima das bordas do livro sagrado. Desse dogmatismo nasce a “voz de autoridade” princípio crucial que os modernos e pós-modernos herdaram. Aristóteles, pelo olhar dos teólogos, instruiu a humanidade para a verdade, com seu tratactum de lógico formal. Nessa dimensão, alguns se aventuraram olhar para além das bordas do livro sagrado, e viram a Física. Olharam para os lados e encantaram-se com o espaço altamente regido por leis próprias, como vislumbrou Galileu Galilei. Olharam para o alto, e não viram Deus, viram o sol como centro do universo, Copérnico. Esses olhares causaram a maior revolução que o pensamento humano já vivera. Afinal, verdades foram contestadas, pessoas foram queimadas, binóculos foram destruídos, em nome de uma única postura, olhar somente para uma pequena distância (30 cm entre o olho e o livro). Essa revolução de postura ótica exigiu uma nova forma de elaborar realidade, nasce assim a Modernidade. A Física, a Matemática e a Lógica, ganham patamar de ciências, o arauto da verdade sobre a realidade. Nisso, o empirismo delineia sua certeza que a fonte do conhecimento é a experiência sensória-perceptual, a cognição humana é uma serva das impressões dadas pelos objetos do mundo. O olhar torna-se, assim, a janela sem alma. O globo ocular move-se em torno do objeto estático. A verdade é testada e validade pela experiência ou constatada pelo raciocínio matemático, o grande olho da mente humana. Lógica é uma ciência de instrução para adestrar o pensamento pelos caminhos certos. Assim, a realidade passa a ser um amontoado de sensações regidas por leis a posteriori. És que em meio à guerra entre racionalismo e empirismo, surgi o filósofo, morador de uma pequena cidade da Prússia Alemã, Kant. Em sua obra magna, Critica da 2

Razão Pura, Kant leva a razão humana a um tribunal em que será julgada pelos crimes de excesso de poder. É nesse instante que surge a epistemologia moderna como um fórum para contenção das ciências. A primeira providência de Kant foi fazer uma revolução, chamada por ele de “Revolução Copernicana”. Nessa revolução, o sujeito de conhecimento, que girava o globo ocular em torno do objeto, passa a ocupar a posição central na geografia do conhecimento. Já o objeto passa a girar em torno da cognição humana. As consequências da Revolução Copernicana são extremas para os rumos da humanidade. O sujeito de conhecimento, ocupando o ponto central, leva o olhar para todas as dimensões possíveis, reparando o objeto em seu entorno. O objeto faz um movimento de translação, enquanto o olhar humano faz um movimento de rotação. Contudo, no olhar kantiano não é possível imaginar o ser humano com “olhos nas costas”, por isso limitou a capacidade do conhecimento colocando fronteiras nas sensações. Os cinco sentidos são fontes, mas não conseguem gerar conhecimento sem o grande olho da cognição, que categoriza a realidade possível e imagética. É nesse postulado que nasce a Ciência Moderna e todas suas ramificações. Fazer ciência é escolher um objeto e girar o globo ocular sobre ele para extrair as certezas. Agora, não é só um globo ocular em movimento, mas vários olhares. Nasce a “perspectividade” na história do pensamento humano. De um objeto pode depreender-se vários conhecimentos. Assim, conhecer é especializa-se em adestrar o olhar para um único objeto, até sua última consequência. Nesse panorama, o olhar torna-se um instrumento investigativo. Nesse estágio surge a Linguística como Ciência, é Ferdinand de Saussure, que com objetivo bem definido, traça os novos caminhos para o conhecimento linguístico. Frente à translação do objeto (linguagem), ele freia esse movimento com o princípio inaugural: Bem longe de dizer que o objeto precede o ponto de vista, diríamos que é o ponto de vista que cria o objeto. (Curso de Linguística geral, pág. 39)

Saussure retoma a Revolução Copernicana de Kant e aplica ao modo de fazer conhecimento linguístico. Interessante que Saussure dá ao olhar um potencial extremo frente ao objeto, mas é importante notar que, diferente de Kant que reorganizou o olhar numa geografia epistemológica, “o ponto de vista” já implica a dimensão do ato de conhecer do sujeito. A Linguística Moderna, nessa geografia epistemológica, torna-se um conhecimento com um ponto de partida, mas não se sabe o ponto de chegada. Faz-se o caminho da pesquisa,

