Escola de Munique (receção critica ao filme Avatar)

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Ciência Política e Relações Internacionais
Geopolítica e Estratégia
Docente: Dr.ª Cátia Coelho


Escola de Munique
(Recensão critica ao filme Avatar)



Aluna: Débora Morais Nº32811


Após uma longa ponderação sobre o tema a escolher para esta recenção critica, optei por um filme que não constava na lista de sujestões, talvez devido ao elo sentimental que mantenho, ou pela simples curiosidade de tentar julgar um filme de fição cientifica com a materia da disciplina de Geopolitica e Estratégia. Proponho-me então a criticamente comentar um filme tendo em mente a Escola de Munique e as ideias expansionaista da mesma.
Esta recensão critica prende-se com o filme "Avatar" e a maneira como este nos explica o funcionamento da escola de Munique. "Avatar" é um filme de ficção científica realizado por James Cameron, publicado em 2009. Este contou com vários prémios incluindo ter sido eleito o maior sucesso de bilheteira do Mundo. O "Avatar" é um filme romântico, cheio de efeitos especiais, num Mundo perfeito longe do planeta Terra. Conta a história dos Na'vi, que são os humanoides que lá habitam. Esta é a história de amor entre um humano e uma Na'vi, mas não se trata apenas do cliché de mais uma história de amor, este filme mostra-nos muito além dos efeitos especiais e do romance cinematográfico ao qual está associado.
Como na escola de Munique este tem 3 períodos, sendo que o seu foco principal de ação será o terceiro período que corresponderia na escola de Munique ao controle do partido Nazi, sendo este representado pelos humanos que tentam invadir a casa dos Na'vi. O primeiro período desta história associa-se com uma maior liberdade científica.
Ao vermos o filme a informação sobre o tempo de presença humana em Pandora é escasso, vemos apenas o presente, no entanto conseguimos ver que quando Jake Sully (protagonista), chega a Pandora vive-se já um clima de tenção, onde o coronel Miles Quaritch tenta incutir à população humana residente em Pandora de que os Na'vi são um povo inferior e que não terão problemas em matar humanos, por isso deve ser a sobrevivência da raça mais forte. O que sabemos do primeiro período desta colonização é que ao chegarem a Pandora os humanos, como na escola de Munique, têm uma maior liberdade científica, a qual é usada para estudar a botânica de Pandora e até mesmo o povo Na'vi, ainda numa tentativa de angariar mais conhecimento é introduzido o estudo do desenvolvimento de avatares para assim conseguirem chegar mais perto do povo local.
A segunda etapa histórica será o que na escola de Munique corresponde à influência do nacional-socialismo, que neste caso é o começo da implementação de escolas de inglês, as campanhas do coronel Miles contra o povo Na'vi e tendo em mente que esta é a altura em que se convence os humanos de que os avatares devem ser um meio para que os Na'vi confiem nos humanos para que estes se possam apoderar do seu espaço vital.
O centro da ação embora se mostre focado no processo de aprendizagem do avatar de Jake Sully na vida Na'vi e no seu romance com Neitiry, é o verdadeiro ponto de rotura da escola de Munique com as anteriores ideias da escola Alemã. Na escola de Munique foi a subida ao poder de Hitler, no filme "Avatar" será quando Parker Selfridge autoriza o coronel Miles a bombardear a aldeia Na'vi, pois embora já houvessem alguns conflitos armados e tensões de ambas as partes, esta autorização vai dar inicio à terceira parte que corresponde na escola de Munique ao domínio Nazi, neste filme corresponderá ao domínio de coronel Miles, nesta tentativa de colonizar Pandora.
Este filme alarga a precessão de "Lebensraum", conceito original da escola Alemã, pois este atinge uma escala universal, aos humanos não lhes chega o planeta Terra mas necessitam de mais espaço, achando-se portadores de pleno direito de o conquistar. Neste caso em particular não é inteiramente uma conquista para adquirir mais espaço, mas um mineral chamado Obtanium que é comercializado no planeta terra a 1 milhão de dólares o Kg, a conquista de Pandora põe assim em jogo muitos interesses que levam os dois personagens Miles e Parker a não olhar a meios para atingir os seus fins, mesmo que isso leve à extinção de outros povos, neste caso os Na'vi.
