Era uma vez... ou a Coleção de brinquedos de Acúrcio Moniz e Armando Dourado

Antes de nos debruçarmos sobre o ato de colecionar ou colecionismo, investiremos numa tentativa de definição do agente que recolhe, reúne e conserva objetos que, de alguma forma, podem estar imbuídos de algum tipo de valor, seja ele estético, pecuniário, represente o valor de uma determinada época histórica ou, muito simplesmente se apresentam com um valor pessoal e íntimo. Neste sentido, e não nos demorando muito neste ponto, relembramos que existem vários tipos de colecionadores cuja lógica que preside ao ato de colecionar é diferente caso se trate de colecionadores amadores, como crianças/jovens, que, por razões afetivo-emocionais, começam a compilar e a guardar bens da sua infância, quer se trate de pessoas mais velhas, que se iniciam no ato por questões psicossociológicas (como a solidão que incita ao hobby), ou, ainda de pessoas entendidas (profissionais) no valor do objeto colecionado, ou a colecionar, reconhecendoo como uma raridade e o veem a partir de um prisma artístico (que não raro pode implicar possibilidade de negócio). Em qualquer dos casos, a todos assiste o prazer de colecionar e de mostrar aos outros a sua coleção – nunca desperdiçando o momento para falar da história dos seus objetos, o que implica sempre falar um pouco de si mesmo, já que a dedicação a esses objetos, exigida pela arte de colecionar os transforma numa espécie de registo autobiográfico do próprio colecionador.