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pelas trilhas de um olhar situado, horizontal em que os limites são as fronteiras entre um ponto de vista e outro. A configuração do objeto científico linguístico ganha a independência não em sua criação, mas em suas formas de abordagens. Usando a alegoria de Givón, a linguagem é como uma montanha em que o linguista é um escavador que escavar as escuras. Assim, no decorrer do século XX a Linguística situa-se, olhando para a língua em si mesma ou para além de si mesma. O progresso investigativo nessa área de conhecimento não deixa dúvidas que “o ponto de vista cria o objeto” e recria quando necessário. A Epistemologia Linguística poderia nos responder: qual é a fonte de conhecimento dessa ciência, os dados ou o ponto de vista? Já se sabe que os paradigmas fornecem metodologias, ou modelos de descrição, análise e princípios. Com isso, a Linguística seria uma metodologia de dados. Também perguntaria: os conhecimentos linguísticos têm um impacto na vida cotidiana? Centrada numa teoria-metodológica, a descrição e análise linguística têm proposto uma realidade, conformando ou confrontando visões de mundo. A sociedade na vida cotidiana só esperar da Linguística prescrições de como deve ser a língua, sem refletir ou tentar compreendê-la. O olhar linguístico cria uma realidade do objeto, mas essa realidade reelaborada pela metodologia linguística retorna para a vida cotidiana? Vygotsky já pressuponha que o conhecimento sai da vida cotidiana para o conhecimento científico e retorna para a vida cotidiana como suprassumo do progresso. Os paradigmas da Linguística Moderna nos fornece uma realidade, mas para se chegar a isso foi necessário ultrapassar as dicotomias do olhar linguístico que vislumbra a língua em si mesma e para além de si mesma. O suprassumo é a busca por hibridização de olhares, uma verdadeira Gestalt do conhecimento sobre a língua. A aproximação entre os paradigmas linguísticos talvez possa ser um dos maiores desafios dessa ciência novata. Mas aproximar para que? Uma das Leis da Gestalt chamada de Proximidade e Continuidade explica que agrupamento de uma forma é comumente constituído por sua semelhança. Formas semelhantes tendem formar uma proximidade visual muito maior que formas não semelhantes. Portanto, o agrupamento de formas pode criar grupos e subgrupos visuais que irão fazer parte de uma composição visual. Com isso, o olhar linguístico atua na realidade, para ela e além dela, reconfigurando os fenômenos linguísticos em suas dimensões. Constatando que a realidade é transpassada nas estruturas linguísticas em todos os níveis.

No olhar sobre o mundo, há realidade 4

Nessa parte, pretende-se refletir sobre a configuração da realidade a partir do olhar linguístico. Levando em consideração os conceitos filosóficos de realidade, a atuação do investigador de linguística, tomando como exemplo a obra cinematográfica “Muito Além do Jardim”. A realidade é o que aparece nas retinas dos olhos? Realidade é algo muito além de percepções, realidade é a morada do ser. Ser é presença, é estar no mundo, é existir. Numa visão existencialista, a existência precede a essência. Existo, logo sou. Isso é contrario o que Aristóteles propõe, diferente do que Descarte cogitou, com o celebre silogismo “penso, logo existo”. Assim, realidade e existência são duas faces da mesma moeda. Várias pesquisas vêm demonstrando a importância da imaginação para a composição de mundo, mas podemos notar que imaginação é um recorte do que já existe para um plano mental onde passa a ser tida como realidade. Essa elaboração redefine a realidade. Duarte Júnior assim a define: A construção da realidade passa pelo sistema linguístico empregado pela comunidade. A linguagem de um povo é o sistema que lhe permite organizar e interpretar a realidade, bem como coordenar as suas ações de modo coerente e integrado. (O que é realidade? Pág. 24)