O direito a fronteiras naturais é também abordado no filme na medida em que a Dra. Grace Augustine tenta convencer Miles e Parker de que a via diplomática é a solução, mas estes ignoram-na argumentando a superioridade racial, o povo Na'vi é selvagem e nunca vai ceder a sua casa para que os humanos possam enriquecer no planeta Terra.
A autarcia económica da escola de Munique é aqui representada pelo obtanium, que segundo Miles é o que lhe vai dar autarcia económica. Segundo a informação dada por Jake Sully à Neitiry, eles mataram o seu planeta e por isso precisam do obtanium, então relacionando coma escola de Munique mais propriamente com o objectivo expansionista nazi, os humanos invadem Pandora para conseguirem assegurar a sua autossuficiência, pois estão dependentes de Obtanium o qual existe em abundância em Pandora.
A tese das Pan-regiões está também ela presente no filme "Avatar"" se virmos numa Perspectiva mais alargada do que aquela que a escola de Munique nos dá. Abarcando áreas muito extensas, sendo estas em vez de continentes do Mundo, Mundos do Universo. Podendo dividir o Universo conhecido, em áreas a conquistar, começando por Pandora, que para os Humanos será a mais importante região a dominar devido à sua riqueza mineral. Sendo que Pandora será dirigida por Parker e Miles.
Em último lugar nos principais conceitos da escola de Munique temos a Hegemonia Mundial, que à escala do filme será a Hegemonia Universal do planeta Terra. Sendo que esta hegemonia é entre dois planetas e não entre regiões. Aqui os Humanos controlariam os dois planetas submetendo os Na'vi às suas regras e cultura. O estado hegemónico neste sentido seria então o planeta Terra.
No entanto, a maneira mais óbvia para podermos relacionar o filme "Avatar" coma escola de Munique, na minha opinião, será o facto de que na Escola de Munique fala-se de espaço vital, fala-se de penetração cultural e superioridade racial, estes conceitos são facilmente encontrados no filme, a questão dos humanos invadirem um outro Mundo achando que estão intitulados desse direito, a penetração cultural no sentido da criação de escolas para que os Na'vi aprendessem inglês e por fim a superioridade racial onde podemos inserir todos os discursos dados pelo coronel Miles ao longo da película.
Ainda bem que tudo não passa de uma bela história de ficção científica, pois como ser humano habitante do planeta terra sentiria vergonha da minha própria raça, não concordo com nenhum argumento que possa ser dado como justificação para subjugar um povo seja ele qual for, não aceito nos meus parâmetros do que é correto para um ser racional, pensar que existe uma necessidade de espaço que deve ser posta a frente da liberdade individual dos povos. Concordo que a escola de Munique não tem fundamentos científicos para ser considerada válido no sistema internacional, até porque segundo esta teoria todos os povos deveriam poder sentir a necessidade do "Lebensraum" e isso significava a rápida extinção de todos os povos cuja a população fosse inferior à média dos outros, ou mesmo de todos os povos que não tivessem condições económicas para investimento bélico.
Posto isto, devo concluir que embora o "Avatar" seja apenas mais um filme de ficção científica, e que este não passe daquilo que é, ficção, mostra um pouco daquilo que na realidade aconteceu, a necessidade de expansão por parte de um povo, que levou à guerra e destruição de tantos outros, a procura insaciável por poder, quer da parte dos Nazis original da escola de Munique, quer da parte ficcional do "Avatar" onde o coronel Miles e Parker mostram o que seria um "Hitler" do futuro à escala intergaláctica e universal.


Bibliografia:
Correia, Pedro de Pezarat, "Manual de geopolítica e geoestratégia" – Vol I, Coimbra, 2002


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