O “passar” pelo sistema linguístico é o que torna possível a imaginação, a ficção da realidade, um processo abstrato. O olhar linguístico torna-se fundamental para compreender e interpretar a realidade e também agir sobre ela. Assim, a língua é um instrumento que serve para adquirir, processar e atuar nas informações do mundo. Uma das perguntas que fizemos anteriormente era sobre a expectativa da sociedade cotidiana que espera que Linguística apresente prescrições de como deve ser a língua. Isso se dá justamente porque as pessoas na sua vida cotidiana têm a ilusão/ideologia de que a língua é algo tão intrínseco, algo tão natural, tão automática, que não percebe que ela é um instrumento que se usa na vida e para a vida, por isso necessitam de manual de instrução para “saber dominar” essa fera descontrolada. Ninguém nasce com a língua, tem-se disposição para ela. É na sensação de automação e o desejo desnaturaliza a língua que habita o olhar do linguista. Bakhtin lançou a metáfora da língua como uma ponte entre tudo, pessoa com pessoas, pessoas com o mundo. Nessa ponte passa muita coisa, é um trânsito constante, que às vezes há congestionamento, infrações, mas na maioria das vezes flui interruptamente. A realidade é construída nessa ponte, como um andaime ou como tapa buraco ou até mesmo como um trampolim para um lado ou outro. Tudo depende da intenção dos envolvidos. A metáfora da linguagem de Bakhtin considerou os lados como separados por um abismo ou por uma massa de água, mas se nota que não há uma separação tão consistente 5

assim. Se olharmos duas pessoas a beira do rio, uma de cada lado, pode parece que existe uma realidade dicotômica, que a solução é a ponte, mas se olharmos na dimensão espacial total, no rio, que separa as duas pessoas, em sua profundidade não há separação, afinal ele passa por cima da mesma porção de terra. Nessa perspectiva, os níveis linguísticos devem ser integrados na analise dos fenômenos, pois na sua essência, há uma junção que perpassa todos os níveis. Como exemplo, tomemos a produção audiovisual do diretor Hal Ashby. O filme “Muito além do jardim” retrata uma interação entre dois mundos possíveis. De um lado um mundo construído com uma parcela limitada de informações e vivências, assim a linguagem assume um função referencial, ordinária e concreta. Nisso, o principio da iconicidade é mais evidente nos enunciados do personagem Chance (Peter Sellers) construtor desse mundo. Podemos entender a elaboração desse mundo pelo principio da proximidade e relevância, ou seja, blocos de informação que pertencem ao mesmo domínio conceitual são mantidos em proximidade espaço-temporal, isso é recorrente nas falas desse personagem. Em contrapartida, o outro mundo, dito com complexo e reelaborado, recepciona o personagem e estabelece a interação com ele a partir das informações fornecidas e interpretadas pelo conhecimento pragmático dos personagens que compartilham esse mundo. Essas informações são interpretadas a partir da metáfora conceptual, ou seja, refere-se à compreensão de uma ideia, ou domínio conceptual, em termos de outro já estabelecido. A todo instante nas cenas do filme há essas duas formas de linguagem em embate para manter a interação dos personagens envolvidos. Com isso, o personagem Chance (Peter Sellers) é integrado no meio em que está através da intepretação dos seus interlocutores, que no mundo deles, a elaboração de metáforas é o mais alto grau de uso linguístico. Assim, as expressões linguísticas metafóricas são vistas na linguagem da nossa vida cotidiana e são licenciadas pelas metáforas conceptuais. Metáforas conceptuais delineiam não apenas nossa comunicação, mas também a maneira como pensamos e agimos. Além de retratar essa interação entre mundos supostamente separados, o filme traz outras discussões, com as “vozes de autoridades” que são a manutenção do conhecimento desde a Idade Média. No filme, a “voz de autoridade” representada hora pelo empresário, hora pelo presidente, desloca o personagem do jardineiro para escalões sociais superiores, os arautos das verdades-instrucionais. Outro aspecto que o filme destaca tem haver com a epistemologia do personagem do jardineiro, considera-se restrita, pois se limita aos conceitos ligamos a experiência imediata do sujeito, ou seja, sua fonte de conhecimento ora é a experiência prática, ora ações ou condutas visualizadas na televisão. Digamos que seja o estado 6

contemplativo do olhar, ou seja, sem interesse, só visualizar, sem intenção posterior. Nisso, a realidade é construída sem os entraves da critica pré-conceitual, algo restrito àqueles que já experimentaram um olhar multidimensional. Talvez seja por isso, que o semblante do personagem do jardineiro na maioria das cenas é tranquilo, estável e sereno, típico do estado Búdico de quem contempla a felicidade e só absorve. É preciso considera que entre a linguagem e o mundo há a cognição, sendo essa não um óculos ou binoculo dos fenômenos, e sim um espaço de intersecção onde operam vários mecanismos biológicos, psicológicos e socioculturais ao mesmo tempo. Relacionando com a “ponte” de Bakhtin, podemos dizer que a cognição é a arquitetura e o design dessa ponte. Para visualizarmos esse construto, acionamos o clássico exemplo da “estrela da noite”, do filósofo lógico Frege.

Observe na figura que a luz é emitida pela “estrela da noite” (objeto-demundo), ao penetrar na atmosfera, é refratada de acordo com as leis da óptica. Sendo refratada, a luz muda a sua direção, atingindo os olhos do observador em determinada região, esse elementos provoca estímulos que ativam regiões corticais relacionadas à percepção. Entretanto, quando o observador diz “A estrela da noite está linda”, ele não faz referência ao objeto-de-mundo, mas ao objeto-de-discurso que na sua cognição, por meio da linguagem em uso, projeta no espaço. Assim, o significado “estrela” é vivido não em relação direta com objeto-de-mundo, mas sim em função dos modelos socioculturais, cognitivos e perceptuais, que são construções intersubjetivas. Com esse exemplo, enfatiza-se que mesmo o olhar vísuo-espacial, é da ordem da significação, isto é, da linguagem. Os sujeitos não falam, agem, sentem, gesticulam, sorriem em relação ao mundo-em-si, mas fazem tudo isso em relação aos modelos socioculturais no

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qual estão integrados. Assim, a realidade que espelha na retina do olhar é ao mesmo tempo linguístico, cognitivo e sociocultural.

Olhar de Linguista Do olhar aristotélico do qual surge os conhecimentos ao olhar de linguista, esse percurso retilíneo se fez com refrações de realidade, antes concebida com um espaço de relações entre sujeito e objeto, agora extrapolado com o dito “cibercultura” onde interrelações são mediadas e intermediadas ao mesmo tempo. Frente a essa realidade, o olhar linguístico vai aos limites dos sintagmas e dos paradigmas das expressões linguísticas, agora, também, retorna o olhar para as bordas e marco das composições interacionistas. Surge o olhar de linguista, uma ação engajada no mundo, para o mundo. As descrições e análise de línguas naturais são uma explosão de feixes de perspectivas, ora no fenômeno por si mesmo, ora para além dele. Essa é a ciência da linguagem, em que o sujeito observador envolve-se com os dados e compartilha dos fenômenos, não num olhar adestrado para ver o que esperar ver, mas um olhar disponível para a vida dos fenômenos linguísticos. Os fenômenos linguísticos que aparecem são um pulsar da vida cotidiana, livre das arramas do olhar investigador. Independente que aja ciência ou não, a vida continuará pulsando no seu habitat natural. O conhecimento cientifico linguístico retorna para o conhecimento cotidiano com uma única resposta, deixe a língua ser o que veio a ser, afinal a existência precede a essência. Também, olhar de linguista é sua dimensão espaço-temporal, as metáforas continuam sendo a mesclagem do conhecimento linguístico cientifico, as descrições são, nesse olhar, um standard de adjetivos. A realidade linguística é uma compreensão e não uma explicação dos fatos. Contudo, a epistemologia linguística, com sua origem no ponto de vista, tende a avançar para além da comutação estruturalista ou na integração de componentes do funcionalismo para uma hibridização de outras fontes de conhecimento, com o cheiro do espaço, o paladar dos falantes, o som da comunidade, que de uma forma ou de outra estão acopladas nas expressões linguísticas em todos os níveis de análise. Assim, do olhar de linguista podemos extrapolar o linguístico da comunidade para todo o corpo, para todas as operações cognitivas, para todas as manifestações culturais. Por uma Ciência Linguística que não só separa, soma, compara as expressões linguísticas, mas principalmente sente as infinitas possibilidades da capacidade humana de estar-ser-linguagens.

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